11 março 2014

"12 Anos de Escravidão", uma ferida dos EUA que garantiu o Oscar de melhor filme


Solomon Northup (vivido por Chiwetel Ejiofor), era um negro livre que virou escravo no sul dos EUA (Fotos Disney/Buena Vista/Divulgação)

Maristela Bretas

Em 19 de fevereiro fiz uma análise de "12 Anos de Escravidão" ("12 Years a Slave"), que estreou no mês passado nos cinemas brasileiros como um dos fortes candidatos a melhor filme do Oscar 2014. E como era esperado, ele levou a estatueta. 

Admito que, como aconteceu na época não acreditava numa Hollywood menos preconceituosa a ponto de premiar uma produção que cutuca feridas profundas da história norte-americana. Ainda bem que me enganei neste ponto e os críticos deram outra cara para o mais badalado evento do cinema norte-americano.

O filme do diretor Steve McQueen mereceu o Oscar, tanto quanto seus rivais "Trapaça", "O Lobo de Wall Street", "Gravidade" ou "Clube de Compras Dallas". Chiwetel Ejiofor perdeu a estatueta de melhor ator para Matthew McConaughey. Mas a disputa estava acirrada e tinha ainda os nomes de Christian Bale, Bruce Dern, Leonardo DiCaprio e Tom Hanks.


O senhor dos escravos (Fassbender), a escrava preferida (Lupita) e o negro odiado (Ejiofor)

"12 Anos de Escravidão" é baseado em fatos reais e conta história da luta de um homem pela sobrevivência e liberdade. Nos Estados Unidos antes da Guerra Civil, Solomon Northup (Ejiofor), um homem negro e livre do estado de Nova York que é sequestrado, vendido como escravo e levado para a Louisiana. 

Enfrentando a crueldade do senhor de escravos Edwin Epps, interpretado por Michael Fassbender (ótimo no papel), Solomon luta não só para sobreviver, mas também para manter sua dignidade. Brad Pitt, além de ser um dos produtores do filme, faz uma pequena mas importante participação no como alguém que não aceita a escravidão. Outra grande interpretação fica a cargo de Lupita Nyong'o, no papel da escrava Patsey.

Veja o trailer oficial legendado




Como outras produções deste ano, "12 Anos de Escravidão" também teve roteiro adaptado da obra escrita pelo personagem Solomon Northup.

Apenas um ponto pesa contra o filme. Algumas cenas ficaram muito longas e cansativas. A história poderia ter sido contada em menor tempo que o recado estaria dado. Mas, com certeza, se trata de um grande roteiro adaptado para um grande filme, que já conquistou o Globo de Ouro de Melhor Filme e recebeu 9 indicações ao Oscar. Vale conferir.

Ficha técnica
Diretor: Steve McQueen
Duração: 2h13
Produção: River Road Entertainment, Plan B e New Regency
Distribuição: Disney/Buena Vista
Gênero: Drama
Classificação: 14 anos
País: EUA
Nota: 4,8 (de 0 a 5)


Tags: 12 Anos de Escravidão, Disney, Buena Vista, Cinema, Escurinho

Lego, das mãos de um carpinteiro para o cinema e a literatura


Criados em 1932, os blocos da Lego já formaram desde personagens a cidades inteiras (Fotos: Divulgação)

Maristela Bretas

Eles começaram pequenos, bloco a bloco, e há 80 anos vêm ganhando mais gerações de seguidores. De jogos de montar se tornaram personagens, e viraram cidades, carros de bombeiro, aviões, navios, personagens e até uma cidade inteira.

Isso mesmo. Estou falando de Lego, os famosos blocos coloridos criados em 1932, na Dinamarca, por Ole Kirk Christiansen, e que ganharam o mundo para se tornarem um dos brinquedos mais desejados por crianças de todas as idades. 


A história do surgimento do brinquedo e da Lego ganhou inclusive um filme há dois anos, que você pode ver abaixo na versão legendada.



E já se criou de tudo com um kit da Lego - super-heróis, aventureiros, construtores, policiais. Até personagens de séries de TV e do cinema ganharam sua versão em blocos, como "Breaking Bad", os "Simpsons" e "O Cavaleiro Solitário". 


Mas os criadores não se contentaram em encantar apenas o pequeno público. Afinal, esse público vai crescendo e mesmo muitos não admitindo, ainda gostam de juntas as peças para formar um robô ou um monstro diferente. Para eles criou-se a linha de bonecos guerreiros, os Bionicles. 


Até mesmo as escolas resolveram adotar Lego - desde o maternal com os grandes blocos de montar aos projetos de robótica da linha Techtronics de blocos inteligentes para jovens e adultos.

De brincadeira de monta e desmonta, os Legos ganharam as telas dos games. Afinal, a disputa com os consoles era injusta. Nada melhor do que usar seus personagens em novas aventuras, desta vez virtual. Batman 2 e os super-heróis da DC Comics é um bom exemplo.




E mesmo agradando a todas as idades, a Lego resolveu dar um salto ainda maior, ganhando, neste ano a telona, com a animação "Uma Aventura Lego". Claro, não podia dar em outra coisa senão sucesso com a garotada (e muito grandinho também). 


Prova disso foi a arrecadação de bilheteria mundial do filme - US$ 275 milhões - sendo que nos EUA, superou US$ 69 milhões em um final de semana. E os produtores, animados com o grande retorno já garantiram uma continuação, prevista para maio de 2017.



Faltava alguma coisa. Claro, o motivo deste texto. Se já foram de tudo, porque não fazer parte de uma das histórias mais conhecidas do livro mais antigo do mundo? Foi pensando nisso que a editora Nossa Cultura lançou no Brasil a série infantil "A Bíblia em Bloquinhos", do escritor quarentão Brendan Powell Smith, um apaixonado colecionador de Legos desde criança.

Ele já produziu mais de 5 mil ilustrações que recontam 400 histórias da Bíblia, integrantes do projeto "The Brick Bible" usando somente as famosas pecinhas. Ele pode ser consultado no site (em inglês).
 

Livro "A Bíblia em Bloquinhos - A Arca de Noé" (Foto: Editora Nossa Cultura/Divulgação)

Agora chega às livrarias brasileiras "A Arca de Noé". A obra é voltada para um publico infantil, e conta de forma lúdica e divertida a história de Noé que recebeu de Deus a tarefa de reunir um casal de cada espécie para salvá-los do grande dilúvio.

O livro é bem ilustrado com nossos amiguinhos Lego, de fácil compreensão desta passagem bíblica. Tem 32 páginas e preço sugerido de R$ 18. Vale como leitura e também como uma mais uma peça de coleção do mundo Lego.

E viva a criatividade!


Tags: Lego, carpinteiro, criatividade, cinema, literatura, livro