10 fevereiro 2021

"Minha Irmã" é comovente, sensível e com interpretações arrebatadoras

Produção foi um dos destaques da 44ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (Fotos: Afonso Fucci/A2Filmes)

Maristela Bretas

 
Exibido no Festival de Berlim de 2020, "Minha Irmã" ("My Little Sister" ou "Schwesterlein") entrega um roteiro sensível, que emociona e faz refletir sobre expectativas de vida, realizações e relações familiares. Com direção e roteiro de Stéphanie Chuat e Véronique Reymond, a produção também foi um dos destaques da programação da 44ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Apesar de não ter entrado na pré-lista de Melhor Filme Estrangeiro do Oscar 2021, este representante da Suíça merece concorrer a uma vaga.
 

O grande destaque está nas excelentes interpretações de Nina Hoss, como Lisa, e Lars Eidinger, como o irmão dela, Sven. Somados às atuações está a bela trilha sonora, composta por Christian Garcia, que conduz o drama como uma peça teatral. O longa tem como fundo os Alpes suíços, que oferecem uma atração à parte. A direção de fotografia soube explorar bem a luz, seja durante uma caminhada pela praça, dentro de um táxi ou no voo de asa delta.
 
 
O filme aborda a forte relação entre dois irmãos gêmeos, que chega a ser de dependência mútua, apesar de ambos terem seguido suas vidas em países diferentes. Lisa, uma mulher casada, desistiu de suas ambições como dramaturga em Berlim e se mudou para a Suíça com os dois filhos e o marido, que dirige uma escola internacional. Já Sven é a estrela do teatro Schaubühne, em Berlim. Até que ele adoece com leucemia e Lisa retorna à Alemanha para acompanhá-lo no tratamento.
 
 
A chegada da irmã dá forças a Sven para retomar a carreira, mas a doença se agrava e a relação dele com a mãe, sem esperanças quanto a uma cura, não ajuda muito. Lisa resolve levá-lo para a Suíça para esperar novos tratamentos e tentar, com o convívio com sua família, melhorar o emocional do irmão. Mas essa situação colocará em xeque seu casamento e a fará repensar sua vida conjugal e a carreira abandonada.


"Minha Irmã" é um filme que vale a pena ser visto. Até poucos dias atrás ele estava em exibição em várias salas de cinema pelo pais, inclusive em BH. Agora está disponível no formato digital, pelas plataformas de streaming Now, Google Play, Looke, Vivo Play, Microsoft Movies e Apple TV.
 


Ficha técnica:
Direção e roteiro:
Stéphanie Chuat, Véronique Reymond
Distribuição: A2 Filmes
Duração: 1h39
Países: Alemanha / Suíça
Gênero: Drama
Classificação: 14 anos
Nota: 4

06 fevereiro 2021

"Em Busca de Ohana" reúne aventura, magia, paisagens paradisíacas e uma bela mensagem para a família

 Filmada na ilha de Oahu, no Havaí, produção atrai público dos 8 aos 80 anos (Fotos: Jennifer Rose Clasen e Colleen E. Hayes/Netflix) 


Silvana Monteiro 


"Em Busca de Ohana" ("Finding Ohana") é um filme de aventura, que marca a estreia de Jude Weng como diretora, tendo como roteirista Christina Strain. O título estreou na Netflix em 29 de janeiro de 2021 e desde então se mantém entre os dez mais vistos da plataforma. ‌

Com um roteiro que evidencia a previsibilidade, a obra é uma inspiração infantojuvenil no estilo Indiana Jones e lembra bastante sagas como "Jumanji" e "Viagem à Ilha Misteriosa". O elenco ainda é pouco conhecido, mas a fotografia das belas paisagens da Ilha de Oahu, no Havaí, onde foi gravado, supera os pequenos deslizes.


O filme conta a história de Pili (Kea Peahu), uma menina espoleta que vive com a mãe Leilani (Kelly Hu) e o irmão Ioane (Alex Aiono) em Nova Iorque. Nas férias, eles precisam ir ao Havaí para rever o avô Kimo (Banscombe Richmond) que não está nada bem em vários aspectos da vida. 


Descontentes, a menina e o irmão são sempre confrontados, vivem às turras e pressionados a reverem a cultura do lugar em que nasceram, mas de onde tiveram que mudar por causa de uma fatalidade familiar. 
 


Ao encontrar um velho objeto do avô, o senso de escoteira e o espírito aventureiro da menina que em Nova York praticava geocaching (*) vão falar mais alto. Ela vai começar a buscar pela mitologia havaiana e pela língua nativa que mal sabe balbuciar e descobrir segredos do passado de sua família.  


Enquanto o avô e a mãe tentam se ajeitar em meio às emergências do dia a dia, Pili e o amiguinho Casper (Owen Vaccaro) decidem explorar sozinhos uma montanha sagrada da região. Começa aí uma corrida rumo ao desconhecido que vai envolver também Ioane e Hana (Lindsay Watson) uma linda jovem nativa. 


Os quatro aventureiros vão viver momentos de desespero, medo, alegrias e magia e descobrir a força da união. Uma história para segurar pequenos e grandes aventureiros no sofá. ‌Reúna a família e aperte o play.   

(*) Geocaching é um passatempo e desporto de ar livre no qual se utiliza um receptor de navegação por satélite, como o GPS, para encontrar uma "geocache" (caixa, cache) colocada em qualquer local do mundo. 


Ficha técnica:
Direção: Jude Weng
Duração: 2h03
Exibição: Netflix
Classificação: 10 anos
País: EUA
Gêneros: Ação / Aventura / Família / comédia