19 setembro 2014

Filme "Hoje Eu Quero Voltar Sozinho" vai disputar indicação ao Oscar 2015

Por Fernanda Cruz - Agência Brasil

O filme brasileiro indicado para concorrer a melhor filme estrangeiro no Oscar de 2015 é "Hoje Eu Quero Voltar Sozinho", de Daniel Ribeiro. O anúncio foi feito nessa quinta-feira (18) pela ministra da Cultura, Marta Suplicy na Cinemateca Brasileira, em São Paulo (SP). 

Ao todo, 18 longas-metragens disputaram a indicação. Dos 20 filmes inscritos, dois ("Faroeste Caboclo" e "A Coleção Invisível") não puderam concorrer por terem estreado antes da data limite estipulada pela Academia.

O filme conta a história de Leonardo, um adolescente cego que precisa lidar com as limitações e a superproteção da mãe. A chegada de Gabriel, um novo aluno em sua escola, desperta sentimentos até então desconhecidos pelo personagem. 

Participam do elenco os atores Guilherme Lobo (no papel de Leonardo), Fabio Audi (como o amigo Gabriel), Tess Amorim, Lúcia Romano, Eucir de Souza, Selma Egrei, Lúcia Romano, Naruna Costa e Isabela Guasco.




A produtora do filme, Diana Almeida, considerou positivo que a temática seja levada às telas internacionais. “Espero que o filme possa ser visto por muito mais gente. Acho que só esse anúncio vai criar mais curiosidade em relação ao filme. Isso é muito positivo."

A academia norte-americana definirá em janeiro o nome do longa estrangeiro que concorrerá ao Oscar, marcado para fevereiro, em Los Angeles. No dia 7 de novembro, o filme brasileiro estreia nos Estados Unidos.


Os últimos filmes que representaram o Brasil na seleção aos indicados a melhor filme em língua estrangeira foram "O Som ao Redor", de Kleber Mendonça Filho (2014); "O Palhaço", de Selton Mello (2013); "Tropa de Elite 2: o Inimigo agora é o Outro", de José Padilha (2012); "Lula, o filho do Brasil", de Fábio Barreto (2011) e "Salve Geral", de Sérgio Rezende (2010).

Tags: Oscar 2015; filme brasileiro; melhor filme estrangeiro; longa-metragem; Daniel Ribeiro; premiação; Hoje Eu Quero Voltar Sozinho

17 setembro 2014

"Livrai-nos do Mal" vai além dos habituais filmes de possessão


Wallace Graciano

Nos últimos anos, a indústria de filmes de suspense/terror ficou inerte.  Bastava procurar famosos demonologistas e adaptar suas histórias “reais” à telona para surtir bons resultados nas bilheterias. Essa fórmula rendeu críticas do público amante do gênero, uma vez que a criatividade ficou limitada. Além do roteiro que girava quase sempre em um caso de possessão com grandes reviravoltas, os diretores pareciam não se preocupar em dar toques diferenciado às cenas de impacto, o que pouco prendia a respiração dos expectadores.

Talvez por isso, passou quase desapercebida a notícia de que um recente caso de possessão demoníaca por ex-militares americanos lotados no Iraque seria adaptado ao cinema. Porém, apesar do script comum aos filmes de terror, “Livrai-nos do Mal”, filme que estreia nesta quinta-feira (18) nas telonas de todo o país, merece um destaque em meio à cena. Sua maior virtude está em prender o público e trazer aflição.

“Livrai-nos do Mal” conta a história de três militares norte-americanos que durante um combate no Iraque encontram estranhos escritos em uma parede. Mais tarde, essas grafias se revelaram um portal demoníaco. Após voltarem aos EUA, essas entidades malignas passam a agir e criar outros canais e se espalhar pela Terra do Tio Sam.

Sarchie (Foto: Divulgação/Sony Pictures)
Eis que entra em cena o policial Ralph Sarchie (Eric Bana, o Nero de “Star Trek”). Com um senso incomum de prever tragédias ele e seu parceiro Butler (Joel McHale, o Conan da série “Conan”), passam a atender estranhos chamados pelo rádio.

Em meio às investigações sobre os fatos sobrenaturais, Sarchie começa a ter sua fé questionada. Nesse momento encontra o padre Mendonza (Édgar Ramírez, o Ares de "Fúria de Titãs"), um sacerdote que foge ao senso comum, pois entrou para o ministério para tentar combater seu vício em drogas e, para amenizá-lo, não largou o fumo e as bebidas alcoólicas.

Aos poucos, o pároco consegue convencer o agente da lei sobre o mal que lhe cerca, mostrando que tais acontecimentos são causados por mau agouros. Em uma de suas falas, ele consegue ditar o tom da história ao policial. "“Há dois tipos de mal neste mundo, agente Sarchie. O mal secundário, que os homens fazem. E o mal primário, que é algo totalmente diferente".

Mendonza e Sarchie (Foto: Divulgação/Sony Pictures)

Sob a trilha de The Doors – aqui fica uma licença poética, já que a trama se desenrola através de “portais” – os dois passam a caçar a entidade maligna, uma vez que a família de Sarchie está em perigo. 

Todo esse roteiro, que é confuso sobre a perspectiva espiritual e irônico pelo lado moral, se desenvolve de forma envolvente graças ao contraste entre cenas e trilha sonora. O diretores souberam acalmar os ânimos de seus expectadores e depois atacá-los com cenas de impacto, que dão ao filme um tom marcante de suspense com toques sombrios.


Padre Mendonza durante ritual de exorcismo (Foto: Divulgação/Sony Pictures)

Ao contrário do que se esperava, “Livrai-nos do Mal” consegue prender o público com mais afinco que seus antecessores. Está longe de causar o impacto de obras como “O Exorcista”, mas se mostra uma boa pedida para fãs da sétima arte que tem uma pequena preferência pelo lado sombrio.

Ficha técnica:
Título original: Diliver Us From Evil (Livrai-nos do Mal)
Direção: Scott Derrickson
Distribuição: Columbia Tristar
Duração: 1h19
Gênero: Suspense/Terror
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Confira o trailer legendado da trama