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03 março 2025

Deu Brasil! "Ainda Estou Aqui" ganha o Oscar de Melhor Filme Internacional

Filme de Walter Salles conquistou a estatueta pela primeira vez para o Brasil e tem Fernanda Torres e
Selton Mello no elenco (Montagem sobre foto de Alile Dara Onawales)


Maristela Bretas


Brasil, Brasil, Brasil. E não é com "Z", mas com "S". "Ainda Estou Aqui" conquista seu primeiro Oscar e é eleito "Melhor Filme Internacional" na 97ª edição. A atriz Penélope Cruz entregou a estatueta ao diretor Walter Salles, que a dedicou a Eunice Paiva e Fernanda Torres, que a interpretou na produção.

"Ainda Estou Aqui" concorreu também nas categorias de Melhor Filme e Melhor Atriz, com Fernanda Torres. A obra já levou mais de 5 milhões de pessoas aos cinemas e concorreu com “Emilia Pérez” (França), “Flow” (Letônia), “A Garota da Agulha” (Dinamarca) e “A Semente do Fruto Sagrado” (Alemanha).

"Ainda Estou Aqui" (Foto: Alile Dara Onawales)

O filme brasileiro é baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, filho de Eunice e Rubens Paiva. Ele trata da força da mãe em assumir a liderança da família de cinco filhos e sua resistência para lutar em busca de informações sobre o marido (interpretado por Selton Mello), levado pelas forças da Ditadura Militar dos anos 1970 e que nunca foi encontrado.

Pouco antes da cerimônia, no Tapete Vermelho, Fernanda Torres, que ganhou o Globo de Ouro de Melhor Atriz de Drama, agradeceu o apoio dos brasileiros e elogiou Eunice Paiva e Walter Salles. Ela disse que "o Brasil é um país muito afetuoso e no filme de Walter Salles as pessoas são tocadas". 

Walter Salles também falou que "Ainda Estou Aqui" é uma celebração da cultura brasileira e que estava muito honrado em representar esse Brasil que vale a pena.


A cerimônia do Oscar

O Oscar 2025 foi realizado nesse domingo de carnaval, diretamente do Teatro Dolby, em Los Angeles, na Califórnia. A cerimônia foi aberta com uma bela montagem de antigos e novos filmes vencedores da premiação. 

Ariana Grande interpretou "Somewhere Over the Rainbow", tema de "O Mágico de Oz", e Cynthia Erivo cantou "Home". A dupla encerrou as performances musicais com "Defying Gravity", da trilha sonora de "Wicked", e foi aplaudida de pé.

"Wicked" (Fotos: Universal Pictures)

Utilizando imagens do filme "A Substância", o comediante nada engraçado Conan O'Brien foi o apresentador da solenidade pela primeira vez. Ele chamou Robert Downey Jr. para anunciar o primeiro vencedor, Kieran Culkin, como Melhor Ator Coadjuvante pelo filme "A Verdadeira Dor'.

Goldie Hawn e Andy Garfiled anunciaram o Melhor Filme de Animação e, como era esperado, a estatueta saiu para "Flow", produzido na Letônia. Também entregaram o prêmio de Melhor Curta-Metragem em Animação para o iraniano "In the Shadow of the Cypress".

A estatueta de Melhor Figurino saiu para Paul Tazewell, do filme "Wicked", que agradeceu pela honra de ser o primeiro figurinista negro a receber este prêmio na categoria.

"Flow" (Foto: Sacrebleau Productions)

Halle Berry anunciou os homenageados de Hollywood deste ano - os produtores Barbara Broccoli e Michael G. Wilson -, responsáveis pela franquia 007. 

Foi apresentada uma coletânea dos 62 anos de filmes do espião James Bond, além de performances das trilhas sonoras com diversas cantoras. Em toda a sua trajetória, o famoso espião com licença para matar foi vivido por sete atores diferentes e conquistou seis Oscars. 

Mike Jagger foi uma das surpresas da noite, subindo ao palco para anunciar "El Mal", da trilha sonora de "Emilia Pérez" como Melhor Canção Original. 

"Duna: Parte 2" (Foto: Warner Bros. Pictures)

Representantes do Corpo de Bombeiros de Los Angeles também foram chamados e aplaudidos de pé numa homenagem da Academia por seu trabalho no combate aos incêndios que atingiram a cidade em janeiro deste ano.

"Duna: Parte 2" confirmou as apostas que davam como certa sua vitória em duas categorias técnicas, como Melhor Som e Melhores Efeitos Visuais.

Morgan Freeman apresentou o quadro In Memorian, que relembrou nomes de astros, diretores e pessoas do cinema que faleceram em 2024 e 2025. Como o de seu grande amigo Gene Hackman, falecido na semana passada, além de Maggie Smith, Kris Kristofferson, Louis Gosset Jr., Gena Rowland, James Earl Jones, David Linch, entre outros.

"Anora" (Foto: Universal Pictures)

Outro homenageado da noite, desta vez por Oprah Winfrey e Woopy Goldberg, foi o produtor musical, compositor, empresário e maestro Quincy Jones. Coube a Queen Latifah a interpretação de "Ease On Down the Road", uma das composições de Jones. 

Quentin Tarantino anunciou o Melhor Diretor, entregando a estatueta a Sean Baker por "Anora". A duplamente vencedora do Oscar, Emma Stone, anunciou Mikey Madison como Melhor Atriz em "Anora". O filme também conquistou a maior categoria do Oscar, vencendo como Melhor Filme.

Confira a lista dos vencedores

Melhor Filme: "Anora"
Melhor Filme Internacional: "Ainda Estou Aqui" (Brasil)
Melhor Direção: Sean Baker - "Anora"
Melhor Atriz: Mikey Madison - "Anora"
Melhor Ator: Adrien Brody - "O Brutalista"

"Emilla Pérez" (Foto: Paris Filmes)

Melhor Atriz Coadjuvante: Zoe Saldaña - "Emilia Pérez"
Melhor Ator Coadjuvante: Kieran Culkin - "A Verdadeira Dor"
Melhor Roteiro Original: "Anora"
Melhor Roteiro Adaptado: "Conclave"
Melhor Montagem: "Anora"
Melhor Figurino: Paul Tazewell - "Wicked"
Melhor Maquiagem e Cabelo: "A Substância"
Melhor Trilha Sonora Original: "O Brutalista"

"A Substância" (Foto: Universal Pictures)

Melhor Canção Original: "El Mal" - "Emilia Pérez"
Melhor Animação: "Flow"
Melhor Design de Produção: "Wicked"
Melhor Som: "Duna: Parte 2"
Melhores Efeitos Visuais: "Duna: Parte 2"
Melhor Fotografia: "O Brutalista"
Melhor Documentário: "No Other Land"
Melhor Documentário em Curta-Metragem: "A Única Mulher na Orquestra"
Melhor Curta-Metragem: "I'm Not a Robot" (Irlanda)
Melhor Curta-Metragem Animado: "In the Shadow of the Cypress"


"O Brutalista" (Foto: Universal Pictures)

24 fevereiro 2025

Famoso personagem dos quadrinhos, "O Homem-Cão" ganha divertida versão no cinema

Animação foi adaptada do primeiro livro da coleção iniciada em 2016 por Dav Pilkey que já reúne 12 obras (Fotos: Universal Pictures)


Maristela Bretas


“Metade cão, metade homem, totalmente herói”. Esta é a animação "O Homem-Cão" ("Dog Man"), da DreamWorks Animation, que estreia nesta quinta-feira (27) nos cinemas, tratando de temas como lealdade, amizade e superação. Ideal para ser assistido em família, garantindo boas risadas.

Na história, o dedicado, mas atrapalhado oficial de polícia Rocha e seu inteligente e fiel cachorro Greg sofrem um grave acidente durante o trabalho. A única saída para salvar suas vidas é uma cirurgia que vai fundir o corpo de Rocha com a cabeça do cão.  


Nasce daí o Homem-Cão (voz original do diretor Peter Hastings e dublagem em português de Eduardo Drummond), o melhor policial da cidade, que jurou proteger e servir aos cidadãos, enquanto corre, senta e rola, como qualquer cachorro.

Aprendendo a aceitar sua nova identidade, o Homem-Cão precisa se esforçar para impressionar seu chefe (Lil Rel Howery, de "Corra!" - 2017 e dublagem de Rodrigo Oliveira). Sua principal missão é impedir que Pepê, o Gato (Pete Davidson/Gustavo Pereira), cometa uma série de crimes. 


O mais recente plano diabólico do supervilão é clonar a si mesmo para duplicar suas habilidades criminosas. Ele só não contava que mais esta invenção iria dar errada e acabaria criando o gatinho Pepezinho (Lucas Hopkins Calderon), um felino muito fofo que o chama de pai. Mas a história ainda pode piorar, com novos vilões surgindo. Você só vai saber mais assistindo a esta animação.

Assistir "O Homem-Cão" é uma experiência interessante, como se estivesse lendo uma HQ na telona. Os personagens, especialmente os "do mal", são divertidos com seus planos mirabolantes. 


O protagonista canino encarna bem o papel de protetor de todos os cidadãos, independente da raça, movido pela astúcia e emoção, mas atrapalhado às vezes, herança da sua meia metade humana. E ainda tem o Pepezinho, que vai conquistar o coração das mamães.

Adaptação

O diretor Peter Hastings também é responsável pelas séries "Kung Fu Panda: Lendas do Dragão Guerreiro" - 2011 e "As Aventuras do Capitão Cueca: O Filme" - 2017. Vale lembrar que "O Homem-Cão" é um spin off de "Capitão Cueca", personagem também criado por Dav Pilkey.


Adaptado do primeiro livro com o personagem criado pelo escritor e ilustrador em 2016, que virou best-seller nos EUA, "O Homem-Cão" é também o primeiro dos quadrinhos da franquia a ganhar a telona. 

A coleção tem 12 best-sellers nos EUA, a maioria traduzida para o português e outros 46 idiomas. As obras podem ser adquiridas em sites de livrarias e de compras online. 

Esta versão de "O Homem-Cão" para o cinema ficou bem próxima dos quadrinhos. Tem até algumas cenas de lutas que lembram os filmes  de monstros e robôs, do tipo Power Rangers, o que deverá agradar aos fãs e conquistar novos leitores para a franquia, além de oferecer bons momentos em família.


Ficha técnica:
Direção: Peter Hastings
Roteiro: Dav Pilkey (autor da obra)
Produção: DreamWorks Animation
Distribuição: Universal Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h29
Classificação: livre
País: EUA
Gêneros: comédia, aventura, ação

20 novembro 2024

Musical "Wicked" se transporta da Broadway para as telonas em mega produção

Cynthia Erivo e Ariana Grande interpretam as bruxas Má do Oeste e Boa do Sul com as qualidades e defeitos de adolescentes em formação (Fotos: Universal Pictures)


Eduardo Jr.


Sucesso nos palcos, o musical "Wicked" se transforma em filme, e estreia nos cinemas nesta quinta-feira, 21 de novembro. Trata-se de uma grande produção, dirigida por Jon M. Chu ("Podres de Ricos" - 2018). O longa chega ao Brasil com distribuição pela Universal Pictures. 

A grandiosidade da produção começa pelo orçamento. Foram investidos US$ 145 milhões. Além disso, os figurinos, as cores e as músicas enchem a tela. Assim como as pautas que permeiam a obra, que se situa em um momento anterior à história que conhecemos em "O Mágico de Oz", filme de 1939.  


A adaptação de 2024 se baseia no livro "Wicked", publicado por Gregory Maguire em 1995 e levado aos palcos da Broadway em 2003. Na telona, a cantora Cynthia Erivo (a Fada Azul de "Pinóquio" (2022) dá vida a Elphaba (a Bruxa Má do Oeste). 

Ela é uma garota de pele verde convidada a se matricular na Universidade de Shiz por conta de seus poderes. Lá ela conhece Glinda (a Bruxa Boa do Sul), interpretada pela também cantora Ariana Grande ("Não Olhe Para Cima" - 2021).  


O encontro de duas garotas tão diferentes vai desfiando na tela assuntos como amizade, manutenção de privilégios, preconceito de cor, princípios morais e ambição. 

É preciso destacar que Ariana Grande está ótima no papel de Glinda. O público terá a chance de se encantar ou sentir ranço (ou as duas coisas) pela personagem dela. 

Cynthia e Ariana criaram personagens que se apresentam com qualidades e defeitos, assim como adolescentes em formação que ainda buscam se posicionar na sociedade e se construírem para a vida adulta. 


Quando Elphaba é chamada à Cidade de Esmeralda para conhecer o Mágico, figura mais adorada do reino de Oz e representante do poder, as coisas começam a mudar. O contato das duas protagonistas com o célebre mágico coloca em cena revelações e questionamentos. 

Até chegar a este momento, as duas aprendizes de feiticeira dividem a tela com as boas atuações de Michelle Yeoh ("Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo" - 2022), como Madame Morrible; Jonathan Bailey (da série "Bridgerton" - 2020), no papel do príncipe Fiyero; e Jeff Goldblum ("Jurassic World: Domínio" - 2022), interpretando o Mágico de Oz. 


Jon M. Chu se mantém atento aos elementos do filme de 1939 como, por exemplo, a estrada de tijolos amarelos. E a história das duas bruxas, que não foi contada com maior clareza em "O Mágico de Oz", agora encontra espaço no longa de Chu. 

Tanto espaço que o diretor optou por dividir a trama em dois atos, assim como no musical da Broadway. O segundo será lançado em 26 de novembro do ano que vem. 


A trilha sonora de "Wicked" foi composta pelo indicado ao Grammy e ao Oscar, John Powell (responsável também por "Han Solo: Uma História Star Wars" - 2018 e a franquia "Como Treinar o Seu Dragão" - 2010 a 2019) e Stephen Schwartz. 

O público que for ao cinema e assistir à versão dublada, ficará mais próximo da montagem brasileira do musical. As atrizes Myra Ruiz e Fabi Bang, que protagonizaram 'Wicked" nos palcos, foram chamadas para fazerem a dublagem de Elphaba e Glinda. 

São 2h40 minutos de cenários bem elaborados, canções emocionantes e efeitos bem realizados. O risco é de até quem não gosta de musicais sair enfeitiçado pelo filme.    


Ficha técnica
Direção: Jon M. Chu
Produção: Universal Pictures, The Araca Group, Marc Platt Productions
Distribuição: Universal Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h40
Classificação: 10 anos
País: EUA
Gêneros: musical, fantasia

01 maio 2024

"O Dublê" homenageia a arte e a ousadia dos verdadeiros heróis do cinema

Ryan Gosling entrega ótima atuação como um dublê profissional, com momentos de muita ação, romance
e comédia (Fotos: Universal Studios)


Maristela Bretas


Inspirado na série de TV “Duro na Queda”, exibida nos anos de 1980, chega oficialmente aos cinemas nesta quinta-feira (2) o filme "O Dublê" ("The Fall Guy"), mas que já está sendo exibido em algumas sessões especiais. 

Estrelado por Ryan Gosling ("Barbie" - 2023 e "Blade Runner 2049" - 2017) e Emily Blunt ("Um Lugar Silencioso" - 2018 e "Um Lugar Silencioso 2" - 2021), o longa reúne, na medida certa, muita ação, romance e pitadas de comédia para homenagear os profissionais que dão vida ao cinema.

O filme é dirigido por David Leitch, responsável por sucessos como “Trem Bala” (2023), “Deadpool 2” (2018), “Atômica” (2017), “Velozes e Furiosos: Hobbs & Shaw” (2019), entre outros. O diretor, que já foi dublê na vida real, é dono da 87North, empresa especializada em fornecer estes profissionais para os estúdios de cinema, inclusive os usados no longa. 


Com maestria, ele coreografa sequências de ação emocionantes e realistas, utilizando truques impressionantes que demonstram a criatividade e o talento dos dublês. Uma dessas cenas inclusive foi reconhecido pelo Guinness World Records. 

Logan Holladay, dublê de direção de Ryan Gosling, quebrou o recorde mundial de giros com o carro após uma explosão (conhecido pela expressão inglesa “cannon car rolls”), alcançando o número de 8.5 giros, superando o número anterior de 7 voltas. Confira o vídeo.


O longa acompanha a história de Colt Seavers (Gosling), um dublê experiente que se vê obrigado a abandonar a carreira após um grave acidente. Anos depois, ele é chamado de volta para trabalhar em um filme dirigido por sua ex-namorada, Jody Moreno (Emily Blunt). 

Ele terá de realizar as cenas mais intensas de ação do ator Tom Ryder (Aaron Taylor-Johnson, que trabalhou com Leitch em "Trem Bala"), protagonista do longa. Durante as filmagens, Tom desaparece e, enquanto grava suas sequências, Colt passa a investigar o misterioso sumiço do astro.


A química entre Ryan Gosling e Emily Blunt é inegável e contribui para a força da história. Gosling entrega uma atuação carismática e emocionante como Colt, um homem que luta para se adaptar à nova realidade após o acidente e que nunca esqueceu a ex. 

Já Blunt está ótima como Jody, uma mulher forte e independente que não se deixa abater pelos desafios da vida e que, por mais que se esforce, ainda tem muita atração pelo ex-namorado.


No elenco temos ainda a atriz vencedora do Emmy, Hannah Waddingham, Winston Duke (de “Pantera Negra” - 2018), a atriz indicada ao Oscar, Stephanie Hsu (“Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo” - 2022), Teresa Palmer ("A Escolha" - 2016) e Jason Momoa ("Aquaman" - 2018 e "Aquaman 2: O Reino Perdido" - 2023).

O longa se destaca por valorizar e reconhecer o trabalho dos heróis invisíveis muitas vezes subestimados pela indústria cinematográfica, como os dublês e as pessoas envolvidas num filme: designers de produção, diretores de fotografia, técnicos de câmera, de luz, de energia, entre outras milhares. 


As cenas de ação são de tirar o fôlego e demonstram a habilidade desses profissionais, que se arriscam para dar vida aos momentos mais perigosos e eletrizantes de um filme. A trilha sonora, que inclui músicas de Taylor Swift, como "All Too Well", contribui para a atmosfera de pura adrenalina, remetendo a antigos e novos sucessos de bilheteria do cinema. 

"O Dublê" é um filme que merece ser assistido, especialmente em Imax para aproveitar melhor os efeitos visuais e as atuações dos profissionais do perigo. E ainda tem um final bem nostálgico para o público cinquentão, que remete à antiga série "Duro na Queda", criada por Glen A Larson.


Ficha técnica
Direção:
David Leitch
Roteiro: Drew Pearce
Produção: 87North, 360 Pictures, Universal Pictures
Distribuição: Universal Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h05
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gêneros: ação, comédia, romance

04 fevereiro 2024

Premiado e emocionante, “Os Rejeitados” talvez seja apenas mais um conto de Natal

Elenco é formado pelo irretocável triângulo de atores Paul Giamatti, Da’Vine Joy Randolph e o estreante Dominic Sessa (Fotos: Focus Features/Divulgação)


Mirtes Helena Scalioni


Esta não é a primeira vez – e certamente não será a última – que um filme trata da relação conflituosa/amorosa entre professor e aluno. Desde o inesquecível “Ao Mestre, com Carinho” (1967) até o cult “Sociedade dos Poetas Mortos” (1989), para citar apenas dois, o poder transformador do afeto na educação é tema recorrente e, quase sempre, de muito sucesso no cinema. 

Pois esse é o caso de “Os Rejeitados”, que conquistou prêmios no Globo de Ouro, Critics Choice Award e de Melhor Filme do Ano na AFI, além de ser um dos indicados ao Oscar de 2024 como Melhor Filme. O longa pode ser conferido nas salas do Una Cine Belas Artes e do Centro Cultural Unimed BH-Minas.


Uma das diferenças do longa dirigido por Alexander Payne é que, além da dupla professor irascível e/ou paciente versus aluno rebelde, há uma terceira figura que ajuda a elevar a emoção do espectador enquanto a trama avança. 

E o terceiro vértice desse triângulo, formado por Paul Giamatti como o mestre odiado Paul Hunham, e Dominic Sessa como o adolescente problemático Angus Tully, é a carismática Da’Vine Joy Randolph, que ilumina as cenas como a cozinheira Mary Lamb.


A história: em algum ano da década de 1970, num internato aristocrático próximo a Boston, um professor caolho e pedante de História Antiga é obrigado a passar as festas de fim de ano tomando conta do aluno rebelde Angus Tully, meio esquecido pela família. 

A cozinheira negra e gorda Mary Lamb também sobra na instituição naquela data talvez por não ter para onde ir. Detalhe: além de solitária, ela está de luto pela perda de um filho.


No fundo, “Os Rejeitados” não passa de um conto de Natal, que parece ter sido feito para emocionar. Estão em cena a solidão, os presentes, a carência, a neve, a família – ou a falta dela – os drinques, as reconciliações e, principalmente, a solidariedade. 

Mas o mérito dessa comédia dramática está, certamente, na atuação do trio principal. Paul Giamatti, Da’Vine Joy Randolph e o estreante Dominic Sessa estão impagáveis e irretocáveis.


Outra marca do longa é a melancolia – e não só pelo Natal, ausências etc. A trilha sonora, remetendo invariavelmente aos anos de 1970, provoca arrepios nos espectadores mais maduros, assim como a única referência, meio velada e com jeito de “por acaso”, da Guerra do Vietnã, marco indelével daquela década: a morte do filho de Mary Lamb aos 20 anos. Um negro.

É inegável que “Os Rejeitados” (originalmente “The Holdovers”) exala compaixão e empatia e provoca os melhores sentimentos no público. Mas, da metade do longa para o final, não é difícil prever o rumo da história. Fica, no finalzinho, uma incômoda sensação de déjà vu.


Ficha técnica:
Direção: Alexander Payne
Produção: Focus Features Pictures
Distribuição: Universal Pictures
Exibição: sala 3 do Una Cine Belas Artes (sessão das 20 horas) e sala 2 do Centro Cultural Unimed BH-Minas (sessão 10h40)
Duração: 2h14
Classificação: 16 anos
País: EUA
Gêneros: drama, comédia

03 fevereiro 2024

"Argylle - O Superespião", um filme de muita ação, reviravoltas e boatos nas redes sociais

Longa conta com ótimo elenco e entrega doses de humor, romance e até sedução (Fotos: Universal Pictures)


Maristela Bretas


O diretor Matthew Vaughn não economizou nos efeitos visuais, na pancadaria e, menos ainda, no orçamento (US$ 200 milhões) para entregar o filme de "Argylle - O Superespião" ("Argylle"). O longa está em cartaz nos cinemas e, em breve, no canal da Apple TV+, que é a produtora.

Com muita ação, reviravoltas e ótima trilha sonora, a produção ainda conta com um atrativo para atrair público. Boatos polêmicos na internet, recheados de pistas bem "imaginativas", dão conta de que a misteriosa escritora Elly Conway, cujo livro homônimo deu origem ao filme, seria o pseudônimo usado pela cantora Taylor Swift para lançar a obra literária. 


Não são poucas as "teorias da conspiração" criadas pelos fãs nas redes sociais, que incluem semelhança de com personagens, roupas e objetos da famosa cantora. Sobrou até para o coitado do gato que, na verdade, pertence à esposa do diretor.  

Outro ponto que chama atenção em "Argylle" são as cenas mais "calientes", na abertura do filme, entre o Superman, Henry Cavill, e a bela Dua Lipa, ao som do grande sucesso "My First, My Last, My Everything", na voz do inesquecível Barry White. Nada como um helicóptero para criar um clima. Quem assistir vai entender.


Dua Lipa, agora loira, está em seu segundo filme (o primeiro foi uma rápida aparição em "Barbie"). Ela entrega uma interpretação bem convincente como a espiã LaGrange que seduz o espião Argylle (Cavill, que já fez papel semelhante em "Missão Impossível: Efeito Fallout" - 2018 e "O Agente da U.N.C.L.E." em 2015.

"Argylle" é divertido apesar de longo (2h20), cheio de reviravoltas, com um elenco de peso e explorando vários gêneros cinematográficos. Além de muito tiro, porrada e bomba, o público ainda recebe doses de comédia e até romance. 

O longa é baseado na obra homônima da escritora norte-americana Elly Conway. No filme, Elly (interpretada por Bryce Dallas Howard, da saga "Jurassic World" de 2015 a 2022) é uma renomada autora que ficou conhecida por uma série de romances de espionagem sobre o agente Argylle. 


Partindo para o quinto livro, Elly passa a ter dificuldade em dar sequência à trama de seu sua personagem. Ela sai em busca de inspiração e acaba sendo envolvida no mundo da espionagem que ela só conhecia de sua imaginação. A escritora se torna a peça-chave ao guardar informações que interessam a duas organizações secretas. 

Para solucionar o problema, ela vai contar com a ajuda do espião Aiden Wilde (Sam Rockwell, de "Três Anúncios Para um Crime" - 2018) e de seu fiel companheiro, o gato Alfie. Difícil para ela será separar seu mundo de ficção do real.


As cenas de ação predominam, mas a comédia inserida no roteiro dá um toque diferenciado. Henry Cavill como o agente arrumadinho e esticadinho (nem um fio sai do lugar durante as lutas), é quase um James Bond, com olhares e frases feitas, bem clichês, que ficam engraçadas. 

Destaque para Sam Rockwell, que faz um agente que gosta de uma boa briga, mas adora dançar (o ator sempre insere uma cena de dança em seus filmes). Sempre com uma cara boa, às vezes até boba, quando está perto de Elly.

Bryce Dallas Howard está muito bem no papel e também dá um bom toque de humor. Mas seu dublê teve bastante trabalho nas cenas de luta. A atriz, que estaria em sua terceira gravidez, segundo tabloides norte-americanos, apresenta todos os sinais de gestação, que vão se tornando cada vez mais evidentes à medida que o filme avança para o final. 


Não bastassem as fofocas e os protagonistas para atraírem o público, o longa conta ainda com um bom elenco, com nomes como Bryan Cranston (série "Breaking Bad" - de 2008 a 2012 e "Asteroid City" - 2023), Sofia Boutella ("Rebel Moon: Parte 1" - 2023), John Cena ("O Esquadrão Suicida" - 2021), Samuel L. Jackson (toda a saga com os heróis "Vingadores", desde 2008 até 2023, incluindo "Ultimato" - 2019), Ariana DeBose ("Amor, Sublime Amor" - 2021) e Catherine O'Hara ("Os Fantasmas Se Divertem" 1 e 2, que será lançado este ano).

Sofia Boutella e Samuel L. Jackson inclusive já trabalharam com o diretor Matthew Vaughn em "Kingsman: Serviço Secreto" - 2015. Ele também dirigiu "Kingsman: o Círculo Dourado" (2017) e "Kings's Man: A Origem" (2022).


Além do elenco e dos bons efeitos especiais (mesmo quando se tornam cansativos, como na luta da fumaça colorida), "Argylle - O Superespião" conta com uma ótima trilha sonora que dá o reforço necessário ao roteiro. 

Estão também entre as músicas, "Let's Dance", de David Bowie, o remix de "Suspicious Minds", de Elvis Presley e "Now and Them", dos Beatles.

O diretor Matthew Vaughn tenta novamente combinar os gêneros comédia e ação, mas desta vez ficou limitado. O roteiro de Jason Fuchs (criador da ideia original de "Mulher Maravilha" - 2017) não é tão bom como o de "Kingsman" (que inclusive é lembrado no filme), mesmo com o esforço do elenco. 

Mas vale como um bom entretenimento e para o público conferir todas as teorias loucas dos boatos sobre Taylor Swift. Alerta: tem cena pós-crédito.


Ficha técnica
Direção: Matthew Vaughn
Roteiro: Jason Fuchs
Produção: Apple Original Films, Marv Films e Cloudy Productions
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h20
Classificação: 14 anos
País: Reino Unido
Gêneros: ação, suspense, comédia, espionagem

17 janeiro 2024

"Mergulho Noturno" - um terror que decepciona

A história gira em torno dos quatro integrantes de uma família e os ataques vindos de uma entidade que habita a piscina da casa deles (Fotos: Universal Pictures)


Maristela Bretas


Uma boa proposta que afunda na própria piscina e decepciona. Este é "Mergulho Noturno" ("Night Swim"), que estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (18). O filme entrega poucas cenas de terror, tem um monstro tosco que só assusta na primeira aparição (o único berro de susto ouvido por todos na sessão de pré-estreia foi de uma amiga) e mais nada. 

Produzido pela Blumhouse, a mesma responsável por títulos do gênero como "A Freira" (2018), "M3gan" (2022) e “Five Nights at Freddy's - Pesadelo sem Fim" (2023), o longa, dirigido por Bryce McGuire é inspirado no curta-metragem homônimo de 2014. Difícil acreditar que uma produção de terror que tem como produtores James Wan e Jason Blum poderia se tornar o desperdício de um tema que tinha tudo para agradar quem gosta deste tipo de filme. 


"Mergulho Noturno" conta a história de Ray Waller (Wyatt Russell, de "Operação Overlord" - 2018) um ex-jogador de beisebol que foi forçado a se aposentar precocemente em função de uma doença degenerativa. Ele se muda com a esposa Eve (Kerry Condon, de "Os Banshees de Inisherin" - 2022), o filho Elliot (Gavin Warren) e a filha adolescente Izzy (Amélie Hoeferle, de "Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes" - 2023) para uma casa nova. Só não contavam com as forças sobrenaturais que habitavam justamente o local favorito das crianças: a piscina. 


O início do filme é até promissor. O diretor Bryce McGuire cria uma atmosfera de suspense e tensão, com imagens sombrias e uma trilha sonora inquietante. O público é rapidamente envolvido pela história e começa a se perguntar o que está acontecendo com a família.

Mas antes da metade do filme, o suspense já deixa de existir e as cenas de terror, já fracas, se tornam cada vez mais escassas, mesmo o diretor tendo afirmado em recente entrevista que o filme faria o público "perder o fôlego e roer as unhas nos cinemas".


Os jump scares, usados de forma excessiva, são previsíveis, não causam nenhum impacto e acabam perdendo a eficácia. O filme também peca por ser muito previsível, com uma reviravolta que é facilmente adivinhada. 

Apesar de ser um gênero que deveria causar susto e medo, o longa se concentra mais nas reações dos Waller ao que está acontecendo. E é a ótima atuação do elenco, especialmente da família, o ponto positivo de destaque. 

A piscina vilã, centro das atenções do filme, é pouco explorada e acaba ficando em segundo plano. A reviravolta é facilmente adivinhada, o filme dá pistas demais e tira o impacto. "Mergulho Noturno" pode até divertir os fãs do terror, mas é improvável que surpreenda ou assuste.


Ficha técnica
Direção e roteiro: Bryce McGuire
Produção: Atomic Monster e Blumhouse Productions
Distribuição: Universal Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h39
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gêneros: terror, suspense

04 janeiro 2024

"Patos!" - Aventura emplumada com gosto de déjà-vu

Uma família decide fazer uma viagem que vai ensiná-la sobre diferenças, amizade, gratidão e as belezas e perigos do mundo (Fotos: Illumination/Universal Studios)


Silvana Monteiro
@SilMontheiro


Deixar a zona de conforto, mudança de vida, aventura inesperada, união, solidariedade e empatia são temas explorados na animação "Patos!" ("Migration"), a mais nova comédia de ação do estúdio Illumination, que estreia nesta quinta-feira (4) nas salas brasileiras. 

Nesta temporada de férias, a produtora, conhecida por produções infantis de sucesso como "Minions" (2015 e 2022), a franquia "Meu Malvado Favorito" (2010, 2013, 2017 e o quarto previsto para este ano), "Sing" (2016 e 2021) e "Pets - A Vida Secreta dos Bichos" (2016 e 2019), convida você a embarcar, com uma família cheia de penas, em uma viagem emocionantemente desbravadora, em busca de "novos ares".


A comédia de ação "Patos!" consegue entreter com seu humor peculiar, personagens diferentes e carismáticos, uma história envolvente e um elenco talentoso. Mas o longa acaba pecando ao repetir algumas abordagens já vistas em outros filmes que exploram a relação entre animais e humanos. 

Alguns pontos dão a sensação de déjà-vu. O roteiro assinado por Mike White, criador da premiada série "The White Lotus" (2021) e roteirista de "Escola de Rock" (2003), "Patos!" lembra um pouco a aventura vivida pela arara azul Blue e sua família em "Rio 2" (2014), de Carlos Saldanha. 


Na história, a família Lospatos vive reclusa em um ambiente selvagem, com aquelas típicas paisagens remotas e bucólicas, onde o perigo e a maldade só existem nas histórias contadas pelo pai. Tudo é muito lindo quando se trata da natureza do local. 

Porém, para os dois jovens patos integrantes desse grupo, questionar o pai é um exercício difícil. Ele mal bate as asas por querer apenas manter sua vida pacata, amedrontando a todos quanto aos riscos de mudar a asa de lugar. 


Enquanto o pai Mack está satisfeito em manter a segurança, flutuando incansavelmente em "seu lago" na Nova Inglaterra (EUA), a mãe Pam anseia por agitar as coisas e mostrar o mundo aos filhos, o adolescente Dax e a patinha Gwen. 

Quando um grupo de patos migratórios pousa no lago com histórias fascinantes de lugares distantes, Pam convence Mack a embarcar em uma viagem em família, passando por Nova York até chegar à tropical Jamaica, destino dos colegas turistas.


No entanto, seus planos bem elaborados logo começam a dar errado quando eles seguem na direção oposta aos patos selvagens durante o inverno. 

Essa experiência improvável levará a família Lospatos a expandir seus horizontes, conhecer novos amigos, aprender mais uns sobre os outros e sobre si mesmos de maneiras inesperadas e alcançar mais do que jamais imaginaram ser possível. 


Entre aprender voar a céu aberto e entre prédios de uma grande cidade, o grupo vai conhecer novas espécies de aves e viver desafios incríveis. 

O medo vai dar lugar à coragem e à união de forças, capazes de fazer a família enfrentar todo tipo de situação, desde um grupo de aves excluídas e em situação de rua até humanos criminosos.

A animação conta com um elenco de comédia de primeira linha, com vozes originais de Kumail Nanjiani ("Eternos" - 2021), no papel de Mack; Elizabeth Banks ("As Panteras" - 2019) como Pam; Danny DeVito ("Dumbo" - 2019), que dá voz ao pato ranzinza Tio Dan.

Temos ainda Awkwafina ("Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis" - 2021), a pomba Lelé; Carol Kane, como a garça Erin; Keegan Michael Key, voz de Delroy, um papagaio-da-jamaica, além de Caspar Jennings e a estreante Tresi Gasal, como os filhotes Dax e Gwen.


A dublagem profissional brasileira é encabeçada por Sérgio Stern (Mack), que fez a voz do hamster Norman, em "Pets - A Vida Secreta dos Bichos 2" (2019); Priscila Amorim (Pam), dubladora de grandes atrizes como Scarlett Johansson, Zoe Saldana, Natalie Portman, Anne Hathaway, entre outras; Sam Vileti (Dax) e Melinda Saide (Gwen). 

Completam o time, artistas da TV: Cláudia Raia (Erin), Ary Fontoura (Tio Dan), Danni Suzuki (Lelé) e o chef de cozinha Henrique Fogaça (Chef).

Vale à pena conferir essa aventura emplumada e refletir sobre os temas universais de família, amizade, empatia, solidariedade e descobertas pessoais. Tudo isso ao som de uma animada trilha sonora composta por John Powel.

"Patos!" é uma animação que pode agradar a espectadores de todas as idades e uma boa pedida para uma deliciosa reunião familiar na sala de cinema.


Ficha técnica:
Direção: Benjamin Renner e Guylo Homsy
Roteiro: Mike White e Benjamin Renner
Produção: Illumination Entertainment e Universal Pictures
Distribuição: Universal Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h22
Classificação: Livre
País: EUA
Gêneros: comédia, ação, animação, aventura, família