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03 setembro 2020

"Cobra Kai" - A rivalidade do passado está de volta ao tatame

Johnny Lawrence e Daniel San se reencontram 36 anos depois da luta que marcou suas vidas   no primeiro Karatê Kid (Fotos: Netflix/Divulgação)

Silvana Monteiro


A notícia é animadora para os amantes das artes marciais. Lançada originalmente em 2018 no YouTube Premium, "Cobra Kai" estreou as duas primeiras temporadas no catálogo da Netflix no dia 28 de agosto e já é a segunda série mais vista da plataforma. A história é a continuação da trilogia Karatê Kid, iniciada em 1984, e conta com os atores originais nos seus respectivos papéis: Ralph Macchio - Daniel LaRusso/Daniel San - e William Zabka - Johnny Lawrence. Entre os roteiristas e produtores está ninguém menos que Will Smith, cujo filho, Jaden Smith, fez uma versão em 2010 com Jack Chan, filmado na China.


Fatos e personagens novos e intrigantes vão compor a nova disputa entre os velhos inimigos. O mote da história é o retorno dos personagens principais, já adultos.  Daniel LaRusso, vencedor da luta de 1984 é também um vencedor na vida. Tornou-se um empresário rico e bem sucedido, dono de uma revenda de carros de luxo.

Johnny Lawrence é um homem que vive os conflitos do passado e o fracasso como pai de um adolescente que o odeia. O clímax da história é o reencontro dos dois lutadores e a imersão no passado, para a construção do presente. Johnny resolve reabrir o dojô Cobra Kay pra ensinar um caratê americano baseado na filosofia do "ataque sem compaixão".


Enquanto isso, LaRusso reabre o dojô Miyagi-Do, inspirado pela filosofia tradicional asiática, seguindo os ensinos do mestre Miyagi sobre "equilíbrio e defesa". Infelizmente, a série não contará com o grande sensei, interpretado por Pat Morita, que foi indicado ao Oscar de ator coadjuvante por "Karatê Kid". O ator faleceu em 2005 de insuficiência renal, mas deixou sua marca e estilo em toda a trilogia e que são lembrados nas duas temporadas de "Cobra Kai".
 

Karatê Kid - A Hora da Verdade (Foto: Reprodução Internet)

O dojô Cobra Kay vai atrair uma legião de meninos fracassados e vítimas de bullying do colégio West Valley que fica na região, enquanto LaRusso vai ter bem menos alunos, mas um deles vai mexer profundamente com o equilíbrio de Lawrence. O filho de Johnny vai usar o caratê ensinado pelo rival, para literalmente, atacar o coração do pai.

A rivalidade entre os dois e a autocrítica sobre suas verdadeiras motivações de vida são as grandes sacadas do enredo. Johnny Lawrence quer tentar consertar os erros do passado, mas vai reencontrar um antigo mestre cheio de más intenções, enquanto LaRusso tenta se reafirmar em seu suposto equilíbrio. Volta e meia vai ter um "mano a mano" pra resolver as paradas.


série traz muitas lições.  É uma ótima pedida para ver em família. A trilha sonora é excelente, tem muito rock, pop antigos e atuais e, eventualmente, canções românticas da década de 1980. Entre elas, "Glory of Love" (1986), música-tema de "Karatê Kid II - A Hora da Verdade Continua", interpretada por Peter Cetera.

Embora disponível na Netflix, o conteúdo continua no YouTube, assim como a trilogia de Karatê Kid para quem quiser matar saudade ou conhecer a origem de "Cobra Kai". A terceira temporada da série está em produção, agora pela Netflix e tem estreia prevista para 2021 na plataforma. Cerrem os punhos: a luta vai começar!


Ficha técnica:
Criação, produção e direção: Josh Heald, Jon Hurwitz, Hayden Schlossberg
Exibição: Netflix
Duração: 2 temporadas com 10 episódios cada de 30 minutos
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: Ação, Série de TV, Lutas marciais, Drama


Tags: CobraKaiSerie, Netflix, KarateKid, RalphMacchio, YouTubePremium, WilliamZabka, XoloMariduena, artesmarciais, lutas, ação, drama, caratê, cinemanoescurinho

22 agosto 2020

"Power" aposta em droga que dá superpoderes para salvar roteiro sem novidades

Nova produção da Netflix tem o premiado Jamie Foxx no elenco como um ex-soldado buscando vingança (Fotos: Netflix/Divulgação)

Silvana Monteiro


Um filme de muita ação policial, efeitos visuais e uma mensagem sobre o poder da mulher negra e a força da amizade. Este é "Power" ("Project Power"), uma das mais recentes produções originais da Netflix. O título, que ocupa o primeiro lugar entre os mais vistos desde sua estreia, em 14 de agosto, é centrado especialmente em três atores, dois neles negros - Jamie Foxx e Dominique Fishback.

Ela é Robin, uma adolescente pobre, ótima em criar letras de rap, que vive entre o dilema de estudar e encontrar uma forma de ganhar dinheiro para levar comida pra casa e comprar remédios para a mãe. Nessa busca pela sobrevivência, como acontece com muitos jovens de periferia, ela é "adotada" pelo tráfico e passa a vender pelas ruas de Nova Orleans uma pílula misteriosa - a Power.


Robin conta com o apoio do primo Newt, vivido pelo rapper Machine Gun Kelly.  Mas o que a menina trafica não é uma droga qualquer.  A pílula é capaz de dar superpoderes diferentes a cada pessoa durante 5 minutos. O usuário pode adquirir desde uma superforça a se transformar numa tocha humana, ficar invisível, congelante ou ter uma pele impenetrável por balas de revólver ou que muda como a de um camaleão. Mas esses poderes também podem ser fatais. 

O ator branco que completa o trio principal é Joseph Gordon-Levitt (que também está em "7500" - confira a crítica no blog). Ele interpreta Frank, um policial amigo da menina que usa a Power para adquirir poderes que vão ajudá-lo na captura dos traficantes da droga e a reduzir a criminalidade e mortes na cidade provocadas por ela.


O roteiro de Mattson Tomlin (também responsável pela nova versão de Batman, com Robert Pattinson, prevista para estrear em 2021), deixa a desejar pela desconexão em pontos cruciais da história. A entrada de Art, vivido pelo ganhador do Oscar Jamie Foxx, minimiza um pouco essa lacuna. Ele é um ex-soldado que passou por experiências em laboratório e teve a filha Tracy, interpretada por Kyanna Simpson, sequestrada pela máfia do Project Power. Este é o mesmo grupo que o usou como cobaia em experimentos para criar supersoldados, assim como fizeram com o Capitão América (2011).


Art encontra em Robin uma forma de descobrir o paradeiro da filha e acabar com os responsáveis pelo projeto. Os pontos altos da produção são a conexão entre os dois, a descoberta do quartel do Project Power e a maravilhosa interpretação de Dominique Fishback. A jovem tem um desenvolvimento espetacular no filme e segura boa parte da trama, com representatividade forte do poder da mulher negra.


O ator brasileiro Rodrigo Santoro entrega um vilão caricato, mas convincente. Ele é Biggie, uma espécie de marqueteiro do Project Power, e protagoniza o grande embate da história contra os "não tão mocinhos" Foxx e Gordon-Levitt. É no encontro dos três que ocorre uma das grandes transformações provocadas pela pílula e onde a computação gráfica faz todo o trabalho.


Os efeitos especiais garantem a agilidade que o filme precisa para quebrar o clima criado pelos dramas do trio principal, que envolvem abandono, perdas e vícios. Mas pode frustrar o telespectador que espera a grandiosidade de uma superprodução, como as encontradas nas franquias da Marvel Studios e DC Comics. Descubra quais são os verdadeiros poderes revelados em "Power" e tire suas próprias conclusões.Mas o final deixa a entender que poderá haver uma continuação.


Ficha técnica:

Direção: Henry Joost e Ariel Schulman
Exibição: Netflix
Duração: 1h53
Classificação: 16 anos
Gêneros: Ficção / Policial / Suspense / Ação
País: EUA

Tags: PowerTheMovie, ProjectPower, Netflix, forçadamulhernegra, superpoderes, JamieFoxx, JosephGordon-Levitt, DominiqueFishback, ação, policial, ficção, cinemanoescurinho, cinemaescurinho

10 maio 2018

"A Noite do Jogo", comédia comum salva por um bom elenco

Annie e Max formam uma dupla de jogadores viciados em jogos caseiros (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Jason Bateman e Rachel McAdams formam um casal bem sincronizado nos diálogos e nas cenas de ação cômicas, mas o talento de ambos foi mal explorado pelos diretores de "A Noite do Jogo" ("Game Night"), que entregam uma comédia comum, com poucas cenas engraçadas, que foi salva graças à dupla.

A história é interessante e leva o público a várias conclusões para a trama que envolve três casais amigos viciados em jogos caseiros, comandados por Max (Jason Bateman) e Annie (Rachel McAdams). Até que um dia, o irmão de Max, o bon vivant Brooks (Kyle Chandler) aparece para apimentar a noite de jogos do grupo propondo algo mais pesado e realista, com direito a sequestro de um dos participantes, assassinato e um grande prêmio no final.


O que o grupo não imaginava era que acabaria envolvido num esquema criminoso de tráfico de drogas que colocaria a vida de todos em risco. Isso sem contar o vizinho sinistro, Gary (Jesse Plemons), que é policial e anda com um cachorrinho branco de estimação para todo lado querendo participar das partidas. A partir daí, "A Noite do Jogo" toma vários rumos, levando a finais inesperados. Esse é ponto que agrada nesta comédia de ação. Mas faltaram mais situações engraçadas. 


Os diretores Jonathan Goldstein XII e John Francis Daley (que dirigiu "Férias Frustradas" - 2015 e também interpretou o psiquiatra Sweets, da série de TV "Bones", de 2007 a 2014) deram uma de Stan Lee e também fizeram uma ponta como atores, enquanto Jason Bateman além de ator também foi um dos produtores.

"A Noite do Jogo" é uma comédia que não marca, mas atende como entretenimento de sessão da tarde. O tema escolhido tão bom poderia ter sido um grande sucesso, mas foi mal aproveitado.



Ficha técnica:
Direção:  Jonathan Goldstein (XII) // John Francis Daley
Produção: New Line Cinema // Warner Bros. Pictures
Distribuição: Warner Bros. Pictures Brasil
Duração: 1h39
Gêneros: Ação / Comédia
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #ANoiteDoJogo, #JasonBateman, #RachelMcAdams, #comedia, Ação, #WarnerBrosPictures, #NewLineCinema,  #cinemas.cineart, #CinemanoEscurinho

17 setembro 2017

Ação e bom humor unem a "Dupla Explosiva" Samuel L. Jackson e Ryan Reynolds

Divertida produção une um segurança particular e um assassino de aluguel pelas ruas de Londres e Amsterdam (Fotos: Metropolitan FilmExport/Divulgação)

Maristela Bretas


O filme não chega a duas horas de duração, mas a ação é tanta, mesclada com bons momentos cômicos, que nem dá para sentir que passou. "Dupla Explosiva" ("The Hitman's Bodyguard") é comédia de ação, reunindo Samuel L. Jackson e Ryan Reynolds, dois ótimos atores que sabem dar o tom certo de comicidade sem perder o estilo "tiro, porrada e perseguição". Ambos estão muito à vontade em cena, há uma ótima sintonia entre eles, o que deixa a produção ainda mais divertida. Até cantam juntos.

Jackson se destaca (como sempre) repetindo expressões que marcaram vários de seus personagens como Barron, de "O Lar das Crianças Peculiares" (2016), Richmond Valentine, de "Kingsman - Serviço Secreto" (2015) ou Nick Fury, o chefe da S.H.I.E.L.D que comanda os "Vingadores". Ele deveria ser o bandido, mas como não gostar desse cara, ele arrasa na atuação. E para fazer inveja em muito barbado, no filme ele é Darius Kincaid, um assassino de aluguel casado com Sonia, ninguém menos que Salma Hayek, mais bela que nunca, mandona e desbocada em dois idiomas.


Ryan Reynolds tem se saído muito bem explorando seu lado cômico - o melhor exemplo ainda é "Deadpool". Ele é Michael Bryce, o cara quase bonzinho que precisa aprender a ser violento para conseguir cumprir o serviço para o qual foi contratado. Ele também tem seu ponto fraco, a agente do FBI Amelia Roussel, interpretada por Elodie Yung.


Outro que está muito bem no elenco é Gary Oldman, no papel de Vladislav Dukhovich, um ditador do Leste Europeu. Joaquim de Almeida pode ter sido um deslize do diretor, uma vez que todo mundo já sabe que ele sempre faz o papel do cara que não presta. Ou seja, mata parte do que poderia ser um pouco de suspense no filme. Mas a "Dupla Explosiva" não deixa a peteca cair e entrega uma divertida produção

Na história, Michael Bryce é um guarda-costas de elite, que só trabalha para os clientes mais seletos do mundo, mas que por um azar muito grande vê um desses clientes ser morto durante a sua proteção. "Na lona", ele aceita pequenos trabalhos até que é chamado por sua ex-namorada para proteger um novo e importante cliente, Darius Kincaid um assassino de aluguel de quem era inimigo e agora é a principal testemunha contra o ditador Vladislav Dukhovich. Eles terão 24 horas para viajar de Londres para a Holanda, enquanto são perseguidos pelos agentes do criminoso de guerra.


O diretor Patrick Hughes também acertou nas ótimas cenas de perseguição de carro, moto ou barco, pelas ruas de Londres e Amsterdam, assim como na escolha dos cenários onde as ações se passam. "Dupla Explosiva" é uma ótima diversão para uma sessão de cinema descompromissada, para relaxar, sem grandes pretensões.



Ficha técnica:
Direção: Patrick Hughes
Produção: Millenium Films
Distribuição: California Filmes
Duração: 1h58
Gêneros: Comédia / Ação
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #DuplaExplosiva #TheHitmansBodyguard #SamuelLJackson #RyanReynolds #SalmaHayek #GaryOldman #ação #comedia #Cineart #CaliforniaFilmes #CinemanoEscurinho