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11 julho 2020

Impossível não se comover com “Adú”, o menino refugiado que busca um lugar no mundo

O fio condutor é o drama dos refugiados, que fogem dos seus próprios países (Fotos: Manolo Pavón e Netflix)


Mirtes Helena Scalioni


História 1: dois irmãos, Adú e Alika, – ele com sete, ela com nove anos – vivem numa aldeia em Moçambique e um dia, voltando da escola de bicicleta, testemunham o assassinato de um elefante numa reserva ambiental. O objetivo dos caçadores é extrair o marfim.

História 2: Gonzalo, um próspero empresário espanhol, é um ativista ambiental e coordena uma ONG de preservação dos elefantes. Desiludido e em conflito com os aldeões, decide trazer para a África sua filha drogada Sandra, numa tentativa de recuperar a relação entre os dois.




História 3: um grupo de africanos tenta ultrapassar a fronteira entre Marrocos e Espanha na cidade de Melilla. Um conflito com os soldados acaba na morte de um refugiado, mudando a vida de um dos guardas, Mateo.

História 4: aos 15 anos, cansado de ser abusado em algum lugar da Somália onde vivia, o adolescente Massar, de 15 anos, foge de casa a pé. Atravessa o deserto do Saara, passa pela Líbia e chega ao Marrocos, onde tenta viver de pequenos furtos.


Foi apostando no entrelaçamento dessas histórias carregadas de dramas que o diretor espanhol Salvador Calvo criou “Adú”, o mais novo sucesso retumbante do Netflix, depois do comovente “O Milagre da Cela 7”. Em ambos, há uma criança como protagonista, o que já garante boa dosagem de emoção. Impossível não se comover.

O fio condutor de “Adú” é o drama dos refugiados, tão em voga no mundo atual. A saga e o sofrimento dessas pessoas que fogem dos seus próprios países em busca de uma vida digna foram a inspiração do diretor, ele próprio um ex-voluntário de um serviço de ajuda e acolhimento na Espanha. Segundo conta, são terríveis os relatos de adultos e crianças nessa trajetória de buscar asilo.



Não dá pra negar que o grande trunfo do longa é o estreante Moustapha Oumarou, o pequeno que faz Adú. De Benin, ele parece ter nascido para atuar. Seus olhos grandes e expressivos falam direto ao coração do espectador. Sem dúvida, um achado. Difícil não se enternecer com a saga do menino e sua irmã Alika (Zayiddiy Dissou) que, escapando da violência e da miséria da palafita onde moram, saem sozinhos mundo afora em busca de um lugar seguro para viver.



Na verdade, todo o elenco está irrepreensível. De Adam Nourou como o atormentado e generoso adolescente Massar, a Álvaro Cervantes como o soldado Mateo, passando por Anna Castillo como a drogada Sandra, ou Luis Tosar como o empresário benfeitor Gonzalo, assim como o restante do elenco, todos dão seu recado com maestria.



Pelo andamento do filme, enquanto as histórias ameaçam se tocar, espectadores mais experientes acabam por esperar um entrelaçamento óbvio, para o qual parece caminhar a trama. Surpreendentemente, o esperado não acontece. Mais um ponto a favor do diretor de “Adú”, que não se rendeu às obviedades.




Ficha técnica:
Direção:
Salvador Calvo
Exibição: Netflix
Duração: 1h59
Classificação: 12 anos
Nacionalidade: Espanha
Gênero: Drama


Tags: #Adú, #drama, @MoustaphaOumarou, @SalvadorCalvo, @Netflix, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho, #JuntosPeloCinema

05 julho 2020

"22 de Julho" uma história real de superação vencendo o ódio e a intolerância racial

Produção é baseada no maior ataque terrorista da Noruega, ocorrido em 2011 (Fotos: Netflix/Divulgação)

Maristela Bretas


Triste, revoltante e envolvente. Este é "22 de Julho" ("22 July"), produção de 2018 da Netflix feita a partir do maior atentado terrorista ocorrido na Noruega em 2011. No massacre, 77 pessoas foram mortas e mais de 200 feridas em dois ataques - um a bomba na sede do governo em Oslo, e outro a tiros contra um grupo de jovens num acampamento na ilha de Utoya. Ambos feitos por um fanático de extrema-direita, contrário à política de igualdade social do governo.


Baseado no livro "Um de Nós: A História de um Massacre na Noruega e suas Consequências", de Asne Seierstad, "22 de Julho" recebeu a excelente direção do indicado ao Oscar Paul Greengrass ("Capitão Phillips"- 2013, "Voo United 93"- 2006). O filme parte da experiência real - física e emocional - vivida por um dos sobreviventes, sua luta para superar as sequelas do trauma sofrido e a busca por justiça contra o autor do massacre.


Viljar Hanssen (interpretado por Jonas Strand Gravli, da série "Ragnarok", também da Netflix) é um estudante de 18 anos que estava na ilha com o irmão e levou cinco tiros do terrorista. A partir dos atentados, a produção mostra sua longa trajetória de recuperação até o reencontro no tribunal com o autor do massacre, Anders Behring Breivik (vivido por Anders Danielsen Lie), um norueguês com ideais fundamentalistas cristãos e anti-islâmicos.


Segundo declarações do terrorista apresentadas no filme, ele escolheu os alvos por considerá-los "marxistas", jovens da elite que faziam parte da Liga da Juventude. O movimento estudantil era ligado ao Partido Trabalhista, que governava a Noruega e tinha uma política de acolhimento de imigrantes. Breivik não concordava com isso e considerava tudo uma conspiração para destruir os valores da sociedade.

O verdadeiro Anders Breivik e o ator Anders Danielsen Lie,
que o interpreta no filme (Reprodução Internet)

Paul Greengrass é bem meticuloso, assim como o terrorista, contando cada detalhe da preparação dos atentados até o ataque. Tudo começa com explosão da bomba na sede administrativa do Governo, no centro da capital Oslo. Na sequência, o assassino, disfarçado de policial, segue para a ilha de Utoya onde mata dezenas de jovens com tiros de metralhadora. O estudante Viljar está com o irmão mais novo e alguns amigos participando do acampamento e se torna um dos alvos durante a fuga.


As cenas da caçada aos jovens e do massacre são bem violentas e causam revolta com o desprezo de Breivik pela vida humana. Ele é frio, sádico e tem plena consciência do que está fazendo. Durante todo o processo tenta manipular a opinião pública e até mesmo seu advogado de defesa, em favor de sua causa extremista.

O diretor também aproveitou bem as belezas naturais da Noruega, como as florestas bem verdes da região onde o terrorista morava e a mata da ilha de Utoya, palco do maior massacre. As montanhas cobertas de neve no inverno foram o fundo escolhido para a solidão de Viljar.


"22 de Julho" é uma produção feita pelos EUA, Noruega e Islândia e foi rodada no idioma inglês, apesar de todos os atores serem noruegueses, a maioria desconhecidos, mas que cumpriram bem seus papéis. O longa serve de alerta para o crescimento, em todas as partes do mundo, dos movimentos radicais extremistas, que pregam a intolerância racial, o nazismo, o fascismo e a violência, especialmente contra as mulheres. Vale a pena ser conferido.

Outra produção

Também em 2018 foi lançada outra produção sobre o mesmo tema, desta vez totalmente norueguesa, "Utoya: 22 de Julho", dirigida por Erik Poppe. A história é encenada num único plano sequência, pelo ponto de vista da personagem Kaja (interpretada por Andrea Berntzen), que brincava com a irmã minutos antes do ataque ao acampamento na ilha de Utoya. Mas por ter escolhido essa opção de filmagem, o diretor deixa de lado explicações importantes sobre o atentado, tornando a produção bem fraca em conteúdo.


Ficha técnica:
Direção, roteiro e produção: Paul Greengrass
Exibição: Netflix
Duração: 2h24
Classificação: 16 anos
Gêneros: Ação / Drama
Países: Noruega / EUA / Islândia
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: #22dejulho, @PaulGreengrass, #ação, #drama, #Noruega, @Netflix, #baseadoemfatosreais, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho

02 julho 2020

"A Comédia dos Pecados" - Imagina se as paredes do convento falassem

Alison Brie, Aubrey Plaza, Kate Micucci são as freiras nada convencionais (Fotos: Sundance Institute/Divulgação)

Silvana Monteiro - Especial para o blog


Misturar o sagrado e o profano é uma receita  antiga pra mexer com a cabeça dos telespectadores. Em "A Comédia dos Pecados" ("The Little Hours"), mais um entre os top 10 da Netflix, outros ingredientes são acrescentados para esquentar a trama. Um convento habitado por jovens freiras com os nervos e os desejos à flor da pele. Erguido no meio da mata, é um lugar bucólico acessado apenas por uma ponte. Agora, imagine um jovem fugitivo - Massetto (Dave Franco), boa pinta, que até então, para elas, não ouve e nem fala, indo morar ali como criado?


O padre Tommasso (interpretado por John C. Reilly), responsável pelo local, e a Madre Superiora (vivida por Molly Shannon) tentam parecer  livres de qualquer suspeita para  manter as moças firmes na doutrina. Ah! Mas essa história de desejos sexuais reprimidos todo mundo já imagina no que pode dar.


E por falar em dar, as freiras Alessandra, Fernanda e Ginevra - papéis de Alison Brie, Audrey Plazza e Kate Micucci - não vão deixar barato. A fortaleza divina, neste caso, fica restrita às grossas paredes do castelo, pois nesse enredo tem de escravo sexual a rituais secretos na floresta e homossexualidade. O longa "A Comédia dos Pecados" é baseado na obra "Decameron" uma coleção de 100 novelas escritas pelo poeta renascentista Giovanni Boccaccio entre 1348 e 1353. Foi exibido, inicialmente, no Festival Sundance, de 2017.


Além disso, as freiras enclausuradas contam com a ajuda de um animal, que nessa história, pra sorte delas, não recebeu o dom da fala. As insaciáveis religiosas não se intimidam diante da confissão e da penitência, pelo contrário vão fazer de tudo pra viver seus pecados.

O filme tem uma boa fotografia, graças às locações feitas na bela região da Toscana, na Itália. Com leves pitadas de humor, o enredo beira a fragilidade. Mas se você quer ver uma história que mistura sensualidade, humor, sexualidade e cenas de romances sórdidos, se joga!


Ficha técnica:
Direção e roteiro
: Jeff Baena

Distribuição: Netflix
Duração: 1h30
Gêneros: Comédia / Sexo
Países: EUA / Canadá
Classificação: 16 anos

Tags: #AComediaDosPecados, #TheLittleHours, @DaveFranco, @AlisonBrie, #convento, #comedia, #humoracido, #sexo, @Netflix, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho

29 junho 2020

"Wasp Network - Rede de Espiões": a arte de fazer um bom filme a partir de um livro

O elenco conta com nomes como Wagner Moura, Gael Garcia Bernal, Penélope Cruz, Edgar Ramirez, Ana de Armas e Leonardo Sbaraglia (Fotos: Memento Films Distribution)

Mirtes Helena Scalioni


Quando contam uma mesma história, o livro é sempre melhor do que o filme. A tese continua válida para "Wasp Network - Rede de Espiões", em cartaz na Netflix. Só que, desta vez, o longa dirigido pelo francês Olivier Assayas consegue, se não surpreender, no mínimo encantar até mesmo os que já leram o excelente "Os Últimos Soldados da Guerra Fria", do mineiro Fernando Morais, no qual a produção foi baseada. 

Ambas as obras instigam leitores e espectadores, talvez por se tratar de uma história que poucos sabiam: na década de 1990, jovens cubanos foram infiltrados em organizações de ultradireita instaladas em Miami, que tinham como objetivo minar a economia cubana e matar Fidel Castro. O grupo foi chamado, na época, de Rede Vespa.


Só para lembrar, com o fim da União Soviética, Cuba ficou sem apoio financeiro e entrou em crise. A única saída viável a médio prazo para o país de Fidel Castro era o turismo. Exatamente para impedir que essa ideia prosperasse, e na tentativa de desestabilizar o governo, grupos anticastristas estabelecidos na Flórida orquestraram inúmeros ataques terroristas à ilha, que iam desde explodir bombas em hotéis e pontos turísticos até sobrevoar cidades jogando panfletos contra o presidente cubano, ou matando plantações com venenos jogados por aviões. Ou seja: virou guerra. O que poucos sabem é que, a partir das informações obtidas por esses espiões cubanos infiltrados em Miami, muitos ataques - e consequentemente mortes - foram evitados.


Para contar essa história verdadeira, minuciosamente pesquisada e descrita por Fernando Morais em seu livro, foi montada uma equipe poderosa de produção, que uniu brasileiros, franceses, espanhóis e belgas. O elenco também é tão diverso quanto estelar. Só para ficar nos principais, "Wasp Network..." conta com o brasileiro Wagner Moura (Juan Pablo Roque), o mexicano Gael Garcia Bernal (Manuel Viramontez/Gerardo Hernandez), a espanhola Penélope Cruz (Olga Salanueva), o venezuelano Edgar Ramirez (René Gonzalez), a cubana Ana de Armas (Ana Margarita Martinez) e o argentino Leonardo Sbaraglia (Basuto), todos absolutamente brilhantes em seus papéis. 


Em certo momento, para clarear possíveis confusões de tramas e personagens, a direção faz opção por uma voz em off que, além de esclarecer, contextualiza o funcionamento da Rede Vespa.  

É difícil falar sobre o filme sem cometer spoiller. Melhor, portanto, é contar, genericamente, que embora se trate de um longa de espionagem, não há carrões, mulheres lindas de biquini, mansões ou armas poderosas. Há sim, algumas cenas de ação, como um ataque aéreo no espaço cubano, mas o que o diretor conseguiu mesmo foi fazer um thriller político com alguns toques de humanidade ao abordar questões familiares e afetivas por trás das missões.


Atenção para a cena em que Olga, a personagem de Penélope Cruz, é obrigada a deixar sua filhinha de cerca de um ano aos cuidados de uma tia. A atuação do bebê merece Oscar. Como tanto americanos quanto cubanos têm considerado que "Wasp Network - Rede de Espiões" tendeu para o lado oposto, é sinal de que as escolhas de Olivier Assayas foram acertadas. Um filme imperdível.  


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Olivier Assayas
Exibição: Netflix
Duração: 2h08
Classificação: 14 anos
Gêneros: Ação / Suspense / Drama

Tags: #WaspNetworkRedeDeEspiões, @WagnerMoura, @PenelopeCruz, @AnaDeArmas, @GaelGarciaBernal, @EdgarRamirez, @FernandoMorais, #Cuba, #espionagem, #baseadoemfatosreais, @Netflix, @cinemanoescurinho, @cinemaescurinho

25 junho 2020

Sem consistência, 2ª temporada de "Coisa Mais Linda" decepciona

Pathy Dejesus, Maria Casadevall, Mel Lisboa e Fernanda Vasconcellos protagonistas da série dramática (Fotos: Netflix/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Uma série que tem como protagonistas quatro mulheres bonitas e como pano de fundo a luta delas por liberdade e independência parece já nascer predestinada ao êxito. E se o cenário for o Rio de Janeiro dos anos de 1960 e a trama for embalada pelos acordes de uma incipiente Bossa Nova, pode-se dizer que o sucesso é garantido. 

Com figurino impecável e uma trama envolvente, "Coisa Mais Linda" encantou o público em sua primeira temporada em 2019 na Netflix. Puro charme. E o público vai descobrindo, aos poucos, que aquela época, quando a mulherada era submissa e muitas vezes submetida aos pais e maridos, não tinha nada de Anos Dourados.



Só para relembrar: Maria Luiza (Maria Casadevall) - Malu, para os íntimos - se muda de São Paulo para o Rio para se encontrar com o marido e lá descobre que Pedro (Kiko Bertholini) fugiu com o dinheiro do casal. Sozinha e quebrada, ela decide lutar pelo seu sonho de criar um clube de música, projeto que acaba aproximando-a de Adélia (Pathy Dejesus), Thereza (Mel Lisboa) e Lígia (Fernanda Vasconcellos). 



Enquanto Adélia é uma ex-empregada doméstica negra e moradora de favela, Thereza e Lígia fazem parte de uma elite carioca tradicional e hipócrita. Cada uma com suas dores e frustrações, as quatro formam um forte laço de amizade e solidariedade. A duras penas, o "Coisa Mais Linda" é inaugurado e segue de vento em popa, com música ao vivo, animação e - como convinha à época - muito cigarro, muita fumaça.

Paralelamente, a ala masculina da história se comporta, em sua maioria, como mandava o figurino daqueles tempos: maridos e namorados autoritários, ciumentos e até violentos, e uns poucos compreensivos, modernos. Também não chama muita atenção essa parte do elenco, composto por atores pouco conhecidos, muitos deles com atuações sofríveis. 


Leandro Lima como o músico Chico, o, digamos, galã da história, embora toque um violão impecável como convém a um bossanovista, mostra-se inexperiente e inexpressivo quando atua, assim como Alexandre Cioletti como Nelson ou Kiko Bertholini como Pedro, e Gustavo Vaz como Augusto. No time dos rapazes, quem brilha é o experiente Ícaro Silva, como o baterista Capitão e, de certa forma, Gustavo Machado como o produtor musical Roberto.

Mas o que prevalece é mesmo o protagonismo das personagens femininas, enriquecidas por um figurino perfeito, cinturinhas finas e marcadas, sapatos de saltos bem altos, saias justas. E não são só os vestidos. As quatro atrizes da primeira temporada - às quais se junta Larissa Nunes como a cantora Ivone na segunda - dão show. Destaque para Mel Lisboa, que se entrega de corpo e alma à extrovertida e atrevida Thereza, a mais moderna e libertária do grupo. 


Já da ambientação não se pode dizer o mesmo. O Rio, bonito como sempre, parece genuíno quando as cenas acontecem nas praias, mas muito falso quando as tomadas são na favela, onde moram Adélia, o Capitão e um jogador de futebol, Miltinho (Breno Ferreira), que surgiu na segunda temporada. O morro, na visão de quem concebeu os cenários e locações, é claro, limpo, aberto e colorido, quase de papelão. Parece fantasia.  

Quem viu a primeira temporada se lembra de que ela terminou com um suspense: no réveillon de 1969 para 1970, todo mundo na praia de Copacabana e a alegria das mulheres é interrompida por tiros saídos da arma de Augusto, marido de Lígia. Quem morreu? O mistério só foi desvendado agora, com a exibição da segunda fase que, diferentemente da anterior, parece ter vindo com outro propósito. 


A causa feminista permanece, a luta por liberdade continua, assim como o discurso e as mensagens contra o preconceito racial. Mas a série ficou um tanto inverossímil, quase infantil. O foco agora está predominantemente na personagem de Malu, seus amores, dúvidas e armações. 

Comportamentos incoerentes dos personagens, diálogos e situações improváveis e até vocabulário impróprio para a época (ninguém falava "transar" naquele tempo) são frequentes na segunda temporada. Isso acaba por enfraquecer e desvirtuar a ideia inicial da série. Fica faltando um choque de realidade. Quem, em sã consciência, aceita que um jogador de futebol famoso, que faz muitos gols no Maracanã, continue vivendo na favela, mesmo que no início dos Anos 60? 


Outro absurdo difícil de engolir são as cenas no tribunal no julgamento de Augusto. Todo mundo dando palpite, brigando, sem nenhum respeito à cerimônia e rituais que a ocasião pede. Enfim, muito fracos e inconsistentes os capítulos. Mas quem tiver paciência de ver, mesmo que de forma crítica, pode acabar embarcando numa terceira temporada quando ela vier. 

Espertamente, os criadores de "Coisa Mais Linda", Giuliano Cedroni e Heather Roth, repetiram o truque do final da primeira fase e terminaram a segunda, de novo, com um suspense: um dos personagens cai na piscina do Copacabana Palace durante uma festa em que todos os personagens estão presentes. 

Pelos atritos prévia e cuidadosamente armados, fica a pergunta: quem matou? A ideia não é exatamente original. Mas pode prender o espectador.   


Ficha técnica:
Criação: Heather Roth e Giuliano Cedroni
Exibição: Netflix
Duração: Média de 45 minutos por episódio
Classificação: 16 anos
Gêneros: drama / romance

Tags: #CoisaMaisLinda, @Netflix, @MelLisboa, @PathyDejesus, @FernandaVasconcellos, @MariaCasadevall, #seriedramatica, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho

23 junho 2020

"Um Crime para Dois" - comédia pastelão romântica de pouca graça

Issa Rae e Kumail Nanjiani interpretam o casal principal que se envolve em um assassinato (Fotos: Netflix/Divulgação)

Maristela Bretas


Fim de noite, buscando algum filme bem leve, de preferência uma comédia para dormir sem estresse e os canais a cabo não ajudam com as opções? Melhor procurar nos streamings com cuidado. Tem muita produção que deixa a desejar. É o caso de "Um Crime para Dois" ("The Lovebirds"), em exibição na Netflix. A ideia é boa, mas pouco original, lembra "Uma Noite Fora de Série" (2010), com Steve Carell e Tina Fey. Mas o produto final é fraquinho, mesmo explorando comédia, romance e alguma coisa de ação.



No filme, o casal Leilani e Jibran, interpretados por Issa Rae e Kumail Nanjiani, está em crise e começam a falar em separação quando um acidente muda suas vidas. Os dois acabam envolvidos em um assassinato e precisam se unir para encontrarem o assassino e provarem sua inocência. E quanto mais se aproximam do criminoso, mais mortes vão ocorrendo pelo caminho.



Rae e Nanjiani têm uma boa química, convencem como um casal romântico desde o momento em que se conhecem. Os diálogos são bons, algumas piadas rápidas e bem colocadas, exceto quando as brigas começam e se tornam histéricas. Mas nem mesmo o talento da dupla consegue salvar o roteiro mediano de Martin Gero, que apresenta o vilão logo nos primeiros minutos e entrega um final previsível, sem qualquer comicidade e pouco romântico.


Ficha técnica:
Direção: Michael Showalter
Exibição: Netflix
Duração: 1h27
Classificação: 14 anos
Gêneros: Comédia / Romance / Aventura policial
Nota: 2,5 (0 a 5)

Tags: #UmCrimeParaDois, @Netflix, @IssaRae, @KumailNanjiani, #comedia, @cinemanoescurinho, @cinemaescurinho

10 junho 2020

"O Método Kominsky", uma história sobre a velhice e a amizade: o que dá pra rir, dá pra chorar

Michael Douglas e Alan Arkin brilham com ironia e inteligência na série da Netflix (Michael Yarish/Netflix)

Mirtes Helena Scalioni


Houve quem dissesse que "O Método Kominsky" ("The Kominsky Method") seria a versão masculina de "Grace and Frankie". Pode ser. Afinal, ambas as séries da Netflix tratam, de forma irônica e inteligente, da velhice. Enquanto na produção das mulheres brilham os talentos de Jane Fonda e Lily Tomlin, na outra, Michael Douglas, de 74 anos, e Alan Arkin, de 84, esbanjam experiência e charme num bate-bola raro de se ver. 


Houve também quem se queixasse de que "O Método Kominsky" não deveria ser classificado como comédia, gênero no qual a série venceu o Globo de Ouro de 2018, além de ter faturado o troféu de Melhor Ator para Michael Douglas. Puro exagero e purismo. O que torna a produção diferente, instigante e contagiante é exatamente o humor ácido, a forma sagaz com que os dois personagens lidam com as agruras da velhice. 

Os diálogos, extremamente aguçados e hábeis, fazem rir sim, mas também ajudam a pensar, a refletir. Não é fácil ficar velho, mas é possível enfrentar essa fase da vida com uma boa dose de deboche e sarcasmo. Por que não? Se fosse totalmente séria e chorosa, talvez não fizesse tanto sucesso.


"O Método Kominsky" é mais um sucesso do roteirista e produtor Chuck Lorre, que já assinou êxitos como "Two and a half man". Passando dos 60 anos, Chuck mostra que sabe mesmo como cativar o público, mesmo que o tema seja pesado e difícil. Talvez por isso, ele tenha juntado às inevitáveis dores do envelhecimento uma relação de amizade que se mostra forte, verdadeira e comovente - claro que daquele jeito masculino de ser amigo. 

Nem é preciso dizer que Michael Douglas e Alan Arkin estão perfeitos. Ambos se entregam com gosto e sem pudores aos papéis de Sandy Kominsky e Norman Newlander. O primeiro, ator em fim de carreira e professor de uma escola de interpretação de atores; o segundo dono de uma bem-sucedida agência de artistas. As diferenças entre as personalidades dos dois também ajudam a enriquecer a série. 



Sandy é mulherengo, desorganizado financeiramente e conquistador. Norman fez carreira brilhante, tem dinheiro, gosta de trabalhar e acaba de perder a mulher com quem foi casado por mais de 40 anos. Os dois já levaram pelo menos um Oscar pra casa: Douglas, em 1987, por sua atuação em "Wall Street", e Arkin como ator coadjuvante em 2006 por "Pequena Miss Sunshine".

Como se não bastasse todos esses predicados, "O Método Kominsky" tem outros atributos. Trata-se de uma série pequena - apenas duas temporadas até agora com oito episódios cada. Os capítulos também são mínimos. Impossível ficar cansado. Claro que não há cenas de violência nem de perseguições com carros. Mas tem muito de humanidade, empatia e humor nos diálogos, mesmo quando falam de câncer, medo da morte, próstata, perdas, dores, velórios, brochadas, limitações. O que dá pra rir, dá pra chorar.


Ficha técnica:
Direção: Chuck Lorre
Duração: 30 minutos cada episódio
Classificação: 12 anos
Gênero: Comédia
Exibição: Netflix

Tags: #OMetodoKominsky, #TheKominskyMethod, @MichaelDouglas, @ArlanArkin, #comedia, @ChuckLorre, @seriedeTV, @Netflix, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho

04 junho 2020

"Trilogia do Baztán" para quem curte suspenses policiais de roer as unhas

"O Guardião Invisível" e "Legado nos Ossos" são boas opções para assistir na Netflix (Fotos: Divulgação)

Maristela Bretas


Para quem ainda não teve oportunidade de ler a Trilogia do Baztán, da escritora espanhola Dolores Redondo, a Netflix disponibilizou para seus assinantes as produções cinematográficas "O Guardião Invisível" ("El Guardián Invisible"), de 2017 e "Legado nos Ossos" ("Legado en los Huesos"), de 2019, baseados nos famosos best-sellers homônimos. São duas boas opções para assistir em casa, o segundo ainda melhor, do tipo que deixa a gente roendo as unhas aguardando o desfecho. Fui conferir após indicação do meu amigo e editor do @jornaldebelo, Robhson Abreu.

O desfecho da obra no cinema, assim como na literatura, será com "Oferenda à Tempestade" ("Ofrenda a la Tormenta"), o terceiro e último filme, cujo lançamento na Espanha foi adiado por causa da pandemia do Covid-19 e agora está previsto para este mês. A autora conquistou com os três livros e outros na mesma linha de suspense policial mais de dois milhões de leitores, atingiu 193 edições e foi traduzida em mais de 30 países.


"Oferenda À Tempestade" (Divulgação)

A Trilogia do Baztán é ambientada em Elizondo e cidades vizinhas, na Província de Navarra, norte da Espanha. O local inclusive virou ponto turístico de leitores que querem conhecer os detalhes apresentados nas obras de Dolores Redondo e vividos pela personagem principal, a inspetora Amaia Salazar (vivida por Marta Etura). A policial tenta solucionar uma série de assassinatos cometidos nos arredores do Vale de Baztán ao longo dos três filmes.

O diretor Fernando González Molina foi fiel à trilogia literária, mesclando os mesmos elementos reais de uma investigação - crime bárbaro, tensão, suspense e perseguições - a fatos fantásticos, como bruxaria, e dramas pessoais. Ao retornar a sua cidade, a inspetora terá de rever parentes e velhos conhecidos que a fazem lembrar a todo o momento porque deixou Elizondo e nunca mais quis voltar, especialmente o contato com Rosário sua mãe, a personificação do mal.


"Legado nos Ossos" (Divulgação)

O Guardião Invisível


Em "O Guardião Invisível", a fotografia é o destaque, explorando bem as belezas naturais da região cercada por rios, matas, montanhas e estradas margeadas de muito verde. Um cenário atraente, mas ao mesmo tempo sombrio por causa da chuva e da neblina. 

'O Guardião Invisível (Foto: Manolo Pavón /Divulgação)

O filme peca pela narrativa arrastada, que chega a ser cansativa em algumas partes. Mas não a ponto de tirar o interesse na trama, que ganha mais agilidade da segunda metade pra frente, oferecendo um bom desfecho, que faz querer ver a sequência - "Legado nos Ossos".

No filme, assim como no livro homônimo que vendeu mais de um milhão de cópias, a inspetora Amaia é apresentada ao espectador. Ela tem de voltar a sua terra natal para desvendar as mortes de várias adolescentes na região cometidas por um serial killer. As vítimas sempre são encontradas da mesma maneira: asfixiadas, nuas e com um doce típico da região pousado na região do púbis.


Legado nos Ossos

Dando sequência, encontramos Amaia Salazar, um ano depois de solucionar os crimes em Elizondo e prestes a dar a luz a um bebê. Mas um novo mistério ligado à trama anterior fará com que ela retorne ao Vale de Baztán para investigar outra série de assassinatos e suicídios. As vítimas são encontradas com bilhetes apontando para uma figura do folclore da região basca - o Tartalo.

Com o nascimento do filho, a inspetora e o marido decidem ir morar na cidade natal dela. No entanto, cada vez mais os crimes parecem estar relacionados à sua família. O filme é tenso, com um bom suspense que prende na cadeira, mesmo  não se preocupando em apontar quem são os mocinhos e os vilões e o que esperar de cada um deles. 

Misticismo e rituais de bruxaria estão entre os destaques, mas o roteiro não deixa de lado assuntos polêmicos como a violência contra a mulher e a dificuldade de conciliar o trabalho e maternidade. Não é a toa que a produção chegou a ficar entre os dez conteúdos mais procurados na Netflix.



Oferenda à Tempestade

Para encerrar a Trilogia do Baztán temos o aguardado "Oferenda à Tempestade", sequências direta de "Legado nos Ossos". A história se passa um mês após a inspetora ter solucionado os crimes dos ossos. A morte de um bebê dá início a uma nova investigação e Amaia Salazar vai enfrentar as origens de seus pesadelos, enquanto desvenda segredos obscuros do vale de Baztán. Ela tem certeza que tudo está relacionado com sua mãe Rosário, interpretada por Susi Sánchez.

O elenco, além de Marta Etura, conta também nos três filmes com Leonardo Sharaglia, como o juiz Markina, Carlos Librado (policial Jonan Etxaide), Patrícia Lopez Arnaiz (Rosaura Salazar), Elvira Minguez (Flora Salazar) e Paco Tous, como o médico forense dr. San Martín. A expectativa agora é de que esta produção encerre tão bem a trilogia como aconteceu na obra literária.


Ficha técnica:
Direção: Fernando González Molina
Classificação: 16 anos
Duração: O Guardião Invisível: 2h09 // Legado nos Ossos: 2h01
Países: Espanha / Alemanha
Gêneros: Policial / Suspense

Tags: #OGuardiãoInvisível, #LegadoNosOssos, @Netflix, #OferendaATempestade, @DoloresRedondo, @FernandoGonzálezMolina, #suspense, #policial, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho

20 maio 2020

"Resgate" é sangue, suor, tiros e muita violência

Chris Hemsworth e o estreante ator indiano Rudhraksh Jaiswal formaram uma boa dupla (Fotos: Jasin Boland/Netflix)

Maristela Bretas


Os irmãos produtores Anthony e Joe Russo gastaram em "Resgate" ("Extraction") todo o estoque de sangue economizado em "Vingadores: Ultimato" (2019). E de quebra ainda aproveitaram o poderoso ex-Thor, Chris Hemsworth, para gastar o que sobrou do arsenal militar de armas, munição e explosivos. E novamente incorpora o perfil de beberrão atormentado pelo passado que usou no filme dirigido pela dupla.

Sob a direção de Sam Hargrave (coordenador de dublês de "Vingadores: Guerra Infinita" - 2018 e "Vingadores: Ultimato"), "Resgate", produção da Netflix que estreou em 24 de abril, é ação do início ao fim, com muitas cenas violentas, ótimas perseguições, bons tiroteio e pancadaria suficiente para mandar alguns dublês para o hospital. 


A trilha sonora ficou a cargo de Henry Jackman, também "pescado" da famosa franquia da Marvel pelas composições musicais de "Capitão América: Soldado Invernal" (2014) e "Capitão América: Guerra Civil" (2016). Além de sucessos como "Crime Sem Saída" (2019), "Jack Reacher: Sem Retorno" (2016) e os dois filmes de Jumanji: Bem-Vindo à Selva (2017) e "Próxima Fase" (2019).

Com ótimas locações em Bangladesh e Índia, especialmente nas capitais Daca e Mumbai, o filme expõe um contraste social que revolta. A miséria da maioria dos cidadãos de ambos os países contra a riqueza absurda e suntuosa de uma minoria, representada pelos chefões do crime organizado. 


Chris Hemsworth está muito bem no papel do ex-militar que se tornou um mercenário. Ele é contratado para resgatar em Bangladesh o filho de um poderoso traficante de drogas indiano sequestrado por outro chefão do tráfico do país vizinho. O elenco é pouco conhecido, exceto pelo protagonista, David Harbour ("Hellboy" - 2019) e Golshifteh Farahani ("Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar"- 2017). 


O sucesso do filme, além da ação, se deve a atuação de Hemsworth, como o mercenário Tyler Rake, e o estreante ator indiano Rudhraksh Jaiswal, que interpretou o garoto sequestrado Ovi Mahajan Jr. É na relação que surge entre a dupla que estão também os poucos momentos de drama da produção, que deve agradar àqueles que gostam do gênero ação com muita violência. Vale conferir.


Ficha técnica:
Direção: Sam Hargrave
Produção: Netflix
Distribuição: Netflix
Duração: 1h57
Gêneros: Ação / Suspense
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 4 (0 a 5)

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10 maio 2020

O que seria do cinema se não fossem as mães


Maristela Bretas


Ela nos guia e dá força, chama nossa atenção e mesmo quando tudo parece impossível, a saudade aperta ou a solidão bate forte, é com nossa mãe que podemos contar. No abraço apertado, no colo quentinho, no caldo preparado à noite para aquecer a alma ou curar as feridas do dia a dia.

Mães são temas de livros, temas de conversas de bar e reuniões de família e também dominam o mundo do cinema. Claro, elas nunca poderiam ficar de fora. Animações, blockbusters, dramas, romances, suspenses, aventuras. Até mesmo no terror elas surgem para explicar o inexplicável. Sempre acham um jeito de ficar de olho ou de fazer parte da vida dos filhos. 

Nem os super-heróis, com suas capas, armaduras ou martelos poderosos, escapam de um carinho ou de um puxão de orelha quando pisam na bola. Para elas não importa se são vilões ou mocinhos, cor, gênero, raça, religião ou time de futebol, todos são filhos e amados. E é para todas essas pessoas que interpretam diariamente o grande o papel de mãe para nos tornar seres humanos melhores que o @cinemanoescurinho dedica o post de hoje. Parabéns mamães, estejam vocês perto ou longe, até mesmo numa galáxia muito distante. Vocês são o maior presente que um filho pode ter. 

Entre as milhares de produções - nacionais e internacionais - escolhemos algumas, de alto astral, que podem ser conferidas nos canais Telecine, Netflix, Amazon Prime Video, HBO e Youtube Filmes. As opções vão desde filmes exibidos gratuitamente a grandes sucessos disponíveis para aluguel ou compra. Na lista estão duas das animações mais lindas e apaixonantes dos últimos tempos, ambas da Pixar e ganhadoras de Oscar como Melhores Curtas de Animação - "Piper", de 2016, exibido antes de "Procurando Dory" e "Bao", de 2018, apresentado antes de "Os Incríveis 2". 

Piper (Youtube Filmes)
É a história de um pequeno pássaro que vive próximo a praia e, incentivado pela mãe, se aventura pela primeira vez a sair do seu ninho e ir atrás de comida, seguindo o exemplo do bando.


- Procurando Dory (2016) - Netflix - Agora é a vez de a peixinha azul procurar por sua família com a ajuda os amigos 
- Hotel Transilvânia (2012), 2 (2015) e 3 ( 2018) =  Telecine /Netflix / HBO / Prime Video - Drácula é um superpai que tenta evitar  que sua filhinha vampira namore com um humano
- Meu Malvado Favorito 1 (2010), 2 (2013) e 3 (2017) - Netflix - O maior vilão de todos os tempos conhece e adota três órfãos e muda completamente sua vida.
- Malévola (2014) - Netflix / Telecine / Prime Vídeo - De rainha das fadas a vilã, Malévola não resiste à pureza e bondade de Aurora e passa a cuidar dela como filha
- Malévola - Dona do Mal (2019) - Telecine / Prime Vídeo - O casamento de Aurora com o filho de uma rainha má desagrada Malévola que vai tentar impedir
- Bao (2018) - Telecine
Uma mãe chinesa-canadense sofre com o seu "ninho vazio" após o filho sair de casa e ganha uma nova oportunidade quando um de seus bolinhos artesanais (guiosa) ganha vida. Mas ele também vai crescer e conquistar sua independência.


Uma Lição de Amor (2001) - Netflix - Um adulto com sofrimento mental cria sua filha sozinho, mas o conselho tutelar o julga incapaz e tenta tirar a menina dele
- Mama Mia!-  O Filme ( 2008) - Netflix / Telecine - A jovem Sophie vai se casar e precisa que a mãe (Meryl Streep) conte qual dos ex-namorados é seu pai 
- Mama Mia!-  Lá Vamos Nós de Novo (2018) - Telecine - Cinco anos depois, Sophie está grávida e quer reencontrar os pais
- Os Incríveis (2004) - Netflix / Prime Vídeo - Uma família nada normal se transforma em super-heróis para salvar o mundo
- Os Incríveis 2 (2018) - Prime Video 


- Superação: O Milagre da Fé (2019) - Telecine - Somente o amor de uma mãe e a fé de uma comunidade pode salvar a vida de um jovem que se acidentou
- Perfeita é a Mãe! (2016) - Netflix / HBO - Três mães se juntam e resolvem jogar tudo para o alto em busca de diversão
- Perfeita é a Mãe 2 (2017) - Prime Video / HBO - Ainda sobrecarregadas com as tarefas, as três amigas agora vão enfrentar os preparativos do Natal com suas mães
Minha Mãe é Uma Peça - 1, 2 e 3 - Telecine - Dona Hermínia dispensa apresentações desta possessiva  e cômica mãe e sua relação nada normal com os três filhos





- O Milagre da Cela 7 - (2019) - Netflix - Um pai com sofrimento mental cria a filha junto com a avó até ser condenado por um crime que não cometeu
Fala Sério, Mãe! (Telecine) - Comédia nacional sobre o relacionamento entre uma mãe (Ingrid Guimarães) e a filha adolescente (Larissa Manoela)
- Tal Mãe, Tal Filha (2017) - Prime Video / Telecine - Mãe dependente financeira da filha, descobre que ambas estão grávidas
- Star Wars VII, VIII e IX (2015, 2017 e 2019) - Prime Vídeo - A última trilogia da grande saga reforça nos três episódios a forte relação entre a Princesa Lea e o filho Kylo Ren que lutam em lados opostos


- Guardiões da Galáxia (2014) e Guardiões da Galáxia Vol. 2 (2017) - Prime Vídeo -  Peter Quill perdeu a mãe muito cedo, mas o Vingador guarda como lembrança dela um Walkman e uma fita cassete com os sucessos dos anos 70 e 80.
- The Flash (Série de TV) - Warner / Netflix - o super-herói  mais rápido do planeta está sempre em busca do responsável pela morte da mãe quando garoto
- Batman X Superman - A Origem da Justiça (2017) - Netflix - A trajetória do amargo e vingativo Homem Morcego cruza com a do Homem de Aço numa luta de morte.  Até ambos descobrirem que suas mães chamam Martha




Supergirl (Série de TV) -Warner / Netflix - A jovem prima do Superman tem ótima relação com a mãe terráquea mas não esquece a que ficou no seu planeta destruído
- Mulher Maravilha (2017) - Telecine - Diana é filha da rainha Hipólita, uma grande guerreira que tenta proteger a filha e ensiná-la a ser uma grande e forte mulher
- Thor: O Mundo Sombrio (2013) e Vingadores: Ultimato (2019) - Ambos mostram a bela e carinhosa relação entre o Deus do Trovão e sua mãe, a rainha de Asgard
- O Espetacular Homem-Aranha (2012) - Telecine - Peter Parker perdeu os pais ainda menino e foi criado por sua tia May que não sabe que ele é o Homem-Aranha


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