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13 outubro 2019

Na contramão dos filmes teen, "Luna" surpreende pela realidade

Longa dirigido pelo mineiro Cris Azzi foi escolhido o Melhor Filme do Panorama Internacional Coisa de Cinema (Fotos: Alexandre Mota)

Mirtes Helena Scalioni


Que ninguém espere de "Luna" o filme teen que o público está acostumando a ver, com garotas e garotos que só pensam em namoricos, disputas e brigas. O longa de Cris Azzi, distribuído pela Cineart Filmes, é bem mais do que isso. E vai fundo em questões como autoconhecimento, descobertas, sexualidade, experimentações. E se aprofunda ainda mais quando trata, como tema principal, do que se chama hoje de cyberbullying. Inspirado num fato acontecido em 2014, quando uma adolescente se matou depois que teve fotos íntimas viralizadas na internet, o diretor mineiro não pega leve. E talvez até exagere na realidade.


Luna é uma garota da periferia de Belo Horizonte que estuda numa escola onde, parece, há uma acentuada diversidade social. Tanto que ela vende brigadeiros para os colegas, uma forma de ajudar nas próprias despesas. E, como qualquer menina da sua idade, é ligadíssima nas redes sociais, onde costuma se comunicar, se expressar, brincar. O filme já começa com a angústia da personagem, numa boa atuação da atriz Eduarda Fernandes, quando ela descobre que um vídeo seu vazou na internet. Como consequência, amigos e desconhecidos não poupam, nas redes, julgamentos, xingamentos, agressões e até pichações nos muros da escola.


Mas é em flashback que o diretor mineiro conta um pouco da história de Luna até aquele momento, quando o público descobre a amizade dela com uma de suas colegas, a poderosa Emília, vivida por Ana Clara Ligeiro. É na mansão da amiga, entre drinques e mergulhos na piscina, que as duas decidem coisas, procuram, experimentam e tentam descobrir os meandros da própria sexualidade. Ofertas não faltam, parece enfatizar o filme, talvez até de forma exagerada. É mesmo fácil cair em armadilhas de baladas e drogas?


Nessa volta, o espectador conhece também como é a vida familiar de Luna, filha única de uma mãe que, parece, é solteira. De quebra, percebe também que Emília, embora rica, tem também suas carências, sua solidão. Um parênteses para contar que um dos momentos mais comoventes do longa é uma cena de cumplicidade entre a protagonista e sua mãe, brilhantemente interpretada pela atriz Lyra Ribeiro. Ela faz uma mulher tão afetuosa quanto ausente, mergulhada em seus próprios problemas. Momento de muita tensão, mas também de muita ternura e aconchego.

Diretor Cris Azzi 
"Luna" é, realmente, um filme atual. E exatamente por falar de contemporaneidades e tecnologias, talvez pudesse ter outro ritmo, um pouco mais acelerado. Há momentos em que o longa se perde em extensas tomadas de uma mata, uma estrada, aparentemente sem nenhuma razão de ser. Mas isso não reduz o mérito do trabalho da equipe mineira, que já colhe os primeiros frutos com participações em festivais importantes Brasil afora. E o melhor de tudo, a grande surpresa, o recado maior, está no final do filme: surpreendente, instigante, reconfortante, cheio de esperança.

Luna foi exibido nas mostras competitivas do 51º Festival de Cinema de Brasília e no Festival do Rio 2018, no qual levou Menção Honrosa pela interpretação da atriz Eduarda Fernandes. Também foi escolhido Melhor Filme do Panorama Internacional Coisa de Cinema na competitiva nacional de 2018.
Direção, roteiro e produção: Cris Azzi
Distribuição: Cineart Filmes
Duração: 1h29
Classificação: 16 anos


Tags: #Luna, @CrisAzzi, #drama, @cinemas_cineart, @EduardaFernandes, @AnaClaraLigeiro, @cinemanoescurinho, @cinemaescurinho, @cineartfilmes

08 dezembro 2018

Musical “Romeu e Julieta ao som de Marisa Monte" se despede de BH no Cineart Cidade


Últimas chances, hoje e amanhã, de assistir o musical “Romeu e Julieta ao som de Marisa Monte”, somente na sala 8 do Cineart Cidade, com sessões às 20h20. Sucesso de público e crítica em todo o Brasil, a produção de teatro foi adaptada para o cinema ao som de 25 canções de Marisa Monte, como “Amor I Love You” e “Um Só”.

Participam do elenco os atores Bárbara Sut, Thiago Machado e Ícaro Silva, sob a direção de Guilherme Leme Garcia. O filme é uma versão pop da famosa história de amor entre Romeu Montecchio e Julieta Capuleto, filhos de famílias rivais de Verona. A montagem reduziu o original de Shakespeare de cinco para dois atos e trouxe um linguajar mais popular e alegre. Os ingressos estão disponíveis no site e na bilheteria do cinema.



Serviço:
"Romeu e Julieta ao som de Marisa Monte"
Datas: 8 e 9 de dezembro
Horário: 20h20
Local: Sala 8 do Cineart no Shopping Cidade - Rua dos Tupis, 337, Centro
Duração: 2h15
Classificação: Livre
Ingressos: no site e na bilheteria do cinema

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19 setembro 2017

Bom elenco e música sertaneja não evitam "Divórcio" ruim

Comédia brasileira conta com Camila Morgado e Murilo Benício nos papéis principais (Fotos: Warner Bros. Pictures Brasil/Divulgação)

Maristela Bretas

Nem um elenco famoso é capaz de salvar a tentativa de comédia nacional "Divórcio", do diretor Pedro Amorim, que estreia nesta quinta-feira nos cinemas. Apesar de ser estrelada por Camila Morgado e Murilo Benício, que estão muito bem entrosados, a produção é fraca, com roteiro sem graça e não passa de uma paródia aos hábitos excêntricos dos ricos do interior paulista, no caso, Ribeirão Preto, onde se passa a história.

O filme pode agradar àqueles que gostam de música sertaneja, mesmo que cantada em ritmo de rock, como é o caso de "Evidências", de Chitãozinho e Xororó, na voz de Paula Fernandes. Um desperdício de dois talentos, principalmente Morgado, que já fez comédias que foram sucesso de bilheteria, como "Até Que a Sorte nos Separe - Falência Final". E o próprio Benício, sempre com cara de bobo que fica engraçada em alguns momentos, quando não exagera. 

A história é simples, com humor que não chega a provocar risadas ou cenas marcantes. O apaixonado casal Noeli (Camila Morgado) e Júlio (Murilo Benício) leva uma vida humilde, até que os dois ficam ricos depois que ela cria um molho de tomate que virou sucesso nacional. Com o passar dos anos, os dois vão se distanciando e um incidente provoca a separação. O processo de divórcio envolvendo filhos e, principalmente, a grande fortuna do casal provoca uma disputa dos advogados de ambos que tentam garantir para seus clientes o domínio do patrimônio e das crianças.

Morgado e Benício já trabalharam juntos em outras produções, como América (2005) e Avenida Brasil (2012) e estarão juntos novamente no suspense "O Animal Cordial", em breve nos cinemas. Também no elenco estão Luciana Paes (faz Sofia, amiga de Noeli), Thelmo Fernandes (Milton, amigo de Julio), Gustavo Vaz (no papel do cantor sertanejo Catanduva), André Mattos e Ângela Dippe, interpretando os advogados do casal. Participações especiais de Sabrina Sato, como uma entrevistadora de celebridades e o engraçado Paulinho Serra, um técnico de computadores bem esquisitão (como sempre).

O casal principal exagera o sotaque carregado no "R" de algumas cidades do interior de Minas e São Paulo, explora em seus papéis costumes típicos de "novos ricos" que gostam de gastar muito com carros possantes, sapatos, joias, roupas em excesso e o sonho de levar os filhos à Disney nas férias. E quando resolvem se divorciar a disputa na justiça vira uma guerra armada pela divisão do patrimônio.

"Divórcio" tinha tudo para ser a comédia do ano: diretor experiente - Pedro Amorim (de "Mato Sem Cachorro", 2013, e "Superpai", 2014) - e um elenco afinado, mas não conseguiu. O chamariz para garantir boa bilheteria serão os atores principais que têm um público fiel especialmente por causa das novelas e que deverá ir ao cinema para conferir a produção. Além deles, o filme tem alguns pontos positivos, como as tomadas as cenas de perseguição nas plantações e os ataques de fúria de Noeli quando resolve partir para o armamento pesado. Confesso que esperava mais.



Ficha técnica:
Direção: Pedro Amorim
Produção: Filmland Internacional
Distribuição: Warner Bros. Pictures Brasil
Duração: 1h50
Gêneros: Comédia nacional / Romance
País: Brasil
Classificação: 12 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

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