24 maio 2014

"Os Homens são de Marte" é diversão descompromissada

Paulo Gustavo, Mônica Martelli e Daniele Valente (Fotos: Downtown Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas

Confesso que poucas comédias brasileiras atraíram minha atenção nos últimos tempos. Mas Mônica Martelli e Paulo Gustavo conseguiram fazer um bom trabalho, adaptando para as telas de cinema um sucesso que ficou em cartaz no teatro por oito anos.

"Os Homens são de Marte... e é prá lá que eu vou" é uma comédia que faz rir (deveria ser assim em todas), com tiradas ácidas e engraçadas, bem ao estilo de Paulo Gustavo. 




Ele é Aníbal, sócio de Fernanda, papel vivido por Martelli (assim como nos palcos), numa empresa de cerimonial para casamentos. A empresa vai bem, obrigado. Mas Fernanda, uma quase quarentona, não aguenta mais a solidão da solteirice. E parte para o ataque, sem preconceito de cor, raça ou religião. 


Caiu na rede, virou o homem dos sonhos. E quem sofre são os santos, para quem ela apela sempre, não importa qual. Além de contar com a ajuda da amiga Nathalie (Daniele Valente).

E entre uma decepção e outra, ela coleciona relacionamentos dos mais diversos tipos, em busca de seu grande amor. 


Pela cama da bela mulher passam os personagens interpretados por Eduardo Moscovis, Humberto Martins, Marcos Palmeira e alguns outros menos famosos.


Uma boa distração que chega aos cinemas de BH nesta quinta-feira (29). A produção conta ainda com uma participação especial de Lulu Santos e Tulipa Ruiz, que gravaram a música tema "Apenas mais uma de amor", de Lulu.


Ficha técnica:
Direção: Marcos Baldini
Produção: Globo Filmes/Telecine/Paramount Pictures
Distribuição: Downtown Filmes
Duração: 1h22
Gênero: Comédia
País: Brasil
Classificação: 14 anos
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: Os Homens são de Marte; é prá lá que eu vou; Mônica Martelli, Paulo Gustavo; Downtown, Cinema no Escurinho

Uma relação inominável que merece ser vista

Kool Shen e Isabelle Huppert formam o casal principal (Foto: Tucuman Filmes/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni

Não se pode negar que o filme "Uma relação delicada" provoca desconforto no espectador que, ainda 
assim, se mantém atento e perguntando: por que diabos esses dois permanecem juntos? 

Maud, uma cineasta bem-sucedida, sofre um AVC e tem metade do seu corpo paralisado. Um dia, vê a entrevista de um vigarista ex-presidiário na TV, encanta-se com o seu olhar e passa a acreditar que aquele homem é o ideal para compor o elenco do seu filme.

                     Clique na foto para ver o trailer

 Clique na foto para ver o trailer
              
Nasce, a partir daí, "Uma relação delicada", que também poderia se chamar "uma relação complicada" ou "uma relação esquisita". Limitada pela doença e solitária, a mulher, vivida magistralmente pela atriz Isabelle Huppert, causa estranheza ao aceitar - e partilhar - sem explicações nem argumentos, aquele convívio de agressões, dores e exploração. É esse o trunfo do drama.


Atrevida, a diretora Catherine Breillat convidou para o papel do vigarista Vilko um cantor de rap, Kool Shen, que, se não mostra muita intimidade com o ofício, também não compromete. 

Outro aspecto da direção: são incontáveis as cenas em que Maud interrompe seu sono entre muitos lençóis e travesseiros para atender seu celular. A repetição faz do telefone um personagem a mais.


O nome original do filme, produção conjunta da França, Alemanha e Bélgica, é "Abus de faiblesse" - "Abuso de fraqueza" em tradução literal. 

Difícil entender o motivo da versão em português, já que o título primitivo, embora não seja o ideal, é infinitamente mais condizente e coerente com a história dos dois personagens que mantêm um 
relacionamento de dependência, quase um vício. 

Há quem enxergue um traço sadomasoquista na relação. Talvez Freud explique. Nota 8.