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23 junho 2024

“Clube dos Vândalos” trata da formação de um clube (ou gangue) de motociclistas

Baseado em livro, filme mostra recorte de alguns anos da vida de integrantes de motoclube no final dos anos 1960 (Fotos: Universal Pictures)


Eduardo Jr.


Dirigido por Jeff Nichols e distribuído pela Universal, “Clube dos Vândalos” ("The Bikeriders") está entre os lançamentos polêmicos em cartaz no cinema. O longa fala do surgimento e transformação de um grupo de motociclistas americanos. 

Permeado por drama e romance, o filme se inspira em um livro de Danny Lyon, que acompanhou por quase uma década um motoclube, fotografando e entrevistando os integrantes. 

A história, ambientada nos anos de 1960, começa dando a entender que será dividida em atos, tendo como ponto de partida o relato de Kathy (Jodie Comer), a jovem que se apaixonou pelo protagonista Benny (Austin Butler) e viveu boa parte da existência d’os “Vândalos”. 


Mas apenas ela atua como narradora. Outros pontos de vista ficam de fora (exceto por umas poucas cenas dos atores sendo entrevistados por Danny (papel de Mike Faist). 

A proposta de aventuras, motociclistas encrenqueiros, e romance está lá, no cartão de visitas do longa. Benny é apresentado como um desajustado, mas a beleza do garotão encanta Kathy. Com a promessa de Johnny, o fundador dos Vândalos (personagem do ótimo Tom Hardy), de que ela não terá problemas ali, ela embarca no romance, conforme conta em sua entrevista. 


Se a direção acerta ao conduzir a história por um ponto de vista feminino, num grupo ultra masculinizado, e ao expressar a liberdade sobre duas rodas e o senso de pertencimento daqueles homens, derrapa em outros pontos. 

O papel do entrevistador quase desaparece. Mike Faist fica ali, em alguns momentos, segurando um microfone e fazendo poucas perguntas. Perde-se a chance de explorar mais das histórias e perfis que essas entrevistas podem ter captado. 


Gradualmente o espectador vai conhecendo mais sobre as regras daquele grupo. E até sobre a formação de uma masculinidade que deixa marcas. Mas, da metade do filme em diante, a motocicleta vai descendo a ladeira. Vai se criando tal visão daqueles motoqueiros que é difícil imaginar que os adeptos da cultura do motociclismo venham a se sentir representados por essa obra. 

O drama da ampliação do grupo, da chegada de novos membros, do posicionamento dos integrantes diante da transformação do grupo e da sociedade criam um retrato que tira o brilho dos personagens e da história do grupo. 

Na plateia da sala Cineart, o público se dividia. Alguns expressavam satisfação enquanto outros saíam descontentes. Vá ao cinema e tire suas conclusões - e não saia da sala antes dos créditos finais, as fotos originais da época podem agradar.  


Ficha Técnica:
Direção: Jeff Nichols
Produção: Universal Pictures, New Regency, Tri-State Pictures
Distribuição: Universal Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h55
Classificação: 16 anos
País: EUA
Gênero: drama

04 outubro 2018

"Venom" peca ao trazer um anti-herói sem identidade


Longa transita bem entre o lado cômico e a carga dramática, como vem sendo notado ao longo da série (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)


Wallace Graciano


Poucos antagonistas ficaram tão enraizados na cultura popular quanto Venom. A forma híbrida entre um homem e um parasita alienígena ganhou notoriedade nos quadrinhos não apenas por ser o contraventor das histórias do “Homem-Aranha”, mas também pelo visual peculiar e seus recursos físicos que destoavam dos demais vilões. Não à toa, o transgressor foi a grande aposta para o próximo longa do universo Marvel. Porém, tais características, que fizeram dele único no cânone do herói, foram deixadas de lado no filme que estreia nas telonas nesta quinta-feira (4).

A história, que começa soturna, mas ganha cor com o passar dos minutos, conta as desventuras de Eddie Brock (Tom Hardy), um repórter investigativo conceituado sempre ávido por grandes notícias. Vive um céu de brigadeiros com sua futura esposa, Anne Weying (Michelle Williams). Porém, ao entrar escondido no e-mail de sua amada, ele tem acesso a um relatório que expõe que a companhia na qual ela trabalha, a Life Foundation, fazia testes laboratoriais em humanos. Com uma entrevista marcada com o CEO da empresa, Carlton Drake (Riz Ahmed), ele toca na ferida e acaba arruinando a carreira de ambos.

Desempregado e desamparado, Brock tem acesso a uma médica da Life, que reporta que a empresa testava a simbiose de um parasita com humanos. Entendendo que aquela seria sua última chance, ele invade a sede da companhia e tem contato com a gosma, que o toma como receptáculo, transformando-o, aos poucos, em Venom.

Apesar de apresentar bem o antagonista ao público, a trama peca ao desenvolvê-lo. Forçando uma necessidade de mostrar um outro lado do protagonista, o filme exagera na necessidade de tratar seu lado esquizofrênico tal qual os conceitos de “O médico e o monstro”. Nesse momento, Venom perde sua força, pois não se estabelece uma identidade ao personagem, que assume-se como anti-herói de forma abrupta, sem qualquer explicação ao expectador. Apesar disso, o longa transita bem entre o lado cômico e a carga dramática, como vem sendo notado ao longo da série.


“Venom” tinha tudo para ser um dos grandes filmes do universo Marvel, pois é rico em efeitos visuais, sonoros, e tem boas atuações, porém peca ao desvirtuar a identidade do personagem sem abraçá-lo. É como se apenas quisesse cativar um novo público, esquecendo os fãs de outrora. E a necessidade de um final feliz é a maior canalhice que qualquer filme pode cometer.

Obs: fique um pouco a mais no cinema - duas cenas pós-credito



Ficha técnica:
Direção:  Ruben Fleischer
Produção: Marvel Entertainment / Columbia Pictures
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 1h52
Gêneros: Ação / Ficção científica
País: EUA
Classificação: 14 anos

Tags: #Venom, #Marvel, #TomHardy, #SonyPictures, #CinemanoEscurinho