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27 outubro 2024

"Venom: Tempo de Carnificina" uma sequência que não soube desenvolver a violência dos quadrinhos na tela

Eddie e seu hóspede simbionte tentam retomar a normalidade após os acontecimentos do primeiro filme
(Fotos Sony Pictures)


Marcos Tadeu

Retomando a química cômica que deu certo entre Eddie e o simbionte Venom no primeiro filme, de 2018, a Sony Pictures e os estúdios Marvel apostaram na sequência e lançaram "Venom: Tempo de Carnificina". A tentativa era atrair o público e, logicamente, arrecadar uma boa quantia em bilheteria com mais um filme solo do vilão, num estilo similar ao de "Coringa". 

Para quem não viu este segundo filme da franquia, ele pode ser conferido em várias plataformas de streaming por assinatura. E se preparar para o final da trilogia com "Venom: A Última Rodada", em exibição nos cinemas.  Confira a crítica no blog clicando aqui.


A sequência chegou aos cinemas em 7 de outubro de 2021, anunciando o arqui-inimigo: Carnificina. Na história, temos os vilões Cletus Kasady (Woody Harrelson) e sua namorada Frances Barrison (Naomie Harris) retomando seus papéis do filme original. 

Eles estão presos num instituto para tratamento de pessoas com comportamento violento, mas com a ajuda de seus simbiontes, conseguem escapar. 

Um ano após os eventos de "Venom", Eddie Brock (Tom Hardy) tenta retomar sua carreira como jornalista, enquanto a criatura simbiótica deseja, a todo custo, dominar o corpo de seu hospedeiro e se alimentar de bandidos. 


Eddie é chamado para entrevistar Kasady, condenado à morte. A situação muda quando a execução falha e o simbionte Carnificina (Gary Hecker) o liberta, desencadeando uma nova ameaça para Eddie e Venom.

A premissa até parece promissora, e a relação entre Eddie e Venom ainda proporciona boas risadas. A ação tenta se destacar, mas cai em um campo tão artificial e sem graça que praticamente repete o que o original já fez. 

O maior problema do filme é a caracterização de Kasady como Carnificina. O enredo falha no desenvolvimento, tanto do roteiro quanto da ação. O personagem tinha potencial para ser uma grande ameaça ao longo da trama, mas parece haver um receio em mostrar todo o seu poder, deixando isso para as cenas finais, que resultam em uma luta sem graça. 


Falta tempo suficiente para que "Tempo de Carnificina" desenvolva sua mitologia e o ritmo apressado não permite que a maior novidade da sequência seja explorada adequadamente. 

Nem mesmo Cletus Kasady, apresentado como um serial killer, é bem desenvolvido, mesmo depois de ser libertado. O pouco que nos é mostrado sobre sua fama de perigoso é distribuído aos poucos ao longo dos 97 minutos de duração do longa.

No elenco, além dos protagonistas e dos dois vilões, retornam à trama os atores Michelle Williams (como Anne, ex-namorada de Eddie), Peggy Lu (Sra. Chen) e Reid Scott (atual namorado de Anne).


As cenas de ação, que prometiam ser mais brutais e viscerais, não entregam nem uma gota de sangue ou violência como foram anunciadas. Parece haver um certo medo de ousar, talvez devido à classificação indicativa mais baixa - 13 anos. 

Tecnicamente, o filme também falha. O CGI, utilizado para destacar a luta entre os alienígenas, se perde em cenas escuras e mal iluminadas, que não fazem jus ao que o filme prometia.

"Venom: Tempo de Carnificina" é uma sequência inferior ao seu antecessor, o que não é um grande elogio ao primeiro longa. O filme não desenvolve adequadamente seus personagens nem dedica tempo suficiente para que o público se interesse realmente pelo grande vilão.


Ficha técnica
Direção:
Andy Serkis
Roteiro: Kelly Marcel
Produção: Sony Pictures, Marvel Studios
Exibição: nas plataformas de streaming por assinatura Prime Vídeo, Apple TV+, Hulu, Google Play Filmes, Youtube, Starz, The Roku Channel e Vudu
Duração: 1h37
Classificação: 13 anos
País: EUA
Gêneros: ação, ficção

24 outubro 2024

"Venom 3 - A Última Rodada" entrega despedida com muita ação e diálogos mais divertidos

Os efeitos especiais são a marca da produção, com destaque novamente para a união entre Eddie e o simbionte (Fotos: Sony Pictures)


Maristela Bretas


Um encerramento bem feito, com muita ação, situações tensas, piadas e diálogos mais divertidos e escrachados e referências a personagens e frases de filmes famosos. Este é "Venom 3 - A Última Rodada" ("Venom - The Last Dance"), produção dirigida e roteirizada por Kelly Marçal, que estreia nesta quinta-feira (24) nos cinemas, resultado da parceria entre a Sony Pictures e os Estúdios Marvel.

Tom Hardy é o jornalista Eddie Brock, que convive, aos trancos, barrancos e sintonia com Venom, o hospedeiro alienígena que ocupa seu corpo desde 2018, criando uma simbiose que foi melhorando a cada filme. 

Eles agora são fugitivos da Polícia, do Exército e de um poderoso inimigo do planeta de Venom, o misterioso vilão Knull (Andy Serkis), criador dos Simbiontes, que ameaça a vida da dupla. 


No terceiro filme do personagem, que faz parte do Universo do Homem-Aranha, predomina a ação, com muitas perseguições, lutas entre alienígenas do bem e do mal, tiros e explosões do início ao fim. 

O uso de CGI é a marca da produção, com destaque novamente para os efeitos da união entre Eddie e seu amigo de outro planeta, seja durante os diálogos dividindo o mesmo corpo ou quando se separam.


Venom domina a tela, deixando Eddie como um coadjuvante. Mas um não vive sem o outro e é essa química que dá graça aos personagens interpretados por Tom Hardy, que está mais a vontade no papel. 

É divertido assistir um ser de mais de 2 metros dançando ou comendo a cabeça de um vilão (seu prato predileto). A diretora Kelly Marçal (que foi a roteirista dos dois primeiros filmes), em parceria com Tom Hardy na criação desta história, acertou da forma como desenvolveu e finalizou a franquia, humanizando os personagens.


No elenco temos ainda Chiwetel Ejiofor ("12 Anos de Escravidão" - 2014), Juno Temple ("Malévola" - 2014), Peggy Lu (como a Sra. Chen, que está na trilogia desde o início), Rhys Ifans ("Kings' Man - A Origem" - 2021), Stephen Graham (detetive Mulligan, apresentado em "Venom 2 - Tempo de Carnificina"), entre outros.

Aliado aos ótimos efeitos visuais e gráficos, temos uma trilha sonora conhecida, que tem entre seus sucessos "Wild World", de Cat Stevens, e "Don't Stop Me Now", do Queen. Também é apresentada uma versão mais lenta do sucesso "Space Oddity", de David Bowie, e a música "Symbiote', interpretada por Eminem & Lil Wayne, além de várias outras composições.


Bilheterias

Com orçamento de US$ 200 milhões, "Venom 3 - A Última Rodada" pode alcançar uma bilheteria mundial ainda maior que a de seu antecessor, "Venom: Tempo de Carnificina" (2021, lançado durante a pandemia), que atingiu pouco mais de US$ 500 milhões. Mas a melhor bilheteria até agora é a do primeiro filme da franquia, "Venom", de 2018, que faturou mais de US$ 850 milhões. Mesmo assim, os dois primeiros longas combinados somam mais de US$ 1,2 bilhão.

Mais divertido, com muita ação e momentos de emoção entre os protagonistas, "Venom 3 - A Última Rodada" deverá agradar mais aos fãs do Universo Marvel que seu antecessor de 2021. E abre espaço para filmes futuros com a participação de Knull enfrentando os super-heróis Marvel, como nos quadrinhos. Ou no Multiverso, semelhante ao que ocorreu em produções como "Deadpool & Wolverine" (2024) e "Doutor Estranho e o Multiverso da Loucura" (2022).

Uma dica: há uma cena no início dos créditos e outra após a infindável lista de participantes da produção.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Kelly Marcel
Produção: Marvel Entertainment, Columbia Pictures, Pascal Pictures
Distribuição: Sony Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h50
Classificação: 16 anos
País: EUA
Gêneros: ação, ficção, comédia

04 outubro 2018

"Venom" peca ao trazer um anti-herói sem identidade


Longa transita bem entre o lado cômico e a carga dramática, como vem sendo notado ao longo da série (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)


Wallace Graciano


Poucos antagonistas ficaram tão enraizados na cultura popular quanto Venom. A forma híbrida entre um homem e um parasita alienígena ganhou notoriedade nos quadrinhos não apenas por ser o contraventor das histórias do “Homem-Aranha”, mas também pelo visual peculiar e seus recursos físicos que destoavam dos demais vilões. Não à toa, o transgressor foi a grande aposta para o próximo longa do universo Marvel. Porém, tais características, que fizeram dele único no cânone do herói, foram deixadas de lado no filme que estreia nas telonas nesta quinta-feira (4).

A história, que começa soturna, mas ganha cor com o passar dos minutos, conta as desventuras de Eddie Brock (Tom Hardy), um repórter investigativo conceituado sempre ávido por grandes notícias. Vive um céu de brigadeiros com sua futura esposa, Anne Weying (Michelle Williams). Porém, ao entrar escondido no e-mail de sua amada, ele tem acesso a um relatório que expõe que a companhia na qual ela trabalha, a Life Foundation, fazia testes laboratoriais em humanos. Com uma entrevista marcada com o CEO da empresa, Carlton Drake (Riz Ahmed), ele toca na ferida e acaba arruinando a carreira de ambos.

Desempregado e desamparado, Brock tem acesso a uma médica da Life, que reporta que a empresa testava a simbiose de um parasita com humanos. Entendendo que aquela seria sua última chance, ele invade a sede da companhia e tem contato com a gosma, que o toma como receptáculo, transformando-o, aos poucos, em Venom.

Apesar de apresentar bem o antagonista ao público, a trama peca ao desenvolvê-lo. Forçando uma necessidade de mostrar um outro lado do protagonista, o filme exagera na necessidade de tratar seu lado esquizofrênico tal qual os conceitos de “O médico e o monstro”. Nesse momento, Venom perde sua força, pois não se estabelece uma identidade ao personagem, que assume-se como anti-herói de forma abrupta, sem qualquer explicação ao expectador. Apesar disso, o longa transita bem entre o lado cômico e a carga dramática, como vem sendo notado ao longo da série.


“Venom” tinha tudo para ser um dos grandes filmes do universo Marvel, pois é rico em efeitos visuais, sonoros, e tem boas atuações, porém peca ao desvirtuar a identidade do personagem sem abraçá-lo. É como se apenas quisesse cativar um novo público, esquecendo os fãs de outrora. E a necessidade de um final feliz é a maior canalhice que qualquer filme pode cometer.

Obs: fique um pouco a mais no cinema - duas cenas pós-credito



Ficha técnica:
Direção:  Ruben Fleischer
Produção: Marvel Entertainment / Columbia Pictures
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 1h52
Gêneros: Ação / Ficção científica
País: EUA
Classificação: 14 anos

Tags: #Venom, #Marvel, #TomHardy, #SonyPictures, #CinemanoEscurinho