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22 agosto 2024

Com estética vibrante, "Os Inseparáveis" discute mudança de rumo e o valor do companheirismo

Don, o palhaço marionete, e o cachorro DJ, Doggie Dog, vivem uma aventura com mensagem positiva e momentos de humor
(Fotos: nWave Pictures - Contracorriente Films)


Silvana Monteiro


Quando o público vai embora e a encenação termina é hora de os personagens viverem as próprias aventuras e terem ate mesmo uma crise de identidade. É neste mundo de fantasia que se passa "Os Inseparáveis" ("The Inseparables"), animação em cartaz nos cinemas que nos transporta para um local onde brinquedos e objetos de cena ganham uma nova vida após o fechamento das cortinas de um antigo teatro no Central Park, em Nova York. 


Produzido pelos mesmos roteiristas de "Toy Story" (1995), Joel Cohen e Alec Sokolow, o filme nos remete às mudanças de rumo, ao valor da amizade e à superação dos desafios e limites ao lado de quem confiamos. Don (voz de Éric Judor) é um palhaço, um tipo de bobo da corte. 

Embora sua função seja bem desempenhada, ele não quer se limitar a isso e decide sair para viver "sua própria vida". Fora do teatro, ele encontra outro grande sonhador, Doggie Dog (voz do DJ Jean-Pascal Zadi), o cachorro que quer ser rapper e DJ. 

O ponto alto são as cenas nas ruas e parques. Entre árvores, arranha-céus e personagens típicos de uma metrópole, a estética da obra se faz sublime e impactante e os personagens vivem a vida, tão perigosa e desafiadora como ela é.


A qualidade da animação é impressionante. Os detalhes visuais são meticulosamente trabalhados, criando um ambiente vibrante e envolvente que captura a atenção do público. O grande diferencial é quando a cena se torna a extensão da imaginação de Don, dando vida até mesmo ao mais simples cenário da cidade. 

O filme apresenta humor que agrada tanto crianças quanto adultos, equilibrando piadas sutis com momentos de leveza. A trilha sonora complementa a narrativa, proporcionando uma sonoplastia que intensifica as emoções das cenas.


Embora a história seja envolvente, alguns arcos narrativos são previsíveis e seguem fórmulas conhecidas, sobretudo, aquelas que focam na resignificação de brinquedos e objetos. Quanto aos personagens (a maioria muito boa por sinal), alguns não recebem o desenvolvimento necessário, fazendo com que pareçam unidimensionais e menos impactantes.

Em certos momentos, o ritmo da narrativa oscila, com cenas que se arrastam e outras que parecem apressadas, prejudicando a fluidez da história. "Os Inseparáveis" é uma animação visualmente deslumbrante, com uma mensagem positiva e momentos de humor eficazes. É um filme que, vale a pena assistir, especialmente para aqueles que já apreciam o estilo dos criadores. Indicado para um público dos 8 aos 80 anos.


Ficha técnica
Direção: Jerémie Degruson
Roteiro: Joel Cohen e Alec Sokolow 
Produção: nWave Pictures e Octopolis em associação com Contracorriente Films
Distribuição: Paris Filmes
Exibição: nos cinemas das rede Cineart e Cinemark
Duração: 1h30
Classificação: Livre
País: EUA
Gêneros: aventura, animação, comédia, família

01 julho 2024

Cine Theatro Brasil Vallourec exibe mostra especial de cinema em julho a preços populares

Seleção traz temáticas variadas, com duas sessões a cada segunda-feira (Fotos: Divulgação)


Da Redação


A edição de julho do projeto “Segunda no Cine” trará aos espectadores uma programação especial extensa de férias dentro da Mostra de Cinema Cine Theatro Brasil Vallourec. Serão exibidos dois filmes, todas as segundas-feiras, às 16h e às 19h30, com uma abordagem bem nostálgica. A produção é de Camila Lana e todas as exibições terão audiodescrição e estrutura para cadeirantes. 

A programação foi dividida em quatro temáticas: Diferentes modos de dizer “Era Uma Vez”; A Poética da Juventude; Pelo Olhar de John Hughes e Entender o Mundo Através dos Afetos. Entre os longas a serem apresentados estão clássicos como "Branca de Neve e os Sete Anões" (1937), "Curtindo a Vida Adoidado" (1986), "Os Incompreendidos" (1959), "Sociedade dos Poetas Mortos" (1989), dentre outros. 

"Sociedade dos Poetas Mortos"

As exibições acontecem no Teatro Câmara, com ingressos populares a R$ 10,00 a inteira e R$ 5,00 a meia. Ao final de cada exibição, um especialista ou cinéfilo convidado participa de uma sessão comentada e abre uma conversa com o público sobre aspectos temáticos e estilísticos referentes ao filme que acabaram de ver. 

De acordo com o curador do projeto "Segunda no Cine", Rodrigo Azevedo, são histórias que atravessam gerações. “São crônicas estéticas que nos conduzem a uma compreensão mais profunda das tensões e evoluções que moldam a percepção e os desafios do que é amadurecer no mundo que nos envolve”. 

"Conta Comigo"

Confira a programação completa:

01/07 - Sessão de abertura
19h - "Conta Comigo" ("Stand By Me") - 1986 (Rob Reiner)

08/07 - Temática: Diferentes modos de dizer “Era Uma Vez”
16h - "Branca de Neve e os Sete Anões" - ("Snow White and the Seven Dwarfs") - 1937 (William Cottrell, David Hand e Wilfred Jackson)
19h30 - "Moonrise Kingdom" - 2012 (Wes Anderson)

"Branca de Neve e os Sete Anões"

15/07 - Temática: A Poética da Juventude
16h - "Os Incompreendidos" - ("Les Quatre Cents Coups") - 1959 (François Truffaut)
19h30 - "As Vantagens de Ser Invisível" ("The Perks of Being a Wallflower") - 2012 (Stephen Chbosky)

22/07 - Temática: Pelo Olhar de John Hughes
16h - "Clube dos Cinco" ("The Breakfast Club") - 1985 (John Hughes)
19h30 - "Curtindo A Vida Adoidado" ("Ferris Bueller's Day Off") - 1986 (John Hughes)

29/07 - Temática: Entender o Mundo Através dos Afetos
16h - "Sociedade dos Poetas Mortos" ("Dead Poets Society") - 1989 (Peter Weir)
19h30 - "Hoje Eu Quero Voltar Sozinho" - 2014 (Daniel Ribeiro)


"Hoje eu Quero Voltar Sozinho"

Serviço:
Ingressos:
R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia)
Bilheteria: Av. Amazonas, 315 – Centro
Funcionamento: Seg – Sáb: 12:00 – 21:00 e Dom e feriados: 15:00 – 20:00. Horário especial nos feriados
Telefones: (31) 3201.5211 ou (31) 3243.1964
Informações:
https://www.cinetheatrobrasil.com.br/

31 maio 2024

“Planeta dos Macacos: O Reinado” entrega personagens sem carisma e uma história arrastada

Macacos e humanos se unem contra um tirano símio que escraviza a própria espécie para manter seu poder (Fotos: 20th Century Studios)


Marcos Tadeu 


“Planeta dos Macacos: O Reinado” ("Kingdom of the Planet of the Apes"), em cartaz nos cinemas brasileiros, chegou com a proposta de tentar dar um novo respiro à famosa franquia. Mas após os bons resultados de bilheteria da trilogia, iniciada com "A Origem" (2011), seguida por "O Confronto" (2014) e finalizada com "A Guerra" (2017), o que se vê nesta versão é um filme arrastado, com personagens sem carisma.
 
Com direção de Wes Ball e roteiro de Josh Friedman, Patrick Aison, Rick Jaffa e Amanda Silver, ambos criadores dos personagens originais, "Reinado" conta com um elenco de poucas estrelas. A nova geração de gorilas é formada por Owen Teague (Noa), Kevin Durand (Proximus César), Peter Macon (Raka), Travis Jeffery (Anaya) e Lydia Peckham (Soona), além de Freya Allan, como a humana Mae.


Após a era de César, os macacos se tornaram a espécie dominante, vivendo em harmonia enquanto os humanos se escondiam nas sombras. No entanto, a ascensão de um novo líder símio tirânico ameaça essa paz. Em meio a esse tumulto, um jovem chimpanzé, com espírito inquieto, embarca em uma jornada de autodescoberta. 

Confrontado com verdades ocultas sobre o passado, ele se vê forçado a fazer escolhas difíceis que determinarão o futuro de seu mundo e de seu povo. Sua busca não é apenas pela verdade, mas também pela esperança de um novo começo para todas as espécies.


O novo protagonista é Noa, um chimpanzé que vive no Clã da Águia e tem aparência física semelhante à de César, da famosa trilogia. Após sua tribo ser atacada e praticamente dizimada e escravizada por Proximus Cesar e seu exército, ele parte em busca de sua família e dos sobreviventes.

No trajeto, ele conhece Mae, uma das poucas humanas que mantiveram sua capacidade de falar e raciocinar após o vírus que dizimou a humanidade. E o orangotango Raka, que se torna quase que um mentor para Noa, apresentando o que Cesar foi e sua importância para a o reino e a sobrevivência dos macacos. 

O roteiro erra ao endeusar a figura de Cesar como o todo poderoso. Os macacos tiranos praticam o mal “por Cesar”, tudo vira motivo de reverenciar seus feitos, uma verdadeira muleta, deixando o filme sem personalidade.

O vilão Cesar Proximus se apossa da figura endeusada e usa isso para dominar e impor o terror e a escravidão às outras comunidades de macacos. Mesmo assim, faltam argumentos suficientes para que possa ser considerado um vilão marcante, com motivações realmente plausíveis.


A jornada de Noa, que tinha tudo para ser uma vingança sangrenta contra aqueles que tiraram seus entes, se torna cansativa. As quase 2h30 de exibição não foram suficientes para convencer que a vingança do protagonista seria atrativa,para no final ser oferecida uma solução tão boba. Os macacos nem tiveram que fazer muito esforço para reconquistarem seu espaço.

Mae, por sua vez, é a única humana que precisa aliar-se a um macaco para poder conseguir armas, tecnologia e sabedoria. Só que tudo isso parece ser vazio. A personagem também não é uma figura carismática, fazendo jogo duplo sobre a quem servir. Parece que faltam motivos para o longa se mostrar mais autoral.


Outro ponto negativo são as cenas extremamente escuras. Fica difícil para o espectador se conectar com os personagens e diferenciar um macaco do outro, além da própria narrativa que não é nem um pouco convidativa.

A parte positiva a ser destacada é a computação gráfica. Os movimentos em CGI dos rostos dos macacos são bem desenvolvidos e parecem reais, o que já havia ocorrido nas versões anteriores. As cenas de ação também são dinâmicas, com poucos cortes, garantindo boas sequências, como a do ataque à aldeia de Noa. 


“Planeta dos Macacos: O Reinado” não empolga, é um filme arrastado e o tempo todo quer ser o que a trilogia de 2011 a 2017 foi, mas falta personalidade. Poderia ter criado novos conceitos e expandido o tema, usando a trajetória de César apenas como gancho para colocar um sucessor mais expressivo em seu lugar, assim como um vilão mais poderoso.

O filme termina mostrando que ainda existe a disputa entre humanos e macacos e que uma nova guerra poderá ocorrer. Mas esta fórmula, usada tantas vezes, não ficaria repetitiva e cansativa em novas continuações? Ainda haverá fôlego suficiente para uma sequência desse longa? É aguardar para ver. (Com a colaboração de Maristela Bretas)


Ficha técnica:
Direção: Wes Ball
Produção: 20th Century Studios
Distribuição: Disney Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h25
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gêneros: ação, aventura, ficção

19 maio 2024

"Spy x Family Código: Branco" - um filme para antigos e novos fãs do anime

(Fotos: Tatsuya Endo Shueisha)


Marcos Tadeu


Os fãs não precisaram esperar muito para conferir "Spy x Family Código: Branco" ("Spy x Family Code: White"). Depois de um curto período nas salas de cinemade BH, distribuído pela Sony Pictures, o primeiro longa da franquia  poderá ser assistido em breve pelo streaming Crunchyroll. 

Enquanto isso, é possível acompanhar na plataforma todos os episódios das duas temporadas da série Spy x Family e de outros animes, mas é necessário cadastrar uma conta no endereço https://www.crunchyroll.com/pt-br/

A animação é derivada do anime "Spy x Family", do criador do mangá, Tatsuya Endo, que também é o roteirista, designer de personagens e supervisor do projeto do filme.


Os personagens são apresentados para aqueles que estão chegando agora e não estão familiarizados com a história. Twilight é um espião que adota o nome de Loid para se infiltrar em uma missão na escola. 

Ele pretende participar de uma reunião secreta no Colégio Eden e estabelecer contato com um político importante, em uma operação chamada Strix, o que requer a criação da família Forger. 

Loid adota a pequena Anya, uma criança com poderes de telepatia, cuja relação com seu passado vamos descobrindo aos poucos. Yor é uma mulher que trabalha na prefeitura durante o dia e à noite assume o nome de Rosa Selvagem, uma assassina cruel e fria. Eles precisam construir uma família fictícia e garantir o sucesso de Anya na escola.


A trama de "Spy x Family Código: Branco" se concentra em uma viagem em família durante o fim de semana para preparar a sobremesa do diretor da escola. 

Anya, no entanto se envolve numa enrascada colocando o mundo em perigo. Os três precisam se unir para superar vários desafios, fazer a sobremesa e ainda salvar o mundo.

Yor questiona seu papel de esposa e mãe, apesar de realizar essas funções com perfeição. Já Loid é retratado como uma pessoa comum, pouco familiarizada com tecnologias e assuntos diversos. Anya precisa esconder de todos a sua habilidade de ler mentes. 


O bom humor e os pensamentos de cada um são encantadores.  Os conflitos são bem reais e humanos, mesmo sendo uma família fictícia, o que enriquece a animação.

Um novo vilão é apresentado, tão inteligente e habilidoso quanto Loid, resultando em um jogo de gato e rato. Suas motivações são plausíveis e se encaixam na proposta. Yor brilha em uma cena de ação emocionante, que contribui significativamente para a narrativa e a formação da família.


O que deixa a desejar é o desenvolvimento das cenas de ação. Embora sejam bem feitas e intensas, ficaram mal distribuídas, concentrando a maior parte no final. 

"Spy x Family Código: Branco" é uma verdadeira aventura que convida as famílias a irem ao cinema. Combina bom humor e ação, e abre as portas para novos fãs que desconhecem a obra. O final promete grandes surpresas no desfecho. 

A cena pós-créditos não acrescenta nada à trama ou ao desenvolvimento futuro da obra.


Ficha técnica:
Direção: Takashi Katagiri
Produção: WIT Studios e Cloverworks
Distribuição: Sony Pictures Entertainment e Crunchyroll
Exibição: nos cinemas e na plataforma Crunchyroll
Duração: 1h50
Classificação: 14 anos
País: Japão
Gêneros: ação, aventura, animação, comédia, espionagem, suspense

31 março 2024

"Godzilla Minus One" vai muito além dos excelentes efeitos visuais

Produção japonesa surpreende o público com sua abordagem original e inovadora (Fotos: Toho Co.)


Maristela Bretas


Com um orçamento de cerca de US$ 15 milhões e uma equipe reduzida, "Godzilla Minus One" é uma das estreias mais esperadas das plataformas virtuais, com a Prime Vídeo podendo sair na frente. Depois de se tornar o primeiro filme de língua não inglesa a abocanhar a estatueta do Oscar 2024 por Melhores Efeitos Visuais, a produtora japonesa Toho agora parte para o streaming. 

O filme, que faturou até o momento mais de US$ 110 milhões, vai em busca do público que não conseguiu assistir nos cinemas e também aqueles que querem rever a produção. E até mesmo comparar com versões norte-americanas, como a que está no cinema - "Godzilla e Kong: Um Novo Império" -, ou mesmo com "Godzilla", de 2014.


A história de "Godzilla: Minus One", do diretor e roteirista Takashi Yamazaki, se passa no Japão pós-Segunda Guerra Mundial, um país devastado e em busca de reconstrução. É nesse contexto que surge o temível kaiju, chamado de Godzilla, um monstro gigante que representa a fúria da natureza e os horrores da guerra. 

O protagonista, Kōichi Shikishima (interpretado por Ryunosuke Kamiki), é um piloto kamikaze que carrega a culpa por ser um sobrevivente do conflito. 

Em busca de redenção para defender pessoas queridas e vingar a morte de seus companheiros, ele parte em uma missão que vai enfrentar o titã. Essa jornada é repleta de emoções e reflexões sobre o passado e o futuro do Japão.


"Godzilla Minus One" é um filme que surpreende o público com sua abordagem original e inovadora. Ele não se limita a ser um filme de monstros. 

Ao invés de focar na destruição das cidades, típica do gênero, o longa aborda temas relevantes como o trauma da guerra, a culpa, a redenção e a busca por um futuro melhor. Essa profundidade o torna mais interessante e instigante.

Mesmo com um orçamento baixo se comparado a outras produções, o longa apresenta efeitos especiais impressionantes empregados pelo estúdio Shirogumi. 


Produzido por uma equipe de apenas 35 funcionários, com 610 quadros, em oito meses de duração, o filme foi criado com detalhes realistas e movimentos mais naturais, tornando as cenas de ação eletrizantes e memoráveis. Confira o trabalho desta equipe clicando aqui.

O longa conta ainda com atuações bem convincentes. Como a de Ryunosuke Kamiki, que transmite de forma impecável a angústia e a determinação de Kōichi. O restante do elenco também entrega boas interpretações e contribui para a qualidade superior do filme.

Sucesso inesperado

O baixo orçamento para uma produção com ótimos efeitos especiais e a boa bilheteria mundial estão gerando polêmica no mercado cinematográfico, especialmente após o Oscar. 


Isso demonstra a qualidade do trabalho realizado pela equipe de produção e a força da história do filme, que superou grandes produções ao conquistar o Oscar, feito que não ocorreu com outros longas do gênero. Como por exemplo, os recentes "Godzilla II: Rei dos Monstros" (2019) e "Godzilla vs Kong" (2021), que custaram US$ 165 milhões e US$ 170 milhões, respectivamente. 

Independente da polêmica, "Godzilla Minus One" tem uma história emocionante, efeitos especiais marcantes, atuações sólidas e temas relevantes. 

O longa é um prato cheio para quem busca uma experiência cinematográfica diferenciada, oferecendo uma nova perspectiva sobre um gênero clássico. Recomendo para os fãs de filmes de monstros, dramas históricos e crítica social.


Ficha técnica:
Direção, roteiro e supervisor de efeitos visuais: Takashi Yamazaki
Produção: Toho Co.
Distribuição: Sato Company
Exibição: ainda sem data de estreia no Prime Vídeo
Duração: 2h04
Classificação: 12 anos
País: Japão
Gêneros: aventura, ação, ficção científica

25 fevereiro 2024

"Empirion: Uma Aventura com Einstein" com cara de telenovela infanto-juvenil

Longa aborda amizade, perseverança e o poder da ciência entre os jovens (Fotos: Anágua Filmes/Divulgação)


Maristela Bretas


Chega aos cinemas no dia 29 de fevereiro pela rede Cinemark o longa "Empirion: Uma Aventura com Einstein", dirigido por Michael Ruman. Ambientado em São Paulo, o filme tem um elenco conhecido de novelas e filmes infanto-juvenis, além de atores tarimbados como André Abujamra e Norival Rizzo, responsáveis pelas cenas engraçadas.

Michael Ruman repete a parceria com Rizzo - os dois já trabalharam nas séries "9MM", exibida pela Fox, e "Negócio de Família", da Universal TV. Já Abujamra tem uma longa filmografia nacional, que inclui "Carlota Joaquina" (1995), "Bicho de Sete Cabeças" (2000), "O Mestre da Fumaça" (2022), entre outras produções.


Na história, o jovem gênio Félix (interpretado por Davi Campolongo, da telenovela "As Aventuras de Poliana" - de 2018 a 2020) é apaixonado por ciência, mas perdeu a bolsa de estudos e terá que deixar a escola para ajudar sua família, que passa por dificuldades. 

Para isso, precisa ganhar um concurso de invenções, mas tem seu projeto roubado pela colega de classe Maria (Pietra Quintela, que trabalhou com Campolongo em "As Aventuras de Poliana"). 

Ela é filha de Fausto (André Abujamra), dono do hotel no qual está hospedado o famoso cientista Albert Einstein (Norival Rizzo), trazido ao presente pelo polêmico Projeto Empirion (que só é lembrado no início e no fim do filme). 


Com a ajuda dos amigos Zé Coelho (Kevin Vechiatto, o Cebolinha, de "Turma da Mônica - Laços" - 2019) e Júlia (Lívia Silva, da telenovela "Renascer"), Félix embarca em uma jornada repleta de aventuras e desafios para salvar seu projeto

Félix é um jovem antipático, tanto quanto sua inimiga Maria, ao contrário de Zé Coelho e Júlia. Talvez seja essa a intenção do diretor, uma vez que a arrogância e a falta de simpatia do personagem interferem em suas ações, na amizade e no relacionamento com a mãe Zélia (Clarissa Kiste). Somente quando está com a irmã Amelinha (Marina Ginesta) o jovem consegue mostrar mais empatia.


"Empirion: Uma Aventura com Einstein" é um longa sobre amizade, perseverança e o poder da ciência. Mas falta vida, tanto nos diálogos quanto no roteiro. Tudo é muito previsível e chega a ser mecânico, até mesmo quando o trio de amigos tenta criar planos mirabolantes. 

O principal deles é conhecer Einstein e pedir que ele ajude Félix a concluir seu projeto para tentar ganhar o concurso Eureka de Ciências (o nome é bem apropriado).

Apesar do elenco com nomes conhecidos do público, a participação de alguns personagens é tão sem propósito que eles se tornam dispensáveis. Outro ponto negativo são as cenas que deveriam ser hilárias, como as perseguições no hotel, mas que, de tão repetitivas, acabaram perdendo a graça. 

"Empirion: Uma Aventura com Einstein" parece com telenovela de adolescentes exibidas à tarde na TV aberta, inclusive aproveitando atores destas produções, como é o caso de Davi Campolongo e Pietra Quintela. Pode agradar ao público que gosta deste tipo de produção. 


Ficha técnica:
Direção: Michael Ruman
Produção: Anágua Filmes e Moonshot Pictures
Distribuição: Anágua Filmes
Exibição: cinemas da rede Cinemark
Duração: 1h36
Classificação: 12 anos
País: Brasil
Gêneros: aventura, ação

21 dezembro 2023

"Aquaman 2: O Reino Perdido" e James Wan entregam o melhor filme da DC dos últimos tempos

Jason Momoa retorna mais poderoso como o super-herói dos mares para enfrentar um velho inimigo que só quer vingança (Fotos: Warner Bros. Pictures) 


Maristela Bretas


Ótimos efeitos visuais, trilha sonora eletrizante, boas interpretações e um enredo que prende do início ao fim. Este é "Aquaman 2: O Reino Perdido" ("Aquaman and the Lost Kingdom"), que estreou nessa quarta-feira (20) nos cinemas. O longa fecha o ano com chave de ouro as produções com super-heróis da DC, que têm deixado muito a desejar nos últimos tempos. 

Mas o grande mérito deste novo longa com certeza é a direção de James Wan, responsável também pelo sucesso de "Aquaman" (2018), além de "Invocação do Mal 2" (2016), "Invocação do Mal" (2013) e "Velozes e Furiosos 7" (2015), entre outros. 

A participação de Peter Safran como produtor ajudou a deixar o longa com cara de história em quadrinhos, o que o tornou ainda mais interessante.


Segundo filme com o mais divertido e atraente super-herói da marca (e que conquistou também a maior bilheteria da DC), Aquaman/Arthur Curry chega com nova roupagem, mais dourada e brilhante. 

Cheio de marra como sempre, e os comentários mais engraçados e sem noção, ele é diferente de outros integrantes da Liga da Justiça (como Batman e Superman) que, por sinal, nem é citada no longa, permitindo que Aquaman se destaque por conta própria. 


Desta vez, ele acha que dá conta de tudo sozinho mas vai precisar contar com a ajuda de um grande e próximo inimigo, seu meio-irmão Orm, antigo rei de Atlântida e Mestre dos Oceanos, interpretado por Patrick Wilson (que protagonizou os filmes de James Wan na franquia "Invocação do Mal"). 

Wilson e Jason Momoa formam uma dupla bem sintonizada, com ótimas atuações, especialmente nas batalhas no mar e em terra, ancorados por efeitos visuais excelentes e bem aplicados que merecem ser vistos em Imax, no Cineart Boulevard (o dinheiro do ingresso vai ser bem empregado). 


Outro que entrega uma boa atuação, novamente no papel de vilão da história é Yahya Abdul-Mateen II, como David Kane/Arraia Negra, que foi derrotado pelo super-herói marítimo no primeiro filme, mas jurou vingança.

Agora ele volta, mais forte e poderoso, para cobrar com juros e correção, e vai atrás de toda a família de Aquaman e do povo de Atlântida e da superfície, ajudado por um milenar inimigo do reino. 


Também estão de volta ao elenco Nicole Kidman (rainha Atlanna e mãe dos dois heróis), Dolph Lundgren (rei Nereus), Temuera Morrison (Tom, pai de Arthur) e Randall Park ("Homem-Formiga e Vespa: Quantumania" - 2023), como o cientista Stephen Shim. 

Até Amber Heard (repetindo o papel de Mera, rainha da Atlântida e mãe do herdeiro do trono) está presente, apesar da polêmica de sua briga conjugal nos tribunais contra Johnny Depp. Ela foi mantida no elenco com falas reduzidas e aparições esparsas mas importantes na trama. 

Uma novidade é Jani Zhao, como Stingray, braço direito de David Kane. Confira aqui as opiniões do diretor e dos atores sobre o filme.


O CGI é um dos destaques do filme, especialmente nas imagens no fundo do mar com seus habitantes, luzes e cores vibrantes, como no filme primeiro longa. Há momentos também, como no início, que as cenas parecem tiradas de um videogame, o que vai ser explicado posteriormente. 

James Wan também acertou a mão na escolha das locações. Como comentou meu amigo, grande crítico de cinema e criador do blog O Pipoqueiro, Marcelo Seabra, "Aquaman 2" foi filmado em mais lugares que James Bond. Irlanda, Antártica, Nova York, Índia, Nepal, Havaí estão entre os locais de onde foram extraídas as excelentes imagens. 


O diretor também se preocupou com a questão ambiental, que serve de pano de fundo para explicar que a ação do homem é a maior causa das alterações climáticas e da destruição do planeta. O derretimento das geleiras, furações e enchentes são bons exemplos mostrados no filme.  

Não tem como esquecer a trilha sonora comporta por Rupert Gregson-Williams, responsável também pelas composições do primeiro filme e de "Mulher-Maravilha" (2017). A escolha de clássicos como "Born to be Wild" (Steppenwolf) e "Deep End" (X Ambassadors) e muitos sintetizadores envolve o espectador de forma nostálgica na atmosfera do longa. 


O filme tem alguns furos, mas nada que atrapalhe. "Aquaman 2: O Reino Perdido" é o segundo grande acerto da DC Comics e entrega uma continuação melhor que o primeiro filme. 

É divertido, graças especialmente a Jason Momoa, tem uma história bem contada, ótimas batalhas, muita ação e uma boa mensagem. A cara deste simpático e carismático super-herói. Merece ser conferido no cinema.


Ficha técnica
Direção: James Wan
Roteiro: David Leslie Johnson-McGoldrick
Produção: Atomic Monster/Peter Safran
Distribuição: Warner Bros Pictures
Duração: 2h04
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: ação, aventura, família, fantasia
Nota: 4,8 (0 a 5)

17 agosto 2023

Roteiro fraco feito de clichês foi o inseticida do "Besouro Azul"

Xolo Maridueña interpreta o super-herói que se torna hospedeiro de um escaravelho alienígena e ganha armadura e armas poderosas (Fotos: Warner Bros.)


Maristela Bretas


Poderia ser o novo sucesso do Universo DC, como aconteceu com "Mulher Maravilha" (2017) e "Coringa" (2019). Mas "Besouro Azul" ("Blue Beetle"), que estreia nesta quinta-feira (17) nos cinemas, apesar da grande expectativa e dos efeitos visuais do Imax, não consegue passar de um filme bem mediano.  

É só mais um super-herói (pouco conhecido) da turma do Batman que ganha a telona e que conta com a presença da atriz Bruna Marquezine no elenco principal para atrair o fã clube brasileiro.

Os diálogos são fracos e alguns personagens poderiam ser interpretados por atores melhores e com mais empatia. Mesmo assim fica a dúvida se conseguiriam salvar o roteiro superficial, feito em cima de clichês e sem nada de novo. Ele não explica como o tal escaravelho apareceu na Terra, como escolhe suas vítimas, que desliga como uma máquina, mas reage como um ser vivo e tem sentimentos (oi?).


Na história, Jaime Reyes (Xolo Maridueña, o lutador bonzinho da série da Netflix, Cobra Kai) volta para casa recém-formado na faculdade, mas descobre que a família passa por dificuldades. O destino o coloca em contato com Jenny Kord (a brasileira Bruna Marquezine), herdeira de um império de tecnologia que lhe entrega uma misteriosa relíquia alienígena - o Escaravelho, também chamado de Khaji-Da. 

Como um parasita, o objeto escolhe Jaime como seu hospedeiro simbiótico (igual ao que aconteceu com o jornalista Eddie Brock em "Venom", da Marvel, em 2018). O jovem é transformando no Besouro Azul, com armadura e poderes extraordinários. Mas terá de enfrentar inimigos poderosos que querem usar o escaravelho como uma arma de destruição em massa.


Apesar de já terem "ficado" na vida real, Xolo e Marquezine não mostram uma química convincente no filme para formarem o par romântico. Como o restante do elenco, eles receberam falas curtas e genéricas, disfarçadas por muita ação, cores fortes e CGI de sobra que ajudam a contar uma história que vale uma sessão da tarde no cinema, sem grandes pretensões. 

O elenco é formado por mexicanos e americanos descendentes de latinos, especialmente os parentes de Jaime - Elpidia Carrillo (mãe), Damián Alcázar (pai) George Lopez (tio), Adriana Barraza (avó) e Belissa Escobedo (irmã). Eles são caricatos, estão lá reforçando durante todo o longa a importância da união da família. 

Tem também Raoul Max Trujillo, que interpreta Carapax, meio homem, meio máquina a serviço da Kord e não acrescentaria nada se não fosse o inimigo do Besouro Azul.


Se a intenção do diretor porto-riquenho Angel Manuel Soto era mostrar como são tratados os imigrantes que querem refazer suas vidas em outros países, especialmente os latinos nos EUA, a abordagem ficou bem superficial, quase dispensável.

Susan Sarandon, que interpreta a empresária Victoria Kord, também tem de “se virar nos 30” para compensar as falas de seu personagem e o roteiro deficiente. Deixa sua marca quando entra em cena, mas teve seu talento mal aproveitado. Poderia ter sido uma grande vilã. 


Apesar dos pontos negativos, a produção tem algumas curiosidades interessantes que serão notadas por quem acompanha o Universo DC. O longa faz referências a seus super-heróis mais famosos como Batman e Superman; mostra o prédio da Lex Corp, do vilão Lex Luthor; o antigo Besouro Azul, que era mais velho que o atual, é citado como o herói de Palmera City, onde se passa a história. Além do Ted Kord, que é importante para trama e pai da Jenny, é citado também Dan Garrett, o primeiro Besouro Azul, como professor de Ted.


Numa das falas dos personagens, a cidade do Besouro Azul é comparada a Central City, do Flash, e Gotham City, do Batman. Gotham também é lembrada no moletom usado por Jaime na faculdade. Até personagens como "Chapolin Colorado" e "Maria do Bairro", conhecidos da TV latina são lembrados pelo elenco.

"Besouro Azul" não é um filme ruim como "Esquadrão Suicida" (2016), também da DC, mas o super-herói dos quadrinhos foi mal desenvolvido nesta versão, que deixa muitos furos. Pode ser que a continuação, indicada nas cenas pós-créditos (a última depois de tudo), consiga colocar ordem na casa. Vai depender do resultado da bilheteria. Bruna Marquezine caiu nas graças do diretor e entrega o que era esperado, podendo estar nessa continuação. É aguardar para ver.


Ficha técnica:
Direção: Angel Manuel Soto
Produção: Safran Company
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h07
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: aventura, ação

11 agosto 2023

"Megatubarão 2" tem de tudo, até tubarões gigantes

Sequência do filme de 2018 traz novamente Jason Statham lutando com monstros submarinos ainda maiores
(Fotos: Warner Bros.)


Maristela Bretas


Há exatos cinco anos, o britânico Jason Statham enfrentava seu mais gigantesco inimigo. E aparentemente teria saído vencedor. Só que não. Agora, um novo Megalodon de 25 metros de comprimento está de volta em "Megatubarão 2" ("Meg 2 - The Trench"), para satisfação dos fãs do ator, que retorna no papel do mergulhador Jonas Taylor. O filme está em cartaz, também em versões acessíveis.

O longa é uma sequência de "Megatubarão, de 2018, que teve direção de Jon Turteltaub, que muitos fãs ainda consideram melhor por explorar mais as cenas dos ataques do gigantesco assassino do mar. 


Enquanto que no segundo, as lutas e malabarismos de super-herói de Statham são o destaque - até chute o personagem dá na boca do bichão. O primeiro filmes pode ser conferido nos canais de streaming Prime Vídeo e HBO Max.

Simpático e com comentários sarcásticos e divertidos, mesmo quando está distribuindo muita porrada, Statham exagerou nas cenas de luta deixando o principal foco, que são os tubarões gigantes submarinos à solta, em segundo plano. Quase como se estivesse num dos longas da franquia "Missão Impossível". 


Mas Statham não brilha sozinho. O astro chinês da vez é Jing Wu, que interpreta o cientista Jiuming Zhang, filho do pesquisador que morreu no primeiro filme. Estranho que ele nunca foi citado em "Megatubarão" e aparece do nada como o filho que não era reconhecido pelo pai, mas segue os passos dele.


Do elenco do primeiro filme estão de volta Shuya Sophia Cai, que fez a pequena Meiying, agora com 15 anos e uma nerd em tecnologia, como a mãe; Cliff Curtis (Mac) e Page Kennedy (DJ). No novo elenco, nomes pouco conhecidos, como Sergio Peris-Mencheta (Montes), Skyler Samuels (Jess) e Melissanthi Mahut (Rigas).


Desta vez, a equipe de pesquisas de Jiuming e Jonas volta às profundezas do Oceano Pacífico e descobre novos megalodontes e outros monstros gigantes, além de uma operação ilegal de mineração para extração de um mineral raro.  

Eles precisam impedir a ação dos exploradores e parar a retirada do material que pode afetar todo o ecossistema marinho. A luta fica ainda mais difícil quando megatubarões e outros monstros gigantes escapam da região submarina.


Há até mesmo referências ao clássico "Tubarão", de 1975, dirigido por Steven Spielberg e que inspirou sequências e vários filmes do gênero. A trilha sonora, composta por Harry Gregson-Williams, responsável também pelo primeiro filme e “Perdido em Marte” (2015), adiciona tensão e emoção, acentuando as sequências de ação.

Ação não falta e os efeitos especiais dos ataques dos monstros são bem feitos, mesmo que exagerados. Ou seja, "Megatubarão 2" entrega o esperado, mesmo tendo saído da proposta inicial. Uma continuação divertida que deixa no ar a possibilidade de uma terceira produção.


Ficha técnica:
Direção: Ben Wheatley
Produção: Warner Bros. Pictures
Distribuição: Warner Bros.
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h56
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gêneros: ação, suspense