Mostrando postagens com marcador #WaltDisneyPictures. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador #WaltDisneyPictures. Mostrar todas as postagens

19 março 2025

Disney acerta em CGI de animais, mas peca como musical em "Branca de Neve"

Rachel Zegler e Gal Gadot dividem o protagonismo do novo live-action  da Disney dirigido por Mark Webb (Fotos: Walt Disney Pictures)


Maristela Bretas


Os irmãos Grimm, autores da famosa obra "Branca de Neve e os Sete Anões" não devem estar nada satisfeitos em seus túmulos com a nova produção da Disney, "Branca de Neve" ("Disney's Snow White"), que estreia nesta quinta-feira (20) nos cinemas. 

Não bastassem as muitas polêmicas nas redes sociais (uma delas até envolvendo o filho do diretor, que não gostou do filme), a produção deverá deixar muito espectador que acompanhou o desenho na infância, como eu, decepcionado com este novo live-action.


Apesar de ter classificação livre, o longa é um musical, com algumas belas canções, mas cansativo e até chato em certos momentos, o que não deve prender a atenção das crianças. 

Para elas, o atrativo serão os bichinhos animados que vivem na floresta encantada. Eles são fofos e carismáticos, têm vida no olhar e movimentos, ao contrário do que houve com os animais de "O Rei Leão" (2019). 

Desta vez o estúdio acertou, o cervo, os coelhinhos, os passarinhos e o simpático ouriço valem o filme. Outro ponto que agrada, o visual com cores vivas e alegres, contrastando com o reino tomado pelas sombras após a Rainha Má assumir o poder. Muitas cenas são reproduções bem próximas do desenho.

Desenho" Branca de Neve e os Sete Anões",
 de 1937 (Walt Disney Pictures)

A produção também recupera algumas canções de "Branca de Neve e os Sete Anões", de 1937, como "Heigh Ho" (conhecida em português como "Eu Vou"), que marcou gerações e foi a primeira animação da Disney. Esta é uma versão com poucos recursos, mas com encanto, que vale muito a pena conferir. Está disponível no Disney+.

Para quem não conhece a história, Branca de Neve era uma princesa que tinha uma vida feliz, até perder seus pais e virar uma escrava de sua madrasta má que tenta matá-la por inveja de sua beleza. Na floresta onde se esconde, conhece novos amigos que vão ajudá-la a recuperar o reino.


Mas parou por aí. Falei em polêmicas e uma delas é sobre a comparação da beleza de Branca de Neve, interpretada pela colombiana Rachel Zegler ("Amor, Sublime Amor" - 2021), com a da Rainha Má, papel de Gal Gadot ("Mulher Maravilha" - 2017). 

A explicação do "Espelho, Espelho Meu" é tão míope quanto ele e só funcionou para os produtores. Gadot é muito mais bonita, mas não convence cantando. 

Já Zegler não tem uma beleza tão grande, mas vai ganhando a simpatia do público a partir do meio da animação e está mais à vontade cantando muito bem e entregando boa interpretação. Além de formar um par romântico simpático com o ladrão e rebelde Jonathan (Andrew Burnap).


Por trás da história de fantasia, há uma abordagem, às vezes sutil, outras nem tanto, dos sentimentos e traumas dos personagens. Branca de Neve vive o dilema de não conseguir se tornar a líder que seu pai, o rei, disse que ela seria um dia. Mas tem coragem e bom coração, briga por seus direitos e pelo reino e não depende de um príncipe no cavalo branco para salvá-la. 

A Rainha Má, por sua vez, é caricata, histérica e dependente de um espelho mágico (Patrick Page) para se sentir eternamente bela e poderosa. A empatia da personagem é zero, salva apenas pela interpretação de Gadot, mas até nisso perdeu para sua antecessora que foi mais marcante.


Sem falar nos sete anões, cada um com seu dilema, especialmente Dunga (Andrew Barth Feldman). Mas todos são bem simpáticos, até mesmo o rabugento Zangado (Martin Klebba). 

Além deles temos Dengoso (Tituss Burgess), Atchim (Jason Kravits), Mestre (Jeremy Swift), Feliz (George Salazar) e Soneca (Andy Grotelueschen). Mais uma polêmica, uma vez que todos foram criados por computação gráfica, no lugar de usar pessoas com nanismo. 

Para quem já esteve nos parques da Disney, uma das cenas com os Sete Anões é a reprodução do brinquedo Seven Dwarfs Mine Train, no Magic Kingdom, em Orlando, que é ótimo. Agora é conferir nos cinemas e contar pra gente o que achou do novo "Branca de Neve".


Ficha técnica:
Direção: Marc Webb
Produção: Walt Disney Pictures
Distribuição: Disney Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h49
Classificação: Livre
País: EUA
Gêneros: fantasia, musical, aventura

20 dezembro 2024

"Mufasa: O Rei Leão" - uma emocionante história de legado e pertencimento

Live-action supera a produção anterior e entrega uma narrativa original e bem estruturada, com elementos inéditos (Fotos: Walt Disney Pictures)


Marcos Tadeu
Parceiro do blog Jornalista de Cinema


Com direção de Barry Jenkins, estreou nos cinemas "Mufasa: O Rei Leão" ("Mufasa: The Lion King"), o live-action da Disney tão esperado para este ano. Explorando a história de origem do icônico pai de Simba, o filme se propõe a aprofundar a mitologia por trás do universo iniciado com "O Rei Leão" em 2019. 

A narrativa acompanha Mufasa em sua juventude, superando uma infância difícil para se tornar o lendário líder da Pedra do Reino. Órfão e sem rumo, ele forma uma amizade improvável com Taka, um carismático herdeiro real. 


Juntos, eles enfrentam desafios que moldam suas personalidades e definem seus futuros. Essa relação, além de revelar as semelhanças e diferenças entre os dois, dá origem a eventos que culminam no conflito central da franquia.

O diretor acerta ao trazer novidades para a franquia, corrigindo os erros do remake de 2019, com uma narrativa original e bem estruturada. O filme apresenta elementos inéditos, como a criação da Pedra do Reino, a transformação de Taka em Scar e o início do relacionamento de Mufasa com Sarabi. Esses detalhes são trabalhados de forma orgânica, enriquecendo a história e oferecendo novas camadas ao universo já conhecido.


As vozes do elenco da versão original são um dos destaques, incluindo Aaron Pierre, como Mufasa; Beyoncé (Nala); Mads Mikkelsen, como o vilão Kiros; Tiffany Boone (Sarabi), além da dupla Seth Rogen (Pumba) e Billy Eichner (Timão); Blue Ivy Carter, a filha de Beyoncé (dando voz a Kiara); Kelvin Harrison Jr. (Taka/Scar); John Kani (Rafiki) e Donald Glover, como o jovem Simba.

O roteiro de Jeff Nathanson utiliza paralelos com a obra original para desenvolver seus personagens. A amizade entre Mufasa e Taka, por exemplo, remete à relação de Simba e Nala, mas com um tom mais maduro e dramático. 

Essa construção cuidadosa destaca como desafios e escolhas moldaram não apenas os protagonistas, mas todo o cenário político e emocional da Pedra do Reino.


A fotografia de James Laxton é um dos pontos altos do filme, com paisagens exuberantes e detalhes impressionantes dos felinos, enquanto a direção de arte de Dan Webster presta uma bela homenagem ao clássico. Os cenários e a ambientação são ricos em detalhes e ajudam a transportar o público para o coração da savana.

Barry Jenkins explora temas importantes como legado e pertencimento, centrando a narrativa na busca de Mufasa por propósito e unidade em um mundo cheio de desafios. O vilão Kiros, também se destaca ao trazer complexidade e ambição à trama.

Mesmo seguindo a fórmula clássica de vingança da franquia, ele se apresenta como um adversário formidável para Mufasa, com uma história bem construída que sustenta suas motivações.


No entanto, o filme apresenta algumas falhas. As músicas adicionais interpretadas por Lin-Manuel Miranda, embora agradáveis, não têm o mesmo impacto memorável das trilhas sonoras das produções anteriores. 

Além disso, as intervenções cômicas de Timão e Pumba, embora divertidas, muitas vezes quebram o ritmo emocional da história com o personagem título.

Outro ponto fraco é a relação de Simba com Kiara, que deixa lacunas no roteiro, especialmente nos momentos envolvendo a leoa e sua família.


Apesar desses problemas, "Mufasa: O Rei Leão" entrega uma experiência criativa e emocionante, expandindo a mitologia da franquia de forma ousada. É um presente para os fãs e um exemplo de inovação, diferente de sequências como "Divertida Mente 2" e "Moana 2" que seguiram fórmulas previsíveis.

Ao explorar as origens de Mufasa, a Disney demonstra que ainda  há espaço para surpresas e histórias envolventes nesse universo tão amado.


Ficha técnica:
Direção: Barry Jenkins
Roteiro: Jeff Nathanson
Produção: Walt Disney Pictures, Fairviem Entertainment
Distribuição: Disney Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h58
Classificação: 10 anos
País: EUA
Gêneros: live-action, aventura, musical, família

03 julho 2023

"Elementos" da natureza se misturam para divertir e emocionar

Faísca e Gota formam o casal da nova animação da Pixar que fala sobre família, relacionamentos e diferenças
(Fotos: Walt Disney Company)


Maristela Bretas


Estou falando da nova animação da Pixar Animation Studios, "Elementos", em cartaz nos cinemas e encantando o público desde a sua estreia. A produção tem história, mensagens fortes e bem atuais, personagens simpáticos, situações engraçadas, e acima de tudo, emociona a ponto de fazer chorar. 

Assim como em outras obras da produtora, como "Divertida Mente" (2015), "Luca" (2021), "Red: Crescer é uma Fera" (2022), além dos curtas "Piper" (2016) e "Bao" (2018), que falam de relacionamentos, família e amadurecimento, "Elementos" foca também nos costumes de outros povos e no preconceito com o imigrante, no caso, o asiático.


Na animação, Bernie Lumen/Brasa (o ator filipino Ronnie del Carmen) e a esposa Cinder/Fagulha (Shila Ommi) deixam sua terra para tentar a sorte em outro lugar, onde pretendem dar uma vida melhor à filha Ember/Faísca (a atriz chino-americana Leah Lewis) que está para nascer. 

Eles chegam à Cidade Elemento, onde vivem diferentes tipos de seres formados por água, terra, ar e fogo. estes últimos, no entanto, não são bem aceitos pelos demais elementos e acabam formando sua própria comunidade, fora da cidade.


Faísca cresce aprendendo com o pai como cuidar da Loja do Fogo, que um dia ele promete que será dela. Pelas características e cultura apresentadas fica claro que a família Lumen é de descendência asiática. 

A jovem nunca sai do bairro e segue à risca a regra principal dos pais: "elementos não podem se misturar". Um bom exemplo do que acontece com muitas comunidades de imigrantes pelo mundo, que não são aceitas por sua cor, raça ou origem diferentes do local. 


Impetuosa e de estopim curto, Faísca tem de conviver com esse preconceito e desconfiança e ainda precisa descobrir o que quer para seu futuro, mesmo que ele tenha sido traçado pelo pai. 

Até que um acidente a coloca frente a frente com Wade/Gota (Mamoudou Athie), que pelo nome já dá para saber que é do elemento água. Ele é um jovem de bem com a vida, muito emotivo que chora a toa e tem uma simpatia contagiante.

Gota vai ajudar Faísca a salvar o negócio do pai e fazê-la repensar seus conceitos, especialmente sobre o amor.


"Elementos" tem várias abordagens numa só história, todas interligadas, que se tornam mais fortes com as cores vibrantes usadas na animação e dos personagens fofos e divertidos, até mesmo quanto têm ataques de fúria, como Faísca (típico da adolescência). Características fortes das produções da Pixar.


Tudo isso é capaz de levar o público a aplaudir de pé ao final do filme e até mesmo chorar de emoção, tanto pelo relacionamento da jovem com Gota quanto com o pai e a mãe. Presenciei isso na sessão que fui em BH, lotada por famílias com crianças.

Somado ao visual temos uma ótima trilha sonora, composta por Thomas Newman ("Procurando Nemo" - 2003 e "Wall-E" - 2008), que conta com 37 músicas, entre elas, "Steal The Show", cantada por Lauv, que toca quando Gota e Faísca estão juntos. Confira abaixo.


Recomendo a versão dublada que está ótima, com vozes de Luiza Porto (Faísca), do mineiro Dláigelles Silva (Gota), Giovanna Antonelli (Sra. Ripple, mãe do Gota), André Mattos (Brasa), Cacau Protásio (Flarietta), Marisa Orth (Fagulha) e muitos outros. A direção de dublagem é de Diego Lima.

"Elementos" é uma animação para todas as idades e merece ser visto em família, com um lencinho na mão. Assim como Gota e sua mãe que choram rios de lágrimas, você também vai deixar escorrer esse elemento por seu rosto sem vergonha de se emocionar.


Ficha técnica:
Direção: Peter Sohn
Produção: Pixar Animation Studios e Walt Disney Company
Distribuição: Disney Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h42
Classificação: Livre
País: EUA
Gêneros: animação, comédia, família, aventura

25 junho 2023

Harrison Ford se despede de personagem com nostalgia em "Indiana Jones e a Relíquia do Destino"

Quinto filme encerra a franquia com viagem pelo tempo e retorno de parceiros de filmes anteriores
(Fotos: Lucasfilm Ltd.)

 

Maristela Bretas


Um encerramento muito bom para Harrison Ford, com direito a viagem no tempo e imagens que remetem aos filmes anteriores da franquia. Assim é "Indiana Jones e a Relíquia do Destino", que estreia nesta quinta-feira (29) nos cinemas. 

Muita ação e aventura, que não poderiam faltar, efeitos especiais e um enredo que aposta no lado pessoal e nos dilemas do personagem principal que o levarão a uma viagem pelo tempo.


O quinto e último filme da franquia iniciada em 1981 com "Os Caçadores da Arca Perdida", sob a direção do brilhante Steven Spielberg, também encerra a participação de Ford como protagonista, sem deixar herdeiros para suas aventuras. 

Ele é a grande estrela e, mesmo aos 80 anos e sem vergonha de aparecer sem camisa, mostra porque ainda é um ator que atrai uma legião de fãs para seus filmes. 


A direção ficou nas mãos de James Mangold (diretor dos ótimos "Ford VS Ferrari" - 2019 e "Logan" - 2017), que também participou do roteiro. Ele entrega uma boa produção, que no entanto perde em história para os três primeiros filmes. Além de ser longa demais - 2h34 -, com alguns momentos cansativos. Poderia ter uma duração menor. 

O filme usa combinação de imagens e inteligência artificial para rejuvenescer Harrison Ford como Indiana Jones na época da ocupação alemã, a mesma do primeiro longa. São quase 30 minutos de muita ação e aventura, que já garantem boa diversão.


Há situações semelhantes aos dos longas anteriores que vão ser lembradas pelo público que acompanhou a saga do famoso arqueólogo. Não faltam perseguições de carros e motonetas, saltos de paraquedas, fugas em trens e muitos tiros e bombas.

A volta ao passado vai explicar os fatos que irão ocorrer no momento em que este novo filme se passa - 1969 -, durante a corrida espacial e a Guerra Fria. E apresenta como está a vida do outrora aventureiro Indy, agora um quase aposentado professor Jones, que dá aulas numa universidade para alunos sem interesse em História.


Tudo acontece quando o Indiana se vê envolvido na busca a um objeto antigo, construído pelo matemático Arquimedes, capaz de fazer quem o possuir viajar pelo tempo. Indy vai se envolver com a filha de um antigo parceiro e uma organização chefiada por um ex-nazista que quer o artefato para mudar a história.

O novo longa é nostálgico e traz de volta alguns personagens que acompanharam o herói de chapéu e chicote em muitas de suas aventuras. Como Sallah (o ator britânico John Rhys-Davies) e Marion (Karen Allen), ambos tão envelhecidos quanto o próprio Ford.


Apesar da escolha do excelente ator Mads Mikkelsen para ser o oponente da vez, o personagem Jürgen Voller, um cientista do Terceiro Reich que agora trabalha para o governo norte-americano, foi o mais fraco de todos os vilões da franquia. 

Ficou parecendo que era só mais um na trama. Um desperdício do grande talento do ator dinamarquês, que tem "Druk - Mais uma Rodada" (2021) e "Doutor Estranho" (2016) em sua filmografia.


Participam também do elenco atual Phoebe Waller-Bridge, como Helena Shaw, afilhada de Jones; Antônio Banderas (o marinheiro Renaldo, amigo de Indy); Shaunette Renee Wilson (agente Mason, da CIA); Toby Jones (Basil Shaw, parceiro de Jones e pai de Helena) e alguns outros nomes menos conhecidos.


Novamente (e não poderia ser diferente), a trilha sonora ficou nas mãos de John Williams, como nos outros quatro filmes da franquia, com destaque para a famosa música-tema que marcou toda uma geração e é tocada ao longo de todo o filme.

"Indiana Jones e a Relíquia do Destino" ressuscita a franquia após 15 anos do último filme - "Indiana Jones e o Reino da Caveira" (2008) -, e diverte, especialmente no início. Vale ser conferido, assim como os demais da saga, que já deixaram suas marcas como filmes de  aventura.


Ficha técnica:
Direção: James Mangold
Produção: Walt Disney Pictures, Lucasfilm Ltd, Paramount Pictures
Distribuição: Disney Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h34
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: ação, aventura

23 maio 2023

“A Pequena Sereia” traz para o live-action o encanto e a magia dos desenhos

A jovem cantora e atriz Halle Bailey interpreta Ariel, com carisma e simpatia, além da belíssima voz
(Fotos: Disney Studios)
 

Maristela Bretas


Pura magia, cor e encanto. Esse é o tão esperado live-action “A Pequena Sereia” (“The Little Mermaid”), que estreia nesta quinta-feira (25) nos cinemas, reunindo jovens e experientes atores nos principais papéis. 

Além de ótimos efeitos visuais, bem associados à trilha sonora de Alan Menke, que utilizou sucessos do desenho e algumas novidades para dar mais vida à história.


A protagonista Ariel é vivida pela cantora Halle Bailey, cuja belíssima voz é quase a de uma sereia, além do carisma da jovem. Uma escolha bem acertada. A dubladora brasileira é a cantora Laura Castro, do grupo BFF Girls. 

O britânico Jonah Hauer-King interpreta o príncipe Eric, com simpatia e uma química que funciona bem com Bailey. Muito boa também a dublagem nacional do personagem feita por Ítalo Luiz.


A turma de peso conta com o ótimo Javier Bardem, firme e forte no papel do rei Tritão, pai de Ariel. Já Melissa McCarthy é Úrsula, a bruxa do mar que faz uma vilã quase assustadora e divertida, que ganha a voz de Andrezza Massei na dublagem brasileira. 

Apesar de reunir pessoas e personagens de animação, o longa está mais para um romântico musical com muita aventura. A participação humana é maior, com algumas poucas espécies do mar animadas, que não ficaram nem um pouco naturais. 


Mesmo assim, entregam os momentos mais divertidos da história. É o caso da gaivota Sabidão, amigo de Ariel. Totalmente sem noção e muito avoada, cuja voz é da atriz Awkwafina.

Já Sebastian (voz original de Daveed Diggs e de Yuri Chesman, em português) deixou de ser uma lagosta (no desenho) e virou um siri. Ele convence, mas não tem a mesma simpatia, mesmo quando tem ataques de rabugice e passa grandes apertos para vigiar Ariel. A limitação nos movimentos faciais ainda é um problema recorrente nos live-actions da produtora.


O exemplo mais cruel com um personagem foi o peixinho Linguado (na voz de Jacob Tremblay em inglês e do ator-mirim Pedro Bugarelli em português), um dos mais adorados do desenho, que está mais para Minguado. Sem expressão, plastificado, conseguiu ser pior do que os animais do live-action de “Rei Leão” (2019).  

Linguado do desenho e o do live-action (Montagem)

A nova produção acerta em cheio ao entregar um balé de imagens e uma computação gráfica invejável. Como no dueto de Sebastian tentando convencer Ariel a não sumir, ou na serenata no lago para a jovem com o príncipe. Tudo com muito movimento, cor e música em perfeita sincronia, como no desenho. 


As imagens lembram o belíssimo “Fantasia”, longa-metragem lançado pela Disney em 1940 que reúne animação e música clássica. O live-action segue a história do conto de fadas escrito em 1837 por Hans Christian Andersen e reproduzido pela Disney no encantador desenho de 1989.

Ariel é uma bela sereia adolescente com sede de aventura. Desejando descobrir mais sobre o mundo além do mar, ela visita a superfície e se apaixona pelo arrojado príncipe Eric ao salvá-lo de um naufrágio. 


Mas para se aproximar dele no mundo dos humanos, ela faz um pacto com Úrsula: aceita ceder sua voz para que a feiticeira lhe dê pernas. Essa troca, no entanto, tem um preço: Ariel precisa ser beijada pelo príncipe em até três dias para não se tornar escrava da bruxa do mar e ser afastada de todos que ama.


“A Pequena Sereia” traz diversidade no elenco, reunindo várias etnias, como é o caso de Ariel e suas irmãs sereias e a população do reino de Eric, além de um par romântico de conto de fadas. 

Indicado para todas as idades, o longa, mesmo com alguns “defeitos especiais”, merece ser conferido no cinema, se possível em Imax, para aproveitar melhor as belas imagens. 


Ficha técnica
Direção:
Rob Marshall
Produção e distribuição: Walt Disney Pictures
Duração: 2h15
Classificação: Livre
País: EUA
Gêneros: romance, aventura, família

03 julho 2022

"Lightyear" conta a origem do herói do espaço que encantou gerações

O famoso patrulheiro espacial da franquia “Toy Story” ganha filme solo em nova animação (Fotos: Disney/Pixar)


Maristela Bretas


Em 1995, um astronauta com um traje colorido, cheio de marra e dono da verdade, conquistava o coração de Andy e entrava para a coleção de brinquedos do garoto como um de seus preferidos e o de várias crianças pelo mundo. 

Agora Buzz, ganha vida no filme solo "Lightyear", nova animação da Disney/Pixar, que conta como tudo começou. O filme é um spin-off da amada franquia "Toy Story" e já conquistou espectadores de todas as idades desde a sua estreia nos cinemas.


Logo no início surge a explicação de que o boneco Buzz foi criado a partir do filme que era o preferido de Andy sobre o herói. Mas "Lightyear" é mais que isso e, como era de se esperar de uma produção Pixar, tem muita emoção, mesmo fugindo totalmente da fórmula de "Toy Story".

Ele é colorido, tem bichinhos fofos, mas atinge mais aos adultos, como outras produções do estúdio, ao explorar sentimentos como o de perda de pessoas amadas, viagem no tempo, respeito à diversidade e, acima de tudo, amizade sincera e leal.


Claro que a ação não fica de fora. "Lightyear" ainda apresenta vários personagens ligados a Buzz e suas origens, inclusive seu maior inimigo. A cada viagem no tempo, o arrogante e intransigente patrulheiro espacial vai mudando aos poucos sua maneira de ser. Até onde a obstinação de concluir a missão espacial é mais importante que as pessoas? A quem ele quer provar que pode fazer tudo sozinho para consertar um erro do passado?


À medida que o tempo passa, novos personagens vão surgindo, alguns do bem, outros nem tanto. É numa dessas viagens que ele vai conhecer e terá de enfrentar o malvado imperador Zurg (voz de James Brolin), o vilão da capa preta e roxa, líder de um exército de robôs, outro conhecido da franquia "Toy Story". 

No filme é possível relembrar algumas frases do herói e entender como elas surgiram. E é a mais famosa, "Ao infinito e além", que provocará um dos momentos mais emocionantes (e chorosos) do filme.


Também são apresentados o traje espacial do patrulheiro espacial com seus vários dispositivos de combate, a nave espacial de Buzz e o mais fofinho de seus amigos, o gato-robô Sox (voz de Peter Sohn/Cesar Marchetti), seu fiel pet mega inteligente e parceiro nas aventuras. Ele é quase uma versão felina de metal do R2D2 de Luke Skywalker. 

Por falar em amigos, a mais importante em toda a história e na vida de Buzz é a comandante Alisha Hawthorne (Uzo Aduba /dublagem Adriana Pissardini) que o acompanha, lidera e o ensina em toda a missão. Ela dá uma lição de vida ao público ao representar uma personagem gay.


Além de Alisha, temos também os três desastrados recrutas que vão fazer toda a diferença - Izzi Hawthorne (Keke Palmer/Flora Paulita), Darby Steel (Dale Soules/Lucia Helena Azevedo) e Mo Morrison (Taika Waititi/Henrique Reis). Na versão original, o eterno Capitão América, Chris Evans, empresta a voz a Buzz Lightyear (em toda a franquia a voz sempre foi do ator Tim Allen). 

O mesmo ocorreu na dublagem para português. Coube ao apresentador Marcos Mion dar vida ao personagem no Brasil, substituindo Guilherme Briggs, conhecido dublador do herói. Até que Mion se saiu bem.


A animação conta a história de um grupo de colonizadores que está voltando para casa e acaba se perdendo no espaço, caindo num planeta hostil a 4,2 milhões de anos-luz distante da Terra. Um erro de Buzz faz com que o grupo precise ficar mais tempo no local até conseguir criar um dispositivo de hipervelocidade que vai fazer a nave funcionar. E será o experiente piloto quem testará o dispositivo no espaço. Mas essa experiência trará surpresas e grandes mudanças para ele e toda a tripulação.

"Lightyear" tem ação e emoção e é diversão garantida. E ainda conta com uma ótima trilha sonora do premiado Michael Giarcchino. Um alerta: o filme tem três cenas pós-créditos que complementam a história e chamam para futuras produções.


Ficha técnica:
Direção: Angus MacLane
Produção: Pixar Animation Studios / Walt Disney Pictures
Distribuição: Walt Disney Animation Studios
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h34
Classificação: livre
País: EUA
Gêneros: ação, aventura, família, animação

20 julho 2021

Com atraso de cinco anos, Scarlett Johansson volta para a família com muita ação em "Viúva Negra"

Filme solo da super-heroína da Marvel faz lembrar dos bons filmes da franquia "Vingadores" (Fotos: Marvel Studios/Divulgação)


Maristela Bretas


Ação, ação e mais ação. Com ritmo acelerado de tirar o fôlego e apenas algumas cenas para dar uma explicação ou outra e momentos família, "Viúva Negra" ("Black Widow") está em cartaz nos cinemas e para assinantes do Disney+ pelo Premier Access, ao preço de R$ 69,90. Um preço salgado para apenas uma pessoa, mas que acaba ficando em conta se mais pessoas forem dividir a exibição em casa. E quase o equivalente a duas entradas inteiras, sem combo de pipoca e refrigerante.

Pena que chegou com pelo menos cinco anos de atraso. A super- heroína Natasha Romanoff, mais conhecida como Viúva Negra, merecia ter seu filme solo apresentado na sequência certa dos fatos da franquia "Vingadores". A história se passa entre "Capitão América - Guerra Civil" (2016) e "Vingadores - Guerra Infinita" (2018), quando o grupo se divide e os aliados do Capitão América passam a ser caçados pela organização S.H.I.E.L.D. 


Mas somente agora, depois da morte da Viúva Negra em "Vingadores - Ultimato" (2019), ele é exibido, o que tira o impacto do longa e causou frustração em muitos fãs da Marvel. Para compensar, a produção em ótimas lutas, perseguições e ação alucinantes do início ao fim. Além das cenas pós-crédito (não saia do cinema) que vão abrir o caminho para a fase 4 dos "Vingadores". 


Isso mesmo. Alguns heróis morreram em "Ultimato", mas os que ficaram estão ganhando mais sequências e séries solo. É o caso de Wanda, Vision, Falcão, Soldado Invernal e até Loki. Sem contar produções como "Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa", que deve chegar em dezembro deste ano, "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura", previsto para estrear em março de 2022, e "Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania", que pode ser lançado em 2023. 


Mas voltando à "Viúva Negra", durante sua adolescência, Natasha tem uma família "tipicamente norte-americana", só faltou um Golden Retriever. Com poucos minutos de filme, o bicho pega, com direito a uma fuga espetacular e locações de encher os olhos. Tirada dos pais junto com a irmã pequena, Yelena, ambas são treinadas na Sala Vermelha para se tornarem espiãs e assassinas russas. 

Natasha, já adulta consegue escapar, deixando a irmã para trás. Tempos depois, ela conhece o Gavião Arqueiro e se junta aos Vingadores, até se tornar uma foragida. Apesar de se isolar do mundo, ela vê seu passado em Budapeste bater à porta e trazê-la a momentos sofridos e à descoberta de figuras que julgava não existirem mais. Aos trancos e barrancos, com muita briga e rancor, ela precisará se unir à sua antiga família e derrotar um inimigo comum. Pena que Ray Winstone entregue um vilão mediano e pouco convincente. 


Trabalhar o lado emocional da super-heroína é resultado da boa direção de Cate Shortland, que soube construir bem os personagens, especialmente femininos, que predominam no filme. Scarlett Johansson arrasa na interpretação do papel principal. Mais madura e segura em sua personagem, ela divide o centro das atenções com outras estrelas que aumentam o brilho da produção e ajudam a formar uma família "bem diferente". 

A jovem atriz Florence Pugh, de "Adoráveis Mulheres" (2019) é Yelena Belova. A bela britânica é simpática, briga muito, está ótima e tem tudo para ser uma nova "Vingadora" no lugar da irmã. Outra britânica que não deixa por menos é Rachel Weisz ("A Favorita" - 2019), como- a espiã russa Melina Vostokoff, que também é a mãe de Natasha e Yelena. 


O longa recupera dos quadrinhos personagens conhecidos apenas pelos fãs. O grandalhão e ex-herói russo Guardião Vermelho, inimigo do Capitão América, que é interpretado por David Jarbour ("Hellboy" - 2019). Coube a ele o lado cômico da produção e o papel de pai das garotas. 

Além no atraso em contar a história da Viúva Negra, outro ponto negativo do filme foi o pouco destaque ao personagem Taskmaster ou Treinador (Olga Kurylenko), vilã quase robótica que persegue Natasha o filme inteiro. Como curiosidade, a adolescente Ever Anderson, que faz o papel de Natasha jovem, é filha da atriz Milla Jovovich. 


Filmado no Caribe, Noruega e, especialmente, em Budapeste, o roteiro mal dá tempo de tomar um fôlego entre as lutas e perseguições. Ótima produção que reúne ação, emoção e humor na medida. Sem grandes monstros alienígenas e guerras em outros mundos, "Viúva Negra" segue se forma correta a linha espionagem que compôs a vida da personagem, sem perder a conexão com o Universo Marvel. 

O filme merece ser conferido pelo público que curte a famosa franquia dos super-heróis, não importando em qual opção de exibição - no cinema ou em casa -, mas sempre com pipoca.


Ficha técnica:
Direção:
Cate Shortland
Produção: Marvel Studios / Walt Disney Pictures / Zak Productions
Duração: 2h14
Distribuição: Walt Disney Pictures
Exibição: Nos cinemas e Disney+ (assinantes pelo Premier Access)
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: Ação / Espionagem / Aventura
Nota: 4,5 (de 0 a 5)

21 outubro 2019

Well, well! "Malévola" volta a ser a Dona do Mal

Com Angelina Jolie novamente no papel da rainha das Trevas, história deixa de ser um simples conto de fadas e aborda família, poder e diversidade (Fotos: Walt Disney Studios/Divulgação)

Maristela Bretas


Encantador, alegre, colorido (e também tenebroso), "Malévola - Dona do Mal" ("Maleficent - Mistress of Evil") é mais do que um conto de fadas. Ele é sobre e para a família, explorando as fraquezas e as virtudes de cada personagem. Especialmente as três principais - Malévola, rainha Ingrith e a princesa Aurora.

A fada do mal é novamente interpretada por Angelina Jolie, reinando poderosa e absoluta no papel, que parece ter sido feito sob encomenda pra ela. Sem perder o sarcasmo e o poder de sedução, a atriz ainda é uma das produtoras executivas do novo filme. Mas desta vez ela encontra a opositora perfeita para seu personagem - a espetacular Michelle Pfeiffer, que interpreta a rainha Ingrith. Ela faz toda a diferença no longa, que ainda tem a princesa Aurora, vivida por uma Elle Fanning mais madura e sempre linda, cinco anos depois de interpretar a personagem em "Malévola" (2014).


O embate entre as duas rainhas do mal é o diferencial deste roteiro, mudando a tradicional narrativa de um conto de fadas (que ficou excelente no primeiro filme) para uma trama que aborda disputa pelo poder, preconceito contra o que é diferente - os seres das trevas e os do reino dos Moors - e relações familiares conflituosas. Malévola tem um grande sentimento de posse pela afilhada, Aurora está crescida e quer escolher seu próprio destino e a rainha Ingrith passa por cima de quem quer que seja para conseguir o trono,com a desculpa que está garantindo o futuro do filho.


Do primeiro encontro até o final, as cenas com as duas grandes atrizes (juntas ou separadas) dão vida e energia à produção, uma verdadeira guerra de talento com muitas batalhas e explosões. Elle Fenning entra para fazer a ligação e tentar colocar panos quentes no conflito entre a madrinha e a sogra para viver feliz com seu amado Phillip. Sua personagem ganha destaque no final, mostrando que está pronta para deixar de ser a afilhada/filha de Malévola e provar que é a grande rainha do reino dos Moors e que pode ser mais que a futura mulher de um príncipe nada encantado.


Na ala masculina, esta sim, em segundo plano, os destaques ficam para Chiwetel Ejiofor (sempre atuando muito bem), no papel de Conall, Sam Riley (Diaval, o corvo), que ganha um espaço maior que no filme anterior, e Ed Skrein, como Borra. Harris Dickinson é o novo príncipe Phillip e em fevereiro de 2020 ele estreia "Kingsman: A Origem", terceiro filme da franquia - os dois primeiros filmes foram estrelados por Taron Egerton, o mesmo de "Rocketman".


No primeiro filme, Malévola passa da fada apaixonada que se torna do mal ao ser enganada pelo homem que amava e desconta na filha dele sua vingança. Mas o destino amolece seu coração e ela acaba se tornando protetora de sua vítima, a princesa Aurora. Em "Malévola - Dona do Mal", a relação das duas se tornou mais forte, mas um fator pode abalar tudo isso: o casamento de Aurora com o príncipe Phillip. 


É nesta hora que o conto de fadas ganha nova roupagem. Entra em cena a rainha Ingrith, que não tem chifres, mas desde o primeiro momento não esconde seu lado cruel. Michelle encarna bem esse papel de bonitinha, porém malvada. E será sua personagem que fará com que Malévola volte a ter um lado sombrio e "maleficent", com poderes ainda maiores, capazes de aniquilar todo um reino.


"Malévola - Dona do Mal" novamente altera fatos da história original - "A Bela Adormecida" -, explica situações do passado e reforça, em mais uma produção dos Estúdios Disney, o poder da mulher. Arrasou no conjunto da obra - elenco, figurinos perfeitos de Jolie e Pfeiffer, maquiagem, colorido acertado das cenas (inclusive nos ambientes escuros), fotografia, trilha sonora. As locações parecem uma extensão do reino de "Avatar", mas também ficaram muito boas, com o ótimo recurso de cenas aéreas. Mas o maior brilho da produção, depois do elenco feminino, fica para as batalhas. Um excelente trabalho, melhor ainda se assistido em 3D para não perder nenhum detalhe ou efeito especial. Imperdível e encerra com muito brilho a trajetória de Malévola.


Ficha técnica:
Direção: Joachim Rønning
Produção: Walt Disney Pictures
Distribuição: Disney/Buena Vista
Duração: 1h59
Gêneros: Fantasia / Aventura
País: EUA
Classificação: 10 anos
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: #Malevola, #AngelinaJolie, #MichellePfieffer, #ElleFanning, #contodefadas, #Maleficent, #fantasia, #aventura, #WaltDisneyPictures, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho