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17 setembro 2020

"Espírito de Família" é uma boa oportunidade pra aprender a gostar de comédia francesa

  Alexandre e o pai Jacques precisam acertar os erros do passado, mesmo após a morte do segundo (Fotos: A2 Filmes/Divulgação)


Jean Piter Miranda


A história é bem simples. Alexandre Vient (interpretado por Guillaume de Tonquédec) acaba de perder o pai. E como já dá pra imaginar, o próximo passo é o velório, o enterro e o reencontro com a família para dividir os bens. Sim. Mas não é tão previsível assim. O corpo foi e o espírito ficou, pelo menos para Alexandre, que vê e fala com pai. O que não é nada normal. E claro, isso preocupa o restante da família. Isso resume bem o que é “Espírito de Família” ("L'Esprit de Famille").


O novo filme do diretor e roteirista Éric Besnard, de "O Sentido do Amor" (2016) e "Cash: O Grande Golpe" (2008), está disponível a partir desta quinta-feira para aluguel e compra, com cópias nas versões dublada e legendada, nas  plataformas digitais: NOW, Looke, Microsoft, Vivo Play, Google Play, iTunes e Sky Play.



Alexandre é o protagonista. Escritor. Um cara que ao que parece está sempre ocupado, sem tempo para a família. Só se preocupa com suas obras. Não dá atenção a ninguém, por isso é visto como uma pessoa muito egoísta. Até o dia que seu pai Jacques (papel feito sob medida para François Berléand) morre e a ficha cai. 


Tem os processos burocráticos para formalizar a morte do pai e a divisão dos bens com a mãe (Josiane Balasko) e os irmãos, interpretados por Jérémy Lopez e Marie-Julie Baup. É um misto de luto com revisão do passado, já que seu pai está ali, o tempo todo, conversando com ele. E ainda acertar os ponteiros com a esposa Roxane (Isabelle Carré).



Nem precisa dizer que o filme propõe uma vaga reflexão sobre ser ocupado demais e não aproveitar a vida, a família, os amigos. É bem isso e tudo já fica claro logo nas primeiras cenas. Não há quebra-cabeças, não há mistérios nem pontos pra se ligar. É isso. Alexandre sempre se dedicou a escrever livros, foi bem-sucedido nisso e pagou o preço sendo ausente com as pessoas que amava. Amava e não se dava conta, até que o pai morreu.


Tem a volta pra casa da infância, algumas poucas memórias e alguns diálogos que mostram como foi a relação entre pai e filho. Não é fácil rir do que se vê. Os diálogos entre Alexandre e seu pai, as situações constrangedoras que passa por isso, entre outros momentos. É um outro tipo de comédia. Quem está acostumado com o gênero estadunidense pode estranhar e até mesmo nem achar graça.



Se comparada com comédias dos EUA, o filme tem semelhanças e diferenças. Lembra de “Click”, de 2006, que tem Adam Sandler no papel principal? Ou de “Um Homem de Família”, com Nicolas Cage como protagonista? Então. O Alexandre, de “Espírito em Família”, não é tão carismático nem tão engraçado. Dá até pra achar que o caminho será igual, mas não é. O filme francês não força essa barra pra fazer com que o personagem seja amado. É tudo mais natural.


“Espírito em Família” tem cenas que podem ser vistas como bem bobas e até mesmo incompreensíveis. Cenas que, ao que parecem, o diretor tentou que fossem engraçadas ou até memoráveis, como o piquenique em família na praia. São momentos que não estão prontos e não são fáceis de se capturar à primeira vista. O humor é cultural e não se absorve do dia pra noite. Está ali, mas não é qualquer um que vai pescar.



As lembranças mostradas são bem poucas. As dicas dadas pelo diretor vão formar uma ideia de como foi a infância de Alexandre, a relação com os pais e os demais familiares. Isso torna um tanto difícil sentir empatia pelo protagonista, pra quem está acostumado com comédias norte-americanas, que exploram bem esse recurso para provocar emoções nos expectadores. “Espírito de Família” só indica o caminho e deixa o resto com o imaginário do público.


Não há grandes conflitos na história nem pico de emoção, reviravolta ou coisa do tipo. É até meio previsível tudo o que vai acontecer. Tem a beleza das paisagens, a poesia da volta pra casa dos pais, o acerto de contas com as pessoas que ama e mais alguns clichês. Sim, tem clichês. Uns mais sutis, outros mais notáveis, e estão todos ali, bem à vista. Numa história leve de se digerir, com trilha sonora americana e personagens bem franceses. É um bom aperitivo pra aprender a gostar de cinema francês.




Ficha técnica:
Direção e roteiro:
Éric Besnard
Distribuição: A2 Filmes
Duração:1h30
País: França
Gêneros: Comédia / Drama

Tags: #EspiritoEmFamiliaFilme, #LEspritDeFamille, #comediafrancesa, #A2Filmes, #filmeemstreaming, #plataformadestreaming, @cinemanoescurinho, #CinemaEscurinho

13 setembro 2020

"Fratura" - Uma verdade tensa e quase irreal que se recusa a ser exposta

Sam Worthington é o protagonista desse suspense psicológico (Netflix/Divulgação) 

Maristela Bretas


Um acidente, um homem tentando ser o herói da família e uma sequência de fatos tensos que levam o expectador a ter dúvidas, durante toda a narrativa, do que é real ou imaginário. Essa é a abordagem de "Fratura" ("Fractured"), um ótimo suspense psicológico em exibição na Netflix. O filme é dirigido por Brad Anderson, que consegue prender o expectador do início ao fim por colocar sempre em dúvida qual a verdadeira história que envolve o protagonista Ray Monroe. O personagem é muito bem interpretado por Sam Worthington, que tem entre seus sucessos os filmes "A Cabana" e "Até o Último Homem" (ambos de 2016), "Evereste" (2015) e o megacampeão de bilheteria "Avatar", de 2009, do diretor James Cameron.


A trama é centrada em sua busca por verdades, que ele mesmo se recusa a ver ao criar uma realidade paralela que agrada sua mente perturbada por fatos passados. Os closets no rosto do personagem, que tem um olhar morto e sem vida, demonstram bem a apatia e o distanciamento dele da realidade, especialmente quando um fato lhe desagrada. Como se aquele mundo não fosse o dele. Isso fica claro em cenas, como a da espera pelo atendimento no hospital. 


Essa apatia e falta de iniciativa mudam após um acidente com a filha durante uma viagem da família. Ray e a esposa Joanne (Lily Rabe) correm com a menina para um pronto-socorro próximo. As duas são levadas para exames e desaparecem, assim como os registros da visita ao hospital. O pai e marido ausente dá lugar a um Ray que passa o filme todo tentando provar que é capaz de ser o herói da família e não uma pessoa com problemas provocados pelo consumo de álcool. 

Ele embarca em uma jornada solitária e desesperada para encontrar sua família e descobrir o que aconteceu. O personagem vai deixando que fatos do passado, como a morte da primeira esposa, também num acidente, tomem conta de sua mente e conduzam seu comportamento, que vai se tornando cada vez mais agressivo e deixando o espectador mais tenso.


Suspeitando de tudo e de todos, já que as horas vão passando e ele não consegue informações sobre a família, Ray começa a desconfiar que integrantes do hospital e até da polícia local possam estar envolvidos numa quadrilha de tráfico de órgãos humanos. Ele precisa fazer de tudo para localizar as duas, antes que se tornem as novas vítimas dos criminosos. A trama em que se vê envolvido faz com que Ray tome atitudes desesperadas, já que não pode contar com mais ninguém para ajudá-lo, mesmo quando alguns fatos comprovem que ele está falando a verdade. 


O roteiro de Alan B. McElroy provoca o público, a todo o momento, sobre a sanidade de Ray e a realidade dos fatos. O personagem vê aquilo que lhe interessa e reforça sua tentativa de ser o salvador, mas os flashes de memória indicam o contrário. Afinal, o que realmente aconteceu com Ray e suas duas famílias? Uma estrada deserta com neve, um acidente com a filha envolvendo um cão assustador, hospital com recepção e corredores escuros e até sombrios, funcionários e médicos alheios ao problema do pai desesperado. Todo esse suspense é reforçado pela boa trilha sonora composta por Anton Sanko. 

A reviravolta no final de "Fratura" é bem interessante, apesar de não surpreender tanto, pelos indícios que foram sendo apresentados ao longo do roteiro. Mas nem por isso o longa deixa de ser impactante pela maneira como foi sendo conduzido até aquele ponto, deixando sempre a dúvida sobre o que realmente aconteceu. Vale a pena ser conferido na Netflix.


Ficha técnica:
Direção: Brad Anderson
Exibição: Netflix
Duração: 1h40
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gêneros: Drama /Suspense
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: FraturaOFilme, Fractured, SamWorthington, thrillerpsicologico, suspense, realidadedistorcida, Netflix, cinemanoescurinho, cinemaescurinho

17 agosto 2020

"7500" aposta na fórmula tensão e suspense durante o sequestro de um avião

Joseph Gordon-Levitt é o negociador que tenta evitar o sequestro de seu avião e a morte de passageiros e tripulação (Fotos: Universum Film/Divulgação)

Maristela Bretas


Centrado no drama claustrofóbico vivido pelo copiloto Tobias Ellis, papel de Joseph Gordon-Levitt ("Entre Facas e Segredos" - 2019 e "A Travessia" - 2015), "7500" é um suspense de pouco mais de 90 minutos de duração, mas que parecem horas, tamanha a tensão. Especialmente por toda a ação ocorrer na cabine de um voo entre Berlim e Paris, envolvendo apenas três personagens na maior parte do tempo. A produção também não tem uma trilha sonora impactante e os efeitos visuais são limitados, além de atores pouco conhecidos (exceto Gordon-Levitt).


A produção original da Amazon Prime Video é boa, mas o ambiente pequeno e fechado incomoda profundamente a quem assiste. Talvez tenha sido a forma encontrada pelo diretor Patrick Vollrath para envolver mais o espectador na trama. Logo após decolar de Berlim, um grupo de radicais islâmicos consegue dominar a tripulação e matar o piloto antes que a porta da cabine fosse trancada pelo copiloto.


Em seu pequeno espaço, por meio do código aéreo internacional 7500 (sequestro de avião), Tobias avisa às autoridades o que está ocorrendo e é orientado a levar a aeronave para um aeroporto próximo. E, em hipótese alguma, deve abrir a porta da cabine. Ao mesmo tempo, ele é pressionado pelos terroristas para que os deixe entrar e dominar o avião ou pessoas serão mortas. Pela tela do monitor de segurança dentro da cabine, o copiloto assiste os sequestradores cumprirem a promessa, matando passageiros e tripulantes.



O filme foca no drama de Tobias: aceitar as condições dos terroristas e entregar o avião ou salvar centenas de pessoas, pousando a aeronave em segurança e deixando a polícia cuidar de tudo? "7500" lembra em situações mostradas em sucessos como "Voo United 93" (2006), dirigido por Paul Greengrass (o mesmo de "22 de julho" e a franquia Bourne), porém sem o mesmo impacto emocional do atentado do 11 de setembro.




Levitt entrega uma boa interpretação do copiloto americano que trabalha para uma companhia aérea alemã e é casado com uma tripulante. O elenco conta ainda com Omid Memar, que faz o jovem terrorista Vedat, Aylin Tezel (comissária Gókce), Carlo Kitzlinger (piloto Michael Lutzmann), Murathan Muslu (sequestrador Kinan) e outros ainda menos conhecidos.


No início paciente e usando um tom de voz pacificador, Tobias tenta negociar com os sequestradores, mas à medida que a tensão vai crescendo, ele precisa tomar uma decisão. Até então bem tensa, a história sofre uma mudança e cai na solução clichê que o cinema já explorou muito - o copiloto explora a fraqueza de Vedat, o mais assustado dos sequestradores, que não está muito convicto de que é certo o que os demais querem fazer.

Tudo o que vem a partir daí é bem esperado, mas não tira o mérito do filme. Para quem não se incomoda com ambientes reduzidos e fechados, "7500" é um bom filme, bem tenso, mas sem grandes novidades ou surpresas.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Patrick Vollrath
Exibição: Amazon Prime Video
Duração: 1h32
Classificação: 14 anos
Países: Alemanha e Áustria
Gêneros: Drama / Suspense
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #7500Movie, #JosephGordon-Levitt,  #drama, #suspense, #sequestroaereo, #AmazonPrimeVideo, #cinemaescurinho, @cinemanoescurinho

13 agosto 2020

“Maudie – Sua Vida e Sua Arte” revela com sensibilidade a força da pintora canadense

Sally Hawkins apresenta uma artista sofrida por seus defeitos físicos e limitações, mas de grande talento (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Quando querem ser muito edificantes, exagerando nas tintas na hora de focalizar o sofrimento do personagem, histórias de superação costumam ser óbvias e até chatas. Talvez até para valorizar mais o momento em que ele ou ela alcançam algum êxito ou reconhecimento, filmes e livros com esse tema acabam caindo nessa armadilha. Esse não é o caso de “Maudie – Sua Vida e Sua Arte”, cinebiografia conjunta de Irlanda e Canadá sobre a artista plástica Maudie Dowley. Com direção de Aisling Walsh, o longa, em exibição na Netflix, emociona e envolve, apesar dos muitos e difíceis obstáculos vividos pela protagonista.


Estrelado por Sally Hawkins, muito elogiada por “A Forma da Água” (2018), ela faz uma Maudie sofrida por seus defeitos físicos e limitações, mas ao mesmo tempo honrada. O filme permite um bate-bola produtivo e comovente da atriz com Ethan Hawke, que interpreta o brutamonte Emery Allen, com quem ela vive. A história praticamente se resume ao encontro dos dois, que tentam construir uma vida juntos apesar das muitas barreiras que os separam. Além do casal, estão no elenco, em papéis menores, Gabrielle Rose como a Tia Ida e Kari Matchett como Sandra.


A artista plástica Maudie Dowley nasceu em 1903 na Nova Escócia, no Canadá, teve uma vida de muita pobreza e dificuldades, e tinha um talento para a pintura que não cabia dentro dela. Mesmo sofrendo de uma artrite reumatoide que limitava seus movimentos de mãos e pernas, a arte pulsava no seu corpo de uma forma quase compulsiva. E essa força, esse desejo irrefreável de desenhar, retratar, pintar, dar cor e vida a pássaros, peixes e paisagens é que fazem diferença no filme, prendendo o espectador com muito interesse até o fim. É como se a arte fosse um sopro de esperança.

Pode até acontecer de alguém ficar incrédulo diante de tanta força, apesar da pobreza, das dificuldades e do abandono. Mas a mão certeira do diretor e as atuações convincentes dos atores não deixam dúvidas sobre o poder da arte na vida dessa mulher que morreu em 1970. Ao final do filme, é inevitável uma busca na internet para pesquisar o nome de Maudie Dowley. Só isso vale o filme.


Ficha técnica:
Direção:
Aisling Walsh
Exibição: Netflix
Duração: 1h56
Produção: Sony Pictures
Classificação: 12 anos
Países: Irlanda / Canadá
Gêneros: Biografia / Drama / Romance


Tags: #MaudieSuaVidaESuaArte, Netflix, MaudieDowley, EthanHawke, SallyHawkins, SonyPictures, drama, romance, biografia, cinemanoescurinho

12 agosto 2020

Em "The Banker", Samuel L. Jackson e Anthony Mackie arrasam como os primeiros banqueiros negros dos EUA

Para conquistar o mercado, dupla precisa de um branco para ser o teste de ferro dos negócios (Fotos: Apple TV+ /Divulgação)

Maristela Bretas


Com ótimas atuações de Anthony Mackie e Samuel L. Jackson, "The Banker" expõe o racismo na década de 1950. O primeiro longa-metragem produzido pela Apple TV+ merece ser conferido. Ele mostra duas visões da mesma questão racial, que é tão forte no interior do Texas quanto numa cidade grande como Los Angeles. Apesar da capacidade de identificar boas oportunidades de negócios e de investir dinheiro, Joe Morris (Samuel L. Jackson) e Bernard Garrett (Anthony Mackie) não passam de dois empresários afro-americanos que são vistos com preconceito pelo mercado.


Garret é de origem pobre, nascido numa cidade pequena do Texas que ainda vive sob a bandeira confederada e que não aceita que negros tenham direitos. Genial em cálculos desde pequeno, ele passa a juventude aprendendo tudo o que pode sobre mercado imobiliário e investimentos financeiros. E promete a si mesmo que vai vencer e construir seu império numa grande cidade. Mackie está ótimo no papel, do negro batalhador, mas arrogante, que não aceita o subemprego, nem mesmo quando sua empresa está em risco.

Samuel L. Jackson, com seu jeitão fanfarrão e a risada que é marca registrada, entrega, como sempre, uma ótima interpretação de Joe Morris, o dono de um clube noturno que, com muito jogo de cintura, fez sua vida e fortuna em Los Angeles. 


Apesar de trancos e barrancos do primeiro contato, ele e Garret acabam formando uma sólida sociedade numa corretora imobiliária para depois partirem para um voo mais ousado: se tornarem os primeiros banqueiros negros dos Estados Unidos, em um dos piores períodos de segregação racial do país.

Mas para terem sucesso e entrarem "no mundo dos brancos", eles precisavam "ser brancos". Para isso, tiveram que contar com mais um integrante na equipe que era um fracasso total em fazer negócios e que tinha pouco tempo para aprender como se tornar um empresário de sucesso e ser o testa de ferro da dupla para negociar no preconceituoso mercado. 


E foi usando a cor e a aparência de Matt Steiner (Nicholas Hoult, que também entrega uma boa atuação e consegue acompanhar a dupla) que Garrett e Morris conseguiram, por muitos anos, contornar as limitações raciais da época e se tornarem os primeiros proprietários de imóveis negros mais ricos e bem-sucedidos do país. Hoult também entrega uma boa atuação e consegue acompanhar o ritmo da dupla principal.


A todo o momento, a questão racial é lembrada, tanto na hora de fechar um negócio usando Steiner de fachada, quanto na relação de Garrett com as pessoas de sua cidade natal. Numa época em que negros eram vistos como raça inferior, um segredo como este ia acabar sendo descoberto. O enredo é bom, mas é na interpretação da dupla principal que o filme se sustenta muito bem. Também a reconstituição de época ficou muito boa


Baseada em fatos reais, "The Banker" teve seu lançamento adiado por causa de uma acusação de abuso sexual infantil cometido por Bernard Garrett Jr. contra as irmãs do segundo casamento do pai quando todos moravam na mesma casa. Ou seja, no período abordado pelo filme. O acusado é um dos produtores do filme e aproveitou para contar apenas sua versão da história do pai, quando vivia com sua mãe, Eunice. No filme ela é interpretada por Nia Long, cujo talento merecia mais destaque.

A madrasta e as meias-irmãs de Garrett Jr. foram ignoradas completamente por ele na história, provocando revolta na família. Os abusos foram denunciados às vésperas da estreia no cinema, em novembro de 2019, provocando seu adiamento. Somente em julho deste ano, a Apple TV+ lançou a produção diretamente em seu canal de streaming.


Ficha técnica:
Direção e roteiro:
George Nolfi
Exibição: Apple Tv+
Produção: Romulus Entertainment
Duração: 2 horas
Classificação: 14 anos
Gênero: Drama
Nota: 4,5 (0 a 5)


Tags: TheBanker, AppleTV+, AnthonyMackie, SamuelLJackson, NicholasHoult, NiaLong, drama, banqueiros, racismo, segregaçãoracial, cinemaescurinho, @cinemanoescurinho