Mostrando postagens com marcador #Oscars. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador #Oscars. Mostrar todas as postagens

03 março 2025

Deu Brasil! "Ainda Estou Aqui" ganha o Oscar de Melhor Filme Internacional

Filme de Walter Salles conquistou a estatueta pela primeira vez para o Brasil e tem Fernanda Torres e
Selton Mello no elenco (Montagem sobre foto de Alile Dara Onawales)


Maristela Bretas


Brasil, Brasil, Brasil. E não é com "Z", mas com "S". "Ainda Estou Aqui" conquista seu primeiro Oscar e é eleito "Melhor Filme Internacional" na 97ª edição. A atriz Penélope Cruz entregou a estatueta ao diretor Walter Salles, que a dedicou a Eunice Paiva e Fernanda Torres, que a interpretou na produção.

"Ainda Estou Aqui" concorreu também nas categorias de Melhor Filme e Melhor Atriz, com Fernanda Torres. A obra já levou mais de 5 milhões de pessoas aos cinemas e concorreu com “Emilia Pérez” (França), “Flow” (Letônia), “A Garota da Agulha” (Dinamarca) e “A Semente do Fruto Sagrado” (Alemanha).

"Ainda Estou Aqui" (Foto: Alile Dara Onawales)

O filme brasileiro é baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, filho de Eunice e Rubens Paiva. Ele trata da força da mãe em assumir a liderança da família de cinco filhos e sua resistência para lutar em busca de informações sobre o marido (interpretado por Selton Mello), levado pelas forças da Ditadura Militar dos anos 1970 e que nunca foi encontrado.

Pouco antes da cerimônia, no Tapete Vermelho, Fernanda Torres, que ganhou o Globo de Ouro de Melhor Atriz de Drama, agradeceu o apoio dos brasileiros e elogiou Eunice Paiva e Walter Salles. Ela disse que "o Brasil é um país muito afetuoso e no filme de Walter Salles as pessoas são tocadas". 

Walter Salles também falou que "Ainda Estou Aqui" é uma celebração da cultura brasileira e que estava muito honrado em representar esse Brasil que vale a pena.


A cerimônia do Oscar

O Oscar 2025 foi realizado nesse domingo de carnaval, diretamente do Teatro Dolby, em Los Angeles, na Califórnia. A cerimônia foi aberta com uma bela montagem de antigos e novos filmes vencedores da premiação. 

Ariana Grande interpretou "Somewhere Over the Rainbow", tema de "O Mágico de Oz", e Cynthia Erivo cantou "Home". A dupla encerrou as performances musicais com "Defying Gravity", da trilha sonora de "Wicked", e foi aplaudida de pé.

"Wicked" (Fotos: Universal Pictures)

Utilizando imagens do filme "A Substância", o comediante nada engraçado Conan O'Brien foi o apresentador da solenidade pela primeira vez. Ele chamou Robert Downey Jr. para anunciar o primeiro vencedor, Kieran Culkin, como Melhor Ator Coadjuvante pelo filme "A Verdadeira Dor'.

Goldie Hawn e Andy Garfiled anunciaram o Melhor Filme de Animação e, como era esperado, a estatueta saiu para "Flow", produzido na Letônia. Também entregaram o prêmio de Melhor Curta-Metragem em Animação para o iraniano "In the Shadow of the Cypress".

A estatueta de Melhor Figurino saiu para Paul Tazewell, do filme "Wicked", que agradeceu pela honra de ser o primeiro figurinista negro a receber este prêmio na categoria.

"Flow" (Foto: Sacrebleau Productions)

Halle Berry anunciou os homenageados de Hollywood deste ano - os produtores Barbara Broccoli e Michael G. Wilson -, responsáveis pela franquia 007. 

Foi apresentada uma coletânea dos 62 anos de filmes do espião James Bond, além de performances das trilhas sonoras com diversas cantoras. Em toda a sua trajetória, o famoso espião com licença para matar foi vivido por sete atores diferentes e conquistou seis Oscars. 

Mike Jagger foi uma das surpresas da noite, subindo ao palco para anunciar "El Mal", da trilha sonora de "Emilia Pérez" como Melhor Canção Original. 

"Duna: Parte 2" (Foto: Warner Bros. Pictures)

Representantes do Corpo de Bombeiros de Los Angeles também foram chamados e aplaudidos de pé numa homenagem da Academia por seu trabalho no combate aos incêndios que atingiram a cidade em janeiro deste ano.

"Duna: Parte 2" confirmou as apostas que davam como certa sua vitória em duas categorias técnicas, como Melhor Som e Melhores Efeitos Visuais.

Morgan Freeman apresentou o quadro In Memorian, que relembrou nomes de astros, diretores e pessoas do cinema que faleceram em 2024 e 2025. Como o de seu grande amigo Gene Hackman, falecido na semana passada, além de Maggie Smith, Kris Kristofferson, Louis Gosset Jr., Gena Rowland, James Earl Jones, David Linch, entre outros.

"Anora" (Foto: Universal Pictures)

Outro homenageado da noite, desta vez por Oprah Winfrey e Woopy Goldberg, foi o produtor musical, compositor, empresário e maestro Quincy Jones. Coube a Queen Latifah a interpretação de "Ease On Down the Road", uma das composições de Jones. 

Quentin Tarantino anunciou o Melhor Diretor, entregando a estatueta a Sean Baker por "Anora". A duplamente vencedora do Oscar, Emma Stone, anunciou Mikey Madison como Melhor Atriz em "Anora". O filme também conquistou a maior categoria do Oscar, vencendo como Melhor Filme.

Confira a lista dos vencedores

Melhor Filme: "Anora"
Melhor Filme Internacional: "Ainda Estou Aqui" (Brasil)
Melhor Direção: Sean Baker - "Anora"
Melhor Atriz: Mikey Madison - "Anora"
Melhor Ator: Adrien Brody - "O Brutalista"

"Emilla Pérez" (Foto: Paris Filmes)

Melhor Atriz Coadjuvante: Zoe Saldaña - "Emilia Pérez"
Melhor Ator Coadjuvante: Kieran Culkin - "A Verdadeira Dor"
Melhor Roteiro Original: "Anora"
Melhor Roteiro Adaptado: "Conclave"
Melhor Montagem: "Anora"
Melhor Figurino: Paul Tazewell - "Wicked"
Melhor Maquiagem e Cabelo: "A Substância"
Melhor Trilha Sonora Original: "O Brutalista"

"A Substância" (Foto: Universal Pictures)

Melhor Canção Original: "El Mal" - "Emilia Pérez"
Melhor Animação: "Flow"
Melhor Design de Produção: "Wicked"
Melhor Som: "Duna: Parte 2"
Melhores Efeitos Visuais: "Duna: Parte 2"
Melhor Fotografia: "O Brutalista"
Melhor Documentário: "No Other Land"
Melhor Documentário em Curta-Metragem: "A Única Mulher na Orquestra"
Melhor Curta-Metragem: "I'm Not a Robot" (Irlanda)
Melhor Curta-Metragem Animado: "In the Shadow of the Cypress"


"O Brutalista" (Foto: Universal Pictures)

19 fevereiro 2025

"A Garota da Agulha" - um conto sombrio sobre maternidade pós-guerra

Victoria Carmen Sonne entrega uma destacada atuação, ressaltada pela fotografia em preto e branco
(Fotos: Mubi/Divulgação)


Marcos Tadeu
Parceiro do blog Jornalista de Cinema


Representante dinamarquês na corrida pelo Oscar 2025 de Melhor Filme Internacional, "A Garota da Agulha" ("Pigen Med Nålen") chegou à plataforma Mubi no dia 24 de janeiro. Dirigido por Magnus Von Horn, o longa é um conto sombrio e cruel sobre maternidade após os eventos da Segunda Guerra Mundial.

A história acompanha Karoline (Victoria Carmen Sonne), uma jovem operária que enfrenta a pobreza e uma gravidez indesejada na Copenhague pós-guerra. Desesperada, cruza o caminho de Dagmar (Trine Dyrholm), dona de uma loja de doces que, secretamente, mantém uma agência de adoção para mães em dificuldade.


O primeiro destaque do filme é a atuação de Victoria Carmen Sonne. Ela entrega uma protagonista sofrida, mas batalhadora. Mesmo em condições desfavoráveis, Karoline se descobre mãe, mas rejeita o filho ao ser abandonada pelo parceiro, que tinha condições de assumir a criança. 

Ser mulher já é difícil; em tempos de guerra, o peso se torna ainda maior. A ajuda vem por meio de Dagmar, uma senhora que cuida de crianças, mas também as usa em atividades ilícitas. Sem casa e sem abrigo, Karoline troca seu leite materno por um teto, desenvolvendo uma relação complexa com a senhoria.


Outro ponto forte do filme são os aspectos técnicos. A fotografia em preto e branco de Michał Dymek cria um contraste perfeito com a atmosfera sombria da história, elevando ainda mais a jornada de Karoline. 

A montagem de Agnieszka Glinska dá ritmo ao filme sem torná-lo cansativo, tornando a trajetória da protagonista cada vez mais instigante. O design de produção também merece destaque: as casas, os cenários e toda a ambientação são impecáveis, graças ao trabalho de Jagna Dobesz.

Talvez o único ponto que deixa a desejar seja a falta de aprofundamento na história de Dagmar. Embora isso não prejudique a narrativa, mais informações sobre essa figura dúbia poderiam enriquecer o enredo.


No centro do filme estão a maternidade e seu lado sombrio, além do impacto da guerra e como ela transforma as pessoas — para o bem ou para o mal. Esse é, sem dúvida, um dos grandes acertos do diretor, que conduz a trama com precisão.

"A Garota da Agulha" vale a pena ser conferido, não apenas por sua indicação ao Oscar, mas também por provocar reflexões, especialmente para mulheres e mães, sobre suas escolhas. Um conto quase real que ressoa até os dias de hoje.


Ficha técnica:
Direção: Magnus Von Horn
Produção: Nordisk Film, Film i Väst
Exibição: Mubi
Duração: 2h02
Classificação: 16 anos
Países: Dinamarca, Polônia e Suécia
Gêneros: drama, histórico

15 março 2024

Perturbador, "Zona de Interesse" usa o som como protagonista para retratar a banalização do sofrimento

A trama gira em torno da família Höss, que vive com indiferença em uma casa ao lado do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia (Fotos: A24/Divulgação)


Maristela Bretas


"Zona de Interesse (““The Zone of Interest”), vencedor do Oscar 2024 de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Som, é um filme que prende do início ao fim, não pela ação, mas pelo horror silencioso e banalizado que se desenrola diante dos nossos olhos. 

A trama gira em torno da família Höss, que vive em uma casa ao lado do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia. O patriarca, Rudolf Höss (interpretado por Christian Friedel), é o comandante do local, um homem frio e calculista que comanda tudo e a todos com punho de ferro.

O que torna o longa tão perturbador é a maneira como retrata a banalização do horror. A família Höss leva uma vida normal, com seus afazeres domésticos, brigas e momentos de lazer à beira do rio ou da piscina no bucólico jardim da residência. 


A mãe, Hedwig Höss, é interpretada por Sandra Hüller, que arrasa também em outro vencedor do Oscar, "Anatomia de Uma Queda". Ela demonstra total indiferença ao sofrimento alheio, tratando a situação com frieza e desumanização, a ponto de usar roupas caras tomadas de famílias ricas judias que seriam exterminadas.

Os sons dos gritos, tiros e da fumaça das torres de incineração são apenas um pano de fundo para suas vidas. Mas são esses sons do horror que incomodam e causam mal-estar ao espectador. Não há nenhuma cena explícita, apenas o ruído macabro da morte e do sofrimento. Esta parte técnica foi muito bem trabalhada e mereceu o prêmio de Melhor Som no Oscar 2024.


Em meio à apatia e ao silêncio cúmplice, dois personagens se destacam: o filho caçula e a avó. O menino demonstra repulsa ao que está acontecendo, mas teme ser repreendido por ter tais sentimentos. Enquanto a avó que está visitando a filha, com sua sabedoria e experiência, tenta conscientizar a família sobre a crueldade dos atos praticados no vizinho ao lado.

O filme é sustentado por atuações memoráveis de todo o elenco. Christian Friedel transmite a frieza e a crueldade de Rudolf Höss com maestria, enquanto Sandra Hüller é impecável ao interpretar a indiferença e a hipocrisia de Hedwig Höss.


A produção, feita no Reino Unido, é um retrato implacável da indiferença humana diante do sofrimento alheio e não é fácil de assistir. O diretor e também roteirista Jonathan Glazer fez um trabalho meticuloso ao criar uma atmosfera claustrofóbica e angustiante. 

Utilizou-se de uma trilha sonora minimalista, composta pela britânica Mica Levi, e de uma cinematografia impecável na reprodução de detalhes, como a da casa onde viveu a família Höss ao lado do campo de extermínio.

Entre os pontos fortes temos as atuações impecáveis de Sandra Hüller e Christian Friedel, a direção meticulosa de Jonathan Glazer, a atmosfera claustrofóbica e angustiante (apesar de tudo) e a abordagem de um tema importante e necessário que voltou a ser atual. O ritmo lento em alguns momentos pode incomodar pessoas mais sensíveis.


Em entrevista à imprensa internacional, Glazer afirmou que se tratava de "um filme feito a partir de um profundo sentimento de raiva. Eu não estava interessado em fazer uma peça de museu. Não queria que as pessoas tivessem a distância segura do passado e saíssem sem se incomodar com o que vissem. Eu queria dizer não, não, não – deveríamos nos sentir profundamente inseguros em relação a esse tipo de horror primordial que está por trás de tudo."

"Zona de Interesse" é poderoso e perturbador, que nos faz confrontar a indiferença humana diante do sofrimento alheio. É um filme necessário, que nos faz refletir sobre a banalização do mal e a importância de nunca esquecermos os horrores do passado. Mas também nos convida a buscar a justiça e a compaixão em um mundo cada vez mais insensível.


Ficha técnica
Direção e roteiro: Jonathan Glazer
Produção: A24
Distribuição: Diamond Films
Exibição: no Cineart Ponteio e Cinemark Pátio Savassi; a partir de 31/03, no canal de streaming Prime Video
Duração: 1h46
Classificação: 12 anos
Países: Reino Unido, Polônia e EUA
Gêneros: drama, guerra

11 março 2024

"Oppenheimer" vence como Melhor Filme e conquista outras seis estatuetas do Oscar

Filme que conta a história do pai da bomba atômica já havia conquistado cinco Globos de Ouro, sete Bafta, oito Critics'Choice Awards e várias outras premiações internacionais (Foto: Universal Pictures)

Maristela Bretas


"Oppenheimer", como era previsto, foi o grande vencedor da 96ª edição do Oscar, realizada neste domingo no Dolby Theatre, em Los Angeles. Das 13 indicações, o longa, dirigido por Christopher Nolan, ficou com sete premiações, incluindo a principal de Melhor Filme, além de Melhor Diretor, Melhor Ator (Cillian Murphy), Melhor Ator Coadjuvante (Robert Downey Jr.), Melhor Fotografia, Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Montagem.

"Oppenheimer", que conta a história do pai da bomba atômica, já havia conquistado cinco Globo de Ouro (dois nas mesmas categorias), sete Bafta, oito Critics'Choice Awards, além de outros prêmios internacionais em várias categorias. "Pobres Criaturas", que estava com 11 indicações, ficou com quatro estatuetas, seguido por "Zona de Interesse", com duas.

"Os Rejeitados" (Foto: Universal Pictures)

A cerimônia, que teve duração de mais de três horas, foi apresentada novamente pelo comediante a apresentador Jimmy Kimmel, como ocorreu em 2023 e nos anos de 2017 e 2018. O primeiro prêmio anunciado foi de Melhor Atriz Coadjuvante, entregue a Da’Vine Joy Randolph por sua atuação em "Os Rejeitados". 

Na sequência, Chris Hemsworth e Anya Taylor-Joy anunciaram "O Menino e a Garça" como Melhor Animação. Na categoria de Melhor Curta de Animação, venceu "War Is Over!". Melissa McCarthy e Octavia Spencer entregaram as estatuetas para os vencedores de Melhor Roteiro Original, que ficou para "Anatomia de uma Queda", e Melhor Roteiro Adaptado, para "Ficção Americana".

"O Menino e a Garça" (Foto: Studio Ghibli)

Michael Keaton e Kathleen O'Hara, que retornam este ano em "Beetlejuice 2", anunciaram os vencedores de Melhor Maquiagem e Penteado e Direção de Arte. "Pobres Criaturas" faturou os dois prêmios. Na sequência, o diretor do filme também recebeu das mãos de John Cena, que entrou no palco inicialmente pelado e depois enrolado numa cortina rosa, a estatueta de Melhor Figurino.

"Zona de Interesse", do Reino Unido, venceu como Melhor Filme Internacional. Na sequência, Emily Blunt, de "Oppenheimer" e Ryan Grosling, de "Barbie". fizeram uma homenagem aos dublês de Hollywood.

"Pobres Criaturas" (Foto: Searchlight Pictures)

Como na premiação feminina, a categoria de Melhor Ator Coadjuvante também foi anunciada por cinco vencedores de premiações passadas. O vencedor, como já era esperado, foi Robert Downey Jr., por sua atuação em "Oppenheimer".

Anos depois os "Irmãos Gêmeos" (1988), Arnold Schwarzenegger e Danny de Vito lembraram os bons tempos como inimigos do Batman - Sr. Freeze e Pinguim. A dupla também anunciou o vencedor de Melhores Efeitos Visuais e entregou o prêmio aos diretores do longa japonês "Godzilla Minus One". 

Oppenheimer (Foto: Universal Pictures) 

Kate Macannon e America Ferrera, do elenco de "Barbie", entregaram os prêmios de Melhor Documentário em Curta-Metragem para "A Última Loja de Consertos" e de Melhor Documentário em Longa-Metragem para "20 Days in Mariupol". 

O diretor e jornalista ucraniano Mstyslav Chernov, em seu discurso fez um protesto e afirmou que "preferia ter trocado o prêmio por não ter sua cidade atacada pela Rússia. E que as pessoas de Mariupol nunca sejam esquecidas". Ele foi aplaudido de pé pelas pessoas na plateia.

Zendaya apresentou o prêmio de Melhor Fotografia, vencido por Hoyte van Hoytema por "Oppenheimer". Já a estatueta de melhor Curta-Metragem ficou para "A Incrível História de Henry Sugar", de Wes Anderson. 

Um momento descontraído foi a performance de Ryan Gosling subindo ao palco, todo de rosa, para cantar a música “I’m Just Ken”, de Mark Ronson and Andrew Wyatt, feita para seu personagem Ken, no filme "Barbie”. 

Logo depois, foram entregues as estatuetas de Melhor Trilha Sonora Original para Ludwig Göransson, pelo trabalho em "Oppenheimer" e de Melhor Canção Original para “What Was I Made For?”, composta por Billie Eilish e Finneas o'Connell especialmente para "Barbie”.

Barbie (Foto: Warner Bros. Pictures)

Na reta final da premiação, Cillian Murphy ficou com a estatueta de Melhor Ator por seu protagonismo em "Oppenheimer". Steven Spielberg, comemorando 50 anos do filme "A Lista de Schindler" (1993) anunciou o ganhador de Melhor Direção e entregou o Oscar para Christopher Nolan por "Oppenheimer".

Encerrando a cerimônia do Oscar 2024, o prêmio de Melhor Atriz ficou para Emma Stone, por seu papel em "Pobres Criaturas". Na sequência, Al Pacino foi chamado em homenagem aos 50 anos de "O Poderoso Chefão 2" (1974). Após ser aplaudido de pé, entregou o Oscar de Melhor Filme para "Oppenheimer".

Subiram também ao palco para anunciar os vencedores das categorias Jamie Lee Curtis, Lupita Nyong'o, Ke Huy Quan, Mahershala Ali, Sam Rockwell, Dwayne Johnson, Jennifer Lawrence, Nicolas Cage, Michelle Yeoh, Brendan Fraser, Michelle Pfeiffer, Charlize Theron, Jessica Lange, Sally Field, Ben Kingsley e Matthew McConaughey.

Confira a lista dos vencedores do Oscar 2024

MELHOR FILME
Oppenheimer

MELHOR ATRIZ
Emma Stone – Pobres Criaturas

MELHOR ATOR
Cillian Murphy – Oppenheimer

MELHOR DIREÇÃO
Christopher Nolan – Oppenheimer

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Robert Downey Jr. – Oppenheimer

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Da’Vine Joy Randolph – Os Rejeitados

Anatomia de uma Queda (Foto: Diamond Films)

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Anatomia de uma Queda

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Ficção Americana

MELHOR FILME INTERNACIONAL
Zona de Interesse – Reino Unido

MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO
O Menino e a Garça


Ficção Americana (Foto: Prime Vídeo)

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
“What Was I Made For?” - Billie Eilish and Finneas o'Connell (“Barbie”)

MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL
Ludwig Göransson – "Oppenheimer"

MELHOR FIGURINO
Holly Waddington – "Pobres Criaturas"

MELHOR MAQUIAGEM E PENTEADO
Pobres Criaturas


Godzilla Minus One (Foto: Sato Company)

MELHOR FOTOGRAFIA
Hoyte van Hoytema – "Oppenheimer"

MELHORES EFEITOS VISUAIS

Godzilla Minus One

MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO
War Is Over!

MELHOR CURTA-METRAGEM EM LIVE-ACTION
A Incrível História de Henry Sugar, de Wes Anderson


Zona de Interesse (Foto: A24 Films)

MELHOR SOM
Zona de Interesse

MELHOR DOCUMENTÁRIO EM LONGA-METRAGEM
"20 Days in Mariupol"

MELHOR DOCUMENTÁRIO EM CURTA-METRAGEM
A Última Loja de Consertos

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
Pobres Criaturas

MELHOR MONTAGEM
Oppenheimer



29 fevereiro 2024

Filme “Eu, Capitão” expõe drama de refugiados de maneira condescendente

Seydou Sarr e Moustapha Fall dão vida a Seydou e Moussa, dois primos senegaleses que são os protagonistas desta história (Fotos: Pandora Filmes)


Eduardo Jr.


Com a bagagem de 11 prêmios conquistados no Festival de Veneza, chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (29), o filme “Eu, Capitão”. Com distribuição da Pandora Filmes, o longa do diretor italiano Matteo Garrone ("Gomorra", 2008) conta a história de dois adolescentes que sonham em sair da África e viver na Europa. 

Embora seja um assunto já saturado pelos telejornais, o longa conseguiu um feito: está entre os indicados ao Oscar 2024 de Melhor Filme Internacional. 

Parte dessa conquista se deve aos protagonistas. Seydou Sarr e Moustapha Fall dão vida a Seydou e Moussa, primos senegaleses que nos convidam - com muita expressividade - a embarcar nessa viagem. 


Os jovens trabalham escondido para juntar dinheiro e custear a viagem clandestina rumo à Europa. Como todo adolescente, eles ignoram a mensagem do velho curandeiro (que mais parece um alerta) para olharem para seus antepassados. 

A história mostra de forma clara (ou seria na pele clara?) que o velho continente não quer abrir espaço para eles ou seus sonhos. Mas eles partem assim mesmo. 

Ao abordar a crise dos refugiados e exibir um passo a passo da travessia clandestina, fica claro que a violência, o desespero e a volta por cima marcarão presença no filme. O problema é que a obra não se detém no "por que" ou no "quem ganha com isso" ao expor as peças de uma engrenagem de exclusão, ou a exploração que alguns negros praticam contra outros negros. 


As camisas de grandes times de futebol europeu estão lá no figurino, mas o que esses clubes têm com isso ou o que fazem para aplacar a dor daqueles migrantes? Essa pergunta parece não interessar ao diretor, que se apoia em uma dura e triste realidade para contar uma história, mas a vende como ficção ao ignorar questões importantes. 

O diretor revelou, em uma entrevista de divulgação, que ouviu a história de um garoto de 15 anos que pilotou sozinho um barco de refugiados a caminho da costa italiana, salvando todos os passageiros.  


O longa consegue transmitir a ideia de uma saga. Os adolescentes viajam de ônibus, caminhão-baú, embarcam numa caminhonete, e atravessam o deserto a pé. Só isso já seria suficiente para mostrar que a travessia é longa e sofrida, mas as cenas no deserto, por mais bonitas que possam ser, não livram o espectador de um certo cansaço. 

A compensação vem de algumas construções, que flertam com o onírico, com a poética mitologia local, e da mensagem de que tudo o que essas pessoas têm, são uns aos outros, simbolizada na rede de apoio criada para que possam se ajudar quando longe da terra mãe. Destaque para a cena do anjo na prisão. 


Como o título sugere, o capitão vai pilotar o barco de refugiados. E é de se esperar sucesso na missão. Claro, a viagem não será um mar de rosas. Mas o longa cumpre seu papel de entregar uma saga (mesmo vendendo a ideia de que chegar a um país estrangeiro sem nada é uma vitória). 

Além do desafio da travessia, o longa também terá outro caminho difícil: desbancar os correntes ao Oscar na mesma categoria. “Eu, Capitão” concorre com “A Sociedade da Neve”, “Dias Perfeitos”, “A Sala dos Professores” e “Zona de Interesse”. A cerimônia de entrega da estatueta dourada acontecerá em Los Angeles, no dia 10 de março. 


Ficha Técnica:
Direção:
Matteo Garrone
Distribuição: Pandora Filmes
Exibição: no Cineart Ponteio e no Centro Cultural Unimed-Minas
Duração: 2h01
Classificação: 14 anos
Países: Itália, Bélgica, França
Gêneros: drama, suspense, guerra

13 março 2023

Oscar 2023 - "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo" leva sete estatuetas

(Divulgação)


Maristela Bretas


"Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo" ("Everything Everywhere All at Once") foi o grande vencedor da 95ª edição do Oscar como Melhor Filme.

Com sete estatuetas conquistadas das 11 indicações recebidas, a obra mistura comédia, multiversos e relacionamentos familiares de uma imigrante chinesa, interpretada por Michelle Yeoh.

Além de Melhor Filme, a obra levou os prêmios de Melhor Direção, Atriz, Ator e Atriz Coadjuvantes, Montagem e Roteiro Original.

A produção vencedora, dirigida por Daniel Scheinert e Daniel Kwan, foi anunciada por Harrison Ford, que abriu falando sobre a importância da volta ao cinema.

"Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo"
(Crédito: A24)

A cerimônia de entrega dos Academy Awards ocorreu no Teatro Dolby, em Los Angeles, na Califórnia, e contou, pela terceira vez, com apresentação de Jimmy Kimmel.

Ele desceu de paraquedas no palco, após uma montagem em que ele se ejeta do avião de Tom Cruise, em "Top Gun - Maverick".

Outra boa surpresa da noite foi a conquista de quatro estatuetas pela produção alemã "Nada de Novo no Front”.

"Nada de Novo no Front” (Crédito: Netflix)

Confirmando as apostas, Jessica Chastain e Halle Berry anunciaram Brendan Fraser como vencedor do prêmio de Melhor Ator por "A Baleia". Muito emocionado, ele agradeceu a oportunidade que ajudou a salvar sua vida, depois de um período difícil.

Elas também anunciaram a categoria de Melhor Atriz, prêmio entregue a Michelle Yeoh por "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo". Ela é a primeira atriz asiática a ganhar um Oscar e ofereceu o prêmio à mãe, de 84 anos, que mora na Malásia, e à família, em Hong Kong.

Brendan Fraser - "A Baleia" (Crédito: Califórnia Filmes)

Premiação

O primeiro prêmio entregue na noite foi para Melhor Animação, que ficou para "Pinóquio", de Guillermo del Toro, confirmando a preferência da produção.

Para Melhor Ator Coadjuvante, Ke Huy Quan, iniciado no cinema com produções como "Os Goonies" (1985) e "Indiana Jones - A Última Cruzada" (1989) abriu as premiações para "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo".

O filme levou, na sequência, sua segunda estatueta, com a escolha de Jamie Lee Curtis como Melhor Atriz Coadjuvante. Ela agradeceu à família e disse que o prêmio é de toda a equipe. Este é o primeiro Oscar da atriz.

Jamie Lee Curtis "Tudo em Todo o Lugar
ao Mesmo Tempo" (Crédito: A24)

Curiosidades

Um momento emocionante da cerimônia foi o Parabéns para você entoado por toda a equipe e platéia ao ator de "An Irish Goodbye", filme que ficou com a estatueta de Melhor Curta-Metragem.

Jennifer Connelly e Samuel L. Jackson apresentaram o vencedor da categoria de Melhor Cabelo e Maquiagem, agradecendo aos profissionais que sempre ajudaram os atores a entrarem em seus papéis. "A Baleia" levou a estatueta, segunda da produção.

Jimmy Kimmel voltou ao palco trazendo Jenny, a burrinha do filme "Os Banshees de Inisherin". Apesar do sucesso com o público presente, não ajudou o filme a conquistar premiações.

"Avatar: O Caminho da Água"
(Crédito: 20th Century Studios)

Elizabeth Banks e o urso do filme "O Urso do Pó Branco" apresentaram "Avatar: O Caminho da Água" como vencedor de Melhores Efeitos Visuais.  

E foi a dançante "Naatu Naatu" (do indiano "RRR") , composta por M. M. Keeravani, a escolhida como Melhor Canção Original. Ela superou "Hold My Hand", do filme "Top Gun: Maverick", interpretada por Lady Gaga, e "Lift Me Up", música-tema de "Pantera Negra: Wakanda Para Sempre", cantada por Rihanna.

Vencedores da 95ª edição do Oscar:

MELHOR FILME
- Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo (em exibição no Prime Vídeo)

MELHOR DIREÇÃO
- Daniel Kwan & Daniel Scheinert, por "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo"

Michelle Yeoh - "Tudo em Todo o Lugar
ao Mesmo Tempo" (Crédito: A24)

MELHOR ATOR
- Brendan Fraser, por "A Baleia" (em exibição nos cinemas)

MELHOR ATRIZ
- Michelle Yeoh, por "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo"

MELHOR ATOR COADJUVANTE
- Ke Huy Quan, por "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo"

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
- Jamie Lee Curtis, por "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo"

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
- Daniel Kwan & Daniel Scheinert, por "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo"

"Entre Mulheres" (Crédito: Orion Releasing)

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
- Sarah Polley, por "Entre Mulheres" (em exibição nos cinemas)

MELHOR FOTOGRAFIA
- James Friend, por "Nada de Novo no Front" (em exibição na Netflix)

MELHOR TRILHA SONORA
- Volker Bertelmann, por "Nada de Novo no Front"

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
- M. M. Keeravani - "Naatu Naatu" (de 'RRR")

MELHOR EDIÇÃO/MONTAGEM
- Paul Rogers, por "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo"

"Pantera Negra: Wakanda Para Sempre"
(Crédito: Disney)

MELHOR FIGURINO
- Ruth E. Carter, por "Pantera Negra: Wakanda Para Sempre" (em exibição no Disney+)

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
- Nada de Novo no Front

MELHOR CABELO & MAQUIAGEM
- A Baleia

MELHOR SOM
- Top Gun: Maverick (em exibição no Telecine e Paramount+)

"Top Gun: Maverick" (Crédito: Paramount Pictures)

MELHORES EFEITOS VISUAIS

MELHOR ANIMAÇÃO EM LONGA METRAGEM
- Pinóquio, de Guillermo Del Toro (em exibição na Netflix)

MELHOR ANIMAÇÃO EM CURTA METRAGEM
- "O Menino, a Toupeira, a Raposa e o Cavalo" (em exibição na AppleTV+)

MELHOR CURTA METRAGEM EM LIVE-ACTION
- An Irish Goodbye

"Nada de Novo no Front" (Crédito: Netflix)

MELHOR FILME INTERNACIONAL
- Nada de Novo no Front (Alemanha)

MELHOR DOCUMENTÁRIO EM LONGA METRAGEM
- Navalny

MELHOR DOCUMENTÁRIO EM CURTA-METRAGEM
- "Como Cuidar de um Bebê Elefante" (em exibição na Netflix)