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28 agosto 2019

Leandro Hassum banca cupido com caretas e palavrões pra fazer rir em "O Amor Dá Trabalho"

Na história, Ancelmo precisa reunir um casal para conquistar um lugar no céu (Fotos: Globo Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas


Chega nesta quinta-feira (29) aos cinemas brasileiros a nova comédia com Leandro Hassum, "Amor Dá Trabalho", dirigida e roteirizada por Alê McHaddo. O comediante não muda em nada seu estilo, cheio de caretas, comentários críticos e a certeza que muitas de suas gracinhas ainda fazem o público dar gargalhadas. Pelo menos foi assim na pré-estreia do filme, em BH, com muitos dos presentes elogiando a produção e comentando que, mesmo magro, Hassum não perdeu o humor.


Acho, no entanto, que o ator demorou para se reencontrar com a comédia. Chegou a fazer papéis sérios, como o do produtor musical Carlos Imperial, em "Simonal" (2019). Insistiu nas manjadas caras e bocas ofensivas, palavrões e frases que sempre marcaram seus personagens, como, por exemplo, João Ernesto, de "O Candidato Honesto 1 e 2" (2014 e 2016), ou Tino, de "Até Que a Sorte nos Separe" 1, 2 e 3. Desta vez ele é Ancelmo, um funcionário público muito babaca, preguiçoso, egoísta, que gosta de levar vantagem em tudo, sem nunca ter ajudado uma pessoa.


Por obra do destino Ancelmo morre e na hora de seguir sem escala para o inferno, negocia com os deuses e anjos uma opção: realizar uma boa ação para mudar sua rota para o céu. O trabalho escolhido é reunir o casal Elizângela (Flavia Alessandra) e Paulo Sérgio (Bruno Garcia) separados há 12 anos depois de Paulo ter abandonado Elizângela no altar. A história é bobinha, mas Hassum exagera na interpretação do "falso cupido bonzinho", que só pensa em reunir o casal e se garantir com a "turma pesada lá de cima".


E que turma¹ O "alto escalão do céu" é a parte mais divertida do filme e deveria ter sido a mais explorada. As poucas aparições do grupo, sempre reunido ao redor de uma mesa de diretoria, são hilárias. Cada um representa um santo ou imagem de um deus de diferentes crenças e religiões. Os fãs vão delirar quando surgirem na tela - Helio De La Pena (como Shiva), Falcão (Odin), Maria Clara Gueiros (Nossa Senhora), Sérgio Loroza (Xangô), Bruno Sutter (Thor), Dani Calabresa (Athena), Paulinho Serra (São Pedro), Ludmilla (Iansã) e Marco Zenni (Buda).


Hassum é a alma (literalmente) do filme e consegue quebrar o marasmo do romance sem sal do par principal, agravado pelas participações no elenco de Monique Alfradique e Felipe Torres. "Amor Dá Trabalho" tem bons efeitos visuais, especialmente quando Ancelmo usa seus "poderes" para dar um empurrãozinho no casal. Não é das melhores de suas comédias, mas arrancou algumas gargalhadas do público. Vale, no máximo, uma sessão da tarde.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Alê McHaddo
Produção: 44 Filmes / 20th Century Fox / Telecine Filmes / Globo Filmes 
Distribuição: Paris Filmes / Downtown Filmes
Duração: 1h40
Gênero: Comédia 
País: Brasil
Classificação: 12 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

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13 outubro 2017

Fotografia, figurinos e atuações são os destaques do emocionante "Entre Irmãs"

Marjorie Estiano e Nanda Costa formam uma dupla bem entrosada e conquista o público como as irmãs separadas pelo destino (Fotos: Divulgação)

Maristela Bretas


Uma é Emília, a outra Luzia. Duas irmãs inseparáveis vivendo com a tia, exímia costureira que lhes ensina o ofício. Duas personalidades com desejos diferentes - uma quer ganhar o mundo, se mudar para a capital; a outra, deficiente física desde a infância, deseja apenas manter a pequena família unida. Mesmo com seus caminhos separados, as jovens permanecem ligadas pelo amor de uma pela outra. Esta é a bela história de "Entre Irmãs", filme dirigido por Breno Silveira, o mesmo de "Dois Filhos de Francisco", que volta a investir na relação de família, e na ambientação regional de um Brasil que poucos conhecem.

Desta vez, os locais escolhidos foram o sertão pernambucano, com sua seca e pobreza, e Recife, com sua sociedade rica e preconceituosa. O diretor entrega ao público outro ótimo trabalho na escolha das locações e das protagonistas, além da fotografia impecável. Erra no entanto no enredo detalhista demais, o que deixou a produção longa e desnecessária - 2h40. Talvez porque ela deva ser adaptada para minissérie de TV, como aconteceu com outro trabalho de Breno Silveira - "Gonzaga - De Pai Pra Filho", de 2011, que contou também com as atuações de Nanda Costa e Cyria Coentro.

No longa, Nanda Costa interpreta Luzia, irmã de Emília, papel de Marjorie Estiano. As duas estão excelentes e mostram maturidade e grande sensibilidade que cativa e comove o público. Cyria Coentro, que faz a tia Sofia, merece também destaque, compondo o trio da primeira parte do filme. A chegada de Carcará (vivido por Júlio Machado, de "Joaquim" - 2017) vai mudar a vida das três mulheres para sempre, ao levar Luzia com ele. Baseado no livro "O Cangaceiro e a Costureira", de Frances de Pontes Peebles, "Entre Irmãs" transforma essa união numa versão romanceada da dupla de cangaceiros mais famosa do Nordeste - Lampião e Maria Bonita.

A história está bem distribuída entre a vida das duas irmãs, seus dramas e a relação com as pessoas que as cercam. Com a separação de Luzia, Emília também vai atrás de seu tão desejado sonho de morar na capital, onde irá descobrir que nem sempre o príncipe encantado é tudo aquilo que esperava. A partir da segunda parte do filme, outros bons atores são incorporados à trama, como a bela Letícia Colin, interpretando Lindalva, a amiga confidente de Emília, Rômulo Estrela, como Degas, Claudio Jaborandy e Rita Assemany, pais de Degas, Ângelo Antonio, como Dr. Eronildes, e Fábio Lago, o cangaceiro Orelha, do bando de Carcará.

Passado na década de 1930, o filme faz uma bela reconstituição de época, com figurinos impecáveis. A abordagem de alguns temas são bem atuais, especialmente o preconceito contra a mulher, o maior problema enfrentado por Emília e Luzia. Também a homossexualidade escondida ou vista como uma doença que ser tratada em clínica psiquiátrica bate com a discussão que hoje toma conta do país com a absurda "cura gay". Ou a tragédia na infância, que joga uma criança no mundo do crime e quando adulto age com crueldade contra seus inimigos, mas defende os injustiçados. Algo semelhante ao que acontece com alguns criminosos que controlam comunidades carentes.

"Entre Irmãs" é um belo filme, merece ser visto, apreciado e discutido. Breno Silveira acertou em quase todos os detalhes, errou apenas na duração, o que não compromete a qualidade desta produção nacional. Apesar de ser ambientado no século passado, é bem atual e contra com excelentes interpretações, principalmente de Marjorie Estiano e Nanda Costa, as irmãs costureiras, marcadas pela pobreza do sertão, que ganham o mundo e precisam impor suas personalidades, uma como dama da hipócrita sociedade da capital, e a outra como a mulher que não se dobra ao machismo do cangaço.



Ficha técnica:
Direção: Breno Silveira
Produção: H2O Films / Globo Filmes / Conspiração Filmes
Distribuição: Sony Pictures Brasil
Duração: 2h40
Gêneros: Drama / Nacional
País: Brasil
Classificação: 14 anos
Nota: 4 (0 a 5)

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