Elenco da série: Russell Hornsby, Arielle Kebbel e Michael Imperioli (Fotos: Zach Dilgard/NCB)
Maristela Bretas
Depois de ganhar as telas de cinema em 1999 com a excelente produção "O Colecionador de Ossos", a obra de Jeffery Deaver agora estreia em série de TV produzida pela Sony Pictures Television e Universal Television. A partir de segunda-feira (18), sempre às 22 horas, o canal AXN passa a exibir "Lincoln Rhyme" ("Lincoln Rhyme: Hunt for The Bone Collector").
O nome do famoso criminologista forense é o mesmo do livro e do filme e a história sofreu poucas modificações. Lincoln Rhyme é um policial que durante a caçada a um assassino sofre um acidente e fica tetraplégico. A série "Lincoln Rhyme" terá como protagonista o ator Russell Hornsby (de "Creed II" - 2019), que vai interpretar o criminologista que deixa a aposentadoria para formar uma equipe especializada na caçada ao serial killer que o deixou tetraplégico, o Colecionador de Ossos, que está aterrorizando Nova York.
Para interpretar a policial Amelia Sachs (nome original dos livros) foi escolhida a atriz Arielle Kebbel (de "Cinquenta Tons de Liberdade" - 2016). Os produtores e diretores VJ Boyd e Mark Bianculli contam que a série terá passagens da obra original e de outros livros do autor, além de investigações de casos violentos e misteriosos, assassinatos complicados e até atos terroristas. Tudo para atrair e agradar aos fãs do autor.
O Colecionador de Ossos No ótimo filme, estrelado há 21 anos por ninguém menos que o excelente Denzel Washington, o criminologista, após um acidente durante uma missão, só pensa em morrer até que uma série de assassinatos o faz voltar à ativa. Em sua casa é montada uma equipe especial formada por policiais de confiança e a novata analista criminal Amelia Donaghy (sobrenome diferente do original), papel de Angelina Jolie.
Do elenco desta produção dirigida por Phillip Noyce participaram também Queen Latifah, pouco aproveitada como a enfermeira Thelma, que cuida de Rhyme; Michael Rooker, como o Capitão Howard Cheney; Luiz Gusman, como o detetive Eddie Ortiz, e Leland Orser, como o médico Richard Thompson.
Denzel Washington e Angelina Jolie (Crédito: Columbia Pictures)
"O Colecionador de Ossos" é um excelente filme, um dos melhores do gênero suspense policial, com boa fotografia, elenco de primeira e muito entrosado - especialmente o casal principal, bem carismático e com muita química. O roteiro leva a um clímax esperado mas bem articulado na caçada ao serial killer que deixa pistas das próximas vítimas. Para quem quiser conferir o filme, ele está em exibição no canal AXN, da Sony, com chamadas para a nova série.
Ela nos guia e dá força, chama nossa atenção e mesmo quando tudo parece impossível, a saudade aperta ou a solidão bate forte, é com nossa mãe que podemos contar. No abraço apertado, no colo quentinho, no caldo preparado à noite para aquecer a alma ou curar as feridas do dia a dia.
Mães são temas de livros, temas de conversas de bar e reuniões de família e também dominam o mundo do cinema. Claro, elas nunca poderiam ficar de fora. Animações, blockbusters, dramas, romances, suspenses, aventuras. Até mesmo no terror elas surgem para explicar o inexplicável. Sempre acham um jeito de ficar de olho ou de fazer parte da vida dos filhos.
Nem os super-heróis, com suas capas, armaduras ou martelos poderosos, escapam de um carinho ou de um puxão de orelha quando pisam na bola. Para elas não importa se são vilões ou mocinhos, cor, gênero, raça, religião ou time de futebol, todos são filhos e amados. E é para todas essas pessoas que interpretam diariamente o grande o papel de mãe para nos tornar seres humanos melhores que o @cinemanoescurinho dedica o post de hoje. Parabéns mamães, estejam vocês perto ou longe, até mesmo numa galáxia muito distante. Vocês são o maior presente que um filho pode ter.
Entre as milhares de produções - nacionais e internacionais - escolhemos algumas, de alto astral, que podem ser conferidas nos canais Telecine, Netflix, Amazon Prime Video, HBO e Youtube Filmes. As opções vão desde filmes exibidos gratuitamente a grandes sucessos disponíveis para aluguel ou compra. Na lista estão duas das animações mais lindas e apaixonantes dos últimos tempos, ambas da Pixar e ganhadoras de Oscar como Melhores Curtas de Animação - "Piper", de 2016, exibido antes de "Procurando Dory" e "Bao", de 2018, apresentado antes de "Os Incríveis 2".
Piper (Youtube Filmes)
É a história de um pequeno pássaro que vive próximo a praia e, incentivado pela mãe, se aventura pela primeira vez a sair do seu ninho e ir atrás de comida, seguindo o exemplo do bando.
- Procurando Dory (2016) - Netflix - Agora é a vez de a peixinha azul procurar por sua família com a ajuda os amigos
- Hotel Transilvânia (2012), 2 (2015) e 3 ( 2018) = Telecine /Netflix / HBO / Prime Video - Drácula é um superpai que tenta evitar que sua filhinha vampira namore com um humano
- Meu Malvado Favorito 1 (2010), 2 (2013) e 3 (2017) - Netflix - O maior vilão de todos os tempos conhece e adota três órfãos e muda completamente sua vida.
- Malévola (2014) - Netflix / Telecine / Prime Vídeo - De rainha das fadas a vilã, Malévola não resiste à pureza e bondade de Aurora e passa a cuidar dela como filha
- Malévola - Dona do Mal (2019) - Telecine / Prime Vídeo - O casamento de Aurora com o filho de uma rainha má desagrada Malévola que vai tentar impedir
- Bao (2018) - Telecine
Uma mãe chinesa-canadense sofre com o seu "ninho vazio" após o filho sair de casa e ganha uma nova oportunidade quando um de seus bolinhos artesanais (guiosa) ganha vida. Mas ele também vai crescer e conquistar sua independência.
- Uma Lição de Amor (2001) - Netflix - Um adulto com sofrimento mental cria sua filha sozinho, mas o conselho tutelar o julga incapaz e tenta tirar a menina dele
- Mama Mia!- O Filme ( 2008) - Netflix / Telecine - A jovem Sophie vai se casar e precisa que a mãe (Meryl Streep) conte qual dos ex-namorados é seu pai
- Mama Mia!- Lá Vamos Nós de Novo (2018) - Telecine - Cinco anos depois, Sophie está grávida e quer reencontrar os pais
- Os Incríveis (2004) - Netflix / Prime Vídeo - Uma família nada normal se transforma em super-heróis para salvar o mundo
- Os Incríveis 2 (2018) - Prime Video
-Superação: O Milagre da Fé (2019) - Telecine - Somente o amor de uma mãe e a fé de uma comunidade pode salvar a vida de um jovem que se acidentou
- Perfeita é a Mãe!(2016) - Netflix / HBO - Três mães se juntam e resolvem jogar tudo para o alto em busca de diversão
- Perfeita é a Mãe 2 (2017) - Prime Video / HBO - Ainda sobrecarregadas com as tarefas, as três amigas agora vão enfrentar os preparativos do Natal com suas mães - Minha Mãe é Uma Peça - 1, 2 e 3 - Telecine - Dona Hermínia dispensa apresentações desta possessiva e cômica mãe e sua relação nada normal com os três filhos
- O Milagre da Cela 7 - (2019) - Netflix - Um pai com sofrimento mental cria a filha junto com a avó até ser condenado por um crime que não cometeu - Fala Sério, Mãe! (Telecine) - Comédia nacional sobre o relacionamento entre uma mãe (Ingrid Guimarães) e a filha adolescente (Larissa Manoela)
- Tal Mãe, Tal Filha (2017) - Prime Video / Telecine - Mãe dependente financeira da filha, descobre que ambas estão grávidas
- Star Wars VII, VIII e IX (2015, 2017 e 2019) - Prime Vídeo - A última trilogia da grande saga reforça nos três episódios a forte relação entre a Princesa Lea e o filho Kylo Ren que lutam em lados opostos
- Guardiões da Galáxia (2014) e Guardiões da Galáxia Vol. 2(2017) - Prime Vídeo - Peter Quill perdeu a mãe muito cedo, mas o Vingador guarda como lembrança dela um Walkman e uma fita cassete com os sucessos dos anos 70 e 80.
- The Flash (Série de TV) - Warner / Netflix - o super-herói mais rápido do planeta está sempre em busca do responsável pela morte da mãe quando garoto
- Batman X Superman - A Origem da Justiça (2017) - Netflix - A trajetória do amargo e vingativo Homem Morcego cruza com a do Homem de Aço numa luta de morte. Até ambos descobrirem que suas mães chamam Martha
- Supergirl (Série de TV) -Warner / Netflix - A jovem prima do Superman tem ótima relação com a mãe terráquea mas não esquece a que ficou no seu planeta destruído - Mulher Maravilha (2017) - Telecine - Diana é filha da rainha Hipólita, uma grande guerreira que tenta proteger a filha e ensiná-la a ser uma grande e forte mulher
- Thor: O Mundo Sombrio (2013) e Vingadores: Ultimato (2019) - Ambos mostram a bela e carinhosa relação entre o Deus do Trovão e sua mãe, a rainha de Asgard
- O Espetacular Homem-Aranha (2012) - Telecine - Peter Parker perdeu os pais ainda menino e foi criado por sua tia May que não sabe que ele é o Homem-Aranha
O risco de contaminação pelo Covid-19 provocou também interrupções nas produções cinematográficas. Vários filmes com estreias previstas para o primeiro semestre deste ano, assim como a finalização de outras dezenas, precisaram ser adiados para os próximos meses, alguns até mesmo para 2021. Os Estados Unidos enfrentam hoje a pior crise na área de saúde de sua história. O país ocupa, até o momento, o primeiro lugar mundial em número de pessoas infectadas e mortas pelo coronavírus.
Com previsões otimistas, apesar de a doença ainda estar fortemente presente em diversos países, como o Brasil, algumas produtoras anunciam o retorno de suas estreias a partir de junho e início do segundo semestre. Já as salas de cinema em Belo Horizonte ainda estão sem data de reabertura por causa da pandemia. Grandes redes como Cineart, Cinemark e Cinepolis, trabalham com a possibilidade de reabrirem suas salas a partir de 30 de julho, mas não há garantias. Veja abaixo as novas datas de lançamentos das produções mais esperadas:
Paramount Pictures
A aguardada continuação "Um Lugar Silencioso - Parte II" ("A Quiet Place - Part II") também ganhou nova data - 3 de setembro de 2020. Novamente com direção e roteiro de John Krasinski, o terror retoma a história logo após os acontecimentos mortais do primeiro filme: Evelyn Abbott (Emily Blunt), seu bebê e os filhos Regan (Millicent Simmonds) e Marcus (Noah Jupe) precisam agora encarar o mundo afora, lutando em silêncio para sobreviverem às criaturas e outras ameaças pelo caminho.
Dia 30 de julho foi mantida a data pela Paramount para a estreia de "Bob Esponja: O Incrível Resgate" ("Sponge Bob Square Pants 3"), apesar de somente em 7 de agosto a animação chegar aos cinemas dos EUA. A animação é dirigida por Tim Hill.
Outra estreia esperada - "Top Gun: Maverick" ("Top Gun: Maverick") teve seu lançamento mudado de 23 para 25 de dezembro de 2020. Tom Cruise vive um de seus mais marcantes personagens, ao lado de Jennifer Connelly, com direção de Joseph Kosinski.
O grupo Disney fez uma reformulação radical na programação de seus lançamentos em todas as suas produtoras por causa do coronavírus. Alguns países onde estavam previstas locações também precisaram ser mudados.
Marvel
Dirigido por Cate Shortland, o filme "Viúva Negra" ("Black Widow"), a grande produção da Marvel Studios para este ano teve nova data de estreia marcada para 5 de novembro. Scarlett Johansson, novamente no papel da vingadora Natasha Romanoff, retorna para seu país de origem e se une a antigos aliados para acabar com o programa governamental que a transformou em uma assassina. O elenco conta ainda com Florence Pugh e David Harbour.
Também ganharam novas datas:
- "Os Eternos” - 11 de fevereiro de 2021
- “Shang-Chi"- 6 de maio de 2021
- “Doutor Estranho 2” - 4 de novembro de 2021
- “Thor: Love and Thunder” - 17 de fevereiro de 2022
- “Pantera Negra 2” - 7 de maio de 2022
- “Capitã Marvel 2” - 7 de julho de 2022
Walt Disney
Pela Walt Disney Studios, os adiamentos atingiram o live-action "Mulan", que está com data prevista (podendo ser novamente mudada) para 24 de julho de 2020. Já a aventura "Jungle Cruise", estrelada por Dwayne Johnson e Emily Blunt, que recebeu ampla divulgação há dois meses, deverá estrear apenas em 20 de junho de 2021. O mesmo ocorreu com "Indiana Jones 5", com Harrison Ford voltando a viver o papel principal,. A nova data foi marcada para 29 de agosto de 2022.
Algumas datas, de produções Disney foram mantidas, no entanto:
"Soul", animação da Pixar - 25 de junho no Brasil
"Amor, Sublime Amor" - 18 de dezembro. A refilmagem da comédia musical "West Side Story", de 1961, tem direção de Steven Spielberg e elenco formado por Ansel Elgort, Rachel Zegler e Rita Moreno.
" The Last Duel" (ainda sem título em português) - 25 de dezembro - drama de Ridley Scott, com Matt Damon, Adam Driver, Jodie Comer e Ben Affleck.
Fox e Foz Searchlight também tiveram suas estreias mudadas.
"Free Guy - Assumindo o Controle" com Ryan Reynolds, passou de 3 de agosto de 2020 para 11 de dezembro de 2020.
"The French Dispatch" (também sem título em português), dirigido por Wes Anderson, passou de 24 de agosto para 16 de outubro de 2020.
Warner
A Warner Bros. Pictures alterou com poucos meses de diferença sua grande aposta do ano. Mulher-Maravilha 1984 ("Wonder Woman 1984"), previsto para 4 de junho foi remarcado para estrear em 13 de agosto no Brasil. A produção traz novamente a dupla Patty Jenkins na direção e roteiro e Gal Gadot no papel principal. O elenco conta ainda com Pedro Pascal (Maxwell Lord), Kristen Wiig (Mulher-Leopardo), Robin Wright (Antíope), Connie Nielsen (Hippolyta) e Chris Pine, que retorna como Steve Trevor.
Universal Pictures
Nem o superagente James Bond escapou do coronavírus e precisou ter a estreia de "007 - Sem Tempo Para Morrer" ("No Time To Die") adiada para 19 de novembro de 2020 Daniel Craig retorna ao papel do famoso espião com licença para matar para ajudar seu amigo da CIA, Felix Leiter (Jeffrey Wright) contra o enigmático Safin (Rami Malek) aparece com uma tecnologia perigosa. A direção é de Cary Joji Fukunaga.
Já a animação da DreamWorks e Universal Pictures, “Trolls 2” ("Trolls World Tour") chega aos cinemas brasileiros no dia: 8 de outubro de 2020. Dirigido pela dupla David P. Smith e Walt Dohrn, “Trolls 2” conta com um grande elenco nas vozes originais, que inclui Anna Kendrick, Justin Timberlake, Kelly Clarkson e Jamie Dornan. A versão nacional do longa traz as vozes de Hugo Bonemer (Tronco), Jullie (Poppy), Hugo Gloss (Guy Diamante) e Simone Mendes (Delta D). Assista ao trailer aqui.
A franquia "Velozes e Furiosos", que estrearia o nono filme em maio deste ano, também precisou adiar os planos e divulgou uma nota para os fãs, informando que eles terão de esperar mais um ano para ver Vin Diesel e sua turma. A nova data está prevista para 2 de abril de 2021 nos EUA. E explicam que a mudança foi feita 'pela segurança e em consideração àqueles que acompanham a saga pelo mundo possam assistir o novo capítulo.
Sony Pictures
Também os lançamentos da Sony Pictures ganharam novas datas nos cinemas norte-americanos, mas ainda não foram anunciadas no Brasil.
“Fatherhood” – antecipado para 23 de outubro de 2020
“Pedro Coelho 2: O Fugitivo” – 15 de janeiro de 2021
“Ghostbusters – Mais Além” ("Ghostbusters III) – 5 de março de 2021
“Morbius” – 19 de março de 2021
“Uncharted” – 8 de outubro de 2021
Diamond Films
Por meio de nota enviada à imprensa, a Diamond Films informou que atendendo as recomendações nacionais e internacionais relativas aos cuidados para evitar a propagação da Covid-19 e em prol da contenção de riscos, prorrogou seus lançamentos sem data definida.
Distribuidoras brasileiras
No Brasil, a Downtown Filmes e a Camisa Listrada, distribuidora e produtora da comédia “No Gogó do Paulinho”, informaram que o lançamento do longa, marcado para essa quinta-feira, 16 de abril, foi adiado, ainda sem nova data. Mas confirmou que mantém a previsão de estreia para o ano de 2020. A comédia reúne novamente a divertida dupla Maurício Manfrini, como o popular Paulinho Gogó, e Cacau Protásio, como Nega Juju. Em um banco de praça ele narra suas histórias para diferentes ouvintes, enquanto aguarda a chegada da sua amada.
A Distribuidora Pandora Filmes anunciou o adiamento da estreia do longa "Tel Aviv em Chamas" ("Tel Aviv on Fire"), do diretor Sameh Zoabi, premiado no Festival de Veneza com o Interfilm Award de Melhor Filme e representante de Luxemburgo no Oscar 2020. A comédia é ambientada na Palestina sobe um jovem o jovem que trabalha como assistente na produção de uma popular telenovela local.
A Embaúba Filmes também comunicou o adiamento da estreia dos filmes "Vaga Carne" e "Sete Anos em Maio" por causa da crise do coronavírus. E alertou que o momento é de precaução e de diminuição da exposição ao risco de contágio. As novas datas serão anunciadas nas redes sociais da empresa. A distribuidora Vitrine Filmes informou que ainda continua sem data de estreia o filme "Três Verões", da diretora Sandra Kogut, programado para ser lançado em 19 de março nos cinemas nacionais.
Também a Galeria Distribuidora e a Santa Rita Filmes, para preservar a saúde e o bem-estar do público por causa da pandemia de Coronavírus (Covid-19) adiou o lançamento dos filmes "A Menina que Matou os Pais" e "O Menino que Matou Meus Pais", sobre o caso Von Richthofen. até o momento, as empresas mantêm a estreia dos longas em 2020, mas não há uma data definida.
O Cinema no Escurinho ouviu alguns de seus seguidores, em especial a jornalista Adriana Diniz, sobre dicas de bons dramas para ver sentadinho no sofá com muita pipoca. Mais de 90 grandes produções, dos clássicos que merecem ser assistidos novamente, a filmes que recentemente estiveram em cartaz nos cinemas. Vale a pena conferir a classificação das produções - as indicações variam entre 14 e 16 anos. E para saber mais, clique nos links dos filmes marcados para ler a crítica dos colaboradores do blogCinema no Escurinho.
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Produção faz uma espécie de balanço da sociedade americana do final dos conturbados e inesquecíveis anos 70 (Fotos: Mars Films/Divulgação)
Mirtes Helena Scalioni
A certa altura do filme, bem no comecinho, a dona de casa Dorothea, com seus 55 anos, pede socorro a duas amigas. Ela quer que ambas a ajudem a transformar Jamie, seu filho adolescente de 15 anos que mal conheceu o pai, em um homem de verdade. Detalhe das amigas: Abbie é uma fotógrafa com seus 25 anos, que aluga um quarto na casa; a outra é Julie, vizinha e amiga de Jamie, e tem 17 anos. Quase tudo causa certo estranhamento na história contada e dirigida por Mike Mills, que se vale de pouquíssimos personagens para fazer uma espécie de balanço da sociedade americana do final dos conturbados e inesquecíveis anos 70.
É aos poucos, na medida em que o espectador vai compreendendo e aceitando o ritmo do longa, que "Mulheres do Século 20" ("20th Century Women") vai se revelando encantador e rico. Dorothea (Annette Bening) é uma mulher típica do seu tempo. Vive com o filho em Santa Bárbara, na Califórnia, estado norte-americano reconhecido pela rebeldia, por lançar comportamentos e modas. E ela, claro, viveu todas as transformações, embora, a essa altura da vida, se sinta estagnada e impotente para criar sozinha seu único filho.
Jamie (Lucas Jade Zumann) é um garoto interessante e curioso e, como todo adolescente, nutre uma paixão mais ou menos platônica pela vizinha Julie (Elle Fanning), um pouquinho mais velha - e sábia - do que ele. A jovem está sempre pronta a questionar e dar respostas ao menino, tendo na ponta da língua muitas teorias sobre psicoterapias, já que sua mãe, que mal aparece na história, é uma profissional da área.
E tem também Abbie (Greta Gerwig, que dirigiu os sucessos "Lady Bird - A Hora de Voar" - 2018 e "Adoráveis Mulheres" - 2019) com seus cabelos vermelhos, seu jeito punk de ser e suas tragédias pessoais. Quase que correndo por fora dessa espécie de família eletiva está Willian (Billy Crudup) que, embora não pareça, faz alguma ligação, mesmo que sem querer, entre os personagens e suas histórias.
É nesse caldeirão de gerações, onde há sempre mais dúvidas do que certezas, que transitam todos, cada um com seu jeito de encarar a vida, sua forma de lidar com a política, os costumes, a música, o sexo, o consumo, a ideologia, onde não faltam debates acalorados sobre a função do clitóris, o feminismo e a menstruação. Em se tratando da típica sociedade americana pode-se garantir que assunto não falta. Resumindo, "Mulheres do Século 20" pode ser definido como um filme de diálogos e debates. Há sempre dois dos personagens conversando, o que torna o longa, por vezes, meio lento, mas nunca enfadonho.
Com rasgos de psicanálise e com uma realidade que conquista, o trabalho de Mike Mills é também para ouvir e pensar. Classificado como drama e comédia, pode-se dizer, sem medo de errar, que o grande mérito do filme, além do roteiro e dos temas desafiadores, é o elenco. Os atores, afinados e atuando, todos com muita naturalidade, são os grandes responsáveis pelo ritmo da história que, no fundo, pode ser definida como a trajetória do feminino na América e, consequentemente, no mundo.
Ficha técnica: Direção e roteiro: Mike Mills Duração: 1h59 Disponível: Netflix
Vin Diesel interpreta no cinema o herói, criado pela Valiant Comics, que tem super poderes (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)
Maristela Bretas
Sem a mínima preocupação em copiar personagens e cenas de vários blockbusters, a Valiant Entertainment aposta em Vin Diesel para viver no cinema seu maior super-herói, dos quadrinhos em "Bloodshot", que estreia nesta quinta-feira nos cinemas de BH. E junto com o astro e os mesmos produtores da franquia "Velozes e Furiosos" (que ganha seu novo filme em maio deste ano), o diretor Dave Wilson não economizou em efeitos especiais, que ficaram ótimos, e em carregar nas cenas violentas e nas frases cômicas que amenizam a trama mesmo abusando nos clichês Até mesmo algumas dessas partes são cópias de outras produções.
O longa apresenta o ex-militar Ray Garrison, conhecido como Bloodshot, e explica como ele se tornou uma máquina de matar indestrutível, graças à nanotecnologia. A explicação é até rápida e foca inteiramente no personagem principal. Mas se a editora de quadrinhos tem a intenção de realmente entrar neste campo, dominado hoje pela Marvel Comics e DC Comics, vai precisar trabalhar melhor seus roteiros e ser mais criativa, sem depender de "buscar ideias" nos concorrentes.
As garras do Dr. Octopus, inimigo do Homem-Aranha, o processo de aplicar adamantium em Wolverine, o vilão de "O Exterminador do Futuro" que se recompõe a cada tiro, estão entre os filmes e personagens lembrados. Além do ótimo ator Guy Pearce, que repete o papel de um especialista em nanotecnologia, como aconteceu em "Homem de Ferro 3" (2013).
As "referências" a esses e outros sucessos são tão claras que "Bloodshot" chega a ficar engraçado em alguns momentos que acabam agradando aos fãs dos quadrinhos. Esses "momentos" funcionam bem, apoiados nos ótimos feitos visuais e de computação gráfica que garantem muita ação, do início ao fim, e uma trilha sonora, a cargo de Steve Jablonsky (de "Arranha-Céu: Coragem Sem Limite" - 2018) precisa nos momentos certos. No repertório, sucessos como "Memories Are Made of This", clássico de Johnny Cash de 1955.
Vin Diesel dá conta do recado, apesar de também ser uma cópia de seu personagem mais famoso - o corredor veloz e furioso Dominic Toretto, com direito a caras e bocas, voz cavernosa e muitas lutas. O elenco conta ainda com a mexicana Elza Gonzalez (de "Velozes e Furiosos - Hobbs & Shaw" e "Alita: Anjo de Combate", ambos de 2019), Sam Heughan, Toby Kebbell e Lamorne Morris (de "A Noite do Jogo" - 2018 e "Yesterday" - 2019) como super hacker Wilfred Wigans, que mais parece um rapper.
Na história, Bloodshot é um ex-soldado assassinado ao lado da esposa, que é ressuscitado e aprimorado com nanotecnologia, desenvolvendo habilidades e poderes especiais, como o de regeneração. Ao apagarem sua memória várias vezes, ele finalmente descobre quem realmente é e parte em um busca de vingança daqueles que mataram sua família e o transformaram num assassino controlado por computador. Repetindo o estilo "tiro, porrada e bomba", "Bloodshot" tem todos os requisitos para atrair para o cinema o público que gosta das produções de Vin Diesel e espera ver muita ação, com pitadas de comicidade. Quadrinhos
Para comemorar a estreia nos cinemas de “Bloodshot”, a Sony Pictures e a Social Comics, que possui em sua plataforma a HQ Bloodshot, fizeram uma parceria para liberar de forma gratuita as edições 0 e 1 da HQ junto com um dossiê completo de informações sobre o personagem. As publicações estarão disponíveis por um mês, sem a necessidade de inscrição.
Ficha técnica: Direção: Dave Wilson Produção: Sony Pictures Distribuição: Sony Pictures Duração: 1h49 Gênero: Ação País: EUA Classificação: 14 anos Nota: 3,5 (0 a 5)
Elenco do primeiro filme está de volta e mais aventuras e novos personagens (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)
Maristela Bretas
Trazendo de volta o elenco do primeiro filme, "Jumanji - Próxima Fase" ("Jumanji - The Next Level") tem muita ação no retorno ao jogo de videogame, trabalha mais a emoção e é mais um do mesmo. Para quem não viu "Jumanji: Bem Vindo à Selva", de 2017, recomendo assistir para entender melhor como tudo começou e a troca de corpos dos personagens - essa é a parte mais engraçada de ambos os filmes. Além de Dwayne Johnson (Dr. Smolder Bravestone), Kevin Hart (Mouse Finbar), Karen Gillan (Ruby), Nick Jonas (Jefferson), Jack Black (Dr. Shelly Oberon), Alex Wolff (Spencer), Morgan Turner (Martha), Ser' Darius Blain (Fridge) e Madison Iseman (Bethany), o novo elenco conta com dois ícones do cinema - Danny DeVito (Eddie) e Danny Glover (Milo), além da indicada ao Oscar, Awkwafina, no papel de Ming.
Novamente sob a direção de Jake Kasdan, o filme avança vários anos e apresenta nossos heróis na rotina da vida real, enfrentando frustrações e sucessos, cada um num ponto diferente do país. Spencer está insatisfeito com seu trabalho e o namoro à distância com Martha. Quando os quatro amigos resolvem se encontrar na cidade onde nasceram, Spencer decide jogar Jumanji novamente sem contar a ninguém. Nem mesmo ao avô Eddie e ao amigo dele, Milo. Preocupados com o sumiço do amigo, Martha, Fridge e Bethany descobrem que ele entrou de novo no jogo e vão atrás dele. Só não contavam que o game estava "bugado" e mudaria a fase e os personagens.
Como era esperado, "Jumanji: Próxima Fase" tem muita ação, caras e bocas, mas o diretor focou mais na relação das pessoas - namoros abalados, amizade entre neto e avô, sentimentos de solidão e incapacidades provocados pela velhice, amizades antigas que precisam ser recuperadas, decisões de carreiras - tudo junto e misturado. Dwayne Johnson ainda ocupa o papel principal (claro, ele também é o produtor), mas os demais personagens ganharam importância e vão ajudar Spencer em toda a nova fase do jogo e na vida real.
Karen Gillan ganha mais espaço na trama, assim como Jack Black e Kevin Hart, que proporcionam os momentos mais divertidos, especialmente quando estão com Awkwafina. Pena que as cenas dedicadas à parte cômica são menores que os do primeiro filme. "Jumanji: Próxima Fase" também tem ótimos efeitos visuais e gráficos - a fuga dos macacos na floresta e a do bando de avestruzes no deserto são os melhores. O grupo de aventureiros precisa vencer todos estes obstáculos para conseguir sair do jogo e voltar à realidade.
Destaque também para a ótima trilha sonora, também de Henry Jackman, responsável também pela do primeiro filme e de sucessos como "Capitão América - Soldado Invernal" (2014), "Kingsman: Serviço Secreto" (2015) e "Crime Sem Saída"(2019). Boa produção, sem grandes pretensões ou novidades, exceto no elenco, "Jumanji: Próxima Fase" repete o estilo adotado por Dwayne Johnson para seus filmes de muita ação e aventura. Vale como uma boa sessão da tarde.
Ficha técnica: Direção: Jake Kasdan Produção: Sony Pictures Distribuição: Sony Pictures Duração: 2h04 Gêneros: Aventura / Comédia / Ação País: EUA Classificação: 12 anos Nota: 3 (0 a 5)
Elenco é formado por talentos da nova geração de Hollywood como Eliza Scanlen, Saiorse Ronan, Emma Watson e Florence Pugh (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)
Carol Cassese
O público é predominantemente feminino, mas as idades são variadas. Há tanto os grupos de senhoras da terceira idade quanto jovens, interessadas tanto numa história de viés feminino quanto na nova empreitada da atriz e diretora norte-americana Greta Gerwig, 36, já há muito alçada ao posto de cult - como esquecer a cena de "Frances Ha" (2012) na qual ela corre pelas ruas de Nova York ao som de "Modern Love", de David Bowie, em imagens em P&B?
Mas, bem, aqui estamos falando de "Adoráveis Mulheres" ("Little Women"), único filme com direção feminina que fez bonito nas indicações do Oscar - concorre, por exemplo, a Roteiro Adaptado e a Melhor Filme. Em cartaz na cidade, trata-se de mais uma adaptação para o cinema do célebre romance de 1868 de Louisa May Alcott, também conhecido como "As Filhas do Dr. March" ou "Mulherzinhas".
Na adaptação anterior, a de 1994, dirigida por Gillian Armstrong, Winona Ryder capitaneava o elenco, interpretando Josephine, ou simplesmente Jo, uma garota adiante de seu tempo. O cast ainda trazia Claire Danes e Kirsten Dunst. Agora, o papel de Jo é delegado a Saiorse Ronan, que já havia trabalhado com Greta em "Ladybird - A Hora de Voar" (2017).
Conhecida também por filmes como "Um Olhar do Paraíso", "Brooklyn" e "Duas Rainhas", Saiorse, 25, é uma atriz que cresceu diante do público (começou a atuar ainda criança, em filmes como "Desejo e Reparação") e, aqui, dá um banho de interpretação, o que explica o fato de estar sendo indicada a Melhor Atriz nos principais prêmios da temporada, como o Globo de Ouro e, claro, o Oscar.
Mas o elenco como um todo é estelar. A começar de Laura Dern, perfeita como a Sra. March, a matriarca da família, que cuida da criação das quatro filhas enquanto o marido está servindo o país, na Guerra Civil Americana. Além de Jo, a prole é composta por Beth (Eliza Scanlen, da série da HBO "Sharp Objects"), Meg (a britânica Emma Watson, da saga "Harry Potter") e Amy (Florence Pugh, outra britânica). Florence, aliás, está indicada a Atriz Coadjuvante no Oscar.
As quatro meninas têm personalidades distintas, que por vezes se chocam, mas o amor que une a família sempre fala mais alto. De saúde mais frágil, a caçula é o xodó de todas. Jo, como já pontuado, é uma mulher avant la lettre, e, longe de sonhar com um casamento, como seria esperado por uma garota de sua idade naquela época, prefere se debruçar sobre a escrita e vender seus textos para, com o dinheiro obtido, ajudar a família.
Ficou faltando Meryl Streep? Sim... Ela é a rabugenta e (por que não?) divertida Tia March. Mas, bem, falar do talento de Meryl é gastar linhas em vão. Afinal, taí uma atriz cujas performances dispensam comentários. E por último, mas não menos importante, já que optamos por ratificar o poderio do elenco feminino, tem Hannah, a "maid" da família, vivida por Jayne Houdyshell.
Nesta nova versão, a história é narrada em dois tempos. Greta, talvez frustrando os que esperavam dela mais arrojo, opta por uma narrativa basicamente tradicional, com direito a cenas que algumas vezes até soam edulcoradas demais (como as da praia, com crianças soltando pipas e correndo, às gargalhadas). Das poucas inovações a que se permite está a narração do conteúdo das cartas, lidas, na tela, pelos próprios autores, em um enquadramento no qual eles olham para o público.
Quanto a falar da história, é um pouco chover no molhado, posto que estamos nos referindo a um clássico. Aliás, um parêntese: o livro é um dos norteadores das personagens da saga "A Amiga Genial", de Elena Ferrante. Sim, teremos lágrimas na plateia. Mas também risos suaves e muito enternecimento.
Aqui, a felicidade se sobrepuja a uma realidade difícil, no qual a falta do dinheiro muitas vezes bate à porta para desfazer sonhos e planos. No entanto, a história aponta como a união e solidariedade acabam sendo o caminho para uma sobrevivência que, não raro, até surpreende, por ser menos árdua do que o previsto em frente a tanta adversidade.
Assim, mesmo com pouco, a Sra. March não deixa a família pobre que mora nas cercanias enfrentar o inverno rigoroso com a barriga vazia. E ao ver o belo gesto das mulheres, o vizinho Mr. Laurence (Chris Cooper) também entra em cena, repondo a mesa, abrindo sua biblioteca para saciar a fome de saber de Jo e disponibilizando seu piano (que o remete à ausência da filha) para que Beth exercite seu dom. O velho "gentileza gera gentileza". E move o mundo para lugares melhores.
E, sim, se falamos do elenco feminino, vale também situar o masculino para além do já citado Cooper. Destaque para Timothée Chalamet (Laurie, postulante ao amor de Jo) e para o francês Louis Garrel, como o professor Friedrich Bhaer, e James Norton como John Brooke, que arrebanha o coração de Meg. Chalamet firma-se como um talento da nova geração, enquanto Garrel confirma também seu carisma e presença cênica.
Ah, sim... E há um prêmio Pulitzer no elenco. O dramaturgo Tracy Letts faz o Sr. Dashwood, que julga (e compra) os textos de Jo. Já o Sr. March cabe a Bob Odenkirk. Com tantas credenciais e falas que merecem ser sublinhadas e guardadas na memória, "Adoráveis Mulheres" é outro ponto positivo na carreira dessa encantadora garota de Sacramento, de nome Greta Celeste Gerwig.
Ficha técnica: Direção: Greta Gerwig Produção: Sony Pictures Distribuição: Sony Pictures Duração: 2h15 Gêneros: Drama / Romance País: EUA Classificação: 10 anos Nota: 4 (0 a 5)
Filme é baseado na obra da escritora Martha Batalha e conta a história de duas irmãs separadas brutalmente pelo destino (Fotos Bruno Machado/Divulgação)
Mirtes Helena Scalioni
Quem leu o livro pode até se decepcionar ao ver "A Vida Invisível", nosso representante no Oscar no ano que vem. Vencedor do Prêmio Un Certain Regard na mostra paralela do Festival de Cannes desse ano, o longa teve o romance apenas como inspiração e eixo. Na verdade, os roteiristas Murilo Hauser, Inês Bortagaray e o próprio diretor Karim Aïnouz tiveram algum trabalho para transformar a história de Martha Batalha, como se quisessem, da obra, apenas o argumento inicial.
Nas décadas de 1940 e 1950, no Rio de Janeiro, capital do país, duas irmãs, Eurídice e Guida, são brutalmente separadas por força de um destino que não poupa nem perdoa as rebeldias. Enquanto Eurídice se casa, mesmo sem amor, para cumprir o papel que lhe cabe na vida, Guida some no mundo atrás de uma paixão.
No filme de Aïnouz, o que move a vida de Eurídice é a busca, quase obsessiva, da irmã sumida. No livro, embora essa procura exista, há outros desencantos da moça que enternecem o leitor e fazem refletir. Casada com um funcionário público burocrata e machista e mãe de dois filhos, essa dona de casa não consegue ser dona de si própria, por mais que invente atividades para preencher a vida. Se no livro, ela não passa de uma pretensa estudante de flauta, no filme, Eurídice vira uma pianista cheia de talentos e objetivos.
No romance de Martha Batalha, a vida verdadeiramente invisível parece ser mesmo a de Eurídice, onde a autora se debruça mais para deixar claras suas dificuldades, limitações e impotências. Guida é apenas um segundo personagem. No filme de Karim Aïnouz, invisível parece ser a trajetória das duas, já que uma está sempre buscando a outra, cada uma com a vida que conseguiu ter. Resultado, talvez, de suas escolhas.
Embora o livro seja bem melhor do que o filme - sempre é - o longa, ainda assim, merece todas as honras com as quais vem sendo agraciado. Mesmo com as muitas modificações, o que ficou da história das duas irmãs oprimidas por pais, mães, marido e vida machistas resulta num longa terno e afetuoso, às vezes engraçado e - até - caricato, como nas cenas de sexo longas e atrapalhadas entre Eurídice e o marido. É mesmo pra rir? Nesse quesito, os elogios vão para o ator Gregório Duvivier, que interpreta Antenor, o tal marido careta e quase patético.
As diferenças entre o filme e o livro continuam. Enquanto o primeiro se chama "A Vida Invisível", o segundo é mais completo: "A Vida Invisível de Eurídice Gusmão". O longa inventou uma Eurídice velha que não está no romance, talvez para justificar uma pequena, mas marcante participação da sempre irretocável Fernanda Montenegro. Capaz de preencher todos os espaços, ela brilha como sempre e ajuda a dar outro fechamento na história, talvez mais contundente, mais terno.
Mas não é só ela. Todo o elenco brilha. Carol Duarte e Julia Stockler, como as irmãs Eurídice e Guida, deixam na tela, com muita naturalidade, um sentimento de laços fortes e indestrutíveis. Bárbara Santos, a ex-prostituta Filomena que socorre Guida em suas necessidades, transparece solidariedade e acolhimento.
Há também Maria Manoella, como Zélia, a amiga da família que tem participação pequena e correta. Antonio Fonseca e Flávia Gusmão como Manuel e Ana, pais das duas, fazem bem seus papéis: ele, de patriarca impiedoso; ela, de esposa obediente. Como são portugueses, e como o filme é brasileiro - portanto, sem legendas - às vezes fica difícil entender o que falam. O sotaque original da terrinha nem sempre é compreensível.
Embora se passe em outros tempos, "A Vida Invisível" não deixa de ser um recado importante no Brasil e hoje, onde ainda há muitas mulheres que se subjugam - algumas são violentadas pelos maridos - se calam, se retraem, se anulam, morrem. Lamentavelmente, é um filme atual. O filme foi apresentado pela primeira vez no Brasil na abertura do 13ª CineBH Mostra Internacional de Cinema, ocorrida no dia 17 de setembro, e depois no dia 19 em Fortaleza. A estreia oficial no circuito nacional está marcada para o dia 31 de outubro.
Ficha técnica
Direção: Karim Aïnouz Distribuição: Sony Pictures e Vitrine Filmes Duração: 2h20 Classificação: 16 anos