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08 julho 2024

"MaXXXine" decepciona com encerramento fraco para uma trilogia de terror

Mia Goth retorna ao papel de Maxine Minx, uma ex-atriz de filme pornô agora em ascensão ao estrelato em Hollywood (Fotos: Universal Pictures)


Maristela Bretas


Último filme da trilogia iniciada em 2022 estreia nesta quinta-feira (11) nos cinemas o longa "MaXXXine", dirigido e roteirizado por Ti West. Mia Goth retorna ao papel de Maxine Minx, única sobrevivente do massacre de "X – A Marca da Morte". 

No entanto, este terceiro filme, mesmo com algumas mortes violentas e sangue jorrando, é fraco como terror slasher americano, ao contrário de seu antecessor e do prequel "Pearl" (do mesmo ano), que podem ser conferidos no Prime Vídeo. 


Ambientado em Los Angeles dos anos 1980, a estrela de filmes adultos e aspirante a atriz, Maxine Minx, conquista a chance de fazer sua estreia na telona. Mas quando um misterioso assassino começa a perseguir justamente as jovens atrizes de Hollywood, uma trilha de sangue ameaça revelar o passado sinistro de Maxine. 


"MaXXXine" ficou uma produção comum, perdida entre ser um filme B e um terror sem originalidade, apesar de um elenco formado por rostos conhecidos. Isso pode decepcionar alguns fãs que aguardavam que a sequência mantivesse os mesmos moldes dos primeiros.  

Incomoda também o roteiro que conduz para um final quase previsível. Se nos dois longas anteriores, Mia Goth protagonizou cenas violentas mais marcantes, neste ela é quase uma coadjuvante (mesmo sendo uma das produtoras do filme junto com Ti West). 


O longa tem na atuação de Kevin Bacon o maior destaque do elenco. Ele domina os momentos em que aparece, inclusive os divididos com Mia Goth. Outros dois que também poderiam ter sido melhor aproveitados foram Giancarlo Esposito e Lily Collins. Completam o elenco Michelle Monaghan, Bobby Cannavale, Elizabeth Debicki, Moses Sumney e Halsey.

Usando de muitas cenas em ambientes escuros ou iluminados por luzes roxas, o diretor utiliza flashbacks para tentar explicar situações do passado. Mas as mudanças repentinas de cenas interrompem a narrativa e confundem o espectador. "MaXXXine" ficou a desejar como slasher e como a produção de encerramento de uma trilogia que atraiu milhares de fãs.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Ti West
Produção: A24, Focus Features
Distribuição: Universal Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h44
Classificação: 18 anos
País: EUA
Gêneros: terror, suspense

08 agosto 2023

"Ursinho Pooh: Sangue e Mel" é um terror bizarro ruim, com enredo esquecível

Matança e torturas predominam na versão macabra dirigida por Rhys Frake-Waterfield (Fotos: Jagged Edge Productions)


Marcos Tadeu
Blog Narrativa Cinematográfica


Um terror sanguinário, completamente oposto às histórias fofinhas do famoso ursinho amarelo que gosta de um pote de mel e seus simpáticos amigos. A partir desta quinta-feira (10) estreia nos cinemas "Ursinho Pooh: Sangue e Mel" ("Winnie-The-Pooh: Blood and Honey"), um longa macabro do gênero slasher com muita violência, mas com enredo esquecível.

A obra apresenta a relação de Christopher Robin (Nikolai Leon), que foi para a faculdade e esqueceu seus animais de infância - Pooh (Craig David Dowsett) e Leitão (Chris Cordell). 

Se sentindo traídos e abandonados, eles perdem suas personalidades amigáveis e se tornam selvagens e violentos, atacando e matando quem entrar em sua floresta. 


O roteiro é ruim, com desenvolvimento preguiçoso e não aprofunda na relação do passado entre Christopher, Pooh e Leitão. O diretor Rhys Frake-Waterfield pouco se preocupa em mostrar os vilões em alguma situação difícil em que eles podem se dar mal. Quando acontece, a dupla consegue se recuperar e continua a matança. 

Nenhuma atuação do elenco consegue convencer. As máscaras borrachudas e os poucos diálogos pioram a situação, fazendo com que os personagens se tornem descartáveis - se forem mudados por qualquer outro, não fará a menor diferença. 


Se a intenção do diretor era vender a ideia de que tudo o que acontece no filme faz parte da fantasia de Christopher, essas máscaras de borracha e os trajes só tornam mais difícil gostar do longa.

"Ursinho Pooh: Sangue e Mel" é só um terror genérico que não entretém e pode desagradar até mesmo quem gosta deste tipo de filme. Para piorar, está confirmada uma continuação e a possibilidade de que outros clássicos como Bambi e Peter Pan, também possam receber versões macabras.


Onde perdemos Pooh?

Em 1920, o escritor Alan Alexander Milne (A. A. Milne) criou o adorado ursinho de pelúcia Winnie-The-Pooh e seus amigos, incluindo Christopher Robin (nome do filho de Milne), que se tornaram famosos por meio das produções da Disney. 

Durante anos, a empresa manteve os direitos autorais da coleção, até que em 2022, o primeiro livro de Pooh entrou em domínio público em outros países. No Brasil isso só ocorrerá em 2027. 


A partir daí, qualquer pessoa poderia usar, distribuir e adaptar a história sem a necessidade de permissão ou pagamento de royalties. Rhys Frake-Waterfield decidiu usar os personagens Pooh e Leitão em suas versões mais macabras que pouco se assemelham à beleza dos clássicos personagens. E promete outras produções bizarras para adultos com personagens infantis.


Mesmo com orçamento baixo (em torno de US$ 100 mil), tendo sido gravado em dez dias e entregando uma qualidade duvidosa, "Ursinho Pooh: Sangue e Mel", lançado em fevereiro deste ano em outros países como México e Estados Unidos, atingiu uma bilheteria alta. Como aconteceu com “Terrifier 2”. Prova que o slasher, mesmo ruim, ainda consegue ser lucrativo. 


Ficha técnica:
Direção e roteiro:
Rhys Frake-Waterfield
Produção: Jagged Edge Productions e ITN Films
Distribuição: California Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h24
Classificação: 18 anos
País: Reino Unido
Gênero: terror

09 março 2023

"Pânico VI" é tão inovador quanto nostálgico

Passados 27 anos desde a estreia da franquia, Ghostface ainda é um sucesso entre fãs do slasher (Fotos: Paramount Pictures)


Larissa Figueiredo


Mais sangrenta e brutal do que nunca, a franquia "Pânico", consagrada no subgênero slasher, retorna às telas 27 anos depois com grandes doses de nostalgia e suspense.

"Pânico VI" traz de volta as irmãs Carpenter, Sam (Melissa Barrera) e Tara (Jenna Ortega) e seus amigos, também sobreviventes de Woodsboro, os irmãos Chad (Mason Gooding) e Mindy (Jasmin Savoy Brown) Meeks-Martin.


A trama é ambientada em Nova Iorque, onde o quarteto de amigos tenta recomeçar a vida. Sam luta contra os fantasmas do passado. E se esconde em meio às cicatrizes deixadas pelo massacre exibido no quinto filme da franquia (2022).

Tara, por outro lado, não demonstra preocupação com a tragédia e foge da superproteção de Sam.


As regras são as mesmas, o filme segue a receita original de terror slasher e, ainda sim, continua sendo inovador.

O roteiro é simples e envolvente, traz quem está do outro lado da tela para a investigação da identidade de Ghostface e nos prende do início ao fim.

Apesar de ser um ponto comum entre todos os longas da franquia, o público parece não se cansar de buscar pelo famoso assassino da máscara assustadora.



Destaque para "Wandinha"

É possível perceber que Jenna Ortega ganha destaque em relação à "Pânico V" (2022) e participa de mais cenas de ação. 

A personagem apresenta uma deliciosa combinação de sarcasmo e força, além de uma expressividade assustadoramente engraçada. Não seria exagero dizer que a atriz está caminhando para se tornar uma “Scream Queen”. 


O roteiro se apoia na nostalgia e constrói uma trama sólida unindo o antigo e o novo elenco na franquia. 

Courteney Cox retorna como a jornalista Gale Weathers e Hayden Panettiere, como Kirby Reed, agora uma agente do FBI. 

Infelizmente, Neve Campbell, a aclamada Sidney Prescott, não está presente no longa, mas é mencionada por Gale. 


Slashers mais bem produzidos

Por fim, é inegável que os filmes de terror slashers, conhecidos por terem baixos orçamentos, estão cada vez mais bem produzidos e com elencos renomados. 

O que não é necessariamente ruim para a indústria e varia na preferência de cada fã. 

Em "Pânico VI", Nova York foi uma boa escolha como o novo ambiente para os ataques sangrentos de Ghostface. Eles ocorrem em lugares comuns, como o metrô ou o supermercado.


A direção de arte, fotografia, trilha sonora e efeitos especiais são primorosos. 

Apesar da revelação pouco surpreendente do assassino neste sexto filme, o roteiro deixa claro que a força do personagem permite que ele volte em outras continuações.


Ficha técnica:
Direção: Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett
Produção: Paramount Pictures, Entertainment, Project X Productions,
Distribuição: Paramount Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h02
Classificação: 18 anos
País: EUA
Gênero: terror
Nota: 4,5 (0 a 5)