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25 abril 2022

“Space Jam – O Jogo do Século”: a mistura de live-action e desenho animado que conquistou gerações

Michael Jordan se junta aos Looney Tunes e Bill Murray numa louca e divertida aventura para salvar o mundo (Warner Bros. Pictures)


Marcos Tadeu - blog Narrativa Cinematográfica


Quem ler essa crítica hoje em dia e estiver na faixa dos 40 anos possivelmente terá visto muitos desenhos dos Looney Tunes. A turma do Pernalonga foi sem dúvida, um marco na história de muitos de nossos seguidores. Sucesso de TV no Bom Dia & Cia, fomos criados com várias aventuras e demos muitas risadas com essa turma para lá de louquinha e exagerada do desenho animado. Até que no ano de 1996 fomos contemplados com o famoso “Space Jam: O Jogo do Século”, uma mistura de live-action e personagens animados jogando basquete.


Quando um grupo de alienígenas quer que Pernalonga e seus amigos se tornem escravos em um Parque de Diversão sombrio em um planeta chamado Montanha Bobolândia, o coelho propõe um jogo de basquete e convoca o reforço de um dos mais famosos atletas do esporte na época, Michael Jordan. 

O Sr. Swackhammer é o grande vilão por trás dos seus capangas, enquanto os Monstars são pequenas criaturas que ele controla com o medo. Falar em motivação aqui é importante. Somente quando os Monstars roubam os talentos dos jogadores da NBA e os Looney Tunes sequestram Michael Jordan é que o filme fecha todas as pontas soltas.


A trama tem um enredo muito simples e consegue mesclar personagens reais e de animações em uma mesma tela. A temática do basquete encanta, como também todo o universo em que somos inseridos, desde a abertura de "Space Jam" às próprias músicas. O que mais chama atenção nos créditos iniciais é a trajetória de Jordan até se tornar um jogador de basquete famoso. Com a aposentadoria, ele decide se profissionalizar no golfe. 


Os Looney Tunes são exatamente como nas animações clássicas, com muito bom humor. Pernalonga e Patolino são praticamente os líderes, deixando a trama ainda mais divertida. O tempo de tela entre os personagens animados e os reais é muito bem definido, um não atrapalha o outro e agrada ao telespectador. 

É ótimo rever Frajola querendo comer Piu Piu, Lola Bunny chegando conquistando o coração de Pernalonga, Patolino falando cuspindo em todos, Coiote correndo atrás de Papa-Léguas. Todas as suas ações são sempre remetendo ao que eles fazem em seus desenhos individuais e isso ajuda a pesar no fator nostalgia.


Michael Jordan consegue entregar uma excelente atuação que transita entre os dois mundos, o real e o animado. A estrela do basquete tem um papel primordial na história. Além de treinar os tunes, é quase como uma missão recuperar os talentos de seus antigos companheiros de quadra. 

Ele é bem humano em sua atuação, tanto em fazer parte da equipe da turma de Patolino e Pernalonga, quanto ao enfrentar os vilões. Acho interessante como a presença de Jordan engrandece o enredo e faz com que o filme caminhe de maneira orgânica em relação aos acontecimentos. Até quando é sequestrado por Pernalonga e Patolino, ele quer entender em qual universo está inserido e o que deve fazer.


Falando um pouco dos aspectos técnicos dessa produção, foi empregada nos personagens uma caprichada animação em 2D. Há todo um cuidado com a textura, os trejeitos, sons e tudo que somente os personagens animados sabem fazer. O jeito doido e exagerado dos Looney Tunes funciona muito bem ao lado de Jordan, um cara mais contido, mas que lida bem com toda a turma.

A trilha sonora é outro fator que chama a atenção, especialmente "Space Jam", música tema do filme. Composta pela dupla Quad City DJs foi muito bem colocada na abertura e já trouxe o contexto da ambientação do mundo do basquete. Outra canção que fez muito sucesso foi  “I Believe I Can Fly"  produzida e interpretada pelo cantor gospel  R. Kelly. No longa, ela é apresentada desde a infância de Jordan até sua vida adulta como profissional de tênis. Provavelmente, você deve estar cantando junto essas músicas ao ler a crítica ou já colocou pra tocar.


Mas o deleite para os olhos é o jogo do século, que coloca à prova os acordos feitos entre Jordan e o Sr.Swackhammer. Tanto os efeitos especiais, quanto a animação dos personagens e até a presença dos Monstars conseguem entregar muita emoção ao telespectador. Por ser um filme de 1996, já existe uma qualidade maior em como isso é mostrado ao público. Bill Murray também faz uma participação super especial e pontual, agregando mais diversão ao jogo do Tune Squad.


Talvez o que deixe a desejar seja o fato de explorar pouco a relação de Jordan com sua família. Conhecemos pouco (diferentemente do segundo filme, lançado em 2021, “Space Jam – Um Legado”, que teve como astro do basquete LeBron James). Outro ponto que deixa a desejar é como surgiram os Monstars e a Montanha Bobolândia.

"Space Jam – O Jogo do Século" é aquele filme que vale pela trama, pelos efeitos, por enaltecer o basquete como esporte de equipe e também pela trilha sonora. Sem esquecer as participações especiais de grandes astros da NBA, que dão um brilho à produção. O longa ainda carrega toda aquela good vibes de filmes de anos 1990. Um prato cheio de nostalgia e volta no tempo, que consegue agradar tanto o público infantil, quanto o adulto. Quem quiser rever essa belezinha de filme é só dar uma conferida na HBOMAX.


Ficha técnica:
Direção: Joe Pytka
Produção: Warner Bros. Animation
Exibição: HBO Max
Duração: 1h28
Classificação: Livre
País: EUA
Gêneros: Comédia / Fantasia / Aventura

15 julho 2021

"Space Jam: Um Novo Legado" para rir muito e relembrar a turma mais lunática dos desenhos

O astro LeBron James se une a Pernalonga numa partida lunática de basquete virtual (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)


Maristela Bretas


"O que é que há, velhinho?" Essa famosa pergunta será ouvida várias vezes em "Space Jam: Um Novo Legado" ("Space Jam: A New Legacy"), que estreia nesta quinta-feira (15) nos cinemas e em breve na HBO Max. Para alegria dos fãs dos Looney Tunes e de quem curtiu o primeiro filme - "Space Jam: O Jogo do Século", de 1996. 

Depois de jogarem com a estrela do Chicago Bulls na época, Michael Jordan, a turma aloprada do Pernalonga volta com toda disposição e maluquices ao lado agora de outro astro do basquete, LeBron James, do Los Angeles Lakers.


A nova produção repete a fórmula do primeiro filme, combinando animação e live-action, com um diferencial bem importante e muito positivo para a Warner - o elenco é quase todo negro. O diretor Malcolm D. Lee soube montar um time de estrelas dentro e fora da quadra, incluindo até mesmo ganhadores e indicados ao Oscar.

LeBron se sai bem como ator, é simpático, carismático e pode até pensar em seguir carreira no cinema como outros astros dos esportes com um pouco de experiência. Neste filme dá os primeiros passos como o ator principal e produtor executivo. "Space Jam", na verdade é uma grande vitrine da vida do atleta e de sua patrocinadora de tênis.


A tecnologia é a bola da vez, com um videogame sendo o palco da nova disputa e um vilão que é um algoritmo desonesto de inteligência artificial, o AI-G Rhythm. O personagem - virtual e real caiu muito bem para o também premiado Don Cheadle ("Capitão América: Guerra Civil"- 2016), que dá show de vilania em meio a tantos personagens animados. A tecnologia atinge também os Looney Tunes que passaram por uma reformulação e agora são em 3D, mais adequadas a um mundo digital.


Mas são os Looney Tunes que vão deixar LeBron James de queixo caído com a forma como "jogam basquete". Afinal, ter um time formado por Pernalonga, Patolino, Taz, Beep Beep, Coiote, Vovó, Gaguinho, Ligeirinho, Piu Piu e Frajola é para enlouquecer qualquer um. A única personagem sensata e que sabe jogar é Lola (voz de Zendaya), a linda e charmosa coelhinha que balança o coração do coelhão famoso. 


O pano de fundo da história é a relação conturbada entre LeBron James e o filho Dominic (Cedric Joe), que prefere desenvolver games a se tornar um astro nas quadras. O enredo aprofunda na questão do legado que o pai acha ser o melhor para o filho e, por isso, não consegue ver outro futuro que não seja o basquete e o que o jovem deseja realmente para sua vida. 

Na vida real, o filho mais velho de LeBron James, Bronny James (que participa do filme interpretando ele mesmo) seguiu os passos do pai e é armador no time de sua escola, em Los Angeles, nos EUA.


AI-G se aproveita disso para sugar pai e filho para dentro de um supercomputador e colocar um conta o outro, jogando em lados opostos numa partida de vida e morte, sem regras e pra lá de trapaceada.

Se o Tune Squad perder, LeBron, sua família e todos que foram raptados para o mundo virtual não poderão mais voltar ao real. Para piorar, AI-G formou, a partir do game criado por Dominic, um time de astros do basquete reprogramados e com poderes especiais, o Goon Squad, o Esquadrão Valentão.


Se dentro das quadras a rivalidade e as jogadas fazem o espetáculo, nas torcidas o clima não é diferente, para delírio dos fãs, que poderão rever dezenas de personagens de filmes e animações da Warner Bros. Pictures e Hanna Barbera: Os Flintstones, Zé Colmeia, Batman e Robin e seus inimigos Coringa, Pinguim, Charada; Homens de Preto; King Kong; o palhaço Pennywise (It – A Coisa); as gêmeas de "O Iluminado" e por aí vai. 

O resultado de "Space Jam: Um Novo Legado"? Muita diversão, boas gargalhadas, ótimas trapalhadas e a possibilidade de matar a saudade da mais famosa turma de lunáticos do cinema que nunca envelhece. Vale a pena conferir, é tão bom quanto o primeiro, que é lembrado pelos personagens em várias situações.


Ficha técnica:
Direção: Malcolm D. Lee
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Exibição: Nos cinemas e, em breve, na HBO Max
Duração: 1h55
País: EUA
Classificação: Livre
Gêneros: Animação / Comédia / Família
Nota: 3,5 (0 a 5)

26 maio 2020

"Arremesso Final" traz um novo panorama sobre o maior time de basquete da história


Minissérie da Netflix narra a odisseia de Michael Jordan à frente dos Bulls (Fotos: Netflix/Reprodução)

Wallace Graciano


Amigos leitores, agora que o hype passou, posso lhes confirmar categoricamente: “The Last Dance” é, sem dúvida, a maior série documental já feita no âmbito esportivo e uma das mais belas obras biográficas já produzidas. Mais do que simplesmente fazer uma retrospectiva sobre a última temporada de Michael Jordan no Chicago Bulls, “Arremesso Final”, como foi traduzido no Brasil pela Netflix, oferece uma reflexão sobre o porquê jogador e time entraram para o panteão da história do basquete. Tudo porque a minissérie deixa de lado o arquétipo do herói perfeito e busca humanizá-los.


Durante seus 10 episódios, vimos Jordan, Scottie Pippen, Dennis Rodman e companhia duelarem contra os mais diversos rivais, seja dentro ou fora de quadra. Para além da bola quicando, o documentário traz à tona tudo o que envolveu os seis títulos conquistados pelos Bulls, mostrando os bastidores da equipe e todo o lado psicológico que envolveu o time.



Ao revelar essa faceta dos heróis de Chicago da década de 1990, “Arremesso Final” desfaz o mito do herói tão comum em construções biográficas. Nela, Jordan é perfeitamente retratado como alguém temperamental, que tem compulsão pelo sucesso e ataca seus companheiros por isso. Indo e voltando na linha do tempo, traz os bastidores e dificuldades que o jogador enfrentou para se tornar o maior mito do esporte norte-americano. 



Os bastidores, por sinal, são um ponto à parte. Paralelamente em meio ao período que a NBA consolidava-se e expandia seus mercados ao redor do mundo, crescia os mecanismos de registro visual. Assim, a série é recheada de imagens daquele time dos sonhos, mostrando a dificuldade na qual o técnico Phil Jackson teve para guiá-los ao hexacampeonato. 

Outro ponto interessante é colocar Jordan, aos 57 anos, em confronto com seus antigos desafetos das décadas de 1980 e 1990, ou mesmo contra a diretoria dos Bulls, que não permitiu que ele e seus companheiros buscassem o hepta. 



Não obstante, para aliviar um pouco a narrativa do lado obsessivo de Jordan e seus companheiros, a série traz de forma paralela o impacto dos Bulls e da NBA na década de 1990, citando até mesmo o mítico tênis Air Jordan e como moldou o comportamento de uma geração. 

Se você ainda não viu “The Last Dance”, desmarque seus compromissos e acesse à Netflix tão logo possa. Se não gosta do esporte, siga o mesmo caminho. Afinal, a série não narra apenas uma odisseia esportiva vitoriosa. Traz a humanização dos mitos que moldaram uma geração e o porquê foram a melhor propaganda que o basquete pôde ter.


Ficha técnica
Diretor: Jason Hehir
Produção: Netflix
Número de episódios: 10
Duração de cada episódio: 51 minutos
Gêneros: Documentário / Esporte
Classificação: 16 anos

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