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15 agosto 2023

"Tempos de Barbárie - Ato I" é repleto de falhas e irresponsável no conteúdo

Cláudia Abreu é destaque no filme, entregando interpretação primorosa
(Foto: Raquel Tanugi e Mariana Vianna/Atômica)


Larissa Figueiredo 


O longa nacional "Tempos de Barbárie - Ato I: Terapia da Vingança" estreia nesta quinta-feira (17), trazendo a trajetória de uma mãe, a advogada Carla (Cláudia Abreu), que vê a filha ser baleada durante uma tentativa de assalto. 

Carla, sem conseguir aceitar o destino da filha e a falta de soluções por parte da polícia, transforma a busca por justiça em uma vingança contra todo o sistema que alimenta a violência no Brasil. 


O que era para ser uma crítica de apelo moral sobre justiça com as próprias mãos, se tornou um conteúdo sem sentido e irresponsável. O roteiro do filme é repleto de falhas e não é nem de longe uma boa ideia.

A protagonista com a saúde debilitada se transforma em uma espécie de Exterminador do Futuro e de algum modo, consegue executar seus planos sem muita dificuldade. 


Os outros personagens, como o marido de Carla (César Mello), mal aparecem no longa, não há nenhuma complexidade, desenvolvimento e trama secundária, o que torna o filme repetitivo e pesado para quem está do outro lado da tela. 

Alexandre Borges também está no elenco interpretando Miranda, colega de trabalho de Carla que a incentiva a fazer sua própria justiça. Além de Julia Lemmertz, Kikito Junqueira, Pierre Santos, Adriano Garib, Claudia Di Moura, Roberto Frota e Giovanna Lima. 


Outro ponto que chama atenção é a forma que o longa alimenta todos os lugares comuns e estereótipos do contexto da violência nas grandes periferias brasileiras. 

O filme poderia ter explorado com maior complexidade o modus operandi das milícias e organizações criminosas de contrabando de armas de fogo, por exemplo, como vemos no clássico "Tropa de Elite" (2007). Mas a direção parece ter escolhido a mediocridade e um simplismo desleixado. 


A atuação de Claudia Abreu é um dos únicos pontos positivos de "Tempos de Barbárie - Ato I: Terapia da Vingança". Mesmo com as inúmeras falhas no roteiro, a atriz cumpriu seu papel com primor. 

Os planos curtos intercalados e os filtros frios na imagem trazem certo desespero ao espectador misturado com apatia, expressando os sentimentos de Carla na busca por vingança. Destaque também para a montagem do longa, fotografia e direção de arte. 


Ficha técnica:
Direção: Marcos Bernstein
Roteiro: Marcos Bernstein e Victor Atherino
Produção: Hungry Man, Pássaro Films e Neanderthal MB, com a coprodução da Globo Filmes
Distribuição: Paris Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h55
Classificação: 14 anos
País: Brasil
Gêneros: drama, suspense
Nota: 2 (0 a 5)