17 julho 2014

Herói voador da Disney volta com nova roupagem e homenagem aos bombeiros

Dusty precisa se tornar um bombeiro do ar e vai contar com a ajuda de novos amigos (Fotos: Disnei Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas

Há menos de um ano, em 13 de setembro do ano passado, "Aviões", a animação da Disneytoon Studios, uma das divisões da Disney, estreava nos cinemas de BH, aproveitando o sucesso de "Carros", produzido pelo irmão mais rico, o estúdio Pixar. 



Garantido o sucesso do primeiro, nada como já deixar engatilhado o segundo, que devido às cenas aéreas de combate aos incêndios é superior. Pode agradar não só a meninada mas também aos adultos.

E a estreia de "Aviões 2: Do Fogo ao Resgate" ("Planes: Fire & Rescue") é nesta quinta-feira (17), nos cinemas de BH, sob a direção de Roberts Gannaway. A animação tem versão em 3D que é muito bem explorada nas cenas sobre os parques nacionais e nos incêndios.

Nosso herói de asas, Dusty Voo Rasante, sofre uma pane no motor e está ameaçado de nunca mais poder competir (impossível não associar com dramas reais que acontecem com atletas).

Ele precisará contar com o apoio de velhos e novos amigos para vencer seu problema, se tornar um bombeiro do ar e retomar a carreira de corredor. 

A nova aventura Disney, que conta com diálogos bem humorados, traz uma bela mensagem de superação, trabalho em equipe e respeito a verdadeiros heróis anônimos.

Para quem não se lembra de "Aviões", um trailer para recordar. 



E se o primeiro filme não foi o suficiente, a Disneytoon tem outros bons motivos para querer levar as crianças para assistir as novas aventuras do valente aviãozinho. Se em "Aviões" Ivete Sangalo fez a voz de um dos personagens, desta vez é a divertida atriz Tatá Werneck quem empresta seu humor à fogosa Dipper, um avião-tanque fã de Dusty e que não perde uma chance de "dar uma cantada" no coitado.

 A animação é mais uma homenagem que a Disney presta a outros bravos heróis, desta vez os bombeiros, que arriscam suas vidas para salvar a de outros. 

Aproveitando que o combate ao fogo é pura adrenalina, nada como a banda AC/DC para fazer a coisa "incendiar" ao som de “Thunderstruck”. 

Não bastasse o sucesso dos aviões e carros da história, desta vez a produção reuniu um grupo de pequenas empilhadeiras - os Smokejumpers - que dá um show a parte. E elas ainda pulam de paraquedas!

E para a criançada a Disney disponibilizou vários jogos na página do filme. Basta acessar http://movies.disney.com/planes-fire-and-rescue e escolher qual game jogar.

Ficha técnica:
Direção: Bobs Gannaway
Produção: Disneytoon Studios
Distribuição: Disney
Duração: 1h24
Gênero: Animação
País: EUA
Classificação: Livre
Nota: 3,5 (0 a 5)

Tags: Aviões 2 - Do Fogo ao Resgate; Estúdios Disneytoon; animação; Dusty Voo Rasante; bombeiros; Cinema no Escurinho

"Pelo Malo" - miséria, imagem e preconceito

Destaque para Samuel Lange Zambrano no papel de Júnior (Fotos: Pyramide Distribution/Divulgação)

Mirtes Helena

Júnior tem nove anos e tem um sonho: alisar os cabelos para parecer bem na sua foto anual de escola. Mas o garoto é venezuelano e, como os brasileiros, mestiço. Por isso, topa fazer qualquer loucura para se parecer com os artistas brancos e de cabelos lisos. Sua mãe, Marta, é viúva, tem mais um filho bebê, luta para criá-los no meio da pobreza e tem um medo: seu filho pode ser gay. 




E como, muitas vezes, a miséria resulta em ignorância, ela vai fazer loucuras para que seu filho não se transforme num homossexual. O resultado é uma relação de poucas palavras, rude, quase cruel entre os dois.

O filme venezuelano "Pelo Malo" pode até fazer rir, como por exemplo diante das experiências do menino para alisar os cabelos, ou do desejo explícito de sua amiguinha de escola, que, mesmo gordinha, quer ser miss. Afinal, a história se passa na Venezuela, o país que mais produz rainhas da beleza no mundo. 


Pode ser cômica também a tentativa da avó bizarra de Júnior, Carmem, que quer transformá-lo em um cantor de sucesso. Mas o filme fala mesmo é de preconceito e discriminação. Por isso é triste.

São raros os filmes venezuelanos em nosso circuito. E é possível observar nele um jeito de interpretar que talvez seja similar a dos atores argentinos e brasileiros. Samantha Castillo, que faz a sofredora mãe do menino, é crua. Mulher acostumada ao subjugo, traz no rosto, no corpo, no olhar e até no andar os sinais de uma vida de humilhações. E faz isso com tanta naturalidade que choca. 

Aliás, um dos méritos de "Pelo Malo" está nas interpretações. É preciso aplaudir também, além da avó maluca (Nely Ramos), o protagonista, feito por Samuel Lange Zambrano. O menino é um show, grande achado da diretora Mariana Rondón.

Em tempo: a tradução literal de "Pelo Malo" é "Cabelo Ruim". Mas o título do filme não foi traduzido. Quem sabe para evitar nomear mais preconceitos e discriminações.

Tags: Pelo Malo; Mariana Rondón; venezuelano; Samuel Lange Zambrano; Samantha Castillo; drama; Cinema no Escurinho