25 outubro 2014

Drácula com outra roupagem e batalhas campais que são verdadeiros "strikes"



Maristela Bretas

Se você curte filmes de vampiros, sobre o Conde Drácula e seus seguidores, com direito a muitas mordidas, talvez fique um pouco decepcionado com "Drácula - A História Nunca Contada" ("Dracula Untold"). Não espere sangue jorrando ou cenas macabras, o filme está mais para aventura e ação que terror. 



Mas nem por isso é ruim. Os efeitos especiais nas cenas de batalhas (o vampiro faz um strike com os soldados) e as transformações do personagem principal compensam a história, que explora como surgiu o vampiro mais famoso do mundo.


Como não poderia deixar de ser, a trama se passa na Transilvânia. Entregue quando criança pelo pai, juntamente com outras crianças, para que a cidade não fosse destruída, Vlad Tepes (Luke Evans) é criado pelos turcos. 

Já adulto e casado com a bela Mirena (Sarah Gadon) com quem tem um filho, ele é temido por seus inimigos por cobrir os campos de batalha com corpos empalados.


Sua bravura e dedicação ao povo o tornam um governante querido e respeitado por todos. No entanto, após dez anos de paz, o reino volta a ser ameaçado pelo rei turco Mehmed (Dominico Cooper). 

Para vencer seus inimigos, Vlad terá de fazer um pacto com um sinistro ser das trevas (Charles Dance), bebendo seu sangue e adquirindo grandes poderes. E acaba se transformando no Conde Drácula.

Sem muito terror, mas com princípio, meio e fim, a trama dá uma nova roupagem para o famoso vampirão e deixa a hipótese de uma continuação.

Ficha técnica:
Direção: Gary Shore
Produção: Legendary Pictures
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h32
Gênero: Ação/Terror
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: Drácula - A História Nunca Contada; Luke Evans; terror; ação; Universal Pictures; Cinema no Escurinho

Delicado e vigoroso como uma sinfonia


Filme conta a trajetória de um famoso quarteto de cordas em crise devido à doença de um deles (Fotos: Europa Filmes/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni

Os apaixonados por música erudita têm tudo para gostar de  "O Último Concerto", em cartaz nos cinemas Belas Artes e Cineart Ponteio. E quem não conhece nada ou sabe pouco dos clássicos deve gostar também por um simples motivo: o filme reúne uma boa história muito bem contada e interpretações irretocáveis de belos atores.




Primeiro longa do diretor Yaron Zilberman, "O Último Concerto" se desenvolve como uma sinfonia que começa suave, quase monótona, e vai ganhando, aos poucos, movimentos vigorosos que se repetem e se intercalam. O mundialmente famoso quarteto de cordas de Nova York, "Fugue", se vê diante de um impasse quando um dos integrantes, Peter, se descobre com Mal de Parkinson.

A partir daí, o que seria um problema meramente profissional - como a substituição do violoncelista doente - faz brotar uma profusão de conflitos individuais e coletivos, crises afetivas e até paixões avassaladoras.

Quem não gosta muito do filme - teve gente que o achou exageradamente dramático - tem se perguntado o que levou um elenco tão brilhante a realizá-lo. Realmente, Catherine Keener (Juliette), Christopher Walken (Peter), Philip Seymour Hoffman (Robert) e Mark Ivanir (Daniel) formam um quarteto mais do que afinado. Até a jovem aluna Alexandra, que aparece para aquecer a trama, é feita na medida por Imogen Poots.



A música, claro, presente em todo o filme, ajuda a criar os climas de altos e baixos, num ritmo que embala, envolve e encanta o espectador durante os 105 minutos de duração da história que, ao falar da música como profissão, fala também de individualidades, hereditariedade, liderança, amizade, cumplicidade, vaidades. Enfim, uma reflexão sobre o ofício de músico. Sem nunca perder a afinação.

Um PS para dizer: o nome original do filme é "A Late Quartet". Não se explica por que foi  traduzido como "O Último Concerto".

Tags: O Último Concerto; Catherine Keener; Christopher Walken; Philip Seymour Hoffman; Mark Ivanir , Drama; Europa Filmes; Cinema no Escurinho