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03 junho 2024

Cine Humberto Mauro recebe Retrospectiva Fellini

(Fotos: Divulgação)


Da Redação


De 5 de junho a 3 de julho, o Cine Humberto Mauro, no Palácio das Artes, revisita a carreira do diretor italiano Federico Fellini. A retrospectiva contará com cópias restauradas, especialistas convidados e montagem cine-teatral, além de intervenções artísticas e curso inéditos. Todas as sessões no Cine Humberto Mauro serão gratuitas, e o espetáculo multimídia terá ingressos a preços populares.

Federico Fellini dispensa adjetivos. Mas, certamente são os únicos capazes de descrever o universo e os personagens criados por um dos maiores nomes da sétima arte. Filmes que são fascinantes, oníricos. Uma boa parte de sua obra poderia ser caracterizada como peculiar. Todos, principalmente os personagens, sem exceção, são “fellinianos”. 

“8½”

A programação será centrada em todos os 20 longas-metragens do diretor, além de três curtas de antologias, um média-metragem para a televisão e filmes em diálogo de Fellini. 

A sessão de abertura trará ao público uma cópia restaurada em DCP do filme “8½” (1963), com comentários de Raphael Camacho, do portal Guia do Cinéfilo. A obra é um dos quatro longas do cineasta a ganhar o Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira. 

“Noites de Cabíria”, com Giulietta Masina

Outro dos filmes de Fellini a ganhar a mesma distinção, “Noites de Cabíria” (1957), será a inspiração para uma montagem cine-teatral inédita no palco do Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, no último dia da programação. 

O espetáculo, estrelado pela atriz Rejane Faria, conjuga as linguagens diversas do cinema, do teatro e de outras expressões artísticas, com dramaturgia de Ricardo Alves Júnior e participação do grupo de teatro Quatroloscinco. 

"A Voz da Lua"

Haverá, ainda, filmes restaurados vindos de acervos na Itália, França e Estados Unidos. A “Retrospectiva Fellini” percorrerá tanto os filmes já citados quanto outros, igualmente significativos para a carreira do artista: “Mulheres e Luzes” (1950), primeiro filme em que Fellini assina a direção, com Alberto Lattuada; “Abismo de um Sonho” (1952), primeira direção solo do cineasta; “A Voz da Lua”, seu último trabalho; além dos cultuados “Julieta dos Espíritos” (1965) e “Amarcord” (1973). 

A programação conta ainda com obras que dialogam com a curadoria principal, como: “Roma, Cidade Aberta” (1945) e “Paisà” (1946), ambos dirigidos por Roberto Rossellini, roteirizados por Fellini e definidores do chamado neorrealismo italiano; e as antologias “Amores na Cidade” (1953), “Boccaccio '70” (1962) e “Histórias Extraordinárias” (1968), que incluem segmentos dirigidos por Fellini. 

"Roma - Cidade Aberta"

Destaque também para os documentários “NBC Experiment in Television – Episódio 6 ‘Fellini: A Director’s Notebook’” (1969), dirigido por Fellini para a televisão estadunidense, “Ciao, Federico!” (1970), que acompanha os bastidores das filmagens de “Satyricon de Fellini” (1969), “Marcello Mastroianni: mi ricordo, sì, io mi ricordo” (1997), no qual o mais felliniano dos atores rememora sua própria vida e carreira.

Belo Horizonte receberá durante a mostra a estreia de “Fellini, Confidências Revisitadas” (2023), que narra a vida e a obra do cineasta através de suas próprias palavras. A curadoria traz, ainda, o último filme do diretor italiano Ettore Scola, “Que Estranho Chamar-se Federico” (2013), no qual o cineasta presta uma homenagem a seu compatriota Fellini. 

"A Doce Vida"

Marcello Mastroianni e Giulietta Masina

Transpondo os limites da realidade, 2024 marca o centenário de nascimento de Marcello Mastroianni, talvez o mais célebre ator italiano de cinema. Coincidentemente, são também 30 anos da morte de Giulietta Masina, outra grande atriz daquele país. Ambos contracenaram juntos em apenas um filme: “Ginger e Fred” (1986), de Federico Fellini. 

Mas os laços de cada um com o diretor são lendários: Giulietta foi casada com Fellini por cinco décadas, e musa do realizador em diversos filmes, como “A Estrada da Vida” (1954) e “Noites de Cabíria” (1957), enquanto Mastroianni foi imortalizado como alter-ego do próprio realizador em longas-metragens como “A Doce Vida” (1960) e “8½” (1963). 

"Ginger e Fred"

Intervenções artísticas

Outros destaques são as intervenções artísticas especialmente criadas por artistas da Cia de Dança Palácio das Artes e do Centro de Formação Artística e Tecnológica – Cefart, da Fundação Clóvis Salgado, antes e depois das sessões de cinema, em variados lugares do Palácio das Artes. 

Como parte das ações formativas, a programação inclui um curso inédito, ministrado pela profª. Drª. Ana Lúcia Andrade, da Escola de Belas-Artes da Universidade Federal de Minas Gerais, nos dias 13 (quinta-feira) e 14 de junho (sexta-feira). 

O público poderá conferir também um dossiê de críticas e ensaios inéditos publicados de forma gratuita na plataforma CineHumbertoMauroMAIS, onde, no período de realização da mostra, alguns dos principais filmes de Fellini estarão disponíveis para espectadores de todo o Brasil. 

"A Estrada da Vida"

Vitor Miranda, Gerente de Cinema da Fundação Clóvis Salgado e curador da mostra, explica que o sonho e a realidade se entrelaçam na carreira de Fellini de um modo único. “Ele é, provavelmente, o cineasta mais influente da Itália. A força (e a magia) de sua obra reside não apenas em uma habilidade técnica específica, em um traço peculiar, mas na profundidade de sua visão artística, que desafia as convenções do cinema tradicional e até mesmo do movimento neorrealista, ampliando limites no que se entende da narrativa e da estética do cinema". 

"Satyricon de Fellini"

"Sua habilidade em capturar a essência da condição humana transcende o mero entretenimento, levando-nos a um reino onde as emoções se desdobram em imagens vivas, marcantes e poéticas. Nas terras dramatúrgicas de Fellini, a vida cotidiana se transforma em um espetáculo”, conclui Vitor Miranda.

"E La Nave Va"

Serviço:
Retrospectiva Fellini

PROGRAMAÇÃO:
Sessões dos filmes: 5/6 (quarta-feira) a 30/6 (domingo)
Horários: Variáveis
Local: Cine Humberto Mauro – Palácio das Artes - Av. Afonso Pena, 1537, Centro, Belo Horizonte
Classificações indicativas: Variáveis
Ingressos: gratuitos; poderão ser retirados a partir de 1 hora antes de cada sessão, na bilheteria do cinema

Montagem teatral multimídia inspirada em “Noites de Cabíria”
Data: 3/7 (quarta-feira)
Horário: 19h30
Local: Grande Teatro Cemig Palácio das Artes - Av. Afonso Pena, 1537, Centro, Belo Horizonte
Informações: (31) 3236-7400
Ingressos: gratuitos; disponíveis na plataforma Eventim e na bilheteria do Palácio das Artes

04 novembro 2023

Festival de Cinema Italiano chega a Minas com exibições gratuitas presenciais e no streaming

Evento exibirá longas em 91 salas espalhadas por mais de 60 cidades do país (Fotos: Divulgação)


Da Redação


Belo Horizonte será uma das cidades brasileiras a receber a 18ª edição do Festival de Cinema Italiano, que começa dia 8 de novembro e se estende até 9 de dezembro. Serão 91 salas espalhadas por mais de 60 cidades em todas as regiões do país e também no streaming. 

Além da capital, receberão o festival as cidades mineiras de Barbacena, Jacutinga, Juiz de Fora, Lavras, Ouro Preto, São João Del Rey, Tiradentes, Uberaba, Uberlândia e Viçosa. 

"Primadonna", de Marta Savina

O festival selecionou 32 filmes, entre longas-metragens inéditos e as comédias clássicas italianas no foco da retrospectiva deste ano. Acompanhe pelos próximos dias as resenhas de alguns dos filmes do festival que o blog Cinema no Escurinho irá postar e que poderão ser conferidos gratuitamente, tanto nas sessões presenciais de 19 produções quanto na programação completa, disponível no site https://festivalcinemaitaliano.com/

Com filmes produzidos entre 2022 e 2023, que estrearam em importantes festivais internacionais como Berlim, Cannes, Veneza e Roma, o público poderá assistir durante um mês, no streaming e em salas de cinema, uma seleção rica e diversificada que explora temas desde a complexidade das relações humanas até as nuances sociopolíticas da Itália contemporânea. 

"Contos de Domingo", de Giovanni Virgilio

Inspirando-se nas paixões intensas, estes filmes não apenas capturam a essência da cultura italiana, mas também lançam luz sobre questões universais, tornando-os relevantes para o público global. 

Uma excelente oportunidade de conhecer produções de renomados cineastas da vanguarda do cinema do país, como Pupi Avati, Gabriele Salvatores, Gianni Amelio, Michele Placido, os novos Riccardo Milani, Paolo Genovese, Daniele Viccari, Luca Lucini, Andrea Di Stefano e Giovanni Virgilio, e os estreantes Marisa Vallone, Gianluca Mangiasciutti, Marta Savina, Emilia Mazzacurati. 

"A Trapaça", de Federico Fellini

A retrospectiva dedicada à "Commedia all'italiana" promete ser o destaque do festival. O público amante do cinema poderá assistir clássicos de diretores como Federico Fellini, Giuseppe Bertolucci, Mario Monicelli, Elio Petri, Dino Risi, Lina Wertmuller, e outros grandes cineastas. 

Também poderá rever atores consagrados, como Vittorio Gassman, Ugo Tognazzi, Alberto Sordi, Giancarlo Giannini, Mariangela Melato, Stefania Sandrelli, Claudia Cardinale, Monica Vitti, Catherine Spaak, entre outros.

Saiba mais sobre cada filme e a programação a partir do dia 8 de novembro clicando aqui.

"Pato com Laranja", de Luciano Salce 

Os filmes inéditos selecionados são:
- Ainda Temos o Amanhã (C'è Ancora Domani, 2023), de Paola Cortellesi
- A Invenção de um Crime (Il Signore delle Formiche, 2022), de Gianni Amelio
- As Minhas Garotas de Papel (Le Mie Ragazze di Carta, 2023), de Luca Lucini
- A Sombra de Caravaggio (L'Ombra di Caravaggio, 2022), de Michele Placido
- A Terra das Mulheres (La Terra delle Donne, 2023), de Marisa Vallone
- A Última Noite de Amore (L'Ultima Notte di Amore, 2023), de Andrea Di Stefano
- A Última Vez que Fomos Crianças (L'ultima Volta Che Siamo Stati Bambini, 2023), de Claudio Bisio
- Billy (Billy, 2023), de Emilia Mazzacurati

"Billy", de Emilia Mazzacurati

- Contos de Domingo (I Racconti Della Domenica, 2022), de Giovanni Virgilio
- Obrigado, Rapazes (Grazie Ragazzi, 2023), de Riccardo Milani
- O Homem na Estrada (L'Uomo Sulla Strada, 2022), de Gianluca Mangiasciutti
- O Primeiro Dia da Minha Vida (Il Primo Giorno Della Mia Vita, 2023), de Paolo Genovese
- O Retorno de Casanova (Il Ritorno di Casanova, 2023), de Gabriele Salvatores
- Orlando (Orlando, 2022), de Daniele Vicari
- Primadonna (Primadonna, 2022), de Marta Savina
- Um Amor de Domingo (La Quattordicesima Domenica del Tempo Ordinario, 2023), de Pupi Avati

"Orlando", de Daniele Vicari

Para a Retrospectiva de comédias clássicas italianas foram escolhidos 16 filmes:
- Amor à Italiana (Amore all’Italiana, 1966), de Steno
- A Propriedade Não É Mais um Roubo (La Proprietà Non È Più un Furto, 1973), de Elio Petri
- Arturo De Fanti Bancário e Precário (Rag. Arturo De Fanti Bancario-Precario, 1980), de Luciano Salce
- A Trapaça (Il Bidone, 1955), de Federico Fellini
- Berlinguer, I Love You (Berlinguer, ti Voglio Bene, 1977), de Giuseppe Bertolucci
- Brancaleone nas Cruzadas (Brancaleone alle Crociate, 1970), de Mario Monicelli
- Esses Nossos Maridos (I Nostri Mariti, 1966), de Luigi Filippo D'Amico, Dino Riso e Luigi Zampa
- Golpe dos Eternos Desconhecidos (Audace Colpo dei Soliti Ignoti, 1959), de Nanni Loy

"Parente é Serpente", de Mario Monicelli

- Mimi, o Metalúrgico (Mimí Metarllugico, Ferito Nell' Onore, 1972), de Lina Wertmüller
- O Gato (Il Gatto, 1977), de Luigi Comencini
- Parente É Serpente (Parenti Serpenti, 1992), de Mario Monicelli
- Pato com Laranja (L'Anatra all'Arancia, 1975), de Luciano Salce
- Pobres mas... Belas (Poveri Ma Belli, 1957), de Dino Riso
- Por um Destino Insólito (Travolti da an Insolito Destino nell'Azzurro Mare d'Agosto, 1974), de Lina Wertmüller
- Rugantino, o Conquistador (Rugantino, 1973), de Pasquale Festa Campanile
- Venha Tomar Café Conosco (Venga a Prendere il Caffè... Da Noi, 1970), de Alberto Lattuada

"Mimi, o Metalúrgico", de Lina Wertmüller

Serviço:
18º Festival de Cinema Italiano
Data:
08/11 a 09/12/2023
Entrada: gratuita
Informações e programação: https://festivalcinemaitaliano.com/
Locais de exibição:
Em BH: - Cine Humberto Mauro (Palácio das Artes - Av. Afonso Pena 1.537 - Centro)
- Centro Cultural Unimed BH-Minas (Minas I, na Rua da Bahia, 2244 - Lourdes)
- Auditório da Faculdade de Letras da UFMG (Av. Pres. Antônio Carlos, 6627 - Pampulha)

No interior:
Barbacena: - Cine Plaza
                    - Instituto Federal Sudeste de Minas Gerais - Campus Barbacena
Jacutinga: Associação Comercial e Industrial de Jacutinga (ACIJA) /Auditório Municipal Josefina Meloni
Juiz de Fora: Museu de Arte Murilo Mendes
Lavras: Centro Cultural UFLA
Ouro Preto: Cine Vila Rica
São João Del Rei: Centro Cultural Solar da Baronesa da UFSJ
Tiradentes: Centro Cultural Yves Alves
Uberaba: Centro Cultural Cecília Palmério
Uberlândia: - Cineteatro Nininha Rocha no Centro Municipal de Cultura de Uberlândia
                    - Museu Universitário de Arte MUnA
Viçosa: Universidade Federal de Viçosa

14 abril 2023

"O Colibri" aposta na narrativa simples para falar de memórias

Baseado no romance de Sandro Veronesi, filme segue a vida e as relações de um médico desde a década de 1970 (Fotos: Enrico De Luigi)


Marcos Tadeu 
Blog Narrativa Cinematográfica


Responsável por abrir o Festival de Roma e exibido no Festival de Toronto, o longa "O Colibri" estreia no UNA Cine Belas Artes, sob a direção de Francesca Archibugi. A obra é marcada pela simplicidade de sua narrativa ao falar do resgate das memórias e vivências de maneira intimista e intensa.


A história começa no início da década de 1970 e segue por vários anos da vida do protagonista. No longa, conhecemos Marco Carrera (Pierfrancesco Favino), um importante médico que é interrompido durante seu atendimento por um psicólogocom notícias sobre o estado de saúde de Luisa Lattes (Bérénice Bejo), um amor do passado que nunca foi consumado nem esquecido. 


Casado e vivendo em Roma com a esposa Marina (Kasia Smutniak) e a filha Adele (Benedetta Porcaroli), ele terá de confrontar suas escolhas do passado que podem afetar seu futuro. Mas será em Florença onde deverá passar por suas piores provações. 

O longa brinca com as questões de tempo, uma importante ferramenta na narrativa, mesmo que às vezes falte um maior contexto entre os acontecimentos.


Grande parte do público talvez julgue as atitudes de Marco. Ele é um cara que se casou apenas por fachada, e agora quer recuperar seu amor do passado. Tudo isso vai influenciar tanto a vida do protagonista quanto dos demais personagens.

O drama familiar é um ponto positivo que ajuda a segurar as mais de duas horas de duração do filme. Além de Marco temos os pais dele vivendo uma situação parecida. 


As atuações estão boas e nenhum personagem soa exagerado. Pelo contrário, todos estão no mesmo nível de entrega e isso faz com que a história ganhe ainda mais força.

Baseado no romance homônimo de Sandro Veronesi, "O Colibri" é uma produção italiana com muitas camadas sendo abordadas e uma boa conclusão. Vale o ingresso.


Ficha técnica:
Direção: Francesca Archibugi
Produção: Fandango; Rai Cinema, Les Films des Tournelles, Orange Studio
Distribuição: Pandora Filmes
Exibição: UNA Cine Belas Artes - sessões às 16 e 20h30
Duração: 2h06
Classificação: 14 anos
País: Itália
Gênero: drama

04 novembro 2021

16º Festival de Cinema Italiano retoma sessões presenciais e mantém formato online

(Fotos: Divulgação)


Da Redação


O 16º Festival de Cinema Italiano traz mais uma vez para o público o melhor do cinema italiano. Neste ano, o Festival retoma as sessões presenciais em salas de cinema, mantendo também o formato online, que fez tanto sucesso na edição de 2020. O evento será presencial entre 05 e 12 de novembro nas salas de cinema do Petra Belas Artes, em São Paulo, com exibição de 16 longas inéditos no país.

Já o formato online, com sessões gratuitas, acontecerá de 05 de novembro a 05 de dezembro, por meio do site do festival, com uma seleção de 16 filmes inéditos e 16 clássicos, este último com a retrospectiva “As mais belas trilhas sonoras do cinema italiano”.   

"Quanto Basta"

A mostra de filmes contemporâneos conta com trabalhos de veteranos, como Pupi Avati (“Ela Ainda Fala Comigo” - "Lei Mi Parla Ancora"), e jovens estreantes, como Stefano Sardo (“Uma Relação' - "UnaRelazione"). 

Os 16 filmes transitam em temas e gêneros, abordando questões como relações familiares, como “Deixe-me ir" ("LasciamiAndare")”, de Stefano Mordini, protagonizado pelos astros Stefano Accorsi e Valeria Golino; "Blackout Love", de Francesca Marino. 

"Lasciami Andare"

E comédias como "Os Nossos Fantasmas" ("I Nostri Fantasmi"), de Alessandro Capitani. Haverá uma apresentação especial da comédia "QuantoBasta (Tempero do Chef)", do diretor Francesco Falaschi, coprodução Itália/Brasil (92 min).

Ou releituras de personagens clássicos, como “Todos por 1 – 1 Por Todos” (Tutti Per 1-1 Per Tutti), que retoma os famosos mosqueteiros de Dumas, numa versão cômica, e trazendo Pierfrancesco Favino e Margherita Buy, no elenco. 

Também faz parte do festival “Com Todo O Coração” ("Con Tutto IlCuore"), de Vincenzo Salemm, um dos filmes mais vistos na Itália este ano. Os longas inéditos concorrem ao Prêmio Pirelli, concedido ao filme mais visto pelo público.

"La Terra Dei Figli"

O cinema de gênero também está no festival, como o apocalíptico “A Terra dos Filhos” ("La Terra Dei Figli"), dirigido por Claudio Cupellini, a partir da famosa HQ homônima de Gian Alfonso Pacinotti, um dos principais quadrinhistas italianos. Confira abaixo a lista dos longas do Festival

Mostra Contemporânea
- "Lasciami Andare" ("Deixe-me Ir"), de Stefano Mordini, 98 min., drama
- "La Terra Dei Figli" ("A Terra dos Filhos"), de Claudio Cupellini, 120 min., drama
- "Blackout Love", de Francesca Marino, 95 min., drama/comédia
- "Con Tutto Il Cuore" ("Com todo meu Coração"), de Vincenzo Salemm, 90 min., comédia
- "Una Relazione" ("Uma Relação"), de Stefano Sardo, 105 min., drama/comédia
- "Ezio Bosso - Le Cose Che Restano" ("As Coisas que Restam"), de Giorgio Verdelli, 104 min., documentário
- "Come un Gatto in Tangenziale - Ritorno a Coccia di Morto" ("Como um Gato na Marginal – Retorno a Coccia di Morto"), de Riccardo Milani, 110 min., comédia

"Lei Mi Parla Ancora"

- "Tutti Per 1-1 Per Tutti" ("Todos Por 1 – 1 Por Todos"), de Giovanni Veronesi, 90 min., comédia
- "Lei Mi Parla Ancora" ("Ela Ainda Fala Comigo"), de Pupi Avati, 100 min., drama
- "Il Silenzio Grande" ("O Grande Silêncio"), de Alessandro Gassmann, 106 min., comédia
- "Ariaferma" ("Ar Parado"), de Leonardo Di Costanzo, 117 min.
- "Governance" ("Governança"), de Michael Zampino, 88 min., drama
- "Welcome Venice" ("Bem-Vindo à Veneza"), de Andrea Segre, 100 min., drama
- "Morrison" (Morrison Café"), de Federico Zampaglione, 99 min., drama
- "I Nostri Fantasmi" ("Os Nossos Fantasmas"), de Alessandro Capitani, 105 min., comédia
- "Lovely Boy" ("Lovely Boy"), de Francesco Lettieri,, 105 min., drama
 
"L'uccello Dalle Piume Di Cristallo"

Já a retrospectiva exclusivamente online “As mais belas trilhas sonoras do cinema italiano” permitirá ao público de todo o país (re)visitar filmes e trilhas que se tornaram clássicas, compostas por Ennio Morricone, Nino Rota, Nicola Piovani, Ritz Ortolani, Andre Guerra, Valerio Vigilar e Piero Piccioni. 

O destaque da seleção deste segmento são obras de mestres como Federico Fellini (“Os Palhaços”), Sergio Leone (“Era Uma Vez na América”), Dario Argento (“O Pássaro das Plumas de Cristal"), Lina Wertmüller (“Mimi, O Metalúrgico” e “Amor e Anarquia”), e Damiano Damiani (“Advertência”). 

A mostra inclui um filme com acessibilidade, a comédia dramática "Viva La Libertà" ("Viva a Liberdade"), de Roberto Andò, com música de Marco Betta (94 min). Veja abaixo a lista da Mostra online, retrospectiva “As mais belas trilhas sonoras do cinema italiano”

"C’era Una Volta in America"

- "L'uccello Dalle Piume Di Cristallo" ("O Pássaro com Plumas de Cristal), de Dario Argento, música: Ennio Morricone, 1970, Itália/Alemanha Ocidental, 96 min, horror/suspense
- "C’era Una Volta in America" (Era Uma Vez na América), de Sergio Leone, música: Ennio Morricone, 1984, EUA/Itália, 229 min, crime/drama
- "Il Prefetto Di Ferro" ("O Prefeito de Ferro"), de Pasquale Squitieri, música: Ennio Morricone, 1977, Itália, 110 min, drama/suspense
- "Mimi Metallurgico Ferito Nell'Onore" ("Mimi, O Metalúrgico"), de Lina Wertmüller, música: Piero Piccioni, 1972, Itália, 121 min, comédia/drama
- "L’Avvertimento" ("Advertência"), de Damiano Damiani, música: Ritz Ortolani, 1980, Itália, 108 min, suspense/drama
 
"I Clowns"

- "I Clowns" ('Os Palhaços"), de Federico Fellini, música: Nino Rota, 1970, Itália, 92 min. comédia/pseudodocumentário
- "Respiro", de Emanuele Crialese, música: Andre Guerra, 2002, Itália, 95 min., drama
- "O’ Re" ("Rei de Nápoles"), de Luigi Magni, música: Nicola Piovani, 1989, Itália, 90 min. drama
- "Addio Fratello Crudele" ("Adeus, Irmão Cruel"), de Giuseppe Patroni Griffi, música: Ennio Morricone, 1971, Itália, 105 min., drama
- "Storie Di Vita e Malavita" ("Histórias do Submundo'), de Carlo Lizzani, música: Ennio Morricone, 1975, Itália, drama, 93 min
- "Speriamo Che Sia Femmina" ("Tomara que seja mulher), de Mario Monicelli, música: Nicola Piovani, 1986, Itália, 120 min., comédia
-
"Speriamo Che Sia Femmina"

- "Film D'Amore e D'Anarchia" ("Amor e Anarquia"), de Lina Wertmüller, música: Nico Rota, 1973, Itália, 125 min., comédia
- "Il Medico e Lo Stregone" ("O Médico e o Charlatão"), de Mario Monicelli, música: Nico Rota, 1957, Itália, 102 min, comédia/romance
- "Amori Che Non Sanno Steare Al Mondo" ("Histórias de Amor Que Não Pertencem a Este Mundo"), de Francesca Comencini, música: Stelvio Cipriani, 2017, Itália, 92 min., drama
- "L'Attentato" ("O Atentado"), de Yves Boisset, música: Ennio Morricone, 1972, França, 124min., suspense/thriller
- "Anonimo Veneziano" ("O Anônimo Veneziano"), de Enrico Maria Salerno, música: Stelvio Cipriani, 1970, Itália, 84 min, drama romântico


Serviço:
16º Festival de Cinema Italiano
Data: 05 de novembro a 05 de dezembro
Exibições: online e gratuitas
Site: https://festivalcinemaitaliano.com/

06 dezembro 2020

"Vidas (In)visíveis - Um Arsenal de Esperança": 60 minutos de uma história de acolhimento e ajuda ao próximo

Documentário mostra o belo trabalho de solidariedade que começou no século XVIII na antiga Hospedaria do Imigrante, em São Paulo (Fotos: Luca Meola)

Maristela Bretas


"Não é apenas uma história sobre uma casa de acolhimento, mas um convite a refletir sobre amor, fraternidade e ajuda mútua". Esta é a melhor definição para "Vidas (In)visíveis - Um Arsenal de Esperança", da diretora Erica Bernardini. Um documentário emocionante feito a partir da pandemia de Covid-19 que tomou conta do mundo em 2020. A antiga Hospedaria do Imigrante, que um dia foi ponto de controle para evitar a entrada de possíveis doenças na cidade de São Paulo trazida por quem chegava ao país, retorna a suas origens para cuidar de um novo público.

A produção gira em torno do trabalho desenvolvido no Arsenal da Esperança, uma casa de acolhimento fundada em 1996 por Ernesto Olivero e Dom Luciano Mendes de Almeida, que começou em Turim, na Itália com o Arsenal da Paz e hoje possui outra unidade italiana voltada para crianças e uma na Jordânia para jovens deficientes. O abrigo paulista recebe diariamente uma média de 1.200 homens que se encontram em estado de vulnerabilidade.


Um ótimo documentário que deve ser assistido por italianos e descendentes no Brasil e pelo público em geral. Ele aborda um pouco de como era tratada a questão da saúde no início da imigração no final do século XVIII e o importante papel da Hospedaria do Imigrante. Um local que reúne milhares de histórias de imigrantes e daqueles que hoje também buscam este ponto para recomeçarem suas vidas.

Por quase 25 anos mais de 64 mil dessas pessoas, in(visíveis) para a sociedade, encontraram em sua jornada sofrida um ponto de acolhida de amor, fraternidade, compaixão e ajuda mútua no Arsenal. Mas a pandemia da Covid-19 mudou a realidade e fez com que o cuidado e a orientação aos abrigados precisassem ser reformulados.


A partir daí surge a ideia de se fazer o documentário mostrando como foi a orientação no Arsenal da Esperança a esses homens, acostumados a viverem na rua, e que agora teriam de ficar em isolamento, usar máscaras e manter afastamento de outras pessoas para evitarem a contaminação. O registro da rotina diária dentro do abrigo foi feito por dois voluntários da entidade: José Luiz Altieri Campos e o fotógrafo milanês Luca Meola.

Com depoimentos, fotos e vídeos do passado e em meio à pandemia, o documentário conta como o Arsenal da Esperança foi criado, a rotina de quem frequenta o local. Apresenta o trabalho realizado desde a fundação por missionários italianos e que se transformou em referência em acolhimento e solidariedade.


Ótimas imagens e narrações serenas e cativantes, especialmente as do padre Simone Bernardi, missionário italiano do Sermig (Serviço Missionário Jovem) - Fraternidade da Esperança, fazem da produção um documentário histórico. Mostra como a pandemia afetou a todos - funcionários e abrigados e como eles estão enfrentando a quarentena, suas angústias, medos, sonhos e a vontade de recomeçar. E como a experiência do passado foi importante para o trabalho presente. Histórias que fazem chorar e acreditar que as pessoas querem e podem ser melhores.

Acesso online

O documentário está disponível no 15º Festival de Cinema Italiano no Brasil, que acontece até esta terça-feira (08/12), em plataforma online para todo público brasileiro pelo site  www.festivalcinemaitaliano.com, em parceria com o Cine Petra Belas Artes, de São Paulo. Os ingressos para assistir ao Festival têm valor fixo de R$ 9,90 e dão direito ilimitado a toda a programação. 

A produção tem o apoio do Consulado Geral da Itália em São Paulo e da empresa de imigrantes italianos, Zini Alimentos. A diretora Erica Bernardini é uma profissional que atua há 20 anos na promoção da cultura italiana no Brasil, com diversos projetos e realizações na área.


Ficha técnica:
Direção:
Erica Bernardini
Exibição: pelo site www.festivalcinemaitaliano.com
Duração: 1h00
Produção: Arteon
Classificação: Livre
Países: Brasil /Itália
Gêneros: Documentário / Drama

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