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26 fevereiro 2024

"Madame Teia" tenta fugir das fórmulas prontas, mas carece de conteúdo e criatividade

Dakota Johnson protagoniza a super-heroína integrante do Universo Homem-Aranha (Fotos: Sony Pictures)


Marcos Tadeu
Blog Narrativa Cinematográfica


Em cartaz nos cinemas o novo longa da Sony Pictures, "Madame Teia" ("Madame Web"), filme solo de mais um integrante do Aranhaverso que até oferece momentos divertidos e muita ação, mas o conteúdo é fraco e sem criatividade. Uma produção que corre o risco de não ser bem sucedida no cinema, como aconteceu com "Venom" (2018) e "Morbius" (2022). 

Especialmente porque "Morbius" teve a mesma dupla de roteiristas de "Madame Teia" - Matt Sazama e Burk Sharpless -, o que pode explicar as críticas e a baixa bilheteria que o filme atual está registrando. Mesmo assim, a produtora está apostando para este ano na estreia de outro inimigo do "teioso" nos quadrinhos Marvel - "Kraven: O Caçador".


Com direção de S.J. Clarkson, conhecida por trabalhos como "Segredos de um Escândalo", da Netflix, e alguns episódios da série "Succession", da HBO Max, "Madame Teia" conta a origem da super-heroína, estrelada por Dakota Johnson (franquia "Cinquenta Tons de Cinza" - 2015 a 2018).

Ela é Cassandra Webb, ou "Cassie", uma paramédica em Manhattan que descobre possuir habilidades de clarividência. Confrontada com revelações sobre seu passado e fatos relacionados à sua mãe, a protagonista estabelece uma ligação com três garotas comuns, destinadas a terem futuros com superpoderes. Infelizmente o público não vai saber como isso acontece porque o filme não explica.


O desenvolvimento do personagem de Dakota Johnson é adequado, mas nada que não tenhamos visto em outros filmes. O poder de ver o futuro é extremamente sem graça e o roteiro não ajuda muito. 

Apesar de ser a protagonista, Cassie assume mais a postura de "mentora" do que de aprendiz. O foco real fica nas três jovens e a relação da super-heroína com elas.

Sabemos que no futuro as quatro se tornarão heroínas também. Julia Carpenter/Arcane (Sydney Sweeney), Mattie Franklin/Mulher-Aranha (Celeste O'Connor) e Aña Corazon/Garota-Aranha (Isabel Merced) têm uma química que funciona bem e geram boas cenas, com aquele típico humor Marvel. 


Talvez isso agrade alguns espectadores que buscam filmes do gênero, principalmente porque elas precisam se dar bem com a mentora para garantirem suas vidas.

Já o vilão Ezekiel Sims (Tahar Rahim) é um personagem extremamente genérico e mal desenvolvido. Suas motivações são rasas como um pires. Remetem mais a um homem covarde que teme seu passado sombrio do que alguém que enfrenta seu destino. 

Sims é praticamente um Homem-Aranha de uniforme preto e olhos vermelhos. Não entrarei em detalhes para não prejudicar a experiência do público.


Os efeitos visuais também deixam muito a desejar, principalmente no arco final. O uso de Chroma key é evidente, chega a ser ridículo, parecendo mais um filme de qualidade duvidosa do que uma história que nos levaria a torcer pela protagonista. 

As cenas de ação desafiam a lógica, como a do ferro entrando em contato com o fogo, esquentando e machucando.

Sem contar os easter eggs forçados, remetendo constantemente à ideia de que se trata apenas de um spin-off sobre uma aliada do Homem-Aranha. Até a jornada da protagonista parece repetitiva e sem propósito. O único ponto positivo é a história da mãe de Cassie, que tenta ser um fio condutor para amarrar a trama.


"Madame Teia" diverte na medida do possível ao tentar fugir de uma fórmula pronta de herói. Vale a pena assistir se você não conhece nada do personagem ou está buscando algo "leve", sem grandes pretensões, que esquecerá mais tarde. O grande feito da produção é ser bem superior a "Morbius", mas tinha material para ser melhor trabalhado.

Ao sair da sala, fiquei com a sensação de "é ruim, mas poderia ser pior". Pela condução da história (e dependendo da bilheteria), o longa pode ganhar sequências, até para explicar muitas pontas soltas deixadas pelo roteiro. Fica o alerta: "Madame Teia" não tem cenas pós-crédito como nos filmes da Marvel. 


Ficha técnica
Direção: S. J. Clarkson
Produção: Sony Pictures, Di Bonaventura Pictures, Marvel Entertainment
Distribuição: Sony Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h40
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gêneros: ação, aventura

15 maio 2020

"O Colecionador de Ossos" - do livro para a tela de TV com mais ação e elenco pouco conhecido

Elenco da série: Russell Hornsby, Arielle Kebbel e Michael Imperioli (Fotos: Zach  Dilgard/NCB)

Maristela Bretas


Depois de ganhar as telas de cinema em 1999 com a excelente produção "O Colecionador de Ossos", a obra de Jeffery Deaver agora estreia em série de TV produzida pela Sony Pictures Television e Universal Television. A partir de segunda-feira (18), sempre às 22 horas, o canal AXN passa a exibir "Lincoln Rhyme" ("Lincoln Rhyme: Hunt for The Bone Collector").



O nome do famoso criminologista forense é o mesmo do livro e do filme e a história sofreu poucas modificações. Lincoln Rhyme é um policial que durante a caçada a um assassino sofre um acidente e fica tetraplégico. A série "Lincoln Rhyme" terá como protagonista o ator Russell Hornsby (de "Creed II" - 2019), que vai interpretar o criminologista que deixa a aposentadoria para formar uma equipe especializada na caçada ao serial killer que o deixou tetraplégico, o Colecionador de Ossos, que está aterrorizando Nova York. 




Para interpretar a policial Amelia Sachs (nome original dos livros) foi escolhida a atriz Arielle Kebbel (de "Cinquenta Tons de Liberdade" - 2016). Os produtores e diretores VJ Boyd e Mark Bianculli contam que a série terá passagens da obra original e de outros livros do autor, além de investigações de casos violentos e misteriosos, assassinatos complicados e até atos terroristas. Tudo para atrair e agradar aos fãs do autor.


O Colecionador de Ossos

No ótimo filme, estrelado há 21 anos por ninguém menos que o excelente Denzel Washington, o criminologista, após um acidente durante uma missão, só pensa em morrer até que uma série de assassinatos o faz voltar à ativa. Em sua casa é montada uma equipe especial formada por policiais de confiança e a novata analista criminal Amelia Donaghy (sobrenome diferente do original), papel de Angelina Jolie. 

Do elenco desta produção dirigida por Phillip Noyce participaram também Queen Latifah, pouco aproveitada como a enfermeira Thelma, que cuida de Rhyme; Michael Rooker, como o Capitão Howard Cheney; Luiz Gusman, como o detetive Eddie Ortiz, e Leland Orser, como o médico Richard Thompson. 


Denzel Washington e Angelina Jolie (Crédito: Columbia Pictures)

"O Colecionador de Ossos" é um excelente filme, um dos melhores do gênero suspense policial, com boa fotografia, elenco de primeira e muito entrosado - especialmente o casal principal, bem carismático e com muita química. O roteiro leva a um clímax esperado mas bem articulado na caçada ao serial killer que deixa pistas das próximas vítimas. Para quem quiser conferir o filme, ele está em exibição no canal AXN, da Sony, com chamadas para a nova série.


Tags: #LincolnRhyme, #OColecionadorDeOssos, @RussellHornsby, @AXNBrasil, @DenzelWashington, @AngelinaJolie, #suspense, #policial, @SonyPictures, @cinemanoescurinho, @cinemaescurinho

16 fevereiro 2018

Em "Cinquenta Tons de Liberdade" até Cinderela ficaria com vergonha da história

O casal Anastasia Steele e Christian Grey completa a trilogia escrita por E.L. James (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


E a famosa trilogia chega ao fim. "Cinquenta Tons de Liberdade" ("Fitty Shades Freed") conseguiu ser pior que os dois filmes anteriores, com uma história boba que até Cinderela teria vergonha de interpretar. Se o casal Anastasia Steele (Dakota Johnson) e Christian Grey (Jamie Dornan) já não convencia no primeiro filme, a situação só ficou pior neste com o casamento esperado pelas fãs que acompanharam ansiosas o fim do conto de fadas moderno. E terminou deixando muito expectador que não leu os livros sem saber se a proposta dos filmes era ser pornô chique, sadomasoquismo ou só uma história boba com final previsível para atrair uma legião de mulheres ao cinema.

E foi isso que aconteceu, incluindo neste terceiro nas salas onde está sendo exibido: um grande público feminino e pequena presença masculina, acompanhando a esposa ou a namorada. Na sessão em que estava um senhor acompanhado da esposa chegou a roncar durante o filme. A história era tão "interessante" que duas jovens sentadas na fileira atrás da minha não paravam de tagarelar e a expectadora na fileira da frente passou boa parte enviando whatsapp para uma conhecida.


"Cinquenta Tons de Liberdade" é clichê do início ao fim, com direito a casamento, véu, grinalda e vestido branco, mansões, jatos, viagens pelo mundo, seguranças particulares, governantas e um vilão, Jack Hyde (Eric Johnson) que poderia ter salvado tudo, mas era tão ruim quanto os protagonistas. Dakota dá a impressão de que não via a hora de a trilogia acabar. 

Dornan está ainda mais sem sal. Ele inclusive deu algumas declarações sobre as filmagens que geraram mais interesse do que sua atuação. Como a de que usou enchimento para dar volume às "partes íntimas". Sinal de que o ator precisa de propaganda enganosa para valorizar seu personagem, que sempre foi o lado fraco do pseudo-romance porno-chique.

Anastasia continua tirando a roupa facilmente (acho que se esqueceram de avisar ao roteirista que o público masculino é reduzido), enquanto Christian fica só fazendo gênero, usando calça jeans e sem camisa com barriga tanquinho e bunda exposta à meia luz. E só. "Cinquenta Tons de Liberdade" continua machista e idiota, expondo apenas o corpo da mulher e preservando o do homem, como em seus antecessores, agora fazendo a linha família.

"Cinquenta Tons de Liberdade" agrada quem sonha com um marido rico, poderoso e apaixonado, uma vida de glamour com tudo o que o dinheiro pode proporcionar, especialmente um casamento de princesa. O último filme da trilogia tem tudo isso, além de tentativa de assassinato e sequestro e final feliz bem família quem nem em sessão da tarde se vê mais. As poucas cenas mais apimentadas ficam apenas "nos entretanto". Os "finalmente" ficam por conta da imaginação do público.


A produção não faz nem um meio de campo, já começa no casamento de Anastasia e Christian, lua de mel fantástica, passeio de jatinho, iate e jet ski, marido ciumento e uma mulher que não aceita mais ser subjugada. O agora casal Grey terá de aprender a viver junto, continuar mantendo acesa a chama do desejo, se proteger de antigos inimigos (nem isso mudou) e ser "feliz para sempre".

Não espere muito de "Cinquenta Tons de Liberdade", que deixa a sensação de que foi feito só para encerrar a trilogia. Faltaram desejo, calor, criatividade e, acima de tudo, interpretação. Mas deverá ser outro sucesso de bilheteria, como aconteceu com "Cinquenta Tons de Cinza" (2015) e "Cinquenta Tons Mais Escuros" (2017), que renderam quase U$ 950 milhões pelo mundo.



Ficha técnica:
Direção: James Foley
Produção: Universal Pictures
Distribuição: Universal Pictures do Brasil
Duração: 1h46
Gêneros: Drama / Romance / Erótico
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 2 (0 a 5)

Tags: #CinquentaTonsdeLiberdade, #JamesFoley, #DakotaJohnson, #JamieDornan, #EricJohnson, #ELJames #drama, #erotico, #romance, #UniversalPictures, #cinemas.cineart, #espacoz, #cinemanoescurinho


31 agosto 2017

Depois de Mad Max, Charlize Theron volta brutal e "Atômica"

Produção esbanja cenas de violência, tiros, perseguições e muita luta do início ao fim, em história passada no ano da queda do Muro de Berlim  (Fotos: Universal Pictures)

Maristela Bretas


Charlize Theron não se contentou em apenas fazer uma ótima interpretação e apanhar muito de seus inimigos russos (e aliados). Também participa como produtora do brutal e envolvente "Atômica" ("Atomic Blonde"), que estreia nesta quinta-feira nos cinemas. O filme é dinâmico, com muita ação, perseguições e violência, para quem gosta do estilo 007 de Daniel Craig. Só que a espionagem agora loira, usa saia, é extremamente bonita, sensual e mortal.

Essa é Lorraine Broughton, papel de Charlize que supera muitos agentes secretos, da Guerra Fria e de outros tempos. A espiã britânica do MI6 bate muito, não tem medo de apanhar e ficar com o corpo coberto de marcas e feridas, o cabelo despenteado, a maquiagem borrada, mas sem descer do salto ou perder a classe. Para ficar com o corpo ideal para o filme a atriz recebeu treinamento e aulas de luta de oito personal trainers para dispensar a dublê e fazer as próprias cenas de ação. No final da produção estava com dois dentes quebrados. CLIQUE AQUI  para ver os bastidores do treino de para o papel.

"Atômica" ganha agilidade desde os primeiros minutos, com a história sendo contada a partir de um depoimento de Lorraine. A partir daí são muitas cenas de violência, tiros, porrada, explosões e muito sangue, que chega a espirrar na lente da câmera. Para intensificar as cenas de pancadaria, nada como o misterioso espião americano infiltrado na Alemanha Oriental, David Percival, outra grande interpretação de James McAvoy, que fez todo o filme com a mão direita quebrada, resultado de sua atuação em "Fragmentado" (2016), outro de seus sucessos.

Destaque também para a atuação de Sofia Boutella, que volta em mais um filme e espionagem (também participou de "Kingsman - Serviço Secreto, de 2014). Ela é a agente francesa Delphine, que será determinante na trama. Completando o bom elenco de apoio estão o experiente John Goodman, como chefão da CIA, Emmet Kurzfeld; Eddie Marsan, como o agente duplo Spyglass; Bill Skarsgärd, como o revolucionário Merkel (nome bem sugestivo); Toby Jones, como Gray um interrogador britânico, e James Faulkner, o chefão "C" (outra "semelhança" com Bond, que tem a chefona "M").

Enquanto o povo luta na rua pela união dos dois países, por trás da trincheira, as articulações aconteciam num ambiente sombrio e sórdido em busca do poder. Mas tudo colocado de uma forma muito rápida, ficando o destaque para as cenas de ação e a presença marcante de Charlize Theron. Conhecida por sua frieza e determinação, a espiã Lorraine Broughton é convocada por seus superiores a ir a Berlim onde deverá resgatar um dossiê que coloca em risco a identidade de centenas de agentes secretos de várias nacionalidades se cair em mãos erradas.

Na cidade, o parceiro será David Percival, que joga as cartas da espionagem de uma forma muito diferente das usadas pela britânica, e vai colocá-la em situações constantes de confrontos com as forças militares e os soviéticos da KGB. Como pano de fundo, os protestos nas ruas e a insatisfação da Alemanha, dividida em duas pelo Muro de Berlim e a Guerra Fria, contada através dos noticiários de TV no ano de 1989.

E se já bastasse tudo isso, a trilha sonora ainda vem com repertório invejável dos anos 80, com sucessos como "Sweet Dreams", do Eurythmics, "Father Figure", de George Michael; as versões remasterizadas de "Under Pressure", da parceria entre Queen e David Bowie (2011) e "Hungry Like The Wolf", do Duran Duran (2009), além de outros 31 cantores e bandas. CONFIRA AQUI a playlist do filme disponibilizada pelo canal oficial da Universal e Spotify.

"Atômica" é uma mistura de James Bond, Jason Bourne e John Wick, tanto na violência quanto nas cenas tórridas, mesmo que pequenas. Estas por sinal, poderiam servir de modelo para os próximos filmes da franquia "Cinquenta Tons de Cinza". A produção é baseada na série de quadrinhos “The Coldest City”, de Antony Johnston, ilustrado por Sam Hart.

Pode até ser considerado um longa-metragem com história previsível, recheada de lutas que desviam a atenção do espectador, principalmente nas cenas em plano sequência, mas "Atômica" prende do início ao fim e vale a pena ser assistido.



Ficha técnica:
Direção: David Leitch
Produção: Focus Features
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h55
Gêneros: Ação / Espionagem
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 4,3  (0 a 5)

Tags: #Atomica #AtomicBlonde #CharlizeTheron #JamesMcAvoy #SofiaBoutella #JohnGoodman #Berlim #GuerraFria #espionagem #acao #LorraineBroughton #FocusFeature #UniversalPictures #CinemanoEscurinho

14 fevereiro 2017

"Cinquenta Tons Mais Escuros" é uma aula fraca de sexo e submissão

Christian Grey e Anastasia voltam em performances mornas, diferentes do livro, que podem agradar apenas aos fãs da franquia (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Se o primeiro filme - "Cinquenta Tons de Cinza" -, apesar da bilheteria milionária, foi muito ruim, o segundo da série "Cinquenta Tons Mais Escuros" ("Fifty Shades Of Grey 2: Fifty Shades Darker") conseguiu ser "um pouquinho melhor", mas nada que valha a pena. Só salva a beleza de Dakota Johnson e o tanquinho de Jamie Dornan. Porque o resto é difícil demais de assistir. Pelo menos no primeiro havia insinuações de cenas mais picantes graças ao estilo sadomasoquista do personagem Christian Grey.

Já nesta produção, até as cenas que deveriam ter tons mais "escuros" como afirma o título, não passa de um papai e mamãe pela metade. Fraco, sem clímax, com um ator bonitinho mas ruim de serviço. E Dakota, que teve uma interpretação mais convincente como Anastasia Steele no primeiro filme, parece que está cumprindo contrato, sem pique e sem graça.

De drama não tem nada, a categoria erótico ficou a desejar e o romance é bem água com açúcar, com direito a flores e declarações de amor. Pode deixar muita "donzela" cheia de esperança de encontrar um Christian Grey pela vida, mas vamos ser sinceras: na base da chicotada, submissão e sendo tratada como objeto de posse de um bilionário todo poderoso cheio de neuras?

Pior foi ver Kim Basinger, a grande estrela de "9/2 Semanas de Amor" (aquele sim foi um clássico em erotismo) acabada, num papel ridículo. A impressão que passa é que ela foi usada para fazer com que as pessoas associassem a atriz a seu personagem do passado, o que seria um tiro no pé. Não tem mais nada que lembre, nem mesmo a sensualidade.

O diretor James Foley não consegue salvar o que já nasceu perdido. A história é fraca, com o personagem de Dornan que trata mulheres com desprezo e as torna submissa, tentando mudar seu "jeitinho de ser" para recuperar Anastasia, que o abandonou no primeiro filme. Ele tenta ser o bom moço, mas deixou um rastro de submissas tão doidas quanto ele por seu caminho.

Anastasia, que seguiu sua carreira, continua a ser procurada pelo galã e para que o aceite de volta exige mudanças em seu comportamento. Ela passa a ditar as regras e a ser a dominadora nos jogos sexuais. Ao mesmo tempo, consegue que Grey passe a se abrir para outras pessoas e para um relacionamento. Nada muito diferente de um romance no estilo "Sabrina". O sexo voraz que o livro insinua passou loooooooonge.

O pior é saber que ainda haverá um terceiro filme para completar a franquia. O certo disso tudo: a bilheteria será novamente milionária, como foi a venda dos livros. E as versões cinematográficas continuarão censuradas e muito mais fracas que novelas da 9.

Um ponto positivo é a música tema "I Don't Wanna Live Forever", interpretada por ZAYN e Taylor Swift e outras composições que compõem a trilha sonora, como "Hellium", de Sia, e "One Woman Man", de John Legend. Recomendo o filme apenas para fãs da obra literária e que queiram ver a continuação. Mesmo assim, podem ficar decepcionados com as cenas eróticas, novamente suavizadas.



Ficha técnica:
Direção: James Foley
Produção: Universal Pictures
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h58
Gêneros: Drama / Romance / Erótico
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 2 (0 a 5)

Tags: #cinquentatonsmaisescuros, #cinquentatonsdecinza, #ChristianGrey, #AnastasiaSteele, #KimBasinger, #JamesFoley, #erotico, #drama, #romance, #UniversalPictures, #CinemanoEscurinho

14 janeiro 2016

"O Regresso" sai na frente com 12 indicações ao Oscar 2016


As oito produções indicadas ao prêmio de Melhor Filme do Oscar 2016 (Fotos: Divulgação)


A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood anunciou nesta quinta-feira (14) os indicados ao Oscar 2016. Uma das surpresas foi a indicação do brasileiro "O menino e o mundo", do diretor paulista Alê Abreu, na categoria de animação. Ele disputa com "Divertida Mente". 

Os nomes dos concorrentes das 24 categorias foram lidos pelos diretores Guillermo Del Toro e Ang Lee, pelo ator John Krasinski e pela presidente da Academia, Cheryl Boone Isaacs. A cerimônia de entrega das estatuetas do 88º Oscar acontece no dia 28 de fevereiro, com apresentação do ator e comediante Chris Rock.

"O Regresso" lidera com 12 indicações, incluindo ator para Leonardo DiCaprio, em sua sexta indicação ao Oscar, e melhor diretor Alejandro G. Iñárritu, que venceu no ano passado por "Birdman". "O Regresso" também foi o grande vencedor do Globo de Ouro, levando três estatuetas - Melhor Filme, Melhor Ator e  Melhor Roteiro.

"Mad Max: Estrada da Fúria" aparece em segundo, concorrendo em 10 categorias, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor. "Perdido em Marte" conquistou 7 indicações, mas o diretor Ridley Scott ficou de fora.

Veja a lista de indicados ao Oscar 2016:


Melhor filme
"A Grande Aposta"
"Ponte dos Espiões"
"Brooklyn"
"Mad Max - Estrada da Fúria"
"Perdido em Marte"
"O Regresso"
"O Quarto de Jack"
"Spotlight - Segredos Revelados"

Melhor ator
Bryan Cranston ("Trumbo")
Matt Damon ("Perdido em Marte")
Leonardo DiCaprio ("O Regresso")
Michael Fassbender ("Steve Jobs")
Eddie Redmayne ("A Garota Dinamarquesa")
  

Melhor atriz
Cate Blanchett ("Carol")
Brie Larson ("O Quarto de Jack")
Jennifer Lawrence (“Joy - O Nome do Sucesso”)
Charlotte Rampling (“45 anos”)
Saoirse Ronan ("Brooklyn")

Melhor diretor
Alejandro G. Iñárritu ("O Regresso")
Tom McCarthy ("Spotlight - Segredos Revelados"")
George Miller ("Mad Max: A Estrada da Fúria")
Adam McKay ("A Grande Aposta")
Lenny Abrahamson ("O Quarto de Jack")


"O Filho de Saul" (Foto: Divulgação)

Melhor filme estrangeiro 
"Embrace of the Serpent" (Colômbia)
"Cinco Graças" (França)
"O Filho de Saul" (Hungria)
"Theeb" (Jordânia)
"A War" (Dinamarca)

Melhor trilha sonora
"Ponte dos Espiões"
"Carol"
"Os 8 Odiados"
"Sicario - Terra de Ninguém"
"Star Wars - O Despertar da Força"




Melhor ator coadjuvante
Christian Bale
Tom Hardy
Mark Ruffalo
Mark Rylance
Sylvester Stallone

Melhor roteiro adaptado
"A Grande Aposta"
"Brooklyn"
"Carol"
"Perdido em Marte"
"O Quarto de Jack"

  
"Divertida Mente" (Foto: Disney-Pixar/Divulgação)

Melhor roteiro original
"Ponte dos Espiões"
"Ex Machina"
"Divertida Mente"
"Spotlight - Segredos Revelados"
"Straight Outta Compton"

Melhor design de produção
"Ponte dos Espiões"
"A Garota Dinamarquesa"
"Mad Max - Estrada da Fúria"
"Perdido em Marte"
"O Regresso"


"O Menino e o Mundo" (Foto: Divulgação)
Melhor animação
"Anomalisa"
"O Menino e o Mundo" (brasileiro)
"Divertida Mente"
"Shaun, O Carneiro"
"Quando estou com Marnie"


"Carol" (Foto: Divulgação)
Melhor fotografia
"Carol"
"Os Oito Odiados"
"Mad Max - Estradas da Fúria"
"O Regresso"
"Sicário - Terra da Ninguém"

Melhor figurino
"Carol"
"Cinderela"
"A Garota Dinamarquesa"
"Mad Max - Estrada da Fúria"
"O Regresso"                                            

                                              
"Star Wars - O Despertar da Força" (Foto: Walt Disney Studio)

Melhores efeitos visuais
"Ex Machina"
"Mad Max - Estrada da Fúria"
"Perdido em Marte"
"O Regresso"
"Star Wars - O Despertar da Força"

Melhor montagem
"A Grande Aposta"
"Mad Max - Estrada da Fúria"
"O Regresso"
"Spotlight - Segredos Revelados"
"Star Wars - O Despertar da Força"





Melhor atriz coadjuvante
Jennifer Jason Leigh
Rooney Mara
Rachel McAdams
Alicia Vikander
Kate Winslet


Melhor edição de som
"Mad Max - Estrada da Fúria"
"Perdido em Marte"
"O Regresso"
"Sicario - Terra de Ninguém"
"Star Wars - O Despertar da Força"
     
"Sicário - Terra de Ninguém" (Foto: Divulgação)

Melhor mixagem de som
"Ponte dos Espiões"
"Mad Max - Estrada da Fúria"
"Perdido em Marte"
"O Regresso"
"Star Wars - O Despertar da Força"

Melhor curta de animação
"Bear Story"
"Prologue"
"Sanjay's Super Team"
"We can't live without Cosmos"
"World of tomorrow"

Melhor curta de live action
"Ave Maria"
"Day One"
"Everything will be okay (Alles Wird Gut)"
"Shok"
"Stutterer"
 
      
"O Regresso" (Foto: Fox Film/Divulgação)


Melhor cabelo e maquiagem
"Mad Max - Estrada da Fúria"
"The 100-year-old man who climbed out the window and disappeared"
"O Regresso"

Melhor documentário
"Amy"
"Cartel Land"
"The look of silence"
"What happened, Miss Simone?"
"Winter on fire: Ukraine's Fight for Freedom"

Melhor documentário de curta-metragem
"Body team 12"
"Chau, beyond the lines"
"Claude Lanzmann: Spectres of the Shoah"
"A Girl in the River: The Price of forgiveness"
"Last day of freedom"





Melhor canção original
"Earned it", The Weekend ("Cinquenta Tons de Cinza")
"Manta Ray", J. Ralph & Antony ("Racing extinction")
"Simple song", Sumi Jo e Viktoria Mullova ("Youth")
"Writing's on the wall", Sam Smith ("007 Contra Spectre")
"Til it happens to you", Lady Gaga ("The Hunting Ground")

23 fevereiro 2015

"Birdman" vence o Oscar com a loucura do show business

"Birdman" mostra os bastidores de uma peça teatral na Broadway, onde não há glamour (Foto: Fox Film/Divilgação)

Maristela Bretas


"Birdman" levou o Oscar de Melhor Filme na 87ª edição de 2015.  A cerimônia aconteceu na noite deste domingo e madrugada de segunda-feira, no Dolby Theatre de Los Angeles. O anúncio foi feito pelo ator Sean Penn. "Birdman", do diretor Alejandro Gonzáles Iñárritu, concorria em nove categorias e venceu em quatro - Filme, Diretor, Roteiro Original e Fotografia. Já havia sido premiado no Spirit Awards e Melhor Ator Comédia ou musical e Melhor Roteiro no Globo de Ouro. O segundo vitorioso foi "O Grande Hotel Budapeste" com o mesmo número de prêmios, seguido por "Whiplash" com três estatuetas.

J.K. Simmons em Whiplash (Sony Pictures/Divulgação)
Com piadinhas sem graça, seguida de um musical e uma golada rápida de Benedict Cumberbatch, o ator Neil Patrick Harris (do seriado "How I met your mother") comandou a solenidade. Ele substituiu Ellen DeGeneres, que inovou a cerimônia e conquistou público e convidados ao fazer vários selfs durante a premiação do ano passado. Mas o  rapaz ainda tem que comer muito feijão para comandar um evento deste porte, como fez DeGeneres, que esnobou criatividade.

Anna Kendrick participou da apresentação inicial, que ainda contou com Jack Black, que subiu ao palco. Os três relembraram grandes produções e os candidatos ao Oscar deste ano, bem ao estilo da Broadway. Lupita Nyongó anunciou a primeira premiação, de Melhor Ator Coadjuvante, conquistada por J.K. Simmons ("Whiplash"). Ele já havia levado as estatuetas na mesma categoria do Globo de Ouro, do Spirit Awards e do Sindicato dos Atores dos EUA.

"O Grande Hotel Budapeste" (Fox Film/Divulgação)
Dakota Johnson (de "Cinquenta Tons de Cinza") anunciou Adam Levine que, assim como no filme, cantou "Lost Stars", de Gregg Alexander e Danielle Brisebois ("Mesmo se nada der certo"), uma das candidatas a Melhor Canção. Jennifer Lopez e Chris Pine anunciaram Melhor Figurino, que saiu para Milena Canonero, por "O Grande Hotel Budapeste".

Reese Whiterspoon anunciou o vencedor do prêmio de Melhor Maquiagem e Cabelo, conquistado por "O Grande Hotel Budapeste". O polonês "Ida" conquistou a segunda estatueta de Melhor Filme Internacional - a primeira foi no Spirit Awards, no sábado. O longa, que venceu mais de 70 prêmios pelo mundo, trata dos efeitos do nazismo e do comunismo na Polônia.

Marion Cotillard anunciou "Everything Is Awesome", de "Uma Aventura Lego", interpretada por Tegan and Sara e Lonely Island. E os bailarinos distribuíram estatuetas do Oscar feitas de blocos da Lego. Anunciado por Gwyneth Paltrow, Tim McGraw de smoking e chapéu de cowboy, sentado num banquinho, interpretou "I'm not gonna miss you", de Glen Campbell e Julian Raymond ("Glen Campbell… I'll be me").

Neil Patrick Harris interpretou a cena de "Birdman" em que Michael Keaton sai pelas ruas de Nova York de cuecas e ainda deu uma "palinha" de "Whiplash". E foi de cuecas que o ator retornou ao palco.



Jared Leto anunciou a vencedora do prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante que, sem surpresa alguma, foi conquistado por Patricia Arquette, por seu papel da mãe em "Boyhood". Com uma experiência de 30 anos de carreira, ela subiu ao palco para levar sua quarta premiação neste ano - ficou com o Globo de Ouro, o Spirit Awards e o prêmio do Sindicato dos Atores dos EUA. E no discurso ainda pediu melhores salários para as mulheres na América.

Patricia Arquete, em "Boyhood" (Universal Pictures/Divulgação)
Rita Ora interpretou "Grateful", de Diane Warren, do filme "Além das Luzes", mais uma concorrente a Melhor Canção.

"Feast", dos Estúdios Disney, foi escolhido o Melhor Animação em Curta-Metragem, que conta a história de um cãozinho que promove a união de seus donos para não ficar sem carinho e comida.

Zoe Saldana e Dwayne Johnson anunciaram "Operação Big Hero" como o vencedor de Melhor Animação. O filme dos Estúdios Disney, tinha como forte concorrente "Como Treinar seu Dragão 2", que já havia levado um Globo de Ouro na categoria. O prêmio de Melhor Design de Produção foi entregue pelos atores Chris Pratt e Felicity Jones aos responsáveis pelo filme "O Grande Hotel Budapeste".

Meryl Streep abriu a homenagem a antigos amigos e colegas de profissão - atores e atrizes (como Mickey Rooney, Robin Williams, Lauren Bacall e Anita Ekberg), diretores, figurinistas, produtores, documentaristas, fotógrafos, editores, maquiadores, que morreram em 2014.

Naomi Watts e Benedict Cumberbatch entregaram a Tom Cross o prêmio de Melhor Edição pelo filme "Whiplash". O de Melhor Documentário saiu para "Citizenfour", de Laura Poitras, sobre Edward Snowden que vazou documentos denunciando ações dos EUA. Novamente o Brasil saiu de mãos vazias. A coprodução entre Brasil, França e Itália, "O Sal da Terra", sobre Sebastião Salgado, dirigida por Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado (filho do famoso fotógrafo brasileiro) perdeu para o favorito. Mas deixou sua marca no sábado, com a conquista de um Cesar, uma das maiores premiações do cinema francês. "O Sal da Terra" já havia levado o prêmio especial do júri da seção "Um Certo Olhar" do Festival de Cannes.

"Selma" (Disney /Buena Vista/Divulgação)
"Glory", de John Stephens e Lonnie Lynn, do filme "Selma", quarta canção na disputa, foi apresentada por John Legend e Common. Ao final, o público emocionado (alguns chorando, como Chris Pine) aplaudiu a interpretação de pé. E na sequência foi anunciada como Melhor Canção, ganhando seu segundo prêmio depois do Globo de Ouro.

Scarlett Johansson fez mais uma homenagem aos 50 anos do filme "A Noviça Rebelde", do diretor Robert Wise. A surpresa foi Lady Gaga cantando "The Sound of Music", acompanhada de um coral, e arrasando na voz, apesar de deixar a impressão de playback. Ao final, Julie Andrews emocionada abraçou a cantora, agradeceu a todos e anunciou o vencedor por Melhor Trilha Sonora - Alexandre Desplat, de "O Grande Hotel Budapeste". Ele também estava na disputa por "O Jogo da Imitação".

A estatueta de Melhor Roteiro Original foi para Alejandro G. Iñárritu, Nicolás Giacobone, Alexander Dinelaris Jr. e Armando Bo por "Birdman", que já havia conquistado o Globo de Ouro. E o merecido prêmio de Melhor Roteiro Adaptado ficou para Graham Moore, por "O Jogo da Imitação", que já havia levado a premiação na categoria do Sindicato de Roteiristas dos Estados Unidos (WGA). O filme foi adaptado do livro "Alan Turing: The Enigma".

Eddie Redmayne, de "A Teoria de Tudo" (Universal/Divulgação)
Anunciado por Ben Affleck, o vencedor ao prêmio de Melhor Diretor ficou para Alejandro Gonzáles Iñárritu, por "Birdman". Cate Blanchett chamou o ator britânico Eddie Redmayne, que interpretou Stephen Hawking, para receber a estatueta de Melhor Ator por "A Teoria de Tudo". Ele também havia conquistado a estatueta da categoria no Bafta.

E na sequência, Matthew McConaughey apresentou Julianne Moore, como Melhor Atriz pelo filme "Para Sempre Alice". Ela era a favorita e já tinha ganhado o Spirit Awards, o Globo de Ouro, o Bafta e o prêmio do Sindicato dos Atores dos EUA. Ela dedicou o prêmio às pessoas com Alzheimer, lembrando o papel que interpretou.

A solenidade foi encerrada com a escolha de "Birdman" como Melhor Filme. O diretor Alejandro Gonzáles Iñárritu agradeceu a seus compatriotas mexicanos.

Veja abaixo os vencedores do Oscar 2015

Melhor Filme
"Birdman"

Melhor Diretor
Alejandro Gonzáles Iñárritu ("Birdman")

Melhor Ator
Eddie Redmayne ("A Teoria de Tudo")

Melhor Ator Coadjuvante
J.K. Simmons ("Whiplash")

Melhor Atriz
Julianne Moore ("Para Sempre Alice")

Melhor Atriz Coadjuvante
Patricia Arquette ("Boyhood")

Melhor Filme em Língua Estrangeira
"Ida" (Polônia)

Melhor Documentário
"CitizenFour", de Laura Poitras

Melhor Documentário em curta-metragem 
"Crisis Hotline: Veterans Press 1"

Melhor Animação
"Operação Big Hero"

Melhor Animação em Curta-Metragem
"Feast"

Melhor Curta-Metragem em 'Live-Action'
"The Phone Call"

Melhor Roteiro Original
Alejandro G. Iñárritu, Nicolás Giacobone, Alexander Dinelaris Jr. e Armando Bo ("Birdman")

Melhor Roteiro Adaptado
Graham Moore ("O Jogo da Imitação")

Melhor Fotografia
Emmanuel Lubezki ("Birdman")

Melhor Edição
Tom Cross ("Whiplash")

Melhor Design de Produção
"O Grande Hotel Budapeste"

Melhores Efeitos Visuais
Paul Franklin, Andrew Lockley, Ian Hunter e Scott Fisher ("Interestelar")

Melhor Figurino
Milena Canonero ("O Grande Hotel Budapeste")

Melhor Maquiagem e Cabelo
Frances Hannon e Mark Coulier ("O Grande Hotel Budapeste")

Melhor Trilha Sonora
Alexandre Desplat ("O Grande Hotel Budapeste")

Melhor Canção
"Glory", de John Stephens e Lonnie Lynn ("Selma")

Melhor Edição de Som
Alan Robert Murray e Bub Asman ("Sniper Americano")

Melhor Mixagem de Som
Craig Mann, Ben Wilkins e Thomas Curley ("Whiplash")


Tags: Birdman; O Grande Hotel Budapeste; O Jogo da Imitação; Whiplash; Selma; A Teoria de Tudo; Oscar 2015; Julianne Moore, Alejandro Gonzáles Iñárritu; Eddie Redmayne; Cinema no Escurinho

16 fevereiro 2015

Cinquenta formas de ganhar dinheiro fácil com um filme ruim

"Cinquenta Tons de Cinza" é biscoito de polvilho que não vale quanto pesa (Montagem sobre fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Ainda não sei se classifico este filme como romance água com açúcar com pinceladas de nudez ou se ele é um erótico que não convence, principalmente pela atuação ruim dos atores principais. Difícil não ver: "Cinquenta Tons de Cinza" ("Fifty Shades of Grey") é um filme ruim. Mas, graças a uma forte estratégia de divulgação, deverá atrair uma legião de mulheres.

Muitas delas passaram um tempo enorme lendo o livro que serviu de base para o filme e agora querem conferir no cinema o romance sado masoquista do casal Anastasia Steele (Dakota Johnson) e Christian Grey (Jamie Dornan). O filme pode ser conferido em 34 salas de 17 shoppings de BH, Contagem e Betim.

Não recomendo para quem espera ver um bom filme. Tenho certeza que muitas "fãs da obra literária", que acabou virando trilogia e vendeu mais de 100 milhões de exemplares, não vão gostar das duras críticas sobre o filme. Mas ele é ruim mesmo, todo feito de clichês, com cenas e falas mais que previsíveis e uma atuação sofrível de Jamie Dornan. Nem o "tanquinho" do jovem atrai tanto - Hollywood tem atores muito mais bem "trabalhados".

Se o público, principalmente o feminino, quiser ver cenas tórridas, sairá decepcionado. São poucas, apesar de bem cuidadas, mas nada muito diferente que o cinema não tenha mostrado em romances mais comuns. Já dizia minha avó, "biscoito de polvilho", não dá nem para suar frio ou ficar incomodada na cadeira.

"Cinquenta Tons de Cinza" é a história boba do bilionário bonitinho com tarado que só quer a garota para ser sua escrava sexual, com direito a contrato de propriedade e regras para praticar sexo (onde já se viu isso!). Se era para fazer um filme erótico que ficasse marcado, como aconteceu com "9/2 Semanas de Amor" (esse sim foi de tirar o fôlego!), então Sam Taylor-Johnson não poderia ter feito uma direção tão "cinza".



A relação é insossa, apagada, com poucos momentos "calientes". Até mesmo as cenas na sala vermelha exploram pouco o prazer e a tortura. Sem contar que se trata de uma produção machista, onde apenas a mocinha se mostra nua por inteiro (como nos pornôs baratos), enquanto o jovem dominador ou está de jeans ou nu de costas.

Dakota Johnson (Anastasia) salva um pouco porque interpretou o papel de uma jovem "inocente e virgem", raridade no mundo de hoje. Se o roteiro exigisse mais intensidade na atuação, ela naufragava com seu par.

Ficha técnica:
Direção: Sam Taylor-Johnson
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 2h05
Gênero: Erótico; romance
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 2 (0 a 5)

Tags: Cinquenta Tons de Cinza; erótico; romance; clichês; Sam Taylor-Johnson; Universal Pictures; Cinema no Escurinho