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13 setembro 2020

"Fratura" - Uma verdade tensa e quase irreal que se recusa a ser exposta

Sam Worthington é o protagonista desse suspense psicológico (Netflix/Divulgação) 

Maristela Bretas


Um acidente, um homem tentando ser o herói da família e uma sequência de fatos tensos que levam o expectador a ter dúvidas, durante toda a narrativa, do que é real ou imaginário. Essa é a abordagem de "Fratura" ("Fractured"), um ótimo suspense psicológico em exibição na Netflix. O filme é dirigido por Brad Anderson, que consegue prender o expectador do início ao fim por colocar sempre em dúvida qual a verdadeira história que envolve o protagonista Ray Monroe. O personagem é muito bem interpretado por Sam Worthington, que tem entre seus sucessos os filmes "A Cabana" e "Até o Último Homem" (ambos de 2016), "Evereste" (2015) e o megacampeão de bilheteria "Avatar", de 2009, do diretor James Cameron.


A trama é centrada em sua busca por verdades, que ele mesmo se recusa a ver ao criar uma realidade paralela que agrada sua mente perturbada por fatos passados. Os closets no rosto do personagem, que tem um olhar morto e sem vida, demonstram bem a apatia e o distanciamento dele da realidade, especialmente quando um fato lhe desagrada. Como se aquele mundo não fosse o dele. Isso fica claro em cenas, como a da espera pelo atendimento no hospital. 


Essa apatia e falta de iniciativa mudam após um acidente com a filha durante uma viagem da família. Ray e a esposa Joanne (Lily Rabe) correm com a menina para um pronto-socorro próximo. As duas são levadas para exames e desaparecem, assim como os registros da visita ao hospital. O pai e marido ausente dá lugar a um Ray que passa o filme todo tentando provar que é capaz de ser o herói da família e não uma pessoa com problemas provocados pelo consumo de álcool. 

Ele embarca em uma jornada solitária e desesperada para encontrar sua família e descobrir o que aconteceu. O personagem vai deixando que fatos do passado, como a morte da primeira esposa, também num acidente, tomem conta de sua mente e conduzam seu comportamento, que vai se tornando cada vez mais agressivo e deixando o espectador mais tenso.


Suspeitando de tudo e de todos, já que as horas vão passando e ele não consegue informações sobre a família, Ray começa a desconfiar que integrantes do hospital e até da polícia local possam estar envolvidos numa quadrilha de tráfico de órgãos humanos. Ele precisa fazer de tudo para localizar as duas, antes que se tornem as novas vítimas dos criminosos. A trama em que se vê envolvido faz com que Ray tome atitudes desesperadas, já que não pode contar com mais ninguém para ajudá-lo, mesmo quando alguns fatos comprovem que ele está falando a verdade. 


O roteiro de Alan B. McElroy provoca o público, a todo o momento, sobre a sanidade de Ray e a realidade dos fatos. O personagem vê aquilo que lhe interessa e reforça sua tentativa de ser o salvador, mas os flashes de memória indicam o contrário. Afinal, o que realmente aconteceu com Ray e suas duas famílias? Uma estrada deserta com neve, um acidente com a filha envolvendo um cão assustador, hospital com recepção e corredores escuros e até sombrios, funcionários e médicos alheios ao problema do pai desesperado. Todo esse suspense é reforçado pela boa trilha sonora composta por Anton Sanko. 

A reviravolta no final de "Fratura" é bem interessante, apesar de não surpreender tanto, pelos indícios que foram sendo apresentados ao longo do roteiro. Mas nem por isso o longa deixa de ser impactante pela maneira como foi sendo conduzido até aquele ponto, deixando sempre a dúvida sobre o que realmente aconteceu. Vale a pena ser conferido na Netflix.


Ficha técnica:
Direção: Brad Anderson
Exibição: Netflix
Duração: 1h40
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gêneros: Drama /Suspense
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: FraturaOFilme, Fractured, SamWorthington, thrillerpsicologico, suspense, realidadedistorcida, Netflix, cinemanoescurinho, cinemaescurinho

22 agosto 2020

"Power" aposta em droga que dá superpoderes para salvar roteiro sem novidades

Nova produção da Netflix tem o premiado Jamie Foxx no elenco como um ex-soldado buscando vingança (Fotos: Netflix/Divulgação)

Silvana Monteiro


Um filme de muita ação policial, efeitos visuais e uma mensagem sobre o poder da mulher negra e a força da amizade. Este é "Power" ("Project Power"), uma das mais recentes produções originais da Netflix. O título, que ocupa o primeiro lugar entre os mais vistos desde sua estreia, em 14 de agosto, é centrado especialmente em três atores, dois neles negros - Jamie Foxx e Dominique Fishback.

Ela é Robin, uma adolescente pobre, ótima em criar letras de rap, que vive entre o dilema de estudar e encontrar uma forma de ganhar dinheiro para levar comida pra casa e comprar remédios para a mãe. Nessa busca pela sobrevivência, como acontece com muitos jovens de periferia, ela é "adotada" pelo tráfico e passa a vender pelas ruas de Nova Orleans uma pílula misteriosa - a Power.


Robin conta com o apoio do primo Newt, vivido pelo rapper Machine Gun Kelly.  Mas o que a menina trafica não é uma droga qualquer.  A pílula é capaz de dar superpoderes diferentes a cada pessoa durante 5 minutos. O usuário pode adquirir desde uma superforça a se transformar numa tocha humana, ficar invisível, congelante ou ter uma pele impenetrável por balas de revólver ou que muda como a de um camaleão. Mas esses poderes também podem ser fatais. 

O ator branco que completa o trio principal é Joseph Gordon-Levitt (que também está em "7500" - confira a crítica no blog). Ele interpreta Frank, um policial amigo da menina que usa a Power para adquirir poderes que vão ajudá-lo na captura dos traficantes da droga e a reduzir a criminalidade e mortes na cidade provocadas por ela.


O roteiro de Mattson Tomlin (também responsável pela nova versão de Batman, com Robert Pattinson, prevista para estrear em 2021), deixa a desejar pela desconexão em pontos cruciais da história. A entrada de Art, vivido pelo ganhador do Oscar Jamie Foxx, minimiza um pouco essa lacuna. Ele é um ex-soldado que passou por experiências em laboratório e teve a filha Tracy, interpretada por Kyanna Simpson, sequestrada pela máfia do Project Power. Este é o mesmo grupo que o usou como cobaia em experimentos para criar supersoldados, assim como fizeram com o Capitão América (2011).


Art encontra em Robin uma forma de descobrir o paradeiro da filha e acabar com os responsáveis pelo projeto. Os pontos altos da produção são a conexão entre os dois, a descoberta do quartel do Project Power e a maravilhosa interpretação de Dominique Fishback. A jovem tem um desenvolvimento espetacular no filme e segura boa parte da trama, com representatividade forte do poder da mulher negra.


O ator brasileiro Rodrigo Santoro entrega um vilão caricato, mas convincente. Ele é Biggie, uma espécie de marqueteiro do Project Power, e protagoniza o grande embate da história contra os "não tão mocinhos" Foxx e Gordon-Levitt. É no encontro dos três que ocorre uma das grandes transformações provocadas pela pílula e onde a computação gráfica faz todo o trabalho.


Os efeitos especiais garantem a agilidade que o filme precisa para quebrar o clima criado pelos dramas do trio principal, que envolvem abandono, perdas e vícios. Mas pode frustrar o telespectador que espera a grandiosidade de uma superprodução, como as encontradas nas franquias da Marvel Studios e DC Comics. Descubra quais são os verdadeiros poderes revelados em "Power" e tire suas próprias conclusões.Mas o final deixa a entender que poderá haver uma continuação.


Ficha técnica:

Direção: Henry Joost e Ariel Schulman
Exibição: Netflix
Duração: 1h53
Classificação: 16 anos
Gêneros: Ficção / Policial / Suspense / Ação
País: EUA

Tags: PowerTheMovie, ProjectPower, Netflix, forçadamulhernegra, superpoderes, JamieFoxx, JosephGordon-Levitt, DominiqueFishback, ação, policial, ficção, cinemanoescurinho, cinemaescurinho

05 agosto 2020

"Okja" - Uma porca tamanho família que vale ouro

Filme mostra a amizade pouco comum entre uma criança e um animal e a luta pela preservação dele (Foto Netflix/Divulgação)

Silvana Monteiro


Se você ama animais e é ao menos simpatizante da luta em defesa e proteção deles, "Okja" vai te encantar. O filme é dirigido pelo premiado Bong Joon-Ho (de "Parasita" - 2019) e coescrito por Bong e Jon Ronso. O elenco conta com estrelas como por Jake Gyllenhaal, Tilda Swinton, Paul Dano, Giancarlo Esposito e a jovem e talentosa atriz sul-coreana Ahn Seo-hyun, que faz toda a diferença, A produção competiu pela Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes, em 2017. 

Mija (Ahn Seo-hyun) é uma camponesa órfã que vive com o avô em uma fazenda isolada. Eles criam uma porca gigante, tratada pela menina como um membro da família. É a única companhia fiel e ideal para o banho no lago, para a pesca, o soninho da tarde, ou simplesmente deitar e rolar sobre a grama. É no doce e penetrante olhar que Okja transmite ao público seus sentimentos mais profundos desde a amizade sincera ao medo por seu futuro.


Entretanto, mal sabe ela que por trás daquele animal fofo e molengo feito gelatina há uma realidade dura e cruel. Uma empresa norte-americana, comandada por Lucy Mirando/Nancy Mirando (Tilda Swinton interpreta dois papéis), explora, altera geneticamente e vende até a alma de cada animal. A gigantesca porca carrega no corpo um chip rastreador com todo o seu histórico de vida e saúde, e vai ser usada como o troféu desse projeto.

A fotografia do filme é muito impactante. As cenas em que Mija vira uma leoa para defender seu bichinho de  estimação e viaja sozinha para a sede da empresa são as mais fortes do filme. 


Outro ponto crucial do enredo é quando a menina e a porca sofrem um rapto do bem, comandado pelos ativistas da Animal Liberation Front (em tradução livre "Frente de Libertação Animal"). A partir desse ponto, tudo pode mudar. Mija ainda vai sofrer um duro golpe até entender que o que vale para os empresários é dinheiro. E pela vida de sua tão amada Okja ela está disposta a tudo, até mesmo trocar um valioso tesouro.


Jake Gyllenhaal tem uma atuação brilhante como o Dr. Johnny Wilcox, um falso amante dos animais e capacho de Lucy Mirando. A trama tem um desfecho surpreendente, daqueles que fazem qualquer um se emocionar. Se prepare para ver de cenas fofas, bem humoradas a momentos dolorosos, de fazer soluçar e inchar os olhos. Dê um start e veja até onde vai a força feminina de uma garotinha que parece, só parece, indefesa.


Ficha técnica:
Direção e roteiro:
Bong Joon- Ho
Exibição: Netflix
Duração: 1h58
Classificação: 14 anos
Países: Coréia Do Sul / EUA
Gêneros: Aventura / Ficção / Drama


Tags: Okja, Netflix, BongJoon-Ho, JakeGyllenhaal, TildaSwinton, sensibilidade, família, exploração animal, consciência ambiental, veganismo, defesa animal, força feminina, ativismo socioambiental, cinemanoescurinho, cinemaescurinho

10 outubro 2017

Confiram o arrasador trailer de "Star Wars: Os Últimos Jedi"



Divulgado na noite de segunda-feira (9), o primeiro trailer completo do "Episódio VIII - Star Wars: Os Últimos Jedi", com fortes revelações. A estreia do filme no Brasil está marcada para o dia 14 de dezembro, nos formatos 3D e Imax.

A saga da família Skywalker continua quando os heróis de O Despertar da Força se unem a lendas da galáxia em uma aventura épica que desvenda antigos mistérios da Força e revelações surpreendentes do passado.

Tags: #starwarsosultimosjedi, #starwarsthelastjedi, #starwars, @LucasFilm, #aventura, #ficção, @WaltDisneyStudios, @CinemanoEscurinho