04 dezembro 2014

"Quero Matar Meu Chefe 2" é pastelão sem graça que desmerece o primeiro filme

Jason Bateman, Charlie Day, Jason Sudeikis retomam seus papéis após 3 anos primeiro filme (Fotos Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas

Imagine uma comédia do tipo pastelão, com três atores razoavelmente conhecidos que já até fizeram bons filmes. Agora pega este trio e coloca numa produção ruim, daquelas que faz bonequinho de classificação de cinema levantar e ir embora logo no início. Pois bem, essa é a melhor avaliação para "Quero Matar Meu Chefe 2" ("Horrible Bosses 2"), que entrou em cartaz nesta quinta-feira nos cinemas.


Filme sem graça, com os três atores principais - Jason Bateman, Charlie Day, Jason Sudeikis batendo cabeça e fazendo papel de bobo em 98% das cenas, em situações ridículas.

Este é um daqueles casos em que o sucesso deveria ter ficado apenas no primeiro, pois a continuação veio para estragar tudo. E com um título que não condiz com a história - ninguém quer matar ninguém.




Desta vez, os amigos Nick (Jason Bateman), Dale (Charlie Day) e Kurt (Jason Sudeikis) resolvem ser chefes de seu próprio negócio. E quando tudo parece que ia dar certo, são enganados pelo empresário (Christoph Waltz) que bancou o negócio. 


Para não perderem tudo o que conquistaram, resolvem pedir a ajuda de um amigo "nada legal" (Jamie Foxx) para sequestrar o filho do investidor (Chris Pine). O dinheiro do resgate seria usado pagar a dívida e manter a empresa.

Para compensar o besteirol, o diretor Sean Anders (que tem em seu currículo "Família do Bagulho" e "Os Pinguins do Papai") escalou um time premiado de talentos, alguns ganhadores de Oscar: Christoph Waltz, Jamie Foxx, Kevin Spacey, Chris Pine e Jennifer Aniston. Uma pena.

Ficha técnica:
Direção: Sean Anders
Produção: New Line Cinema/ BenderSpink
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 1h48
Gênero: Comédia
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 2 (0 a 5)

Tags: Quero Matar Meu Chefe; comédia; Warner Bros. Pictures; Cinema no Escurinho

30 novembro 2014

Trajetória de "Irmã Dulce" é contada com fé e emoção em cinebiografia

Irmã Dulce foi um exemplo de amor ao próximo e,uta pelos necessitados e deixou uma grande obra (Fotos: Paris Filmes/Divulgação)

 Maristela Bretas

Noventa minutos é pouco tempo para contar a trajetória desta fantástica mulher, religiosa, filha, mãe dos pobres e, principalmente, “Anjo Bom da Bahia”. Depois do filme entendi porque os baianos têm tamanho respeito e carinho por ela, mesmo após tantos anos de sua morte.

“Irmã Dulce” conta a emocionante história da freira que, indicada ao Nobel da Paz e beatificada pela Igreja Católica, dedicou sua vida aos necessitados, doentes e miseráveis. 

Enfrentou o preconceito, o machismo e as normas de sua própria Igreja, além de uma doença respiratória grave. E construiu, com fé, alegria e obstinação, uma grandiosa obra social, formada por creches, hospitais e centros educacionais.

O filme é emocionante com cenas que podem provocar reações diversas no público - de lágrimas nos momentos em que luta pelos necessitados, a risos ao discutir de igual para igual com seu santo protetor - "Santo Antônio" -, e cobrar dele uma solução para o problema da miséria na sua comunidade.



A cinebiografia foi rodada em abril e maio deste ano e conta com excelentes interpretações das atrizes Bianca Comparato, vivendo Irmã Dulce até os anos 60, e Regina Braga, até 1980. Para compor o personagem, elas visitaram as obras sociais da religiosa, passaram várias noites num convento em Salvador, andaram pelas ruas vestidas de freiras e conversaram com amigos e parentes da própria Dulce.

Em entrevista, o diretor Vicente Amorim explicou que o filme se concentra na vida da Irmã Dulce entre os vinte e poucos anos de idade, nos anos 40, até 1980, com alguns flashbacks para episódios marcantes da sua infância.

 "Dulce evolui da caridade cristã tradicional para um ativismo social muito à frente do seu tempo, incomodando gente poderosa e a própria Igreja. O que a moveu, sempre, foi sua fé. A relação entre sua fé e sua ação foi intensa e é parte do que o longa investiga, mas isto não faz o filme ser 'religioso'. Optamos por mostrar a fé através das suas ações."


Sobre o personagem João, o garoto doente abandonado na porta do convento que marcou a vida da religiosa na ficção, Amorim conta que ele é o resumo de milhares de crianças e adultos de quem Irmã Dulce cuidou, que fizeram parte da obra que ela construiu. "Ele, João, seus conflitos e contradições, sua relação com Irmã Dulce, serve como arco que sustenta a narrativa do filme".

O filme, que teve todas as suas locações nas ruas e igrejas de Salvador, conta ainda no elenco com nomes conhecidos na TV brasileira, como Gracindo Júnior. Zezé Polessa, Gloria Pires, Malu Valle, Irene Ravache, Luiz Carlos Vasconcelos e Renato Prieto, além de atores baianos como Amaurih Oliveira, Fábio Lago, Caco Monteiro.



Ficha técnica
Direção: Vicente Amorim
Produção: Midgal Filmes, Globo Filmes e Telecine
Distribuição: Downtown Filmes e Paris Filmes
Duração: 1h30
Gênero: Biografia/Drama
País: Brasil
Classificação: 10 anos
Nota: 4,0 (0 a 5)

Tags: Irmã Dulce; Vicente Amorim; Bianca Comparato; Regina Braga; drama; biografia; Midgal Filmes; Paris Filmes; Cinema no Escurinho