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01 janeiro 2024

Tatá Werneck e Ingrid Guimarães têm a química perfeita do humor em "Minha Irmã e Eu"

Longa dirigido por Susana Garcia é muito divertido, tem emoção e ainda atores e cantores tarimbados do passado e do presente
(Fotos: Paris Filmes)


Maristela Bretas


Garantia de boas gargalhadas e também momentos de emoção. Ingrid Guimarães e Tatá Werneck têm a química perfeita para divertir o público na comédia "Minha Irmã e Eu", em cartaz nos cinemas. São quase duas horas de trapalhadas, diálogos escrachados, com duplo e até triplo sentido e situações tão ridículas que fica impossível não rir (e muito).

A diretora Susana Garcia ("Minha Mãe é Uma Peça 3" - 2019, "Minha Vida em Marte" - 2018) acertou novamente na escolha do elenco e do roteiro, entregando um longa que deixa a gente leve quando sai do cinema, especialmente pela interpretação das duas comediantes protagonistas. 


Tatá interpreta Mirelly, a irmã caçula, que mora no Rio de Janeiro, se passa por descolada, amiga de famosos, vivendo de luxo e glamour. Puro "fake". 

Mentirosa compulsiva, mora num "apertamento", vive de bicos pra se sustentar e faz postagens arranjadas para se dar bem nas redes sociais. Ela é a mais doida das duas, mas também a que entrega as cenas e diálogos mais divertidos do filme.

Ingrid é Mirian, a mais velha, que nunca saiu de Rio Verde no interior de Goiás, vive para o lar, é casada com Jayme (Márcio Vito), tem dois filhos - Jayme Jr. e Marcelly - e cuida da mãe Dona Márcia, a tarimbada Arlete Salles. 


Mirian representa bem a esposa certinha, mas insatisfeita, que gostaria de ter a vida da irmã, apesar de estar sempre às turras com ela. E para desilusão de Dona Márcia, as filhas nunca realizaram seu sonho de formarem uma dupla sertaneja.

As duas quase não se encontram, até que uma discussão no lugar errado e na hora errada entre as irmãs leva Dona Márcia a desaparecer. Começa aí o Road movie de Miriam e Mirelly.


Em busca da mãe perdida, a dupla vai percorrer as estradas de Goiás de carro, a pé, de bicicleta, em caminhão pau-de-arara, o transporte que aparecer na hora. E por onde passam, vão deixando um rastro de boas risadas.

Bastariam as duas atrizes para o filme ter tudo para ser bom, mas o elenco ainda ganha peso com a participação de Lázaro Ramos e Taís Araújo, no papel deles mesmos, o grande Antônio Pedro, que infelizmente morreu em março deste ano, além de Leandro Lima, que faz o papel do cowboy sarado, e o colunista Hugo Gloss. 


Na parte musical, como participações especiais, estão a cantora Iza e a dupla Chitãozinho e Xororó, que tem uma história passada com Dona Márcia.

Durante sua jornada, a partir do Rio de Janeiro, de onde Mirelly agora precisa fugir por uns tempos, as duas irmãs vão conhecendo e encontrando personagens, retomando a amizade de infância e descobrindo uma nova realidade.


Além das belas locações da região Centro-Oeste do pais, "Minha Irmã e Eu" foi muito bem dirigido por Susana Garcia a partir de um roteiro leve e cativante. Como se os roteiristas estivessem contando suas próprias experiências familiares. 

Ele é isso, um filme produzido para divertir toda a família, falando sobre a relação entre mães e filhos e, especialmente, entre irmãs, com direito a brigas, picuinhas e acertos. Mas não mexa com uma delas, porque com certeza vai arranjar problema com a família toda. Não perca nos cinemas, vale muito a pena.


Ficha técnica:
Direção: Susana Garcia
Ideia original: Ingrid Guimarães e Tatá Werneck
Roteiro: Célio Porto, Ingrid Guimarães, Veronica Debom, Leandro Muniz
Produção: Paris Entretenimento, com coprodução da Paramount Pictures, Telecine, Simba e Globo Filmes
Distribuição: Paris Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h52
Classificação: 14 anos
País: Brasil
Gênero: comédia nacional
Nota: 4 (0 a 5)

30 dezembro 2022

"Filho da Mãe" é divertido, emocionante e frenético, como Paulo Gustavo

Documentário acompanha o comediante em sua turnê musical com a mãe, Déa Lúcia, pelo Brasil
(Fotos: Amazon Prime Vídeo)


Maristela Bretas


Para rir muito. Mas infelizmente faz chorar também. Assim é o documentário "Filho da Mãe", último projeto assinado pelo comediante Paulo Gustavo antes de falecer em 04/05/2021 por complicações causadas pela Covid-19. 

Em exibição na Amazon Prime Vídeo, o longa era para contar as peripécias desse que foi uma das maiores revelações dos últimos tempos da TV e do teatro, onde sua carreira começou.

Mas a doença, que ele tanto temia contrair durante a pandemia em 2020/2021, o levou mais cedo e a história, que diverte até mais da metade do filme, se torna triste e saudosista. Tanto para aqueles que com ele conviveram quanto para seus milhares de fãs.  

"Minha Mãe é Uma Peça 3" (Divulgação)

O longa é recheado de depoimentos de amigos, integrantes da banda e de familiares, especialmente sua mãe, dona Déa Lúcia. "Filho da Mãe" é a homenagem de Paulo Gustavo a ela, sua inspiração para o maior e mais conhecido personagem - Dona Hermínia, dos filmes "Minha Mãe é Uma Peça" - 1 (2013), 2 (2016) e 3 (2020) . 

O ator também participou de outras produções de sucesso, como "Os Homens são de Marte e é prá lá que Eu Vou" (2014) e "Minha Vida em Marte" (2018), ambos com a amiga inseparável Mônica Martelli. Além do papel como Valdomiro, em "Vai que Cola", série de TV exibida pela Multishow que originou o filme homônimo.


Da infância sempre muito ativa ao sucesso no cinema, palcos de teatro e programas de TV, Paulo Gustavo sempre era o centro das atrações onde chegava. 

Nos depoimentos do documentário, amigos, pais, madrasta e tias contam como ele iluminava e tornava os momentos mais alegres e divertidos, com humor ácido e crítico, mas também afetuoso. 

Uma alegria que se tornou ainda maior com o casamento e o nascimento dos dois filhos, Gael e Romeu.


Imagens inéditas de arquivos familiares e das apresentações nos palcos pelo país mostram, na maior parte do longa, o comediante fazendo piadas, imitando a mãe, contando casos passados dela e de suas amigas, dos amigos próximos e de sua equipe. 

Dona Déa e Paulo Gustavo protagonizam a história e mostram como o amor e o orgulho de um pelo outro era grande.

Paulo Gustavo com Mônica Martelli em
"Minha Vida em Marte" (Divulgação)

A intimidade do comediante com a mãe, o pai, o marido e os filhos também não foi esquecida, sem esquecer os amigos mais próximos, que deram depoimentos de antes e após a morte do ator. 

Os bastidores do espetáculo, com algumas músicas e falas improvisadas pela dupla, as viagens, o que agradava e o que desagradava a ambos. Tudo era motivo para uma boa risada.

Paulo Gustavo e Susana Garcia (Divulgação)

"Filho da Mãe" é um documentário que merece ser visto e revisto, para matar a saudade de Paulo Gustavo e de seus maiores personagens, com boas risadas e muita emoção por esta triste perda prematura. 

Em breve, poderemos ter mais deste completo ator. Em entrevista ao portal Terra, a diretora Susana Garcia afirmou que outras produções sobre o comediante devem chegar pela Amazon Prime Vídeo. 

Segundo ela, há ainda muito conteúdo para aproveitar das 130 horas do material bruto feito pela equipe. Vamos esperar com ansiedade.


Ficha técnica:
Direção: Susana Garcia e Ju Amaral
Produção: Amazon Prime Video
Exibição: Amazon Prime Vídeo
Duração: 1h15
Classificação: livre
País: Brasil
Gênero: Documentário