27 maio 2014

Toda a sutileza de "O que os homens falam"

 
Luis Tosar e Ricardo Darin: conversas ao acaso na praça (Fotos: Pandora Filmes/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni

Saboroso talvez seja o adjetivo mais eficiente e oportuno para "O que os homens falam", que conta, no elenco, com pelo menos dois nomes conhecidos dos apreciadores de cinema: o argentino Ricardo Darin e Javier Cámara, esse último presente em produções de Almodovar como "Fale com ela", "Má educação" e "Os amantes passageiros".

Dirigido pelo catalão estreante Cesc Gay, o filme, rodado em Barcelona, é um recorte na trajetória de oito homens em difíceis momentos de suas vidas. Mais do que mostrar a fase vivida por eles, a delícia da película é expor, com humor e sagacidade, a forma como lidam com seus problemas.



Estão lá, em capítulos, quase todos os tipos que a gente vê por aí: o quarentão que se separa, perde tudo e volta para a casa da mamãe; o que se arrepende de ter traído a mulher e, dois anos depois, tenta resgatar o casamento; o sedutor no ambiente de trabalho; o traído que quer fiscalizar a mulher; o que aparenta ser tranquilo mas é agressivo em casa; o que sofre com uma inesperada disfunção erétil.

Como a maioria dos filmes feitos em episódios, há histórias melhores do que outras. Mas todas são enriquecidas com diálogos irônicos, que ganham mais brilho e sabor com a atuação sutil e natural de excelentes atores. As mulheres estão presentes, claro. Até porque, são elas o mote. Mas são coadjuvantes.


Originalmente, o nome do filme é "Una pistola em cada mano" ("Uma pistola em cada mão"), delicadeza apropriada para sugerir como os homens costumam se armar para que ninguém perceba que estão sofrendo. Falar não é com eles.

Talvez por ser classificado como comédia romântica, houve quem não gostasse do final, bem diferente dos modelos americanos. Para mim, é exatamente na incompletude, no humor engenhoso e fino, na sagacidade e no não dito que residem a riqueza do filme.  

Tags: Ricardo Darin; O que os homens falam; comédia romântica; filme espanhol; Javier Cámara; Cinema no Escurinho

24 maio 2014

"Os Homens são de Marte" é diversão descompromissada

Paulo Gustavo, Mônica Martelli e Daniele Valente (Fotos: Downtown Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas

Confesso que poucas comédias brasileiras atraíram minha atenção nos últimos tempos. Mas Mônica Martelli e Paulo Gustavo conseguiram fazer um bom trabalho, adaptando para as telas de cinema um sucesso que ficou em cartaz no teatro por oito anos.

"Os Homens são de Marte... e é prá lá que eu vou" é uma comédia que faz rir (deveria ser assim em todas), com tiradas ácidas e engraçadas, bem ao estilo de Paulo Gustavo. 




Ele é Aníbal, sócio de Fernanda, papel vivido por Martelli (assim como nos palcos), numa empresa de cerimonial para casamentos. A empresa vai bem, obrigado. Mas Fernanda, uma quase quarentona, não aguenta mais a solidão da solteirice. E parte para o ataque, sem preconceito de cor, raça ou religião. 


Caiu na rede, virou o homem dos sonhos. E quem sofre são os santos, para quem ela apela sempre, não importa qual. Além de contar com a ajuda da amiga Nathalie (Daniele Valente).

E entre uma decepção e outra, ela coleciona relacionamentos dos mais diversos tipos, em busca de seu grande amor. 


Pela cama da bela mulher passam os personagens interpretados por Eduardo Moscovis, Humberto Martins, Marcos Palmeira e alguns outros menos famosos.


Uma boa distração que chega aos cinemas de BH nesta quinta-feira (29). A produção conta ainda com uma participação especial de Lulu Santos e Tulipa Ruiz, que gravaram a música tema "Apenas mais uma de amor", de Lulu.


Ficha técnica:
Direção: Marcos Baldini
Produção: Globo Filmes/Telecine/Paramount Pictures
Distribuição: Downtown Filmes
Duração: 1h22
Gênero: Comédia
País: Brasil
Classificação: 14 anos
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: Os Homens são de Marte; é prá lá que eu vou; Mônica Martelli, Paulo Gustavo; Downtown, Cinema no Escurinho