Mostrando postagens com marcador curta-metragem. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador curta-metragem. Mostrar todas as postagens

13 novembro 2023

Mostra Ecofalante de Cinema traz obras socioambientais para BH

12ª edição do evento ocorre no Cine Santa Tereza, com entrada gratuita para todas as sessões (Foto: Ricardo Laf/PBH)


Jean Piter Miranda


Pelo segundo ano consecutivo, Belo Horizonte recebe a Mostra Ecofalante de Cinema. O evento é considerado o mais importante do audiovisual da América do Sul dedicado às temáticas socioambientais. As obras serão exibidas entres os dias 16 e 23 de novembro, no Cine Santa Tereza. A entrada é gratuita para todas as sessões. A programação conta com 15 filmes, entre curtas e longas-metragens, premiados em festivais nacionais e internacionais. 

Na abertura, será apresentado o filme "Amazônia, a Nova Minamata?", último longa de Jorge Bodanzky. A produção aborda a luta do povo Munduruku contra o garimpo ilegal em seu território. A sessão será comentada pelos instrutores e alunos do curso de Documentário do Núcleo de Produção Digital/Escola Livre de Artes - NPD/ELA.

“A Invenção do Outro”, de Bruno Jorge

Destaques da programação

Entre os destaques da mostra está a “A Invenção do Outro”, de Bruno Jorge. O documentário retrata a maior expedição das últimas décadas na Amazônia, realizada pela Funai e liderada pelo indigenista Bruno Pereira. A missão buscava estabelecer o primeiro contato com a etnia dos Korubos. 

Outra obra que fez sucesso é “Exu e o Universo”, de Thiago Zanato. O documentário desfaz preconceitos em torno da figura de Exu, divindade presente em religiões de matriz africana. Também aborda a liberdade de culto e ao racismo sistêmico no Brasil.


Em "Escute, a Terra Foi Rasgada", os diretores Cassandra Mello e Fred Rahal Mauro, retratam uma aliança histórica entre três povos indígenas pela defesa de seus territórios, frente à destruição causada pelo garimpo.

“Vento na Fronteira”, de Laura Faerman e Marina Weis, acompanha a luta do povo Guarani-Kaiowá pelas suas terras, na região do Mato Grosso do Sul. “Mulheres na Conservação” aborda o protagonismo das mulheres na ciência. A obra é assinada pela jornalista Paulina Chamorro e pelo fotógrafo João Marcos Rosa.


Outro documentário de destaque é “Diálogos com Ruth de Souza”, de Juliana Vicente (diretora de “Racionais MC's – Das Ruas de São Paulo pro Mundo”, 2022). A obra é sobre a trajetória de Ruth de Souza, pioneira entre as atrizes negras em palcos, televisão e cinema no Brasil. 

A programação conta com “I Heard it Through the Grapevine”, dirigido por Dick Fontaine. O documentário é estrelado por James Baldwin e acompanha uma viagem do escritor pelos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, faz um balanço das lutas pelos direitos civis das comunidades negras em seu país.


Em “O Sonho Americano e Outros Contos de Fadas”, o tema é a profunda crise de desigualdade nos EUA. O documentário é dirigido por Abigail Disney e Kathleen Hughes.  

Entre os curtas de destaque estão “A Febre da Mata”, de Takumã Kuikuro, uma denúncia contra as queimadas na Amazônia; “Mãrihi – A Árvore do Sonho”, de Morzaniel Ɨramari, no qual as palavras de um xamã conduzem uma experiência onírica envolvendo poéticas e ensinamentos dos povos da floresta. 


“Um Tempo para Mim”, trata da transformação de uma jovem mbya guarani, que acontece no mesmo dia em que ocorre um eclipse da Lua; “Levante pela Terra”, de Marcelo Cuhexê, registra o acampamento ocorrido em Brasília em 2021, na luta pela demarcação de terras indígenas. 

Para o público infanto-juvenil, a Mostra exibe “A Viagem do Príncipe”, animação dirigida por Jean-François Laguionie e Xavier Picard. O filme mostra as aventuras e os preconceitos enfrentados por um príncipe numa terra estrangeira de cultura e hábitos diferentes e que se construiu em oposição à natureza. 


Realização

A itinerância da Mostra Ecofalante de Cinema em Belo Horizonte é viabilizada por meio da Lei de Incentivo à Cultura. A produção é da Doc & Outras Coisas e a coprodução é da Química Cultural. A realização é da Ecofalante e do Ministério da Cultura.

O apoio institucional é da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, da Embaixada da França no Brasil, do Programa Ecofalante Universidades e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. 

A programação completa da Mostra Ecofalante em Belo Horizonte pode ser acessada em ecofalante.org.br/programacao.


Confira os trailers dos outros filmes clicando aqui 

Serviço
Mostra Ecofalante de Cinema - Itinerância Belo Horizonte

Data: 16 a 23 de novembro
Local: Cine Santa Tereza - Rua Estrela do Sul, 89 - Santa Tereza - Belo Horizonte - MG - Telefone: (31) 3277-4699
Ingressos: Retirada de ingressos em sympla.com.br/cinesantatereza ou na bilheteria, 30 minutos antes da sessão
Informações: www.ecofalante.org.br

27 setembro 2020

“La femme et le TGV”, curta imperdível do Amazon Prime que fala de solidão

Filme, indicado ao Oscar 2017, é uma jornada de amor e poesia em alta velocidade (Fotos: TGV Movie/Divulgação)


Mirtes Helena Scalioni


Pode ser que os mais viajados saibam, mas o natural é recorrer ao Google para conferir a sigla: TGV significa, em tradução livre, “trem de alta velocidade” - em francês, Trains à Grande Vitesse. Daí se explica o nome do filme, na verdade um curta-metragem, “La femme et le TGV”. O resumo: mulher se apaixona pelo maquinista do trem que passa diariamente pela porta de sua casa.
 
Essa produção suíça de apenas 30 minutos é, acima de tudo, um filme que tem ritmo próprio e peculiar, com uma forma diferente, natural, de contar uma história, por mais estranha ou bizarra que ela possa parecer. Esse jeito de narrar torna-se quase um personagem de tão importante.

 


A entrada dos outros poucos participantes da narrativa vão ajudando a revelar, devagar, detalhes da vida de Élise Lafontaine (Jane Birkin), que vive sozinha, tem um filho que mora em outra cidade, e aprendeu com a mãe a saudar, da janela de casa, a passagem do trem. Sempre agitando uma bandeirinha na mão.
 
Em outra cadência, talvez o curta não resultasse no que resultou, nem surtisse o mesmo efeito. Tudo parece ter sido pensado para que o público se interessasse paulatinamente e se envolvesse carinhosamente com aquela mulher de meia idade que vive numa minúscula vila suíça próxima de Zurique. 



Desde o início, dá para ver que ela tem um trabalho na sua boulangerie, mas que o principal objetivo da sua vida é saudar o trem, que passa duas vezes por dia pela sua porta.
 
Além da veterana e sempre impressionante Jane Birkin, outros atores e atrizes passam pela tela, sempre a serviço da história de Élise. Estão lá Julie Dray, como a professora de dança; Manuela Biedermann, como Charlotte; Gilles Tschudi, como o maquinista Bruno; Lucien Guignard, como Jacques...



Ao terminar o filme, na hora dos créditos finais, que é feita de uma forma muito bonita e original, lembrando painéis de estações de trem, aparecem fotos da verdadeira Élise Lafontaine, em cuja história o curta se baseou. O único senão de tudo fica por conta das legendas, cheias de erros de português e de grafia, além da tradução péssima. Sinal de descaso, apesar de o curta, produzido em 2016, ter sido indicado ao Oscar no ano seguinte.
 
Trens e estações costumam ser universalmente símbolos ricos de vida e morte, chegadas e partidas. No caso do filme, isso não foge à regra. Mas como se trata de uma história inspirada num fato, o diretor Timo von Gunton encontrou um jeito poético para falar de solidão, abandono, buscas e encontros. Alguém já disse que “La femme et le TGV” é curto e essencial como um conto. Podíamos acrescentar que é belo, contundente e cortante como um conto. Definitivo e sutil.



Ficha técnica:
Direção: Timo von Gunton
Exibição: Amazon Prime
Duração: 31 minutos
País: Suíça
Gênero: Drama


Tags: La Femme Et Le TGV, Timo von Gunton, TGV, curta-metragem, indicado ao Oscar, Jane Birkin, drama, Amazon Prime, Suíça, solidão, Elise Lafontaine, Cinema no Escurinho



06 agosto 2020

"Difícil É Não Brincar" é selecionado para o Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo

Produção mineira registra a infância em três distritos do interior de Minas Gerais (Fotos: Eliane Gouvêa/Divulgação)


Da Redação


A produção mineira "Difícil É Não Brincar", da diretora Papoula Bicalho, foi selecionada para o 31º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo, que acontece entre 20 e 30 de agosto, na Mostra Infanto-Juvenil. O filme é dos seis mineiros selecionados entre 3.056 inscritos na premiação.

O curta registra a infância em três distritos do interior de Minas Gerais pertencentes aos municípios de Congonhas e Ouro Preto, onde a produção de minério é a principal atividade econômica. Entre minas e minérios, crianças brincam e revelam seus sonhos e pesadelos, apostando que até nas adversidades, difícil mesmo é não brincar.

Dar voz às crianças é o principal objetivo do filme. “Meu desejo era torná-las protagonistas, narradoras e produtoras das sequências. A brincadeira foi o modo de obter isso de forma espontânea e criativa”, conta Papoula Bicalho, que concebeu e dirigiu o filme. “Quando as crianças brincam, liberam o seu imaginário e mostram de forma sensível os desejos, sonhos e pesadelos que as animam ou afligem. Você passa a ver a criança sem as máscaras impostas por certa cultura ou religião, pela família, por hábitos e costumes. Elas estão ali, inteiras, inventivas”.


Ambientado nesse universo lúdico das brincadeiras da infância, o enredo traz à tona várias nuances desta fase da vida e levanta questões pessoais e sociais que as crianças enfrentam: as inseguranças, a adaptação a diferentes realidades das comunidades, os sonhos que dividem espaço com incertezas do futuro e as delícias de ser criança e poder, mesmo nas adversidades, inventar mundos possíveis, brincando.

Participaram das filmagens mais de 90 crianças de Miguel Burnier e Comunidade do Mota (distrito e sub-distrito de Ouro Preto) e Lobo Leite (distrito pertencente a Congonhas). Os pontos de partida para a construção do enredo foram provocações e desafios que pudessem resultar em brincadeiras e depoimentos significativos para desvendar anseios, intimidações, prazeres e desejos que se apoderam dessas crianças no dia-a-dia. “O narrador do filme é a ação delas em meio aos colegas, amigos e à paisagem dos locais onde vivem”, explica Papoula Bicalho.


O curta contou com direção de produção de Janice Miranda, apoio institucional do Museu de Congonhas, parceria com a comunidade escolar dos distritos onde foram feitas as filmagens e realização da Luz Comunicação, com patrocínio da Gerdau.

Link para o teaser:

Ficha técnica:
Direção, concepção, roteiro, trilha e montagem
: Papoula Bicalho

Assistência de direção: Bruno Madeira, Zé Paulo Osório
Direção de produção: Janice Miranda
Produção: Fabrício Kent, Nathália Rezende Santos, Valdirene Andrade
Captação de imagem e som: Eliane Gouvêa, Papoula Bicalho, Rodrigo Gouvêa, Zé Paulo Osório
Tratamento e masterização de som: André Cabelo
Transporte: Edgard Magalhães, João Batista De Magalhães

Tags: DifícilÉNãoBrincar, FestivalInternacionalDeCurtasMetragensDeSãoPaulo, curta-metragem, produçãomineira, Papoula Bicalho, OuroPreto, Congonhas, crianças, brincadeiras, cinemanoescurinho