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27 dezembro 2017

"O Rei do Show" tem boas atuações e trilha sonora emocionante mas repetitiva


Cenas do musical são bem feitas, muita cor e a presença marcante de Hugh Jackman no papel principal  (Fotos: 20th Century Fox / Divulgação)

Maristela Bretas


Hugh Jackman está de volta em mais um musical e repete outra uma grande atuação em "O Rei do Show" ("The Greatest Showman"), que conta a história de P.T. Barnum, um dos empresários norte-americanos mais polêmicos do mundo do entretenimento que viveu de 1810 a 1891. Numa versão bem romanceada da história deste ganancioso aproveitador das deficiências físicas como elenco de seu espetáculo, o filme é bem conduzido. 


O diretor Michael Gracey soube explorar o lado visionário do famoso showman, que marcou seu nome no show business "por fazer a diferença e não se conformar em ser igual ao resto", como costumava dizer. 
No elenco bizarro de Barnum, o mérito maior fica para Keala Settle, a Mulher Barbada, que se destaca pela interpretação e voz. Outras duas ótimas atrizes dividem a atenção do galã - Rebecca Ferguson, que precisou de dubladora para interpretar a cantora Jenny Lind, chamada de "Rouxinol Sueco", e Michelle Williams, que até tentou, mas sua voz não segurou nas cenas musicais de sua personagem, Charity Barnum.


Enquanto Jackman é disputado por duas mulheres (por motivos óbvios), Zac Efron, no papel de Phillip Carlyle, sócio de Barnum, e a cantora/atriz/dançarina/modelo Zendaya, como a trapezista Anne Wheeler, formam um casal sem química, salvo por uma das mais belas cenas do filme, quando interpretam a linda canção "Rewrite the Stars".

E a trilha sonora é digna de premiação, com belas canções de Benj Pasek e Justin Paul e arranjo impecável. Encanta e emociona, especialmente "The Greatest Show" (música-tema) e "Never Enough" (interpretada com perfeição por Loren Allred, dubladora de Ferguson). O único pecado foi a repetição excessiva de algumas delas. Mas por serem tão boas, dá para relevar. Também o figurino e reprodução de época foram bem trabalhados.

A história se passa no século XVIII, contando a trajetória de Phineas Taylor Barnum, mais tarde conhecido como P.T. Barnum, um jovem de origem humilde, filho de alfaiate, que se apaixona pela filha de um dos clientes. Ambicioso, traça como objetivo na vida casar com a jovem e se tornar rico e famoso, custe o que custar. Mesmo que com isso precise usar e explorar a deficiência de pessoas rejeitadas pela sociedade para montar seu Museu de Curiosidades, que depois se transformou num grande circo de bizarrices. 


Considerado pela crítica uma fraude e chamado de "O Príncipe do Embuste", Barnum usa isso para atrair centenas de pessoas para seu show. Por ambição, em troca de fama e reconhecimento pelos ricos, decide promover uma turnê pelos EUA da cantora Jenny Lind e abandona todos aqueles que o apoiavam, inclusive sua família. Mas os rumos da vida vão ensinar-lhe duras lições. 

No mundo do show business P.T. Barnum é lembrado por promover as mais famosas fraudes e por fundar o circo que viria a se tornar o Ringling Bros. and Barnum & Bailey Circus, em Nova York.



Ficha técnica:
Direção: Michael Gracey
Produção: 20th Century Fox
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 1h45
Gêneros: Musical / Drama
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

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28 novembro 2017

Um "Boneco de Neve" incompleto, sustentado pela fotografia, trilha sonora e bons atores

Michael Fassbender e Rebecca Ferguson são os protagonistas desta adaptação para o cinema da obra literária de Jo Nesbo (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


O escritor norueguês Jo Nesbo deve estar arrependido por ter aceitado a adaptação para o cinema do seu best-seller, "Boneco de Neve" ("The Snowman"), escrito em 2007, o sétimo de 11 títulos da série com o policial bêbado Harry Hole. O diretor sueco Tomas Alfredson soube explorar bem a fotografia com belas locações, uma boa trilha sonora e atores que desempenharam bem seus papéis - Michael Fassbender e Rebecca Ferguson, mas trabalhou com um roteiro capenga.

Três roteiristas fizeram o trabalho e não conseguiram chegar ao produto esperado, que deveria, ao menos, usar melhor o que o livro oferecia. Mas até o final de alguns personagens foi mudado, o que desagradou diversos fãs da obra. A história ficou uma colcha de retalhos mal costurada, com furos e pontos soltos em diversas sequências que deixam o público confuso, mesmo aqueles que não leram o livro.


Apesar de a fotografia ser um dos pontos fortes, "Boneco de Neve" tem pouca ação e a ambientação em montanhas cobertas de gelo, onde o branco e o cinza prevalecem, chega a causar tristeza e angústia. O boneco de neve que dá título ao filme é mal feito mas assustador, principalmente quando usado como parte das vítimas.

Michael Fassbender está bem, dentro do possível e do que as falas de seu personagem oferecem. Ele é Harry Hole, um policial que um dia foi modelo em solução de casos. Mas hoje vive bêbado, sem perspectiva, caído na sarjeta, separado da mulher e do filho e desacreditado pelos colegas de trabalho. Rebecca Ferguson também sofre com o roteiro fraco mas oferece boa atuação como a policial Katrine Bratt, parceira de Hole.


O público pode se assustar com Val Kilmer, que um dia foi um dos bonitões do cinema e está irreconhecível em "Boneco de Neve", no papel do ex-policial alcoólatra Gert Rafto. O elenco conta também como nome conhecidos como J.K. Simmons (como o milionário Arve Stap), Charlotte Gainsbourg (como Rakel Fauke, ex-mulher de Hole), Davide Dencik, Jonas Karlsson, James d´Arcy e Chloë Sevigny.

A ação se passa em Oslo, na Noruega. Harry Hole é um policial que foi um dos melhores da corporação mas que agora sofre com o alcoolismo. Ele começa a trabalhar com a nova parceira, a novata Katrine Braft na investigação do desaparecimento de uma série de mulheres. 
O suspeito começa a enviar bilhetes para Harry com a imagem de um boneco de neve, que está sempre presente nos locais onde as vítimas são atacadas. Sem que Hole saiba, Katrine investiga também uma rede de prostituição de jovens que pode estar ligada a um grande empresário local.

Uma pena que o roteiro cinematográfico não tenha conseguido seguir a mesma linha e causar o impacto do livro. Escrito há seis mãos, ele se perdeu e deixou passar a oportunidade de se tornar um dos grandes sucessos deste ano no gênero suspense policial. Entrou para a lista das opções de melhor ficar só com o livro.



Ficha técnica:
Direção: Tomas Alfredson
Produção: Universal Pictures / Working Title Films
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h59
Gêneros: Suspense / Policial
Países: Reino Unido / EUA / Noruega
Classificação: 16 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #BonecodeNeve, #TheSnowman, @JoNesbo, @MichaelFassbender, @RebeccaFerguson, #romancepolicial, #suspense, #Noruega, @UniversalPictures, @cinemas.cineart, @espaçoz, @cinemanoescurinho