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07 novembro 2024

"Operação Natal" se distancia do sentimentalismo e coloca agito na telona

Produção conta com elenco de peso para resgatar o Papai Noel, sequestrado pouco antes do período festivo (Fotos: Warner Bros. Pictures)


Eduardo Jr.


O sequestro do Papai Noel é o ponto de partida de “Operação Natal” (“Red One”). O filme, que acaba de chegar aos cinemas brasileiros, tem direção de Jake Kasdan, responsável por conduzir “Jumanji - Bem-vindo à Selva”, em 2018 e “Jumanji: Próxima Fase”, no ano de 2019. O longa tem distribuição da Warner Bros. Pictures.

O longa está mais para aventura do que comédia. J.K. Simmons ("Whiplash: Em Busca da Perfeição" - 2014) dá vida ao Papai Noel bombado. 

Quando o bom velhinho desaparece, o comandante da segurança do Polo Norte, Callum Drift, vivido por Dwayne “The Rock” Johnson (que trabalhou com Jake Kasdan nos dois filmes de "Jumanji" e também protagonizou "Adão Negro", 2022) vai atrás dos sequestradores.


Mesmo sendo Natal, uma data em que a figura principal é o vovô de roupa vermelha, o longa inicia exaltando a dedicação e competência do comandante Drift. E é claro que o público vai torcer por ele na operação para resgatar “Das Neves”, codinome do bom velhinho. 

Nesta versão modernizada, o Papai Noel também é carinhosamente chamado de Nick em alguns momentos (coerente para quem tem sua figura inspirada em São Nicolau).


A missão de resgate do comandante Drift não será solitária. A chefe do departamento de proteção de criaturas mitológicas Zoe (Lucy Liu, de "Shazam! Fúria dos Deuses" - 2023) obtém pistas de quem invadiu o sistema para localizar Papai Noel. 

O responsável foi o golpista Jack O'Malley, interpretado por Chris Evans (o Capitão América de toda a franquia "Vingadores", incluindo "Guerra Ciivil" - 2011 a 2019), um caçador de recompensas. Como só ele pode rastrear quem o contratou para hackear a localização, acaba se tornando parceiro de Drift.

Juntos eles descobrem que quem está por trás do sequestro é a vilã Gryla, vivida por Kiernan Shipka (Longlegs: Vínculo Mortal- 2024). Mas infelizmente, a atriz tem pouco tempo de tela (um dos deslizes deste filme). 


Até chegar ao paradeiro do Papai Noel, diversas cenas de luta e perseguição, com muitos efeitos visuais, preenchem a tela. Sem falar nas músicas, no estilo ''cenas de ação da Marvel". 

Em alguns momentos é nítido que a qualidade do CGI poderia ser melhor. Contudo, no geral, o filme diverte. Não deixa o espectador ansioso pelo fim nos seus 133 minutos de duração. 

Talvez o estranhamento para alguém mais crítico resida no fato de que os ajudantes do Papai Noel pareçam criaturas alienígenas. E que, embora este seja um filme natalino, a emoção, as mensagens sobre união e o sentimentalismo só marcam presença no final. Mais uma obra para figurar entre os títulos da Sessão da Tarde.


Ficha técnica
Direção: Jake Kasdan
Roteiro: Chris Morgan
Produção: Amazon MGM Studios e Seven Bucks Productions
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h13
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: ação, aventura, comédia, família

13 dezembro 2023

"Uma Carta para Papai Noel" - um filme para ser assistido com o olhar de uma criança

No longa, o bom velhinho atende a um pedido e vem ao Brasil para desvendar o mistério do desaparecimento dos presentes de
crianças órfãs (Fotos: Okna Produções)


Maristela Bretas


Fazer um filme para a criança pode parecer muito fácil, mas não é bem assim. Mesmo a criança não se preocupando em analisar se a interpretação foi boa, se tem erro de continuidade, se tem defeitos visuais. A pureza no olhar de uma criança, especialmente para um filme sobre Natal e Papai Noel, é diferente do olhar de um adulto. "Uma Carta para Papai Noel", que estreia nesta quinta-feira nos cinemas, é exatamente isso: uma produção que tem magia, emoção, encanto, o bom velhinho e seus divertidos ajudantes, voltado para crianças de até sete anos e para a família. 


No longa, Papai Noel (papel de José Rubens Chachá) recebe uma carta de Jonas (Caetano Rostro Gomes), de 8 anos que vive em uma casa de acolhimento. Ele quer saber como o bom velhinho está passando, o que faz na vida quando não é Natal e aproveita para perguntar por que ele e seus amigos nunca receberam presentes. O bom velhinho fica emocionado e resolve vir ao Brasil investigar esse mistério. Além da parte de estúdio, foram escolhidas para as locações das filmagens as cidades gaúchas de Porto Alegre, Viamão e Santa Tereza. 


Dirigido por Gustavo Spolidoro, o filme tem algumas falhas e até situações fora de propósito, com algumas cenas que lembram uma viagem psicodélica, que somente um adulto vai perceber. Mas na sessão que eu fui no @Cineart havia uma criança com a mãe e o olhar dela foi diferente, de encantamento. Ela se emocionou, bateu palmas, curtiu muito. Se o objetivo do diretor e dos produtores era atingir o coração deste público infantil, eles conseguiram, até mesmo de alguns marmanjos.


Além de Caetano Rostro, os demais personagens infantis são interpretados por Mariana Lopes (Alana), Lívia Borges Meinhardt (Beca), Cecília Guedes (Pri) e Theo Goulart Up (Cabeleira), que receberam a preparação de Adriano Basegio (que também faz uma ponta como o Sr. Peabody). 

Também no elenco adulto estão as atrizes Totia Meirelles (Mamãe Noel), Polly Marinho (que interpreta Tatá, a engraçada e sem noção ajudante do Papai Noel), e Elisa Volpatto (Leia, administradora da casa de acolhimento). 

Destaque para a trilha sonora, assinada por Arthur de Faria e parceria com Fernanda Takai, que gravou a música-tema,  e a participação da banda mineira Pato Fu com uma versão inédita do sucesso "Sobre o Tempo" (John Ulhoa, 1995), feita para o projeto infantil Música de Brinquedo, criado pelo grupo. 


Outro diferencial do filme "Uma Carta para Papai Noel" é que ele conversa com o público, especialmente no final. O elenco tem uma surpresa bem legal para a meninada e a família. Fica a dica: deixe o celular à mão, você vai precisar dele. 

E lembre que é um filme para toda a família para ser curtido no cinema, especialmente por ser uma produção brasileira, que precisa ser valorizada. Não se importe se há falhas, assista como criança, porque para ela o que vale é a magia e o encanto do Natal.


Ficha técnica:
Direção: Gustavo Spolidoro
Produção: Okna Produções
Distribuição: Pandora Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h40
Classificação: Livre
País: Brasil
Gêneros: fantasia, família, infantil

01 dezembro 2022

"Noite Infeliz" - Papai Noel existe e desce a porrada em quem se comporta mal

De saco cheio, David Harbour quebra os parâmetros e entrega presentes bem diferentes no Natal (Fotos: Universal Pictures)


Wallace Graciano


“Noite Infeliz” ("Violent Night"), longa protagonizado por David Harbour, o Jim Hopper de “Stranger Things”, chega aos cinemas brasileiros buscando quebrar uma série de clichês que logo vemos conforme o Natal começa a bater à porta. 

Se palavras como “prosperidade”, “paz” e “harmonia” permeiam nosso imaginário quando pensamos no período, no longa, que é uma mistura de comédia e ação, o Papai Noel, figura que costuma encarnar esses ideais, prova sua existência, mas de uma maneira que o distancia muito daquele simpático velhinho. 


Cansado do seu trabalho rotineiro, nosso velho barbudo se apresenta como uma figura decadente e alcoólica, que não vê mais prazer em atravessar chaminés e entregar presentes a crianças que se comportaram bem ao longo dos anos. 

Tampouco os tradicionais biscoitinhos natalinos ou copos de leite frios o atraem mais. Nas casas que visita, ele prefere conferir o que cada um dos residentes guarda em seus bares pessoais. 


Porém, essa perspectiva se vê em xeque ao entrar na mansão de uma família milionária, que escancara os mais terríveis estereótipos que podemos imaginar em um lugar onde a luxúria reina. 

Enquanto ele entra pela chaminé para deixar um presente para Trudy (Leah Brady), uma dócil garotinha que ainda não havia sido infectada pelo clima tóxico daquele ambiente, um grupo de mercenários chefiados por Scrooge (John Leguizamo), inimigo do Natal, invade o local e sequestra todos os ocupantes da casa.


Armados até os dentes, literalmente em alguns casos, esses mercenários queriam roubar os mais de US$ 300 milhões que a matriarca da família desviou do governo norte-americano enquanto tinha como missão espalhar esse dinheiro para ações na África. Com isso, começam a torturar os donos da casa em busca do segredo do cofre.


Eis que os caminhos se cruzam, quando um dos mercenários em questão vê o bom velhinho, que outrora se mostrava como uma figura indefesa. Porém, precisando encarar aquele vilão, Papai Noel revive seu passado de guerreiro esmagador de crânios, que usava um martelo como sua arma letal. 

A partir desse momento, a trama ganha fôlego, variando entre lutas sangrentas e a construção do personagem, que não sabe muito bem como adquiriu a “magia do Natal”. 


Enquanto tenta salvar a família, graças ao pedido desesperado da garotinha, que atiça seus mais nobres sentimentos como Papai Noel com esses clichês que estamos acostumados, o barbudo encara de forma voraz aqueles mercenários que avançam cada vez mais para conseguir êxito no plano. 

Apesar de sujar a roupa do Papai Noel com (muito) sangue, o filme não deixa escapar a essência natalina, apostando piadinhas, músicas típicas e até mesmo referências ao filme “Esqueceram de Mim”, um dos maiores clássicos do período.


“Noite Infeliz” está longe de uma comédia típica do período para se ver com os filhos, no sofá de casa, mas é um daqueles longas que te trará entretenimento e vai até mesmo tirar seu fôlego em meio aos risos. 

É uma película que soube trabalhar bem o inusitado, o enredo e o impacto, sem passar do tom e ofender alguém ou alguma cultura diretamente. Grandioso acerto. Um doce, mas ácido, presente de Natal.  


Ficha técnica:
Direção: Tommy Wirkola
Produção: Universal Pictures
Distribuição: Universal Pictures Brasil
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h41
Classificação: 16 anos
País: EUA
Gêneros: ação, comédia

09 dezembro 2021

“Esquadrão na Moral – Uma Aventura em Natal”, um filme para inspirar empatia em crianças e adolescentes

Produção independente infantojuvenil foi gravada em Jundiaí (SP) em 2020 para ser uma série, que acabou virando um longa-metragem (Fotos: Tiago Braga/Divulgação)

 

 Maristela Bretas 

Inspiração, solidariedade, empatia e superação. Estes são os valores que o longa infantojuvenil “Esquadrão na Moral – Uma Aventura em Natal” mostra a partir desta quinta-feira, nos cinemas. Voltado para a família, o filme conta a história de quatro crianças espertas e aventureiras – Enzo (Felipe Costa, dos musicais “Billy Elliot” e “A Fantástica Fábrica de Chocolate”), Caleb (Agyel Augusto), Ana Victoria (Bebel Aguiar) e Ravena (Lara Vazz) - que recebem uma tarefa diferente da professora Lis (Maressa Manfre) no Natal: fazer o bem e ajudar alguém. Nesse caminho, eles encontram Alice, mais conhecida como “Bolacha” (Yasmin Vertente), uma menina muito alegre e divertida. Um encontro que vai mudar a vida de todos eles.
Com roteiro e direção de Henrique Sattin, produzido pela Belluna Filmes e distribuído pela Cineart Filmes, o longa-metragem conta ainda em seu elenco com vários artistas conhecidos da dramaturgia e cinematografia brasileira: Glauce Graieb (participou de novelas como “Paraíso Tropical“) é a Vó Donis; Paola Rodriguez (Regina); Ernando Thiago (Rômulo); Carlos de Nigro (Sérgio); Ossamá Sato (Iuki); Pedro Pauley (Antônio); Carol Nourane (Martha); Anna Fontanela (Ayla); Victor Sattin (Kauã); Rogério Barbosa (diretor Afonso) e JPeron (o homem misterioso). 
 
 
Gravado no final do ano passado em Jundiaí, interior de São Paulo, o filme utilizou diversos moradores como figurantes, além da Escola La Fontaine, o Boulevard Beco Fino, a Vinícola Saccomani e vários pontos da cidade como cenário. Segundo Henrique Sattin, a ideia desta produção independente e colaborativa surgiu em julho de 2020, em parceria com Isiel Miranda e Maressa Manfre. Seria uma série, para ser exibida no Natal ou no máximo nas férias escolares de janeiro deste ano, em TV, streaming ou no cinema. Mas o roteiro acabou sendo transformado em um longa-metragem.
 
 
“Esquadrão na Moral – Uma Aventura em Natal” é uma estória de aventuras e desafios, com muita superação, coragem, aprendizado, diversão, reflexão e empatia. São valores que as crianças e adolescentes precisam aprender a lidar no seu dia a dia e que vão ajudá-los a enxergar o mundo de uma forma mais humana e social. E na pré-estreia especial para convidados com crianças, em BH, “Esquadrão na Moral” já mostrou que vai agradar bem ao público infantojuvenil. 

A linda Alice Maia, de seis anos, convidada do @cinemanoescurinho, assistiu ao filme junto com os pais Joubert Maia e Nathalia Martins e ainda fez foto com uma das atrizes. Ela deixou um recadinho para a turma. “Adorei o filme, ele me ensinou o que é empatia, que é se colocar no lugar dos outros. No filme, o Esquadrão na Moral pratica empatia ajudando uma menininha, a Bolacha. Eu recomendo o filme pras crianças e pros adultos também”.


E esta proposta foi aprovada pela mamãe da Alice, Nathalia Martins. “Adorei o filme. Eu e Joubert sempre procuramos inserir Alice no mundo cultural e buscamos referências positivas em toda forma de arte. E nesse quesito, “Esquadrão na Moral” me surpreendeu. É um filme leve, divertido e pra toda família. Nos leva a refletir sobre nosso real papel na sociedade e é isso que queremos passar pros nossos filhos. Todo mundo deve assistir! 
 
 
Ficha técnica
Direção e roteiro:
Henrique Sattin
Produção: Belluna Filmes
Distribuição: Cineart Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h10
Classificação: Livre
Gêneros: infantojuvenil / família / aventura

29 novembro 2017

Uma aventura animal guiada pela "Estrela de Belém"

O nascimento de Jesus é o pano de fundo desta linda animação onde humanos são os coadjuvantes (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


A história do nascimento de Jesus que deu origem ao Natal é conhecida por todos. Mas a Sony achou uma forma de contar o nascimento de Jesus e explicar alguns dos costumes que surgiram na data. E foi ouvir como tudo aconteceu pela boca dos animais que participaram desta aventura e ajudaram para que tudo desse certo. Assim nasceu "A Estrela de Belém" ("The Star"), que estreia nesta quinta-feira nos cinemas, é uma animação leve, divertida e quase didática, indicada para crianças acima de seis anos, mas que vai encantar os adultos.

Os personagens são bem conhecidos e estavam todos ao redor da manjedoura, no estábulo onde Jesus nasceu. O burrico que carregou Maria até a cidade de Belém, as ovelhas, os cavalos, vacas, camelos e até uma pombinha. Pois são eles os heróis desta história, que tem Bo, o burrico, e Davi, a pomba, como personagens principais.

Tudo começa com o jovem Bo tentando fugir do estábulo onde passa dia após dia fazendo o moinho funcionar, ao lado de outro asno. Seu maior amigo é Davi, que o ajuda nos planos e na fuga. Mas tudo muda quando Bo se esconde de seu dono na casa de Maria e José, recém-casados. O que Bo não imaginava era que sua nova dona estava grávida de Jesus e que a chegada do filho de Deus se tornaria uma grande aventura, cheia de perigos, desde a perseguição do rei Herodes ao casal e seu bebê ao nascimento daquele que mudou o mundo.

Além dos nossos amiguinhos de quatro patas e asas, "A Estrela de Belém" também conta com personagens bem engraçados, mesmo quando são vilões que caçam Maria, José e o bebê. Como o pitbull trapalhão, companheiro de coleira de um feroz cão que mais parece um lobo. Ou os camelos Deborah, Cyrus e Félix, que carregam os três reis magos que seguem a estrela brilhante. Tem também uma ratinha fofoqueira e a ovelha Ruth, que não para de falar um minuto e se junta ao grupo durante a jornada.


A animação é bem colorida, os personagens são cativantes e até mesmo crianças menores param para prestar atenção no que eles estão falando ou fazendo. Mariah Carey canta a linda música-tema "The Star" junto com os filhos. A trilha sonora conta ainda com a participação das Fifth Harmony, de Zara Larsson, da cantora gospel Yolanda Adams, da dupla Great Big World, das bandas Saving Forever e Casting Crowns (cristã de soft rock) e de vários outros músicos.

Uma boa diversão para ser feita em família e uma chance de os pais ensinarem o que representa o verdadeiro espírito de Natal. Apesar de ser tão conhecida, esta história ainda emociona muito, até mesmo quando contada para um público infantil. Vale a pena conferir.



Ficha técnica:
Direção: Timothy Reckart
Produção: Sony Pictures Animation / Columbia Pictures / Walden Media / Affirm Films
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 1h26
Gêneros: Animação / Aventura / Família
País: EUA
Classificação: 6 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

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