Castanha é personagem central que precisa se adaptar ao novo habitat (Fotos: Araquém Alcântara/Divulgação) |
Maristela Bretas
A Amazônia de lá não é a mesma daqui. Uma produção que encantou um público estrangeiro no ano passado por suas belas imagens de uma das regiões mais ricas em biodiversidade do planeta foi transformada num filme bobo e sem objetivo. Pode, no máximo, agradar crianças pequenas.
Este é "Amazônia", do premiado diretor francês Thierry Ragobert ("O Planeta Branco"). Muito elogiado no exterior, o filme ganhou uma "roupagem" piorada para exibição nos cinemas brasileiros, que tem inclusive versão em 3D. Uma pena.
Um macaco-prego domesticado, chamado Castanha, sofre um acidente aéreo e tem que sobreviver na Floresta Amazônica, enfrentando animais selvagens, mas se encantando com a beleza local. Até aí, tudo bem. Mas colocar vozes de dois atores nos animais derrubou toda graça do original.
Castanha e Gaia (a macaquinha companheira do nosso personagem) foram dublados pelos atores Lúcio Mauro Filho e Isabelle Drummond, que conversam como dois humanos (alôoo, eles são macacos!).
Isso enfraqueceu por completo o tema. Sem falar que, em alguns momentos, o filme lembra muito a animação "Rio 2".
Não fosse a bela fotografia e do cenário que o próprio lugar proporciona, a versão daqui parece um conto infantil ilustrado.
Um desperdício do excelente material produzido ao longo de seis anos nesta produção franco-brasileira. Salvam as fantásticas imagens aéreas e do interior da Floresta Amazônica, com sua fauna e flora exuberantes, bem exploradas em cada tomada.
Ficha técnica:
Direção: Thierry Ragobert
Produção: Imovision
Distribuição: Globo Filmes
Duração: 1h26
Gênero: Aventura
País: Brasil/França
Classificação: Livre
Nota: 2,5 (0 a 5)
Tags: Amazônia; Thierry Ragobert; Castanha; Lúcio Mauro Filho; Isabelle Drummond; aventura; Cinema no Escurinho