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15 março 2024

Perturbador, "Zona de Interesse" usa o som como protagonista para retratar a banalização do sofrimento

A trama gira em torno da família Höss, que vive com indiferença em uma casa ao lado do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia (Fotos: A24/Divulgação)


Maristela Bretas


"Zona de Interesse (““The Zone of Interest”), vencedor do Oscar 2024 de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Som, é um filme que prende do início ao fim, não pela ação, mas pelo horror silencioso e banalizado que se desenrola diante dos nossos olhos. 

A trama gira em torno da família Höss, que vive em uma casa ao lado do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia. O patriarca, Rudolf Höss (interpretado por Christian Friedel), é o comandante do local, um homem frio e calculista que comanda tudo e a todos com punho de ferro.

O que torna o longa tão perturbador é a maneira como retrata a banalização do horror. A família Höss leva uma vida normal, com seus afazeres domésticos, brigas e momentos de lazer à beira do rio ou da piscina no bucólico jardim da residência. 


A mãe, Hedwig Höss, é interpretada por Sandra Hüller, que arrasa também em outro vencedor do Oscar, "Anatomia de Uma Queda". Ela demonstra total indiferença ao sofrimento alheio, tratando a situação com frieza e desumanização, a ponto de usar roupas caras tomadas de famílias ricas judias que seriam exterminadas.

Os sons dos gritos, tiros e da fumaça das torres de incineração são apenas um pano de fundo para suas vidas. Mas são esses sons do horror que incomodam e causam mal-estar ao espectador. Não há nenhuma cena explícita, apenas o ruído macabro da morte e do sofrimento. Esta parte técnica foi muito bem trabalhada e mereceu o prêmio de Melhor Som no Oscar 2024.


Em meio à apatia e ao silêncio cúmplice, dois personagens se destacam: o filho caçula e a avó. O menino demonstra repulsa ao que está acontecendo, mas teme ser repreendido por ter tais sentimentos. Enquanto a avó que está visitando a filha, com sua sabedoria e experiência, tenta conscientizar a família sobre a crueldade dos atos praticados no vizinho ao lado.

O filme é sustentado por atuações memoráveis de todo o elenco. Christian Friedel transmite a frieza e a crueldade de Rudolf Höss com maestria, enquanto Sandra Hüller é impecável ao interpretar a indiferença e a hipocrisia de Hedwig Höss.


A produção, feita no Reino Unido, é um retrato implacável da indiferença humana diante do sofrimento alheio e não é fácil de assistir. O diretor e também roteirista Jonathan Glazer fez um trabalho meticuloso ao criar uma atmosfera claustrofóbica e angustiante. 

Utilizou-se de uma trilha sonora minimalista, composta pela britânica Mica Levi, e de uma cinematografia impecável na reprodução de detalhes, como a da casa onde viveu a família Höss ao lado do campo de extermínio.

Entre os pontos fortes temos as atuações impecáveis de Sandra Hüller e Christian Friedel, a direção meticulosa de Jonathan Glazer, a atmosfera claustrofóbica e angustiante (apesar de tudo) e a abordagem de um tema importante e necessário que voltou a ser atual. O ritmo lento em alguns momentos pode incomodar pessoas mais sensíveis.


Em entrevista à imprensa internacional, Glazer afirmou que se tratava de "um filme feito a partir de um profundo sentimento de raiva. Eu não estava interessado em fazer uma peça de museu. Não queria que as pessoas tivessem a distância segura do passado e saíssem sem se incomodar com o que vissem. Eu queria dizer não, não, não – deveríamos nos sentir profundamente inseguros em relação a esse tipo de horror primordial que está por trás de tudo."

"Zona de Interesse" é poderoso e perturbador, que nos faz confrontar a indiferença humana diante do sofrimento alheio. É um filme necessário, que nos faz refletir sobre a banalização do mal e a importância de nunca esquecermos os horrores do passado. Mas também nos convida a buscar a justiça e a compaixão em um mundo cada vez mais insensível.


Ficha técnica
Direção e roteiro: Jonathan Glazer
Produção: A24
Distribuição: Diamond Films
Exibição: no Cineart Ponteio e Cinemark Pátio Savassi; a partir de 31/03, no canal de streaming Prime Video
Duração: 1h46
Classificação: 12 anos
Países: Reino Unido, Polônia e EUA
Gêneros: drama, guerra

11 março 2024

"Oppenheimer" vence como Melhor Filme e conquista outras seis estatuetas do Oscar

Filme que conta a história do pai da bomba atômica já havia conquistado cinco Globos de Ouro, sete Bafta, oito Critics'Choice Awards e várias outras premiações internacionais (Foto: Universal Pictures)

Maristela Bretas


"Oppenheimer", como era previsto, foi o grande vencedor da 96ª edição do Oscar, realizada neste domingo no Dolby Theatre, em Los Angeles. Das 13 indicações, o longa, dirigido por Christopher Nolan, ficou com sete premiações, incluindo a principal de Melhor Filme, além de Melhor Diretor, Melhor Ator (Cillian Murphy), Melhor Ator Coadjuvante (Robert Downey Jr.), Melhor Fotografia, Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Montagem.

"Oppenheimer", que conta a história do pai da bomba atômica, já havia conquistado cinco Globo de Ouro (dois nas mesmas categorias), sete Bafta, oito Critics'Choice Awards, além de outros prêmios internacionais em várias categorias. "Pobres Criaturas", que estava com 11 indicações, ficou com quatro estatuetas, seguido por "Zona de Interesse", com duas.

"Os Rejeitados" (Foto: Universal Pictures)

A cerimônia, que teve duração de mais de três horas, foi apresentada novamente pelo comediante a apresentador Jimmy Kimmel, como ocorreu em 2023 e nos anos de 2017 e 2018. O primeiro prêmio anunciado foi de Melhor Atriz Coadjuvante, entregue a Da’Vine Joy Randolph por sua atuação em "Os Rejeitados". 

Na sequência, Chris Hemsworth e Anya Taylor-Joy anunciaram "O Menino e a Garça" como Melhor Animação. Na categoria de Melhor Curta de Animação, venceu "War Is Over!". Melissa McCarthy e Octavia Spencer entregaram as estatuetas para os vencedores de Melhor Roteiro Original, que ficou para "Anatomia de uma Queda", e Melhor Roteiro Adaptado, para "Ficção Americana".

"O Menino e a Garça" (Foto: Studio Ghibli)

Michael Keaton e Kathleen O'Hara, que retornam este ano em "Beetlejuice 2", anunciaram os vencedores de Melhor Maquiagem e Penteado e Direção de Arte. "Pobres Criaturas" faturou os dois prêmios. Na sequência, o diretor do filme também recebeu das mãos de John Cena, que entrou no palco inicialmente pelado e depois enrolado numa cortina rosa, a estatueta de Melhor Figurino.

"Zona de Interesse", do Reino Unido, venceu como Melhor Filme Internacional. Na sequência, Emily Blunt, de "Oppenheimer" e Ryan Grosling, de "Barbie". fizeram uma homenagem aos dublês de Hollywood.

"Pobres Criaturas" (Foto: Searchlight Pictures)

Como na premiação feminina, a categoria de Melhor Ator Coadjuvante também foi anunciada por cinco vencedores de premiações passadas. O vencedor, como já era esperado, foi Robert Downey Jr., por sua atuação em "Oppenheimer".

Anos depois os "Irmãos Gêmeos" (1988), Arnold Schwarzenegger e Danny de Vito lembraram os bons tempos como inimigos do Batman - Sr. Freeze e Pinguim. A dupla também anunciou o vencedor de Melhores Efeitos Visuais e entregou o prêmio aos diretores do longa japonês "Godzilla Minus One". 

Oppenheimer (Foto: Universal Pictures) 

Kate Macannon e America Ferrera, do elenco de "Barbie", entregaram os prêmios de Melhor Documentário em Curta-Metragem para "A Última Loja de Consertos" e de Melhor Documentário em Longa-Metragem para "20 Days in Mariupol". 

O diretor e jornalista ucraniano Mstyslav Chernov, em seu discurso fez um protesto e afirmou que "preferia ter trocado o prêmio por não ter sua cidade atacada pela Rússia. E que as pessoas de Mariupol nunca sejam esquecidas". Ele foi aplaudido de pé pelas pessoas na plateia.

Zendaya apresentou o prêmio de Melhor Fotografia, vencido por Hoyte van Hoytema por "Oppenheimer". Já a estatueta de melhor Curta-Metragem ficou para "A Incrível História de Henry Sugar", de Wes Anderson. 

Um momento descontraído foi a performance de Ryan Gosling subindo ao palco, todo de rosa, para cantar a música “I’m Just Ken”, de Mark Ronson and Andrew Wyatt, feita para seu personagem Ken, no filme "Barbie”. 

Logo depois, foram entregues as estatuetas de Melhor Trilha Sonora Original para Ludwig Göransson, pelo trabalho em "Oppenheimer" e de Melhor Canção Original para “What Was I Made For?”, composta por Billie Eilish e Finneas o'Connell especialmente para "Barbie”.

Barbie (Foto: Warner Bros. Pictures)

Na reta final da premiação, Cillian Murphy ficou com a estatueta de Melhor Ator por seu protagonismo em "Oppenheimer". Steven Spielberg, comemorando 50 anos do filme "A Lista de Schindler" (1993) anunciou o ganhador de Melhor Direção e entregou o Oscar para Christopher Nolan por "Oppenheimer".

Encerrando a cerimônia do Oscar 2024, o prêmio de Melhor Atriz ficou para Emma Stone, por seu papel em "Pobres Criaturas". Na sequência, Al Pacino foi chamado em homenagem aos 50 anos de "O Poderoso Chefão 2" (1974). Após ser aplaudido de pé, entregou o Oscar de Melhor Filme para "Oppenheimer".

Subiram também ao palco para anunciar os vencedores das categorias Jamie Lee Curtis, Lupita Nyong'o, Ke Huy Quan, Mahershala Ali, Sam Rockwell, Dwayne Johnson, Jennifer Lawrence, Nicolas Cage, Michelle Yeoh, Brendan Fraser, Michelle Pfeiffer, Charlize Theron, Jessica Lange, Sally Field, Ben Kingsley e Matthew McConaughey.

Confira a lista dos vencedores do Oscar 2024

MELHOR FILME
Oppenheimer

MELHOR ATRIZ
Emma Stone – Pobres Criaturas

MELHOR ATOR
Cillian Murphy – Oppenheimer

MELHOR DIREÇÃO
Christopher Nolan – Oppenheimer

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Robert Downey Jr. – Oppenheimer

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Da’Vine Joy Randolph – Os Rejeitados

Anatomia de uma Queda (Foto: Diamond Films)

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Anatomia de uma Queda

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Ficção Americana

MELHOR FILME INTERNACIONAL
Zona de Interesse – Reino Unido

MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO
O Menino e a Garça


Ficção Americana (Foto: Prime Vídeo)

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
“What Was I Made For?” - Billie Eilish and Finneas o'Connell (“Barbie”)

MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL
Ludwig Göransson – "Oppenheimer"

MELHOR FIGURINO
Holly Waddington – "Pobres Criaturas"

MELHOR MAQUIAGEM E PENTEADO
Pobres Criaturas


Godzilla Minus One (Foto: Sato Company)

MELHOR FOTOGRAFIA
Hoyte van Hoytema – "Oppenheimer"

MELHORES EFEITOS VISUAIS

Godzilla Minus One

MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO
War Is Over!

MELHOR CURTA-METRAGEM EM LIVE-ACTION
A Incrível História de Henry Sugar, de Wes Anderson


Zona de Interesse (Foto: A24 Films)

MELHOR SOM
Zona de Interesse

MELHOR DOCUMENTÁRIO EM LONGA-METRAGEM
"20 Days in Mariupol"

MELHOR DOCUMENTÁRIO EM CURTA-METRAGEM
A Última Loja de Consertos

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
Pobres Criaturas

MELHOR MONTAGEM
Oppenheimer



29 fevereiro 2024

Filme “Eu, Capitão” expõe drama de refugiados de maneira condescendente

Seydou Sarr e Moustapha Fall dão vida a Seydou e Moussa, dois primos senegaleses que são os protagonistas desta história (Fotos: Pandora Filmes)


Eduardo Jr.


Com a bagagem de 11 prêmios conquistados no Festival de Veneza, chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (29), o filme “Eu, Capitão”. Com distribuição da Pandora Filmes, o longa do diretor italiano Matteo Garrone ("Gomorra", 2008) conta a história de dois adolescentes que sonham em sair da África e viver na Europa. 

Embora seja um assunto já saturado pelos telejornais, o longa conseguiu um feito: está entre os indicados ao Oscar 2024 de Melhor Filme Internacional. 

Parte dessa conquista se deve aos protagonistas. Seydou Sarr e Moustapha Fall dão vida a Seydou e Moussa, primos senegaleses que nos convidam - com muita expressividade - a embarcar nessa viagem. 


Os jovens trabalham escondido para juntar dinheiro e custear a viagem clandestina rumo à Europa. Como todo adolescente, eles ignoram a mensagem do velho curandeiro (que mais parece um alerta) para olharem para seus antepassados. 

A história mostra de forma clara (ou seria na pele clara?) que o velho continente não quer abrir espaço para eles ou seus sonhos. Mas eles partem assim mesmo. 

Ao abordar a crise dos refugiados e exibir um passo a passo da travessia clandestina, fica claro que a violência, o desespero e a volta por cima marcarão presença no filme. O problema é que a obra não se detém no "por que" ou no "quem ganha com isso" ao expor as peças de uma engrenagem de exclusão, ou a exploração que alguns negros praticam contra outros negros. 


As camisas de grandes times de futebol europeu estão lá no figurino, mas o que esses clubes têm com isso ou o que fazem para aplacar a dor daqueles migrantes? Essa pergunta parece não interessar ao diretor, que se apoia em uma dura e triste realidade para contar uma história, mas a vende como ficção ao ignorar questões importantes. 

O diretor revelou, em uma entrevista de divulgação, que ouviu a história de um garoto de 15 anos que pilotou sozinho um barco de refugiados a caminho da costa italiana, salvando todos os passageiros.  


O longa consegue transmitir a ideia de uma saga. Os adolescentes viajam de ônibus, caminhão-baú, embarcam numa caminhonete, e atravessam o deserto a pé. Só isso já seria suficiente para mostrar que a travessia é longa e sofrida, mas as cenas no deserto, por mais bonitas que possam ser, não livram o espectador de um certo cansaço. 

A compensação vem de algumas construções, que flertam com o onírico, com a poética mitologia local, e da mensagem de que tudo o que essas pessoas têm, são uns aos outros, simbolizada na rede de apoio criada para que possam se ajudar quando longe da terra mãe. Destaque para a cena do anjo na prisão. 


Como o título sugere, o capitão vai pilotar o barco de refugiados. E é de se esperar sucesso na missão. Claro, a viagem não será um mar de rosas. Mas o longa cumpre seu papel de entregar uma saga (mesmo vendendo a ideia de que chegar a um país estrangeiro sem nada é uma vitória). 

Além do desafio da travessia, o longa também terá outro caminho difícil: desbancar os correntes ao Oscar na mesma categoria. “Eu, Capitão” concorre com “A Sociedade da Neve”, “Dias Perfeitos”, “A Sala dos Professores” e “Zona de Interesse”. A cerimônia de entrega da estatueta dourada acontecerá em Los Angeles, no dia 10 de março. 


Ficha Técnica:
Direção:
Matteo Garrone
Distribuição: Pandora Filmes
Exibição: no Cineart Ponteio e no Centro Cultural Unimed-Minas
Duração: 2h01
Classificação: 14 anos
Países: Itália, Bélgica, França
Gêneros: drama, suspense, guerra

13 março 2023

Oscar 2023 - "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo" leva sete estatuetas

(Divulgação)


Maristela Bretas


"Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo" ("Everything Everywhere All at Once") foi o grande vencedor da 95ª edição do Oscar como Melhor Filme.

Com sete estatuetas conquistadas das 11 indicações recebidas, a obra mistura comédia, multiversos e relacionamentos familiares de uma imigrante chinesa, interpretada por Michelle Yeoh.

Além de Melhor Filme, a obra levou os prêmios de Melhor Direção, Atriz, Ator e Atriz Coadjuvantes, Montagem e Roteiro Original.

A produção vencedora, dirigida por Daniel Scheinert e Daniel Kwan, foi anunciada por Harrison Ford, que abriu falando sobre a importância da volta ao cinema.

"Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo"
(Crédito: A24)

A cerimônia de entrega dos Academy Awards ocorreu no Teatro Dolby, em Los Angeles, na Califórnia, e contou, pela terceira vez, com apresentação de Jimmy Kimmel.

Ele desceu de paraquedas no palco, após uma montagem em que ele se ejeta do avião de Tom Cruise, em "Top Gun - Maverick".

Outra boa surpresa da noite foi a conquista de quatro estatuetas pela produção alemã "Nada de Novo no Front”.

"Nada de Novo no Front” (Crédito: Netflix)

Confirmando as apostas, Jessica Chastain e Halle Berry anunciaram Brendan Fraser como vencedor do prêmio de Melhor Ator por "A Baleia". Muito emocionado, ele agradeceu a oportunidade que ajudou a salvar sua vida, depois de um período difícil.

Elas também anunciaram a categoria de Melhor Atriz, prêmio entregue a Michelle Yeoh por "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo". Ela é a primeira atriz asiática a ganhar um Oscar e ofereceu o prêmio à mãe, de 84 anos, que mora na Malásia, e à família, em Hong Kong.

Brendan Fraser - "A Baleia" (Crédito: Califórnia Filmes)

Premiação

O primeiro prêmio entregue na noite foi para Melhor Animação, que ficou para "Pinóquio", de Guillermo del Toro, confirmando a preferência da produção.

Para Melhor Ator Coadjuvante, Ke Huy Quan, iniciado no cinema com produções como "Os Goonies" (1985) e "Indiana Jones - A Última Cruzada" (1989) abriu as premiações para "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo".

O filme levou, na sequência, sua segunda estatueta, com a escolha de Jamie Lee Curtis como Melhor Atriz Coadjuvante. Ela agradeceu à família e disse que o prêmio é de toda a equipe. Este é o primeiro Oscar da atriz.

Jamie Lee Curtis "Tudo em Todo o Lugar
ao Mesmo Tempo" (Crédito: A24)

Curiosidades

Um momento emocionante da cerimônia foi o Parabéns para você entoado por toda a equipe e platéia ao ator de "An Irish Goodbye", filme que ficou com a estatueta de Melhor Curta-Metragem.

Jennifer Connelly e Samuel L. Jackson apresentaram o vencedor da categoria de Melhor Cabelo e Maquiagem, agradecendo aos profissionais que sempre ajudaram os atores a entrarem em seus papéis. "A Baleia" levou a estatueta, segunda da produção.

Jimmy Kimmel voltou ao palco trazendo Jenny, a burrinha do filme "Os Banshees de Inisherin". Apesar do sucesso com o público presente, não ajudou o filme a conquistar premiações.

"Avatar: O Caminho da Água"
(Crédito: 20th Century Studios)

Elizabeth Banks e o urso do filme "O Urso do Pó Branco" apresentaram "Avatar: O Caminho da Água" como vencedor de Melhores Efeitos Visuais.  

E foi a dançante "Naatu Naatu" (do indiano "RRR") , composta por M. M. Keeravani, a escolhida como Melhor Canção Original. Ela superou "Hold My Hand", do filme "Top Gun: Maverick", interpretada por Lady Gaga, e "Lift Me Up", música-tema de "Pantera Negra: Wakanda Para Sempre", cantada por Rihanna.

Vencedores da 95ª edição do Oscar:

MELHOR FILME
- Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo (em exibição no Prime Vídeo)

MELHOR DIREÇÃO
- Daniel Kwan & Daniel Scheinert, por "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo"

Michelle Yeoh - "Tudo em Todo o Lugar
ao Mesmo Tempo" (Crédito: A24)

MELHOR ATOR
- Brendan Fraser, por "A Baleia" (em exibição nos cinemas)

MELHOR ATRIZ
- Michelle Yeoh, por "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo"

MELHOR ATOR COADJUVANTE
- Ke Huy Quan, por "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo"

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
- Jamie Lee Curtis, por "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo"

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
- Daniel Kwan & Daniel Scheinert, por "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo"

"Entre Mulheres" (Crédito: Orion Releasing)

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
- Sarah Polley, por "Entre Mulheres" (em exibição nos cinemas)

MELHOR FOTOGRAFIA
- James Friend, por "Nada de Novo no Front" (em exibição na Netflix)

MELHOR TRILHA SONORA
- Volker Bertelmann, por "Nada de Novo no Front"

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
- M. M. Keeravani - "Naatu Naatu" (de 'RRR")

MELHOR EDIÇÃO/MONTAGEM
- Paul Rogers, por "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo"

"Pantera Negra: Wakanda Para Sempre"
(Crédito: Disney)

MELHOR FIGURINO
- Ruth E. Carter, por "Pantera Negra: Wakanda Para Sempre" (em exibição no Disney+)

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
- Nada de Novo no Front

MELHOR CABELO & MAQUIAGEM
- A Baleia

MELHOR SOM
- Top Gun: Maverick (em exibição no Telecine e Paramount+)

"Top Gun: Maverick" (Crédito: Paramount Pictures)

MELHORES EFEITOS VISUAIS

MELHOR ANIMAÇÃO EM LONGA METRAGEM
- Pinóquio, de Guillermo Del Toro (em exibição na Netflix)

MELHOR ANIMAÇÃO EM CURTA METRAGEM
- "O Menino, a Toupeira, a Raposa e o Cavalo" (em exibição na AppleTV+)

MELHOR CURTA METRAGEM EM LIVE-ACTION
- An Irish Goodbye

"Nada de Novo no Front" (Crédito: Netflix)

MELHOR FILME INTERNACIONAL
- Nada de Novo no Front (Alemanha)

MELHOR DOCUMENTÁRIO EM LONGA METRAGEM
- Navalny

MELHOR DOCUMENTÁRIO EM CURTA-METRAGEM
- "Como Cuidar de um Bebê Elefante" (em exibição na Netflix)

25 fevereiro 2019

#Oscar2019 - "Green Book: O Guia" é o Melhor Filme, mas "Bohemian Rhapsody" lidera em estatuetas

Produção dirigida por Peter Farrelly foi a grande vencedora (Foto: Diamond Films Brasil/Divulgação)

 

Maristela Bretas


"Green Book: O Guia" foi escolhido o Melhor Filme do #Oscar2019, que terminou no início da madrugada desta segunda-feira no Teatro Dolby, em Los Angeles. Coube à premiada Julia Roberts anunciar o vencedor na 91ª edição. A cerimônia, promovida pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, pela primeira vez em 30 anos, não teve um mestre de cerimônias uma vez o anfitrião Kevin Hart foi retirado da função após denúncias de tuítes homofóbicos postados por ele. Também provocou polêmica o cancelamento da categoria Melhor Filme Popular.

Dirigido e roteirizado por Peter Farrelly, "Green Book: O Guia", além da maior premiação, conquistou também as estatuetas de Melhor Ator Coadjuvante, entregue por Daniel Craig e Charlize Theron a Mahershala Ali, a quarta e mais importante das recebidas por ele em todas as premiações a que foi indicado neste ano. Além de Melhor Roteiro Original para Peter Farrelly, Nick Vallelonga e Brian Currie, prêmio entregue por Samuel L. Jackson e Brie Larson, a dupla de "Capitã Marvel" que estreia dia 8 de março.

A cerimônia do Oscar 2019 começou com uma apresentação do cantor Adam Lambert acompanhado pelos integrantes do Queen interpretando sucessos da banda e um telão projetando a imagem de Freddie Mercury. A plateia aplaudiu de pé. E foi "Bohemian Rhapsody" a agradável surpresa da noite faturando cinco estatuetas, quatro delas na parte técnica - Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som, Melhor Edição e Melhor Montagem. Além de Melhor Ator, para Rami Malek por sua interpretação do vocalista e compositor Freddie Mercury. Ele agradeceu a Brian May e Roger Taylor, que estavam presentes na cerimônia, pela oportunidade de fazer uma pequena parte do legado do Queen.

Das mãos do amigo e também diretor Guillermo Del Toro, Alfonso Cuarón recebeu a premiação de Melhor Diretor por "Roma". A produção mexicana também faturou as categorias de Melhor Fotografia e Melhor Filme Estrangeiro, esta última anunciada por Angela Basset e Javier Bardem. O longa mexicano, uma produção da Netflix, foi o primeiro na plataforma de streaming a disputar o Oscar.

A primeira estatueta anunciada na noite foi de Melhor Atriz Coadjuvante, conquistada por Regina King "(Se a Rua Beale Falasse"), como já era esperado, que agradeceu muito emocionada a mãe que estava na plateia. Jason Mamoa e Helen Mirren, ambos de roupas cor de rosa, entregaram a "Free Solo" o prêmio de Melhor Documentário. "Pantera Negra" também saiu vencedor em três categorias - de Melhor Figurino, para a qual era o mais cotado, Melhor Design de Produção e Melhor Trilha Sonora. "Vice", uma das grandes apostas do #Oscar2019, ficou com apenas um prêmio, o de Melhor Maquiagem.

Duas comemorações marcaram a entrega do Oscar: a primeira de Spike Lee que subiu ao palco para receber o prêmio de Melhor Roteiro Adaptado por "Infiltrado na Klan". Ele contou a trajetória de sua família e de seus ancestrais que vieram da África. E terminou pedindo para que "todos façam a coisa certa". E a de Olivia Colman, consagrada Melhor Atriz por seu papel em "A Favorita". Ela já havia conquistado o Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz em Comédia ou Musical.

Outra confirmação da noite foi "Shallow" (da trilha musical de "Nasce Uma Estrela") como Melhor Canção Original. Lady Gaga recebeu a estatueta novamente muito emocionada. Agradeceu a todos, em especial a Bradley Cooper, a quem elogiou afirmando que não poderia ser outra pessoa para gravar a música com ela.

"Homem-Aranha no Aranhaverso" foi escolhido Melhor Animação, enquanto "Bao" levou a premiação de Melhor Curta de Animação. Já "Absorvendo o Tabu" ficou com a estatueta de Melhor Documentário em Curta-Metragem, "O Primeiro Homem" conquistou Melhores Efeitos Visuais e "Skin" foi o Melhor Curta-Metragem.

Confira os vencedores do #Oscars2019. Clique nos links para ler as críticas da turma do Cinema no Escurinho

Melhor Filme - "Green Book: O Guia"
Melhor Diretor - Alfonso Cuarón ("Roma") >>>>
Melhor Ator - Rami Malek ("Bohemian Rhapsody')
Melhor Atriz - Olivia Colman ("A Favorita")
Melhor Ator Coadjuvante - Mahershala Ali ("Green Book: O Guia")
Melhor Atriz Coadjuvante - Regina King ("Se A Rua Beale Falasse")
Melhor Filme de Língua Estrangeira - "Roma" (México)
Melhor Roteiro Original - "Green Book: O Guia"
<<<<<<<<<<<< Melhor Roteiro Adaptado - "Infiltrado na Klan"
Melhor Animação - "Homem-Aranha no Aranhaverso"
Melhor Fotografia - "Roma"
Melhor Maquiagem - "Vice"
Melhor Canção Original - "Shallow" ("Nasce Uma Estrela")
Melhor Design de Produção - "Pantera Negra"
Melhores Efeitos Visuais - "O Primeiro Homem"
Melhor Figurino - "Pantera Negra"
Melhor Edição - "Bohemian Rhapsody"
Melhor Trilha Sonora - "Pantera Negra" >>>>
Melhor Curta de Animação - "Bao"
Melhor Curta-Metragem - "Skin"
Melhor Edição de Som - "Bohemian Rhapsody"
Melhor Mixagem de Som - "Bohemian Rhapsody"
Melhor Documentário - "Free Solo"
Melhor Documentário em Curta-Metragem - "Absorvendo o Tabu"
Melhor Montagem - "Bohemian Rhapsody"
Melhor Design de Produção - "Pantera Negra"



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