16 junho 2014

Continuação de "Como Treinar seu Dragão" é ainda melhor

Soluço e Banguela, dois amigos inseparáveis que estão sempre buscando novas aventuras (Fotos: DreamWorks/Divulgação)

Maristela Bretas

Nem sempre podemos contar que a continuação de um filme (ou animação, como é o caso) vai ser tão boa quanto o primeiro. Mas no caso de "Como Treinar seu Dragão 2" ("How to Train Your Dragon 2"), os produtores acertaram em cheio e o filme ficou ótimo. Ou melhor, superou a primeira produção. 

Veja a versão legendada



O elenco de dubladores é o mesmo do primeiro filme - Jay Baruchel é Soluço, Gerard Butler faz a voz original do pai dele, America Ferrera é a voz de Astrid e Craig Ferguson dubla o viking Gobber.

Na história que iniciou a trilogia (em 2010), prevalece a amizade fiel e sincera entre o jovem Soluço e seu dragão negro (quase) domesticado Banguela, que se sacrifica para salvar seu dono. 

No segundo filme essa relação é ainda mais forte e vai ser testada. A dupla está mais unida, cada um com sua deficiência adquirida no filme anterior na luta para que humanos e dragões pudessem conviver pacificamente, o que acaba acontecendo. 

Cinco anos se passaram e Soluço não quer aceitar o lugar do pai Stoick como líder da vila de Berk. Ele quer liberdade, poder voar e conhece novos lugares com Banguela. 


O jovem só não contava que entre uma aventura e outra fosse conhecer uma Valka (ótima dublagem original de Cate Blanchett, de "Blue Jasmine") "defensora dos dragões" e que ela seria sua mãe. 

Além disso, precisará enfrentar o perigoso Drago Bludvist (voz de Djimon Hounson, de "Diamante de Sangue"), que quer caçar e controlar todos os dragões.


Nesse meio tempo, também sofrerá uma grande perda que irá virar sua vida de cabeça para baixo e colocar em xeque a amizade com seu amigo mais fiel. 

O filme também tem momentos muito engraçados, principalmente da amiga de Soluço se "insinuando" para o musculoso Eret (dublado por Kit Harrington, de "Pompeia").


Linda mensagem, explorando o tema de uma amizade sincera, a união e o amor de pais e filhos, e a importância de se lutar por algo em que se acredita. 

Os efeitos visuais, principalmente dos voos dos dragões e das lutas são ótimos. Este vale a pena gastar um pouco mais e assistir na versão 3D. 

A DreamWorks, responsável pela produção de "Como Treinar seu Dragão", já confirmou para 18 de junho de 2016 a estreia do episódio final da trilogia. E o diretor vai ter que esbanjar criatividade para superar os dois primeiros filmes.

Ficha técnica:
Direção: Dean DeBlois
Produção: DreamWorks Animation
Distribuição: Fox Films
Duração: 1h45
Gênero: Animação/Fantasia
País: EUA
Classificação: Livre
Nota: 5,0 (0 a 5)

Tags: Como Treinar Seu Dragão 2; DreamWorks Animation; aventura; animação; Fox Films; Cinema no Escurinho

15 junho 2014

Diretor fala de "O Menino no Espelho", filme que faz a gente querer ser criança

Lino Facioli e o diretor Guilherme Fiúza durante as filmagens ( Fotos: Gustavo Baxter/Alicate)
Maristela Bretas

Inspirado na obra do escritor mineiro Fernando Sabino, com direção do belo-horizontino Guilherme Fiúza Zenha e produção de André Carreira e Camisa Listrada Ltda., estreia nesta quinta-feira (19) nos cinemas de BH o filme "O Menino no Espelho".


A história conta as aventuras do menino Fernando. Inteligente, criativo e muito inquieto, ele está sempre procurando alguma aventura ou brincadeira, ao lado se seu irmão, de seus dois melhores amigos e do fiel cão Capeto. 

Até que um dia, seu reflexo no espelho - Odnanref - ganha vida e passa a ser Fernando (Lino Facioli) nas horas de aperto e nas tarefas chatas. A coisa complica quando a cópia quer ficar com a prima recém-chegada de Fernando e tomar a vida dele. Nesta hora, nosso jovem aventureiro só poderá contar com seus fiéis amigos para voltar a controlar sua vida.



Mas como surgiu o interesse de filmar uma obra de Sabino? O blog Cinema no Escurinho conversou com o diretor Guilherme Fiúza Zenha:

Por que a escolha de uma obra de Fernando Sabino?
O filme reuniu vários contos do autor. Eu sempre quis trabalhar para crianças e adolescentes, fazer algo diferente. Não conhecia o livro. Em 1982 quando foi escrito eu estava com 14 anos e me interessava por literatura juvenil e adulta. Quem me apresentou o "O Menino no Espelho" foi minha ex-mulher, que é mais jovem e já havia lido e era encantada com a obra. 

O filme "O Menino no Espelho", assim como o livro, vai fazer o público voltar a se sentir criança?
A gente nunca deixa de ser criança. O que a obra faz é aflorar essa criança que todo mundo tem dentro de si. O filme é para todos os públicos. A preocupação durante a produção foi fazer com o filho, o pai e o avô se identificassem com a obra e viajassem no tempo. 

Porque a escolha de Lino Facioli para o papel de Fernando Sabino quando criança?
Foram quatro mil entrevistas e não conseguimos alguém com o perfil. No caso da Giovanna Rispoli e do Ravi Hood eu decidi de imediato que eles eram ideais para os papéis. André Carreira me apresentou o trabalho do Lino e ao conhecê-lo vi que era o menino ideal e que tinha muito do perfil do Fernando. 

Você acha que ele pode atrair o público, jovem principalmente, sendo um filme sem efeitos especiais e excesso de tecnologia?
Essa infância tecnológica fomos nós que criamos para nossas crianças. Elas querem aventura, magia. Comprovamos isso quanto fizemos as entrevistas com os personagens mirins. As respostas da maioria deles sobre o que mais os atraia tinham a ver com o universo de Fernando Sabino, principalmente o desejo de voar. Nós mostramos uma ficção científica às avessas, sem tecnologia, só magia e encantamento.

Você teve uma infância parecida com a de Fernando Sabino?
Tive parte da infância. Sou de Belo Horizonte, criado em apartamento. Mas minhas tias moravam em casa. Eu andava a pé com meus amigos para o Colégio Santo Antônio. Mas tinha uma tia em Dores do Indaiá, que era como se fosse minha avó. Lá eu podia fazer de tudo, com liberdade, brincar na rua. Ela sempre falava que menino tem que aproveitar a infância.

Como foi a recepção dos moradores de Cataguases e Miraí, onde ocorreram as filmagens?
Procurávamos uma locação que lembrasse Belo Horizonte dos anos 1930 e viemos parar em Cataguases. A cidade é linda e existe um encantamento. A casa usada para ser a do Fernando precisou passar por algumas mudanças para tirar interferências como grades e janelas modernas, de forma a remeter à época. Os donos ficaram encantados com o resultado. Assim como eles, os moradores foram maravilhosos, mesmo sabendo que a cidade era cenográfica. Tenho certeza que o filme vai tocar o coração de todos. Ele deverá ser passado na cidade em agosto deste ano.

Quais são os próximos projetos?
Estou negociando a adaptação de dois livros - um para adolescente e outro infanto-juvenil, que eu ainda não posso adiantar os nomes. Prefiro trabalhar para criança, ela é mais sincera na sua avaliação - gosta ou não gosta. O processo é mais poético.

O blog Cinema no Escurinho falará um pouco mais sobre "O Menino no Espelho" na próxima quinta-feira.