Alfredo e Carmen formam um casal com um"algo mais" de simpatia (Fotos: Imovision/Diculgação) |
Mirtes Helena Scalioni
Não se pode dizer que "Paraíso", produção mexicana em cartaz no Belas Artes (15h, 17h10 e 21h30), seja um filme ruim. Não é. Mas também não é bom. E poderia ser, por se tratar de um tema que afeta muita gente mundo afora: a obesidade, trazendo à tona o preconceito que as gordurinhas a mais carregam afetando, muitas vezes de forma impiedosa, quem está fora dos padrões.
Alfredo (Andrés Almeida) e Carmen (Daniela Rincón) formam um casal de gordinhos felizes. A simpatia do espectador em relação aos dois é imediata. Afinal, quem não gosta de ver um homem e uma mulher acima do peso vivendo felizes? É inevitável sorrir ao vê-los devorar delícias proibidas sem nenhuma culpa.
Impossível não se deliciar vendo-os dançar sem censura ou transar apaixonadamente sem a conotação de pastelão que a cena poderia ter. Os gordos também amam e isso pode ser belo e sensual - é o que parece ressaltar a diretora Mariana Chenillo no início do filme.
Carmen e Alfredo, que se chamam carinhosa e naturalmente de "gordo" e "gorda", vivem nos arredores da cidade do México. Ele é funcionário de um banco e ela trabalha com os pais numa espécie de escritório doméstico de contabilidade.
E eles seriam felizes para sempre se ele não fosse transferido para a capital para subir na vida. Para lá vão os dois, inocentes, sem saber que a cultura tem pesos diferentes dependendo do lugar onde se vive.
É a partir de uma súbita necessidade de emagrecer para se adequar aos moldes da cidade grande que o relacionamento entre os dois pombinhos começa a azedar. É a partir daí que o filme vai ficando, aos poucos, óbvio demais. E a ideia, a princípio boa, se perde nos caminhos de uma comédia romântica como outra qualquer.
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