Mostrando postagens com marcador #ScarlettJohansson. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador #ScarlettJohansson. Mostrar todas as postagens

23 julho 2024

"Como Vender a Lua" é o marketing bem feito para manter um sonho americano

Comédia romântica tem ótimo elenco e bons efeitos especiais que seguram o roteiro (Fotos: Sony Pictures)


Maristela Bretas


Quem hoje está na faixa acima dos 60 anos e acompanhou com olhos colados na tv a famosa imagem do primeiro homem a pisar em solo lunar, vai sentir uma pontinha de saudade no peito ao rever. 

Pois esta cena e muitas outras marcantes estão no longa "Como Vender a Lua" ("Fly Me to the Moon"), filme em cartaz nos cinemas que tem como protagonistas Scarlett Johansson e Channing Tatum. Quase uma homenagem aos 40 anos do evento, ocorrido em 20 de julho de 1969.


Dirigido por Greg Berlandi, o longa explora o marketing montado para divulgar a importância de se manter o projeto espacial Apollo para os Estados Unidos melhorarem a imagem pública da NASA. Somente com o pouso na Lua o governo norte-americano conseguiria recuperar a liderança da corrida espacial, perdida para a Rússia na década de 1960.

Johansson é Kelly Jones, a especialista em marketing de passado nebuloso convocada para este difícil trabalho. E para evitar mais uma falha (outros lançamentos terminaram em destruição e tragédia), ela é convocada pelo assessor do governo Moe Berkus (Woody Harrelson) a criar um Plano B - encenar um pouso na Lua fake com transmissão ao vivo.


Essa é inclusive uma das maiores teorias da conspiração, que vem atravessando décadas: o homem realmente pisou na lua ou foi tudo uma grande produção cinematográfica no estilo Hollywood, que teria sido filmada por Stanley Kubrick? 

O filme é uma aula de marketing da enganação e convencimento, que chega a colocar novamente esta pulga atrás da orelha do espectador.

O que Kelly não esperava era conhecer o diretor de lançamento da Apollo 11 e ex-piloto de combate, Cole Davis (Tatum), que vive a vida pelo sucesso da missão e não aceita sofrer mais uma falha. 

Especialmente agora que o mundo inteiro estará acompanhando pela TV. Ele terá de se unir à marqueteira para garantir que tudo dê certo e o plano seja bem convincente.


Além das armações, mentiras e situações engraçadas, "Como Vender a Lua" também pincela questões delicadas da época, como a Guerra do Vietnã, as missões à Lua desastrosas, inclusive com mortes de tripulantes, e a Guerra Fria, mas sem aprofundar em nada. 

O roteiro é simples, sem muitas novidades, mas o emprego de imagens antigas, os ótimos efeitos visuais e sonoros e as interpretações seguram o longa.

O elenco está bem afinado, com Scarlett (que também é produtora do filme) e Tatum entregando interpretações simpáticas e divertidas em algumas situações. Harrelson também não fica para trás como o agente inescrupuloso do governo, assim como Anna Garcia, como Ruby, assessora de Kelly, e Jim Rash, como Lance, da equipe de lançamento de Cole.    


Destaco (por gostar muito do tema) do filme as imagens dos lançamentos de foguetes que tomam a tela, e a famosa frase dita pelo astronauta Neil Armstrong: "esse é um pequeno passo para o homem, mas um gigantesco salto para a humanidade".

"Como Vender a Lua", assim como seus protagonistas, é simpático, leve e bom de ser assistido no cinema. Uma viagem no tempo que ainda emociona aqueles, como eu, que acompanharam os fatos na época. Vale conferir.


Ficha técnica
Direção:
Greg Berlandi
Produção: Apple Original Films
Distribuição: Sony Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h12
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: comédia, romance

20 julho 2021

Com atraso de cinco anos, Scarlett Johansson volta para a família com muita ação em "Viúva Negra"

Filme solo da super-heroína da Marvel faz lembrar dos bons filmes da franquia "Vingadores" (Fotos: Marvel Studios/Divulgação)


Maristela Bretas


Ação, ação e mais ação. Com ritmo acelerado de tirar o fôlego e apenas algumas cenas para dar uma explicação ou outra e momentos família, "Viúva Negra" ("Black Widow") está em cartaz nos cinemas e para assinantes do Disney+ pelo Premier Access, ao preço de R$ 69,90. Um preço salgado para apenas uma pessoa, mas que acaba ficando em conta se mais pessoas forem dividir a exibição em casa. E quase o equivalente a duas entradas inteiras, sem combo de pipoca e refrigerante.

Pena que chegou com pelo menos cinco anos de atraso. A super- heroína Natasha Romanoff, mais conhecida como Viúva Negra, merecia ter seu filme solo apresentado na sequência certa dos fatos da franquia "Vingadores". A história se passa entre "Capitão América - Guerra Civil" (2016) e "Vingadores - Guerra Infinita" (2018), quando o grupo se divide e os aliados do Capitão América passam a ser caçados pela organização S.H.I.E.L.D. 


Mas somente agora, depois da morte da Viúva Negra em "Vingadores - Ultimato" (2019), ele é exibido, o que tira o impacto do longa e causou frustração em muitos fãs da Marvel. Para compensar, a produção em ótimas lutas, perseguições e ação alucinantes do início ao fim. Além das cenas pós-crédito (não saia do cinema) que vão abrir o caminho para a fase 4 dos "Vingadores". 


Isso mesmo. Alguns heróis morreram em "Ultimato", mas os que ficaram estão ganhando mais sequências e séries solo. É o caso de Wanda, Vision, Falcão, Soldado Invernal e até Loki. Sem contar produções como "Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa", que deve chegar em dezembro deste ano, "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura", previsto para estrear em março de 2022, e "Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania", que pode ser lançado em 2023. 


Mas voltando à "Viúva Negra", durante sua adolescência, Natasha tem uma família "tipicamente norte-americana", só faltou um Golden Retriever. Com poucos minutos de filme, o bicho pega, com direito a uma fuga espetacular e locações de encher os olhos. Tirada dos pais junto com a irmã pequena, Yelena, ambas são treinadas na Sala Vermelha para se tornarem espiãs e assassinas russas. 

Natasha, já adulta consegue escapar, deixando a irmã para trás. Tempos depois, ela conhece o Gavião Arqueiro e se junta aos Vingadores, até se tornar uma foragida. Apesar de se isolar do mundo, ela vê seu passado em Budapeste bater à porta e trazê-la a momentos sofridos e à descoberta de figuras que julgava não existirem mais. Aos trancos e barrancos, com muita briga e rancor, ela precisará se unir à sua antiga família e derrotar um inimigo comum. Pena que Ray Winstone entregue um vilão mediano e pouco convincente. 


Trabalhar o lado emocional da super-heroína é resultado da boa direção de Cate Shortland, que soube construir bem os personagens, especialmente femininos, que predominam no filme. Scarlett Johansson arrasa na interpretação do papel principal. Mais madura e segura em sua personagem, ela divide o centro das atenções com outras estrelas que aumentam o brilho da produção e ajudam a formar uma família "bem diferente". 

A jovem atriz Florence Pugh, de "Adoráveis Mulheres" (2019) é Yelena Belova. A bela britânica é simpática, briga muito, está ótima e tem tudo para ser uma nova "Vingadora" no lugar da irmã. Outra britânica que não deixa por menos é Rachel Weisz ("A Favorita" - 2019), como- a espiã russa Melina Vostokoff, que também é a mãe de Natasha e Yelena. 


O longa recupera dos quadrinhos personagens conhecidos apenas pelos fãs. O grandalhão e ex-herói russo Guardião Vermelho, inimigo do Capitão América, que é interpretado por David Jarbour ("Hellboy" - 2019). Coube a ele o lado cômico da produção e o papel de pai das garotas. 

Além no atraso em contar a história da Viúva Negra, outro ponto negativo do filme foi o pouco destaque ao personagem Taskmaster ou Treinador (Olga Kurylenko), vilã quase robótica que persegue Natasha o filme inteiro. Como curiosidade, a adolescente Ever Anderson, que faz o papel de Natasha jovem, é filha da atriz Milla Jovovich. 


Filmado no Caribe, Noruega e, especialmente, em Budapeste, o roteiro mal dá tempo de tomar um fôlego entre as lutas e perseguições. Ótima produção que reúne ação, emoção e humor na medida. Sem grandes monstros alienígenas e guerras em outros mundos, "Viúva Negra" segue se forma correta a linha espionagem que compôs a vida da personagem, sem perder a conexão com o Universo Marvel. 

O filme merece ser conferido pelo público que curte a famosa franquia dos super-heróis, não importando em qual opção de exibição - no cinema ou em casa -, mas sempre com pipoca.


Ficha técnica:
Direção:
Cate Shortland
Produção: Marvel Studios / Walt Disney Pictures / Zak Productions
Duração: 2h14
Distribuição: Walt Disney Pictures
Exibição: Nos cinemas e Disney+ (assinantes pelo Premier Access)
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: Ação / Espionagem / Aventura
Nota: 4,5 (de 0 a 5)