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27 setembro 2020

“La femme et le TGV”, curta imperdível do Amazon Prime que fala de solidão

Filme, indicado ao Oscar 2017, é uma jornada de amor e poesia em alta velocidade (Fotos: TGV Movie/Divulgação)


Mirtes Helena Scalioni


Pode ser que os mais viajados saibam, mas o natural é recorrer ao Google para conferir a sigla: TGV significa, em tradução livre, “trem de alta velocidade” - em francês, Trains à Grande Vitesse. Daí se explica o nome do filme, na verdade um curta-metragem, “La femme et le TGV”. O resumo: mulher se apaixona pelo maquinista do trem que passa diariamente pela porta de sua casa.
 
Essa produção suíça de apenas 30 minutos é, acima de tudo, um filme que tem ritmo próprio e peculiar, com uma forma diferente, natural, de contar uma história, por mais estranha ou bizarra que ela possa parecer. Esse jeito de narrar torna-se quase um personagem de tão importante.

 


A entrada dos outros poucos participantes da narrativa vão ajudando a revelar, devagar, detalhes da vida de Élise Lafontaine (Jane Birkin), que vive sozinha, tem um filho que mora em outra cidade, e aprendeu com a mãe a saudar, da janela de casa, a passagem do trem. Sempre agitando uma bandeirinha na mão.
 
Em outra cadência, talvez o curta não resultasse no que resultou, nem surtisse o mesmo efeito. Tudo parece ter sido pensado para que o público se interessasse paulatinamente e se envolvesse carinhosamente com aquela mulher de meia idade que vive numa minúscula vila suíça próxima de Zurique. 



Desde o início, dá para ver que ela tem um trabalho na sua boulangerie, mas que o principal objetivo da sua vida é saudar o trem, que passa duas vezes por dia pela sua porta.
 
Além da veterana e sempre impressionante Jane Birkin, outros atores e atrizes passam pela tela, sempre a serviço da história de Élise. Estão lá Julie Dray, como a professora de dança; Manuela Biedermann, como Charlotte; Gilles Tschudi, como o maquinista Bruno; Lucien Guignard, como Jacques...



Ao terminar o filme, na hora dos créditos finais, que é feita de uma forma muito bonita e original, lembrando painéis de estações de trem, aparecem fotos da verdadeira Élise Lafontaine, em cuja história o curta se baseou. O único senão de tudo fica por conta das legendas, cheias de erros de português e de grafia, além da tradução péssima. Sinal de descaso, apesar de o curta, produzido em 2016, ter sido indicado ao Oscar no ano seguinte.
 
Trens e estações costumam ser universalmente símbolos ricos de vida e morte, chegadas e partidas. No caso do filme, isso não foge à regra. Mas como se trata de uma história inspirada num fato, o diretor Timo von Gunton encontrou um jeito poético para falar de solidão, abandono, buscas e encontros. Alguém já disse que “La femme et le TGV” é curto e essencial como um conto. Podíamos acrescentar que é belo, contundente e cortante como um conto. Definitivo e sutil.



Ficha técnica:
Direção: Timo von Gunton
Exibição: Amazon Prime
Duração: 31 minutos
País: Suíça
Gênero: Drama


Tags: La Femme Et Le TGV, Timo von Gunton, TGV, curta-metragem, indicado ao Oscar, Jane Birkin, drama, Amazon Prime, Suíça, solidão, Elise Lafontaine, Cinema no Escurinho



17 setembro 2017

Ação e bom humor unem a "Dupla Explosiva" Samuel L. Jackson e Ryan Reynolds

Divertida produção une um segurança particular e um assassino de aluguel pelas ruas de Londres e Amsterdam (Fotos: Metropolitan FilmExport/Divulgação)

Maristela Bretas


O filme não chega a duas horas de duração, mas a ação é tanta, mesclada com bons momentos cômicos, que nem dá para sentir que passou. "Dupla Explosiva" ("The Hitman's Bodyguard") é comédia de ação, reunindo Samuel L. Jackson e Ryan Reynolds, dois ótimos atores que sabem dar o tom certo de comicidade sem perder o estilo "tiro, porrada e perseguição". Ambos estão muito à vontade em cena, há uma ótima sintonia entre eles, o que deixa a produção ainda mais divertida. Até cantam juntos.

Jackson se destaca (como sempre) repetindo expressões que marcaram vários de seus personagens como Barron, de "O Lar das Crianças Peculiares" (2016), Richmond Valentine, de "Kingsman - Serviço Secreto" (2015) ou Nick Fury, o chefe da S.H.I.E.L.D que comanda os "Vingadores". Ele deveria ser o bandido, mas como não gostar desse cara, ele arrasa na atuação. E para fazer inveja em muito barbado, no filme ele é Darius Kincaid, um assassino de aluguel casado com Sonia, ninguém menos que Salma Hayek, mais bela que nunca, mandona e desbocada em dois idiomas.


Ryan Reynolds tem se saído muito bem explorando seu lado cômico - o melhor exemplo ainda é "Deadpool". Ele é Michael Bryce, o cara quase bonzinho que precisa aprender a ser violento para conseguir cumprir o serviço para o qual foi contratado. Ele também tem seu ponto fraco, a agente do FBI Amelia Roussel, interpretada por Elodie Yung.


Outro que está muito bem no elenco é Gary Oldman, no papel de Vladislav Dukhovich, um ditador do Leste Europeu. Joaquim de Almeida pode ter sido um deslize do diretor, uma vez que todo mundo já sabe que ele sempre faz o papel do cara que não presta. Ou seja, mata parte do que poderia ser um pouco de suspense no filme. Mas a "Dupla Explosiva" não deixa a peteca cair e entrega uma divertida produção

Na história, Michael Bryce é um guarda-costas de elite, que só trabalha para os clientes mais seletos do mundo, mas que por um azar muito grande vê um desses clientes ser morto durante a sua proteção. "Na lona", ele aceita pequenos trabalhos até que é chamado por sua ex-namorada para proteger um novo e importante cliente, Darius Kincaid um assassino de aluguel de quem era inimigo e agora é a principal testemunha contra o ditador Vladislav Dukhovich. Eles terão 24 horas para viajar de Londres para a Holanda, enquanto são perseguidos pelos agentes do criminoso de guerra.


O diretor Patrick Hughes também acertou nas ótimas cenas de perseguição de carro, moto ou barco, pelas ruas de Londres e Amsterdam, assim como na escolha dos cenários onde as ações se passam. "Dupla Explosiva" é uma ótima diversão para uma sessão de cinema descompromissada, para relaxar, sem grandes pretensões.



Ficha técnica:
Direção: Patrick Hughes
Produção: Millenium Films
Distribuição: California Filmes
Duração: 1h58
Gêneros: Comédia / Ação
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #DuplaExplosiva #TheHitmansBodyguard #SamuelLJackson #RyanReynolds #SalmaHayek #GaryOldman #ação #comedia #Cineart #CaliforniaFilmes #CinemanoEscurinho

18 setembro 2015

"O Último Caçador de Bruxas", com Vin Diesel, estreia no Brasil em 29 de outubro


Maristela Bretas


Vin Diesel deixa as corridas de lado por um tempo para se tornar "O Último Caçador de Bruxas", filme previsto para estrear no Brasil em 29 de outubro com distribuição Paris Filmes. Diesel é Kaulder, um  guerreiro que conseguiu derrotar a poderosa Rainha Bruxa e dizimar seus seguidores.

Pouco antes de sua morte, a Rainha amaldiçoa Kaulder com a imortalidade, separando-o para sempre da mulher e da filha. Como vingança, Kaulder passa os séculos seguintes caçando bruxas do mal e sentindo saudades de sua familia.

Entretanto, Kaulder não sabe que a Rainha ressuscitou e busca vingança, causando uma batalha épica que ira determinar a sobrevivência da raça humana.


Com direção de Breck Eisner, o elenco conta ainda com Elijah Wood, Rose Leslie, Ólafur Darri Ólafsson, Joulie Engelbrecht e o experiente Michael Caine.

Tags: O Último Cacador de Bruxas; Vin Diesel; Michael Caine; aventura; Paris Filmes; Cinema no Escurinho

17 setembro 2014

"Livrai-nos do Mal" vai além dos habituais filmes de possessão


Wallace Graciano

Nos últimos anos, a indústria de filmes de suspense/terror ficou inerte.  Bastava procurar famosos demonologistas e adaptar suas histórias “reais” à telona para surtir bons resultados nas bilheterias. Essa fórmula rendeu críticas do público amante do gênero, uma vez que a criatividade ficou limitada. Além do roteiro que girava quase sempre em um caso de possessão com grandes reviravoltas, os diretores pareciam não se preocupar em dar toques diferenciado às cenas de impacto, o que pouco prendia a respiração dos expectadores.

Talvez por isso, passou quase desapercebida a notícia de que um recente caso de possessão demoníaca por ex-militares americanos lotados no Iraque seria adaptado ao cinema. Porém, apesar do script comum aos filmes de terror, “Livrai-nos do Mal”, filme que estreia nesta quinta-feira (18) nas telonas de todo o país, merece um destaque em meio à cena. Sua maior virtude está em prender o público e trazer aflição.

“Livrai-nos do Mal” conta a história de três militares norte-americanos que durante um combate no Iraque encontram estranhos escritos em uma parede. Mais tarde, essas grafias se revelaram um portal demoníaco. Após voltarem aos EUA, essas entidades malignas passam a agir e criar outros canais e se espalhar pela Terra do Tio Sam.

Sarchie (Foto: Divulgação/Sony Pictures)
Eis que entra em cena o policial Ralph Sarchie (Eric Bana, o Nero de “Star Trek”). Com um senso incomum de prever tragédias ele e seu parceiro Butler (Joel McHale, o Conan da série “Conan”), passam a atender estranhos chamados pelo rádio.

Em meio às investigações sobre os fatos sobrenaturais, Sarchie começa a ter sua fé questionada. Nesse momento encontra o padre Mendonza (Édgar Ramírez, o Ares de "Fúria de Titãs"), um sacerdote que foge ao senso comum, pois entrou para o ministério para tentar combater seu vício em drogas e, para amenizá-lo, não largou o fumo e as bebidas alcoólicas.

Aos poucos, o pároco consegue convencer o agente da lei sobre o mal que lhe cerca, mostrando que tais acontecimentos são causados por mau agouros. Em uma de suas falas, ele consegue ditar o tom da história ao policial. "“Há dois tipos de mal neste mundo, agente Sarchie. O mal secundário, que os homens fazem. E o mal primário, que é algo totalmente diferente".

Mendonza e Sarchie (Foto: Divulgação/Sony Pictures)

Sob a trilha de The Doors – aqui fica uma licença poética, já que a trama se desenrola através de “portais” – os dois passam a caçar a entidade maligna, uma vez que a família de Sarchie está em perigo. 

Todo esse roteiro, que é confuso sobre a perspectiva espiritual e irônico pelo lado moral, se desenvolve de forma envolvente graças ao contraste entre cenas e trilha sonora. O diretores souberam acalmar os ânimos de seus expectadores e depois atacá-los com cenas de impacto, que dão ao filme um tom marcante de suspense com toques sombrios.


Padre Mendonza durante ritual de exorcismo (Foto: Divulgação/Sony Pictures)

Ao contrário do que se esperava, “Livrai-nos do Mal” consegue prender o público com mais afinco que seus antecessores. Está longe de causar o impacto de obras como “O Exorcista”, mas se mostra uma boa pedida para fãs da sétima arte que tem uma pequena preferência pelo lado sombrio.

Ficha técnica:
Título original: Diliver Us From Evil (Livrai-nos do Mal)
Direção: Scott Derrickson
Distribuição: Columbia Tristar
Duração: 1h19
Gênero: Suspense/Terror
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Confira o trailer legendado da trama



Terceira temporada dos Clássicos Cinemark está arrasadora



Pela terceira vez, a rede Cinemark coloca em cartaz filmes que marcaram nossas vidas. Confira os grandes clássicos do passado, a preços acessíveis, que estão programados para esta temporada: 

* 20, 21 e 24 de setembro: "Chinatown"

* 27, 28 de setembro e 1º de outubro: "Ghost, Do Outro Lado da Vida"

* 4, 5 e 8 de outubro: "Nascido para Matar"
* 11, 12 e 15 de outubro: 30º Aniversário de "Os Caça-Fantasmas".

As sessões acontecem sempre aos sábados, às 23:55; domingos, às 12:30, e quartas, às 19:30, com ingressos a R$ 14,00 a inteira e R$ 7,00 a meia.