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24 outubro 2024

"Venom 3 - A Última Rodada" entrega despedida com muita ação e diálogos mais divertidos

Os efeitos especiais são a marca da produção, com destaque novamente para a união entre Eddie e o simbionte (Fotos: Sony Pictures)


Maristela Bretas


Um encerramento bem feito, com muita ação, situações tensas, piadas e diálogos mais divertidos e escrachados e referências a personagens e frases de filmes famosos. Este é "Venom 3 - A Última Rodada" ("Venom - The Last Dance"), produção dirigida e roteirizada por Kelly Marçal, que estreia nesta quinta-feira (24) nos cinemas, resultado da parceria entre a Sony Pictures e os Estúdios Marvel.

Tom Hardy é o jornalista Eddie Brock, que convive, aos trancos, barrancos e sintonia com Venom, o hospedeiro alienígena que ocupa seu corpo desde 2018, criando uma simbiose que foi melhorando a cada filme. 

Eles agora são fugitivos da Polícia, do Exército e de um poderoso inimigo do planeta de Venom, o misterioso vilão Knull (Andy Serkis), criador dos Simbiontes, que ameaça a vida da dupla. 


No terceiro filme do personagem, que faz parte do Universo do Homem-Aranha, predomina a ação, com muitas perseguições, lutas entre alienígenas do bem e do mal, tiros e explosões do início ao fim. 

O uso de CGI é a marca da produção, com destaque novamente para os efeitos da união entre Eddie e seu amigo de outro planeta, seja durante os diálogos dividindo o mesmo corpo ou quando se separam.


Venom domina a tela, deixando Eddie como um coadjuvante. Mas um não vive sem o outro e é essa química que dá graça aos personagens interpretados por Tom Hardy, que está mais a vontade no papel. 

É divertido assistir um ser de mais de 2 metros dançando ou comendo a cabeça de um vilão (seu prato predileto). A diretora Kelly Marçal (que foi a roteirista dos dois primeiros filmes), em parceria com Tom Hardy na criação desta história, acertou da forma como desenvolveu e finalizou a franquia, humanizando os personagens.


No elenco temos ainda Chiwetel Ejiofor ("12 Anos de Escravidão" - 2014), Juno Temple ("Malévola" - 2014), Peggy Lu (como a Sra. Chen, que está na trilogia desde o início), Rhys Ifans ("Kings' Man - A Origem" - 2021), Stephen Graham (detetive Mulligan, apresentado em "Venom 2 - Tempo de Carnificina"), entre outros.

Aliado aos ótimos efeitos visuais e gráficos, temos uma trilha sonora conhecida, que tem entre seus sucessos "Wild World", de Cat Stevens, e "Don't Stop Me Now", do Queen. Também é apresentada uma versão mais lenta do sucesso "Space Oddity", de David Bowie, e a música "Symbiote', interpretada por Eminem & Lil Wayne, além de várias outras composições.


Bilheterias

Com orçamento de US$ 200 milhões, "Venom 3 - A Última Rodada" pode alcançar uma bilheteria mundial ainda maior que a de seu antecessor, "Venom: Tempo de Carnificina" (2021, lançado durante a pandemia), que atingiu pouco mais de US$ 500 milhões. Mas a melhor bilheteria até agora é a do primeiro filme da franquia, "Venom", de 2018, que faturou mais de US$ 850 milhões. Mesmo assim, os dois primeiros longas combinados somam mais de US$ 1,2 bilhão.

Mais divertido, com muita ação e momentos de emoção entre os protagonistas, "Venom 3 - A Última Rodada" deverá agradar mais aos fãs do Universo Marvel que seu antecessor de 2021. E abre espaço para filmes futuros com a participação de Knull enfrentando os super-heróis Marvel, como nos quadrinhos. Ou no Multiverso, semelhante ao que ocorreu em produções como "Deadpool & Wolverine" (2024) e "Doutor Estranho e o Multiverso da Loucura" (2022).

Uma dica: há uma cena no início dos créditos e outra após a infindável lista de participantes da produção.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Kelly Marcel
Produção: Marvel Entertainment, Columbia Pictures, Pascal Pictures
Distribuição: Sony Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h50
Classificação: 16 anos
País: EUA
Gêneros: ação, ficção, comédia

19 maio 2024

"Spy x Family Código: Branco" - um filme para antigos e novos fãs do anime

(Fotos: Tatsuya Endo Shueisha)


Marcos Tadeu


Os fãs não precisaram esperar muito para conferir "Spy x Family Código: Branco" ("Spy x Family Code: White"). Depois de um curto período nas salas de cinemade BH, distribuído pela Sony Pictures, o primeiro longa da franquia  poderá ser assistido em breve pelo streaming Crunchyroll. 

Enquanto isso, é possível acompanhar na plataforma todos os episódios das duas temporadas da série Spy x Family e de outros animes, mas é necessário cadastrar uma conta no endereço https://www.crunchyroll.com/pt-br/

A animação é derivada do anime "Spy x Family", do criador do mangá, Tatsuya Endo, que também é o roteirista, designer de personagens e supervisor do projeto do filme.


Os personagens são apresentados para aqueles que estão chegando agora e não estão familiarizados com a história. Twilight é um espião que adota o nome de Loid para se infiltrar em uma missão na escola. 

Ele pretende participar de uma reunião secreta no Colégio Eden e estabelecer contato com um político importante, em uma operação chamada Strix, o que requer a criação da família Forger. 

Loid adota a pequena Anya, uma criança com poderes de telepatia, cuja relação com seu passado vamos descobrindo aos poucos. Yor é uma mulher que trabalha na prefeitura durante o dia e à noite assume o nome de Rosa Selvagem, uma assassina cruel e fria. Eles precisam construir uma família fictícia e garantir o sucesso de Anya na escola.


A trama de "Spy x Family Código: Branco" se concentra em uma viagem em família durante o fim de semana para preparar a sobremesa do diretor da escola. 

Anya, no entanto se envolve numa enrascada colocando o mundo em perigo. Os três precisam se unir para superar vários desafios, fazer a sobremesa e ainda salvar o mundo.

Yor questiona seu papel de esposa e mãe, apesar de realizar essas funções com perfeição. Já Loid é retratado como uma pessoa comum, pouco familiarizada com tecnologias e assuntos diversos. Anya precisa esconder de todos a sua habilidade de ler mentes. 


O bom humor e os pensamentos de cada um são encantadores.  Os conflitos são bem reais e humanos, mesmo sendo uma família fictícia, o que enriquece a animação.

Um novo vilão é apresentado, tão inteligente e habilidoso quanto Loid, resultando em um jogo de gato e rato. Suas motivações são plausíveis e se encaixam na proposta. Yor brilha em uma cena de ação emocionante, que contribui significativamente para a narrativa e a formação da família.


O que deixa a desejar é o desenvolvimento das cenas de ação. Embora sejam bem feitas e intensas, ficaram mal distribuídas, concentrando a maior parte no final. 

"Spy x Family Código: Branco" é uma verdadeira aventura que convida as famílias a irem ao cinema. Combina bom humor e ação, e abre as portas para novos fãs que desconhecem a obra. O final promete grandes surpresas no desfecho. 

A cena pós-créditos não acrescenta nada à trama ou ao desenvolvimento futuro da obra.


Ficha técnica:
Direção: Takashi Katagiri
Produção: WIT Studios e Cloverworks
Distribuição: Sony Pictures Entertainment e Crunchyroll
Exibição: nos cinemas e na plataforma Crunchyroll
Duração: 1h50
Classificação: 14 anos
País: Japão
Gêneros: ação, aventura, animação, comédia, espionagem, suspense

02 maio 2024

"Garfield Fora de Casa": uma aventura preguiçosa e despreocupada para curtir com pipoca

Animação apresenta um novo personagem que vai virar do avesso a vida do felino mais folgado e guloso do cinema (Fotos: Sony Pictures)


Maristela Bretas


Vinte anos depois do filme original, o gato mais folgado e esfomeado retorna à telona para apresentar uma pessoa importante de seu passado. O filme "Garfield Fora de Casa" já está nos cinemas para divertir as crianças e matar a saudade dos fãs.

Para quem acompanha a trajetória do felino laranja ele foi criado nos quadrinhos em 1978 por Jim Davis, mas somente em 2004, chegou aos cinemas em "Garfield - O Filme" (2004). Nos anos seguintes vieram outras versões: "Garfield 2" (2006); "Garfield Cai na Real" (2007); "A Festa de Garfield" (2008) e "Garfield - Um Super-Herói Animal" (2009), além dos desenhos animados.


Desta vez, Garfield (voz original de Chris Pratt, de "Jurassic World - Domínio" - 2022) terá um reencontro inesperado com seu pai Vic (Samuel L. Jackson, de "Argylle - O Superespião" - 2024), que há anos estava desaparecido. Ele é um gato de rua todo desengonçado que vai atrair o filho e seu fiel amigo Odie (Harvey Guillen, de "Besouro Azul" - 2023) para um assalto de alto risco, cheio da ação e aventura. 

Ao mesmo tempo em que Vic e Garfield são pai e filho na animação, o mesmo acontece na vida real com seus experientes dubladores brasileiros - Ricardo e Raphael Rossatto são pai e filho.


A história começa quando Garfield foi abandonado filhotinho pelo pai no meio da rua e conheceu aquele que se tornaria seu dono mais fiel e amoroso, Jon Arbuckle (Nicholas Hoult, de "Renfield - Dando Sangue Pelo Chefe" - 2023). 

Tempos depois, outro membro passaria a fazer parte da família - Odie. Garfield é um gato doméstico, que ama pizza, lasanha, pipoca e uma boa poltrona para ver seus vídeos. Usa e abusa de Jon e Odie, que fazem todas as suas vontades e, mesmo sem admitir, Garfield não consegue viver sem a dupla.

Na "roubada" em que são envolvidos por Vic, eles vão conhecer a grande vilã Jinx (Hannah Waddingham, de "O Dublê" - 2024) que vai criar situações bem perigosas e muito engraçadas para que o trio se dê mal, especialmente Vic. 


Odie ganha mais destaque, mesmo sem falar uma palavra. O cãozinho com cara fofa e bobona tem expressões engraçadas, faz planos mirabolantes que dão certo e mostra grande preocupação com o próximo. Ele inclusive influencia Garfield nesse ponto. A relação entre o felino laranja e Jon é bem retratada, mostrando o carinho que os une.

Na versão dublada para o português, além da dupla Rossatto, temos ainda Philippe Maia, que faz a voz de Jon; Marcus Eni é Odie; Taryn Szpilman é Jinx, e Duda Ribeiro, dublando o touro Otto, que na versão original é feita por Ving Rhames ("Missão Impossível - Acerto de Contas Parte 1" - 2023).


A história é simples e previsível, sem grandes surpresas ou reviravoltas. Os diálogos são comuns, bem direcionados para um público infantil, apesar de algumas cenas na fazenda mostrarem maus-tratos a animais. As piadas são previsíveis, mas conseguem arrancar algumas risadas. No entanto, o humor pode não agradar ao público adulto, exceto aos fãs. 

"Garfield Fora de Casa" apresenta algumas mensagens positivas sobre amizade, família e a importância de se contentar com o que se tem. É uma animação leve e despreocupada, ideal para entreter as crianças e assistir com um baldão de pipoca no colo. 


Ficha técnica:
Direção: Mark Dindal
Produção: Alcon Entertainment, Columbia Pictures, Double Negative, Wayfarer Studios, One Cool Group Limited
Distribuição: Sony Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h41
Classificação: Livre
País: EUA
Gêneros: infantil, comédia

11 abril 2024

"Ghostbusters - Apocalipse de Gelo" é uma boa e nostálgica sequência do longa de 2021

Elencos dos dois primeiros filmes e da produção de 2021 estão juntos novamente, lutando contra um perigoso vilão que quer congelar o planeta (Fotos: CTMG)


Maristela Bretas


Atenção fãs da franquia, estreia nesta quinta-feira nos cinemas o longa "Ghostbusters - Apocalipse de Gelo" ("Ghostbusters: Frozen Empire"), uma sequência de "Ghostbusters: Mais Além" (2021) que pode agradar. 

Ele explora novamente a nostalgia, trazendo referências em cenas e diálogos ao início da franquia, além da união dos novos caça-fantasmas com os originais, como aconteceu há três anos. 

Gil Kenan, roteirista do filme anterior, assume a direção no lugar de Jason Reitman – que continua no roteiro ao lado de Kenan. A dupla faz uma homenagem ao pai de Jason, Ivan Reitman, que dirigiu os dois primeiros filmes - "Os Caça-Fantasmas" (1984) e "Os Caça-Fantasmas 2" (1989). 


O roteiro dessas duas produções foi escrito por Dan Aykroyd e o ator/diretor/roteirista Harold Ramis (falecido em 2014), que também interpretou o professor Egon Spengler e foi homenageado em 2021. 

Em "Ghostbusters - Apocalipse de Gelo", Callie (Carrie Coon), e seus filhos Trevor (Finn Wolfhard) e Phoebe (Mckenna Grace) agora vivem com o professor Gary Grooberson (Paul Rudd) e se tornaram Caça-Fantasmas. 

Eles assumem a responsabilidade que um dia foi do pai de Callie, o professor Spengler, e seus amigos. A família retorna para o antigo quartel de bombeiros em Nova York, onde funcionava a sede do grupo original. 


A descoberta de um artefato antigo liberta uma entidade maligna que ameaça congelar todo o planeta. Para enfrentar o novo vilão, "Ghostbusters - Apocalipse do Gelo" traz novamente os caça-fantasmas que iniciaram a franquia.

Peter Venkman (Bill Murray), Ray Stantz (Dan Aykroyd) e o agora empresário e financiador dos Caça-Fantasmas, Winston Zeddemore (Ernie Hudson), se juntam aos novos caçadores. 

Eles ainda vão poder contar com a participação da antiga secretária do grupo, Janine Melnitz (Annie Potts) e do prefeito Walter Peck (papel de William Atherton). 


A produção tem várias referências aos filmes originais, a começar pela participação de Geleia, o fantasma verde gosmento. Mas a repaginada de CGI que deram nele não ficou tão simpática e engraçada quanto o primeiro. 

Também estão de volta as perversas e divertidas miniaturas do Homem de Marshmallow Stay Puft, que aproveitam para mostrar que ainda podem aprontar bastante.

Os diálogos da "velha turma" são pura nostalgia. Quem assistiu aos filmes de 1984 e 1989 vai entender as menções que eles fazem às situações engraçadas e de perigo que viveram no passado. A impressão que dá é de que, mais um pouco, entravam em cena Sigourney Weaver e Rick Moranis.


De "Ghostbusters: Mais Além" estão de volta também Logan Kim, como Podcast, e Celeste O´Connor, como Lucky Domingo. O elenco ganha o ótimo reforço de Kumail Nanjiani, que faz o papel do comerciante picareta de objetos antigos, Nadeem Razmaadi, e será peça importante na trama.

Ao contrário do filme anterior, "Ghostbusters - Apocalipse de Gelo" é mais descontraído e retoma o estilo de comédia, graças especialmente à turma antiga, que ganha uma participação maior. 

O destaque da vez fica para a personagem Phoebe, que precisa resolver sua relação com o padrasto e ainda provar que é capaz, com seus 15 anos, de ser uma caça-fantasmas e vencer as forças do mal.


Um ponto negativo é a cena da batalha, que poderia ter sido melhor explorada, especialmente por reunir os dois grupos e colocá-los frente a frente com Garraka e seu exército de fantasmas. 

Durou pouco tempo, poderia ser uma batalha grandiosa, mas pecou em efeitos especiais, atrapalhando a participação do vilão do gelo, que tinha tudo para ser o novo Gozer da franquia.

Mesmo assim, "Ghostbusters - Apocalipse de Gelo" vale a pena assistir nos cinemas e curtir, mais uma vez essa turma junta enfrentando os piores e também os mais divertidos fantasmas. E o diretor já deixou a brecha para um terceiro filme. Alerta: tem cena curta pós-crédito. 


Ficha técnica:
Direção: Gil Kenan
Roteiro: Gil Kenan e Jason Reitman
Produção e distribuição: Sony Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h56
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: ação, aventura, fantasia, comédia

13 março 2024

"A Sala dos Professores" aborda as questões éticas e morais de uma escola que podem abalar uma comunidade

Leonie Benesch interpreta uma educadora que busca sempre uma relação de comunicação com seus alunos para melhorar o ensino (Fotos: Alamofilm/Divulgação)


Marcos Tadeu
Narrativa Cinematográfica


Apesar da indicação ao Oscar 2024 na categoria de Melhor Filme Internacional, infelizmente o longa alemão "A Sala dos Professores" ("The Teachers' Lounge") ficou pouco tempo nos cinemas de BH. A direção de Ilker Çatak e atuação da brilhante atriz Leonie Benesch fazem deste filme uma obra que merece ser assistida por professores, alunos e pais.

Na história, conhecemos a professora Carla Nowak (Benesch), recém-chegada a uma escola, que ministra aulas de Matemática e Esportes, buscando sempre uma relação de comunicação com os estudantes para melhorar o ensino de maneira prática. Tudo vai bem até que uma série de furtos começa a acontecer e um de seus alunos se torna o principal suspeito. 


A protagonista decide investigar, mas acaba criando um movimento negativo na comunidade, com todos querendo saber o que se passa na escola. O longa acerta ao tratar questões morais de maneiras nada sutis. Até a cena do possível furto não dá resposta pronta.

Esse tipo de obra lembra muito "A Caça" (2012), de Thomas Vinterberg, no qual um professor de uma escolinha é acusado de abuso em sua cidade e acaba sendo "cancelado" de todas as formas. Aqui existe uma aproximação desse tipo de narrativa, onde Carla, que se apresenta como uma pessoa com valores éticos e morais inabaláveis por ser a correta, é confrontada até pelos próprios colegas.


Temos até um momento em que Carla se declara nascida na Polônia, o que dá a entender que talvez ela e sua família tenham sido perseguidas por nazistas e sofrido atrocidades. No entanto, nem esse argumento faz com que alunos e, principalmente, professores, acreditem em sua palavra.

Temas como notícias falsas, a intervenção da coordenação em sala de aula, o direito de imagem e até o ato de acusar alguém são importantes para a obra e Ilker Çatak faz uma boa mescla desses assuntos.

Faltou, no entanto, explorar a vida de Carla em escolas anteriores, o que daria mais força a sua personagem. Cabe ao telespectador julgar seus atos. "A Sala dos Professores" é aquele típico filme educacional para ser assistido por alunos e educadores, com questões que podem surgir em qualquer contexto universal de uma escola. Uma produção que, após o término, deixa muitas pautas a se pensar.


Ficha técnica:
Direção: Ilker Çatak
Distribuição: Sony Pictures
Exibição: sala Vip do Cinemark Diamond Mall (sessão das 18h40) e em breve no streaming
Duração: 1h40
Classificação: 12 anos
País: Alemanha
Gêneros: drama, ficção

24 novembro 2023

"Napoleão" é o reencontro de guerra e sexo de Joaquin Phoenix e Ridley Scott

Cinema recebe versão reduzida, com muitas batalhas e obsessão do imperador por uma mulher e pelo poder (Fotos: Apple Studios)


Maristela Bretas


Depois do sucesso de "Gladiador" (2000), o diretor Ridley Scott e o ator Joaquin Phoenix voltam a se encontrar na grandiosa produção "Napoleão" ("Napoleon"), em cartaz nos cinemas com 2h38 de duração. O público, no entanto, pode se preparar para mais de 4 horas do longa completa que será disponibilizado no canal de streaming Apple TV+ . 

A história de Napoleão Bonaparte que coroou a si mesmo imperador da França já foi contada no passado no cinema, mas esta versão fica restrita às batalhas campais, que quebram as cenas de sexo entre Bonaparte e Josephine, o segundo amor da vida dele (depois da obsessão pelo poder). Mesmo assim, o filme é arrastado e fica cansativo em alguns momentos.


Joaquin Phoenix, como em outras produções, incorpora muito bem o personagem de Napoleão Bonaparte, um homem de apenas 1,68m de altura, que pensava o tempo todo em fazer sexo com a amante, mas transava como coelho e tinha certeza que não cometia erros.

Apesar da ótima interpretação do ator, o papel de Napoleão perde para outros vividos por ele, como em "Gladiador" e "Coringa" (2019). Mas deve lhe render várias indicações a prêmios, inclusive ao Oscar 2024.


O filme tem em Vanessa Kirby ("Missão: Impossível - Efeito Fallout" - 2018) seu maior trunfo, interpretando Josephine, amiga, amante, esposa e imperatriz durante o reinado de Napoleão. A atriz britânica está ótima e se destaca mais que Phoenix ao entregar uma mulher forte, dominadora, amante insaciável, que soube como controlar do marido desde que se conheceram e foi essencial na ascensão do general francês. Pode entrar na lista das possíveis candidatas a premiações.

Completam o elenco Rupert Everett ("O Lar das Crianças Peculiares" - 2016), Tahar Rahim (que trabalhou com Phoenix em "Maria Madalena" - 2018 e protagonizou "Samba" - 2015, com Omar Sy), Edouard Philipponnat, Matthew Needham e Youssef Kerkour.


O longa retrata a rápida carreira de Napoleão Bonaparte. De simples oficial de artilharia do exército francês, graças a sua capacidade como estrategista de guerra e às vitórias em conflitos pela Europa, chegou a imperador da França em 1804. Um militar cruel com os inimigos, arrogante e prepotente, mas fraco diante das duas mulheres mais importantes de sua vida - a mãe e Josephine. 

Mas foi sua obsessão pelo poder e sede de conquista da Europa que o dominaram, levando-o à gloria e à derrota, deixando até mesmo em segundo plano sua amada. 

Napoleão se comparava a outros grandes imperadores como Alexandre, o Grande, e César, de Roma. Até ser derrotado, deposto e terminar exilado na Ilha de Santa Helena.


A obra de Ridley Scott é bem conduzida, mas o corte de mais de uma hora da versão original aliviou para o espectador mas pode ter comprometido pontos importantes do filme. 

Personagens foram esquecidos ao longo da trama, como os filhos de Josephine antes do casamento com Napoleão, a segunda esposa (resultado de um acordo político para que ele tivesse um filho como herdeiro no trono).


Até mesmo as batalhas, um ponto forte do diretor, como ele mostrou bem em "Gradiador" (2000) e "Cruzada" (2005), poderiam ter sua grandiosidade mais bem exploradas. Mesmo assim, Scott não economizou no sangue e entregou um ótimo trabalho, especialmente no ataque no gelo e na Batalha de Waterloo, em julho de 1815, quando Bonaparte foi derrotado. 

"Napoleão" tem ainda como pontos positivos a reprodução quase fiel da história do imperador francês, o figurino impecável e a escolha das locações na Inglaterra. Vale à pena conferir o longa no cinema.


Ficha técnica:
Direção: Ridley Scott
Roteiro: David Scarpa
Produção: Scott Free Productions, Apple Original Films
Distribuição: Sony Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h38
Classificação: 16 anos
País: EUA
Gêneros: histórico, guerra
Nota: 3,8 (0 a 5)

20 agosto 2023

Pise fundo, foi dada a largada para a estreia de "Gran Turismo" nos cinemas

Archie Madekwe vive o jogador de videogame Jann Mardenborough que se tornou piloto profissional
(Fotos: Sony Pictures)


Maristela Bretas


"Acelerar, acelerar". Até parece Relâmpago McQueen se preparando para uma corrida. Mas a adrenalina que vai contagiar o expectador é de “Gran Turismo - De Jogador a Corredor" ("Gran Turismo: Based On a True Story"), filme que estreia nesta quinta-feira (24) nos cinemas com a promessa de ser um dos melhores lançamentos do ano de simulador de corrida baseado em fatos. Algumas salas já estão com exibição antecipadas.

Um presente para quem curte carros, roncos de motores possantes, grandes e conhecidos circuitos de corrida. "Gran Turismo" conta a história do jogador de videogame Jann Mardenborough (o britânico Archie Madekwe, de "Agente Stone" - 2023). 

Suas habilidades impressionantes com o simulador de corrida da PlayStation o levam a ser escolhido para disputar uma série de competições pela equipe Nissan e se tornar um verdadeiro piloto profissional. 


Além de mostrar grandes circuitos de Fórmula 1 conhecidos pelos aficionados - como Nürburgring e Hockenheimer (Alemanha) e Silverstone (Inglaterra) -, o longa alfineta o jogo de interesses que corre por trás dos boxes e nas pistas. Sem contar os riscos a cada curva ou lombada para quem não tem a experiência real de pilotar, como no acidente de Jann.

As cenas de ação contaram com um uso menor de computação gráfica, o que exigiu maior preparo do elenco, mas deixou o filme mais realista. Os efeitos visuais funcionam perfeitamente como no game, às vezes fica difícil diferenciar realidade da simulação nas corridas. O formato IMAX é bem explorado, especialmente nos acidentes e nas competições.


Archie Madekwe está muito bem no papel de Jann Mardenborough, que também participa da produção como dublê do ator quando ele está correndo. 

Destaque também para o talentoso e sempre simpático, mesmo quando tenta ser mal-humorado, David Harbour ("Stranger Things" - 2022 e "Noite Infeliz" - 2022) como Jack Salter, chefe de equipe que treina Jann. A sintonia entre os dois atores funciona muito bem.

Claro que, como uma história baseada em fatos reais, não poderia faltar a parte emocional. Essa fica por conta da relação de Jann com Jack e a família, especialmente com o pai, interpretado pelo ótimo Djimon Hounsou ("Shazam! Fúria dos Deuses" - 2023). Ele é Steve, o cara pé no chão que não acredita no sonho impossível do filho. 


Temos ainda Orlando Bloom ("Piratas do Caribe - A Vingança de Salazar" - 2017) que entrega o convincente Danny Moore, responsável pelo marketing da escuderia. É dele a ideia de criar o torneio da GT Academy para escolher o melhor jogador de Gran Turismo que será treinado para se tornar um piloto profissional.

Até mesmo o elenco de apoio, que conta com jovens atores como Darren Barnet (o piloto Matty Davis, da equipe de Jann) e Josha Stradowski (o piloto Nicholas Capa, da equipe rival, que dirige a maravilhosa Lamborghini Huracan STO dourada), funciona bem.

O verdadeiro Jann Mardenborough (Divulgação)

O longa não é nada discreto quanto à publicidade. A começar pela própria Nissan, que é a fabricante japonesa do GT-R Nismo dirigido por Jann, e a Playstation, responsável pelo game - não teria como contar a história sem falar dessas duas marcas. 

Temos também a Red Bull, cujo circuito é mostrado em destaque, com longas imagens, inclusive aéreas. O filme conta ainda com a participação de Geri Halliwell, uma das Spice Girls atacando aqui de atriz, no papel da mãe de Jann. Na vida real, ela é esposa de Christian Horner, chefão da escuderia.


Carros e velocidade

Já vimos inúmeras produções sobre corridas que se tornaram referências no gênero, alguns bons, outros nem tanto. Confira alguns abaixo e onde estão sendo exibidos:
- "Ford vs Ferrari" (2019 - Star+);
- "Rush - No Limite da Emoção” (2013 - Netflix);
- "Velozes e Furiosos" (franquia iniciada em 2001- Telecine);
- "Herbie - Se Meu Fusca Falasse (2005 - Disney+);
- "Senna" (2010 - para alugar em plataformas de streaming);
- “Need For Speed - O Filme” (2014 - Disney+);
- "Dias de Trovão" (1990 - Globoplay e Youtube) e muitos outros.


Sem contar animações como "Carros" (2006, em exibição na Disney+); "Turbo" (2013 - Globoplay) e as antigas séries de TV, "Corrida Maluca" (1968 - HBO Max) - como esquecer de Dick Vigarista, Mutley e Penélope Charmosa - e "Speed Racer" (1967 - Prime Vídeo), que em 2008 ganhou uma versão para cinema (HBO Max).

Mas o que importa mesmo em todas produções sobre corridas é a adrenalina e o prazer que elas proporcionam a quem assiste (e gosta). Essas sensações são bem fortes em "Gran Turismo", exatamente por focar nas disputas e nos acidentes, que são inevitáveis e marcaram a carreira do jovem piloto. 

Fica a dica: se você gosta de carros e corrida, corra para o cinema e garanta seu ingresso para conferir este lançamento da Sony Pictures.


Ficha técnica:
Direção: Neill Blomkamp
Produção e distribuição: Sony Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h14
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: ação, drama, corrida

07 julho 2023

"Sobrenatural - A Porta Vermelha" é um terror que assusta sem causar medo

Quinto longa consegue recuperar a qualidade do primeiro filme da franquia (Fotos: Sony Pictures)


Maristela Bretas


Está sendo consenso entre as pessoas que assistiram "Sobrenatural - A Porta Vermelha" ("Insidious - The Red Door") que este filme é tão bom quanto o primeiro da franquia, “Sobrenatural", de 2011. Talvez porque essa quinta produção, que está em cartaz nos cinemas, traga de volta atores do elenco original - como Patrick Wilson, que também é o diretor. 

E realmente agrada, com bons sustos graças a um ótimo trabalho de maquiagem e boas interpretações do elenco, incluindo a da entidade do mal, chamada pelos personagens de Demônio Vermelho e Demônio do Rosto Vermelho.


Além de Patrick Wilson e Ty Simpkins, “Sobrenatural – A Porta Vermelha” conta com a volta de Rose Byrne (Renai), Andrew Astor (Foster), Barbara Hershey (Lorraine), membros da família Lambert que participaram de “Sobrenatural" (2011) e "Sobrenatural: Capítulo 2" (2013), ambos dirigidos por James Wan. 

Também retornam à franquia Lin Shaye, como a vidente Elise Rainier, e Amgus Sampson, como seu assistente Tucker. 

O destaque do novo elenco é Sinclair Daniel, em ótima interpretação da jovem descolada Chris, colega da quarto de Dalton na faculdade. Participam ainda Juliana Davies, como Kali, filha caçula dos Lambert, e Hiam Abbass, professora de Artes de Dalton. 


Os fatos ocorrem dez anos depois da aparição da entidade ter tentado trazer Dalton (Ty Simpkins) e o pai Josh (Patrick Wilson) para uma dimensão macabra em “Sobrenatural: Capítulo 2” e ter aterrorizado toda a família Lambert. Apesar de terem suas memórias apagadas por decisão da família, ambos vivem atormentados por visões que não sabem explicar. 


O problema se agrava quando Dalton, que não se dá bem com o pai, começa a faculdade e passa a ter visões da assustadora entidade que habita a dimensão astral por trás da porta vermelha (um lugar entre o Céu, a Terra e o Inferno). E precisarão enfrentar seus medos e desavenças do passado para conseguirem ficar livres desse espírito do mal.

Mesmo sendo um filme de terror, "Sobrenatural - A Porta Vermelha" demora a provocar sustos, mas quando eles começam, dá para pular na cadeira. 


O longa foca a abordagem na relação conturbada entre pai e filho. Quase uma reprodução da relação que Josh tinha com o pai que o abandonou quando criança. 

Esses relacionamentos familiares ruins estão interligados com as aparições e a força que a entidade macabra exerce sobre suas vítimas. A forma como esse ponto é conduzido no roteiro é bem clara, dando ao longa um encerramento digno da franquia, que começou muito bem sob a batuta de James Wan, teve seus altos e baixos, e recupera neste quinto filme.

   
O Demônio do Rosto Vermelho (interpretado por Joseph Bishara) é realmente assustador e suas aparições, assim como a outras entidades da dimensão astral, atormentando Dalton, Chris e Josh, provoca no público a reação esperada para um bom filme de terror. O retorno da família foi uma boa ideia, fechando um ciclo interrompido há 10 anos.


Outro ponto que agrada é ter o roteiro de Leigh Whannell (do excelente "O Homem Invisível"- 2020), criador da ideia original e dos personagens de “Sobrenatural”, juntamente com James Wan.

Ele também retoma o papel do caça-fantasmas Specs, que desempenhou no original de 2011, em “Sobrenatural: Capítulo 2” (2013), "Sobrenatural: A Origem" (2015), dirigido por ele, e "Sobrenatural: A Última Chave" (2018).  

James Wan, que dirigiu os dois primeiros filmes, também retorna. Agora como produtor, ao lado de Jason Blum, da Blumhouse, garantindo uma produção de qualidade, que convence como filme de terror que faz o expectador dar pulo na cadeira. 


No gênero terror, Wan tem em sua filmografia a direção de “Invocação do Mal" (2013), “Invocação do Mal 2” (2016) e roteiro nos demais filmes da franquia. 

Para quem quer assistir os outros quatro filmes da franquia, os dois primeiros estão disponíveis na @HBOMax e os dois últimos na @Netflix. Mas não é necessário assistir aos demais. “Sobrenatural – A Porta Vermelha” dá a explicação necessária no início. 


Ficha técnica:
Direção: Patrick Wilson
Produção: Blumhouse Productions
Distribuição: Sony Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h47
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gênero: Terror

10 fevereiro 2023

“The Last of Us” e "Uncharted" entre as 10 melhores adaptações de videogames para TV e cinema

HBO MAX (Divulgação)

Sony Pictures (Divulgação)


Da Redação

Apesar de ter sido lançado há menos de um mês, “The Last of Us” está em terceiro lugar geral nas principais adaptações de videogames de séries de TV de todos os tempos. “Arcane”, o programa adaptado do jogo “League of Legends”, ocupa a primeira colocação. 


Para filmes, “Uncharted” (clique para conferir a crítica no blog) lidera a lista desta semana. Curiosamente, ambos os filmes de “Sonic the Hedgehog” também fizeram parte da lista. Veja os gráficos abaixo dos Top 10 TV Show e Top 10 Movies, enviados pelo guia de streaming JustWatch, parceiro do blog Cinema no Escurinho.