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24 abril 2023

“Nintendo e Eu” é uma comédia dramática de amizade, amadurecimento e videogame

Produção filipina é uma viagem no tempo que serve de referência para gerações futuras (Fotos: Pandora Filmes/Divulgação)


Eduardo Jr.


Os entusiastas e saudosistas dos videogames dos anos 1990 provavelmente ficarão curiosos ao se deparar com o título do novo filme do diretor filipino Raya Martin, “Nintendo e Eu” que chega aos cinemas nesta quinta-feira (27), distribuído pela Pandora Filmes.

O console japonês que foi uma febre 30 anos atrás funciona como elemento condutor no longa e provoca resgates afetivos no público. Muito semelhante ao que está acontecendo com "Super Mário Bros - O Filme", que está arrastando pais e filhos aos cinemas. 


O longa filipino é apenas uma metáfora na história de amizade, amor e descobertas. O que de fato se acompanha na telona é a evolução de um grupo de amigos na década de 90, quando começam a deixar a infância pra trás. 

O título original, “Death of Nintendo”, deixa um pouco mais explícita a proposta do roteiro.


Embora seja uma produção das Filipinas, é fácil identificar a cultura norte-americana entranhada na vida desses jovens. Percebe-se o efeito da globalização também na semelhança de “Nintendo e Eu” com outras produções de Hollywood. 

Entre as que estão mais frescas na memória do público vale citar “Stranger Things”, que também apresenta um grupo de adolescentes não muito populares buscando se afirmar no mundo. 


A referência para o diretor vem de outra produção - “Conta Comigo” (1986), que apresenta quatro garotos em busca de aventura e amadurecimento. Assim como no longa dos anos 1980, o filme de Martin também traz na receita amizade, questões familiares e dilemas juvenis. 

A diferença está na composição do grupo. Na produção filipina, uma menina integra o quarteto, e é por meio dessa personagem que a trama ganha "toques" de romance, reflexões sobre desigualdade e questões de gênero. 


Em “Nintendo e Eu”, uma série de terremotos leva à erupção do vulcão Pinatubo, deixando o país sem energia elétrica. Sem o refúgio dos jogos na televisão de tubo, o protagonista Paolo (Noel Comia Jr.) precisa sair de casa. 

É junto dos melhores amigos (e longe da mãe superprotetora) que ele percebe alguns dos dilemas da adolescência e da vida. 

A partir daí, o videogame fica em segundo plano. Apenas as músicas que remetem aos jogos surgem para trazer uma aura de comédia a algumas cenas. 


Assim como em “Conta Comigo”, os personagens de “Nintendo e Eu” também são carentes de uma figura paterna, são filhos de mães solo. Precisam encontrar, sozinhos, respostas sobre sexualidade, coragem e autoconhecimento. 

A leveza do filme está garantida por ser fácil se identificar com as situações vividas pelos adolescentes. 

E também pelos rituais de quem consumiu os games e a cultura dos anos 90, como este que vos fala (atire a primeira pedra quem nunca soprou um cartucho de videogame para que ele funcionasse!). 


Raya Martin nos propõe uma viagem no tempo, tanto pela estética como pelas referências a personalidades e à cultura da época. E vai além, ao mostrar para a geração atual que situações vividas hoje são repetições de décadas atrás, e não mistérios sem solução. 

Em entrevista, o diretor explicou que o visual do filme é, ao mesmo tempo, uma homenagem e um resgate da estética dos anos de 1990, especialmente, dos filmes. "Existe um balanço entre a artificialidade daquela década, mas também a luz natural, muito usada pelo diretor de fotografia Ante Cheng".


“Nintendo e Eu” é uma obra que flerta com o drama e com a comédia, que deixa uma ponta solta no final, mas diverte e tem potencial de fazer o público de +35 lembrar com carinho do passado. 

E refletir que, na vida, o que parece ser "game over" pode ser apenas o "restart" para uma oportunidade de renovação.  


Ficha técnica:
Direção: Raya Martin
Produção: Black Sheep
Distribuição: Pandora Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h39
Classificação: 12 anos
Países: Filipinas, EUA, Singapura
Gêneros: drama, comédia

05 abril 2023

"Super Mario Bros: O Filme" é uma divertida volta à infância para matar saudade

Um dos personagens mais famosos dos videogames ganha sua própria aventura no cinema ao lado do irmão (Créditos: Illumination e Universal Pictures)


Maristela Bretas


Até o momento, a mais divertida animação do ano. Acho que essa é a melhor definição para "Super Mario Bros - O Filme", que estreia nesta quinta-feira nos cinemas, nas versões dublada e legendada, inclusive no formato Imax. 

Merece ser assistida especialmente por aqueles que um dia jogaram os videogames deste baixinho invocado de bigode, macacão e boné vermelhos e sua turma. 

Uma ótima diversão para todas as idades. Dá vontade de chegar em casa e pegar o Nintendo para matar a saudade. Uma grande jogada de marketing da fabricante do game.


A produção tem a participação de Shigeru Miyamoto, criador do personagem, e Chris Meledandri, fundador da Illumination (estúdio responsável pela franquia "Meu Malvado Favorito - 1 a 3", "Minions"- 2015 e "Minions 2: A Origem de Gru" - 2022).
 
Com 92 minutos de duração, o filme apresenta bem os principais personagens dos jogos, especialmente Mario. Entrega uma história que permite, até mesmo quem nunca jogou os games do herói e suas variações, entender a importância de cada um.


Em "Super Mario Bros: O Filme" temos o protagonista, um ítalo-americano baixinho que nunca desiste de uma tarefa. Com ele são apresentados também o irmão Luigi, a princesa Peach, o pequeno cogumelo Toad, o gorilão marrento Donkey Kong e o vilão apaixonado Bowser.

Os irmãos montam seu próprio negócio de conserto de encanamento no bairro do Brooklyn, em Nova York, onde vivem com a família. Um acidente acaba levando os dois para um outro mundo, separando-os em reinos diferentes. 


Mario vai para o Reino dos Cogumelos (vegetal que ele detesta comer), um lugar muito colorido, cheio de criaturas fofinhas, comandado pela Princesa Peach. Lá ele conhece também o falante Toad. 

Luigi dá azar e cai no Reino das Sombras e acaba preso por Bowser. Com seu exército de Koopas, o vilão quer dominar todos os reinos, especialmente o de Peach. Para impedi-lo, a princesa se une a Mario e Toad e vai em busca de ajuda no Reino dos Gorilas, onde estão os maiores e mais fortes guerreiros.


Para quem jogou Mario, a história não tem nenhuma novidade. Mas quando colocada numa tela grande, especialmente em Imax, ela fica muito especial. Como se a plateia estivesse jogando Mario Kart ou outro videogame do herói. Uma viagem ao passado.

A trilha sonora é bem variada e adequada a cada momento completa a ação. Claro que as músicas e sons oficiais dos games estão lá, mas temos também A-Ha e AC/DC.


Na versão original, as vozes dos dubladores são tão famosas quanto seus personagens: Chris Pratt (Mario), Jack Black (Bowser), Anna Taylor-Joy (Princesa Peach), Charlie Day (Luigi), Seth Rogen (Donkey Kong) e Keegan-Michael Key (Toad).

Mas o elenco de dubladores brasileiros supera as vozes originais e encantou fãs e produtores. Raphael Rossatto faz a voz de Mario; Carina Eiras é Peach; Manolo Rey (Luigi); Marcio Dondi (Bowser); Eduardo Drummond (Toad); Pedro Azevedo (Donkey Kong); Leo Rabelo (Rei Cranky Kong) e Rodrigo Oliveira (o mágico Kamek).


Se já não bastasse a dublagem, ainda temos cenários perfeitos, como um grande game, seguindo fiel as artes da Nintendo. O diretor ainda insere personagens conhecidos de outros games, como Donkey Kong. E ainda brinca com easter eggs e referências a séries como "Round 6". 

É ação do início ao fim, com muita aventura e diálogos divertidos. Imperdível para quem curte videogames e também quer um bom programa em família ou com amigos. Agora é esperar a continuação, anunciada nas duas cenas pós-créditos. 


Ficha técnica:
Direção: Aaron Horvath e Michael Jelenic
Produção: Nintendo, Illumination Entertainment, Universal Pictures
Distribuição: Universal Pictures Brasil
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h32
Classificação: livre
País: EUA
Gêneros: animação, família, aventura, comédia, ação