Mostrando postagens com marcador #RoseByrne. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador #RoseByrne. Mostrar todas as postagens

15 agosto 2024

"Meu Filho, Nosso Mundo" aborda com sensibilidade a experiência de criar um autista

Bobby Cannavale e o jovem William A. Fitzgerald interpretam pai e filho nesta comédia dramática bem atual (Fotos: Diamond Filmes)


Maristela Bretas


Um protagonista infantil autista e as experiências de alguns dos envolvidos na produção com os filhos portadores de autismo fazem de "Meu Filho, Nosso Mundo" ("Ezra") um longa sensível e envolvente, que merece ser assistido. 

O drama, que estreia nesta quinta-feira (15) nos cinemas, mostra o comportamento de Ezra (William A. Fitzgerald) e como o Transtorno do Espectro Autista (TEA) interfere no casamento dos pais e na relação do menino com as pessoas. 


Na trama, o comediante Max Bernal (Bobby Cannavale) é um homem explosivo, mas um pai carinhoso de um garoto de 11 anos diagnosticado com autismo. Ele não aceita que o filho necessita de uma atenção especial e seu comportamento é um dos motivos do fim do casamento com Jenna (Rose Byrne), em ótima atuação como a mãe de Ezra.

Bobby Cannavale também está muito bem no papel de Max, um comediante sarcástico que usa o humor como uma ferramenta para lidar com as dificuldades da vida. Acumula fracassos profissionais e ainda precisa morar com o pai, Stan, papel de Robert De Niro, com quem tem um relacionamento muito difícil. A ausência paterna na infância o leva a cometer erros semelhantes com o filho.


Criando confusão por onde passa, Max se supera ao levar o filho, sem a permissão da mãe, para uma viagem de carro a dois. Atravessando o país, ele vai tentar criar uma conexão com o mundo da criança e, ao mesmo tempo, superar seus próprios traumas e fracassos. A jornada pode significar uma virada na vida de toda a família.

O diretor de "Meu Filho, Nosso Mundo" mexe com a sensibilidade do público ao abordar uma situação que somente quem convive diariamente com o portador de TEA conhece. É difícil, mas possível. O roteiro bem conduzido de Tony Spiridakis, a produção de William Horberg, e a atuação de De Niro, todos pais de jovens com autismo, provam isto. 


Sem contar que William A. Fitzgerald é uma criança autista na vida real. O ator mirim é a alma do filme e entrega uma ótima interpretação, dando autenticidade e profundidade ao tema do ponto de vista de uma pessoa com TEA.

 Ele sofre bullying nas escolas, tem dificuldade de convívio e usa, às vezes, gestos e expressões para se comunicar no lugar de palavras. Tem alergias, prazeres e tristezas.


Robert De Niro nem precisa falar, sempre excelente. E num papel que o deixa à vontade para colocar uma situação que ele vive há 26 anos com o filho Elliot. Seu personagem é complexo e cheio de nuances. Se com Max as brigas são frequentes, com o neto a situação muda por completo. Stan sabe que Ezra tem dificuldades, não aceita que o tratem como especial, mas consegue a conexão tão desejada pelo filho.

Além do quarteto principal, o filme também conta com os atores Rainn Wilson, Whoopi Goldberg, Vera Farmiga e Tony Goldwyn ("Ghost - Do Outro Lado da Vida" - 1990), que também é o diretor. 


"Meu Filho, Nosso Mundo" aborda a importância da aceitação e da inclusão de pessoas com Transtorno do Espectro Autista na sociedade e nas relações familiares. 

O roteirista soube dar o recado ao tratar um tema tão difícil, hora com acidez nas falas de Max, hora nos desabafos de Stan com o filho e até mesmo nas reações de Ezra ao mundo externo. Um filme que toca o coração pela sensibilidade. Vale a pena conferir.

Curiosidade

Em 1979, Gleen Jordan dirigiu o filme "Meu Filho, Meu Mundo" ("Son-Rise: A Miracle of Love"), que conta a história da primeira criança autista tratada com o programa Son-Rise. O método foi criado por leigos e pais de autistas e é aplicado até hoje. Clique aqui para assistir o longa.


Ficha técnica:
Direção: Tony Goldwyn
Roteiro: Tony Spiridakis
Produção: Wonderful Films
Distribuição: Diamond Films
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h42
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gêneros: drama, comédia

07 julho 2023

"Sobrenatural - A Porta Vermelha" é um terror que assusta sem causar medo

Quinto longa consegue recuperar a qualidade do primeiro filme da franquia (Fotos: Sony Pictures)


Maristela Bretas


Está sendo consenso entre as pessoas que assistiram "Sobrenatural - A Porta Vermelha" ("Insidious - The Red Door") que este filme é tão bom quanto o primeiro da franquia, “Sobrenatural", de 2011. Talvez porque essa quinta produção, que está em cartaz nos cinemas, traga de volta atores do elenco original - como Patrick Wilson, que também é o diretor. 

E realmente agrada, com bons sustos graças a um ótimo trabalho de maquiagem e boas interpretações do elenco, incluindo a da entidade do mal, chamada pelos personagens de Demônio Vermelho e Demônio do Rosto Vermelho.


Além de Patrick Wilson e Ty Simpkins, “Sobrenatural – A Porta Vermelha” conta com a volta de Rose Byrne (Renai), Andrew Astor (Foster), Barbara Hershey (Lorraine), membros da família Lambert que participaram de “Sobrenatural" (2011) e "Sobrenatural: Capítulo 2" (2013), ambos dirigidos por James Wan. 

Também retornam à franquia Lin Shaye, como a vidente Elise Rainier, e Amgus Sampson, como seu assistente Tucker. 

O destaque do novo elenco é Sinclair Daniel, em ótima interpretação da jovem descolada Chris, colega da quarto de Dalton na faculdade. Participam ainda Juliana Davies, como Kali, filha caçula dos Lambert, e Hiam Abbass, professora de Artes de Dalton. 


Os fatos ocorrem dez anos depois da aparição da entidade ter tentado trazer Dalton (Ty Simpkins) e o pai Josh (Patrick Wilson) para uma dimensão macabra em “Sobrenatural: Capítulo 2” e ter aterrorizado toda a família Lambert. Apesar de terem suas memórias apagadas por decisão da família, ambos vivem atormentados por visões que não sabem explicar. 


O problema se agrava quando Dalton, que não se dá bem com o pai, começa a faculdade e passa a ter visões da assustadora entidade que habita a dimensão astral por trás da porta vermelha (um lugar entre o Céu, a Terra e o Inferno). E precisarão enfrentar seus medos e desavenças do passado para conseguirem ficar livres desse espírito do mal.

Mesmo sendo um filme de terror, "Sobrenatural - A Porta Vermelha" demora a provocar sustos, mas quando eles começam, dá para pular na cadeira. 


O longa foca a abordagem na relação conturbada entre pai e filho. Quase uma reprodução da relação que Josh tinha com o pai que o abandonou quando criança. 

Esses relacionamentos familiares ruins estão interligados com as aparições e a força que a entidade macabra exerce sobre suas vítimas. A forma como esse ponto é conduzido no roteiro é bem clara, dando ao longa um encerramento digno da franquia, que começou muito bem sob a batuta de James Wan, teve seus altos e baixos, e recupera neste quinto filme.

   
O Demônio do Rosto Vermelho (interpretado por Joseph Bishara) é realmente assustador e suas aparições, assim como a outras entidades da dimensão astral, atormentando Dalton, Chris e Josh, provoca no público a reação esperada para um bom filme de terror. O retorno da família foi uma boa ideia, fechando um ciclo interrompido há 10 anos.


Outro ponto que agrada é ter o roteiro de Leigh Whannell (do excelente "O Homem Invisível"- 2020), criador da ideia original e dos personagens de “Sobrenatural”, juntamente com James Wan.

Ele também retoma o papel do caça-fantasmas Specs, que desempenhou no original de 2011, em “Sobrenatural: Capítulo 2” (2013), "Sobrenatural: A Origem" (2015), dirigido por ele, e "Sobrenatural: A Última Chave" (2018).  

James Wan, que dirigiu os dois primeiros filmes, também retorna. Agora como produtor, ao lado de Jason Blum, da Blumhouse, garantindo uma produção de qualidade, que convence como filme de terror que faz o expectador dar pulo na cadeira. 


No gênero terror, Wan tem em sua filmografia a direção de “Invocação do Mal" (2013), “Invocação do Mal 2” (2016) e roteiro nos demais filmes da franquia. 

Para quem quer assistir os outros quatro filmes da franquia, os dois primeiros estão disponíveis na @HBOMax e os dois últimos na @Netflix. Mas não é necessário assistir aos demais. “Sobrenatural – A Porta Vermelha” dá a explicação necessária no início. 


Ficha técnica:
Direção: Patrick Wilson
Produção: Blumhouse Productions
Distribuição: Sony Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h47
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gênero: Terror