02 janeiro 2015

“Operação Big Hero”, a mistura acertada de heróis dos quadrinhos Marvel e estúdios Disney

Hiro Hamada transforma Baymax num robô de combate ao crime (Fotos: Disney Studios/Divulgação)

Maristela Bretas


Imperdível! "Operação Big Hero" ("Big Hero 6") encerrou 2014 e abriu 2015 como uma das melhores animações do último ano. E a confirmação da parceria acertada dos Estúdios Disney com uma trama baseada em quadrinhos de sua filial, a Marvel Comics. Nasce um novo grupo de heróis, que vai se juntar aos Vingadores no combate ao crime. Mesmo que em San Fransokyo, uma cidade que mistura o nome e as características de San Francisco e Tóquio.




Aventura, ação, muitas bugigangas tecnológicas e um garoto de 13 anos prá lá de inteligente comandando um grupo de jovens nerds. Esta é a história de Hiro Hamada (voz original do dublador estreante Ryan Potter), um japonesinho prá lá de fera na robótica que deixa as lutas de robôs para ajudar seu brilhante irmão Tadashi (voz de Daniel Henney).



E um grupo de nerds vai se juntar a eles nesta aventura. A dublagem em português também foi feita por estreantes no ramo: Marcos Mion faz a voz de Fred/Fredzilla, um adolescente muito doido que insiste em se transformar num dragão que cospe fogo; Kéfera Buchmann é a agitada Go Go Tamargo; o único conhecido por participações em produções Disney, Robson Nunes, que dubla o perfeccionista Wasabi No-Ginger; e Fiorella Mattheis, que dá a voz à superquímica Honey Lemon.



Mas a grande estrela de "Big Hero 6" é Baymax (voz de Scott Adsit), um robô branquinho como um boneco de neve, muito fofo, carinhoso e desengonçado, criado por Tadashi para identificar doenças e tratá-las. Ele garante as cenas mais engraçadas da animação cada vez que tenta fazer alguma coisa. Com uma enorme barriga e pernas curtinhas, ele se atrapalha todo, ao tentar correr ou jogar bola. Hilário.



Uma mudança drástica na vida destes amigos tecnológicos vai tirá-los do laboratório da universidade e levá-los para as ruas no combate ao crime. É pura diversão para todas as idades e uma das boas opções para este feriado prolongado e para as férias. Um alerta: fique até o final dos letreiros para assistir à cena extra com um personagem da Marvel.




Ficha técnica
Direção: Don Hall e Chris Williams
Produção: Walt Disney Animation Studios e Marvel Studios
Distribuição: Disney/Buena Vista
Duração: 1h42
Gênero: Aventura/ Comédia
Classificação: Livre
País: EUA
Nota: 4,8 (0 a 5)

Tags: Operação; Big Hero 6; Disney; Marvel; Don Hall; comédia; aventura; Cinema no Escurinho

29 dezembro 2014

Êxodo - Deuses e Reis: Uma versão mais realista do “Príncipe do Egito”

Christian Bale interpreta um Moisés guerreiro, que lutou pelos egípcios e depois contra eles para salvar os hebreus (Fotos: Fox Film/Divulgação)


Jean Piter 

O povo hebreu vive escravizado há 400 no Egito. O faraó teme que o número de escravos cresça a ponto de se sentirem fortes e se rebelarem. Ele então ordena que todos os bebês hebreus do sexo masculino sejam afogados. Moisés é colocado em uma cesta no rio, na esperança de ser salvo. O plano dá certo. O menino é resgatado pela irmã do faraó e criado na família real. Quando se torna adulto, ele recebe a missão de libertar o seu povo. 

Essa é uma história bem conhecida entre cristãos e judeus. E não é a primeira vez que a vida de Moisés vai parar nas telas do cinema. Além do clássico “Os Dez Mandamentos” (1956) com Charlton Heston, foi produzida também a animação da Dreamworks, “O Príncipe do Egito” (1998), sem falar em “Moisés” (1995) com Ben Kingsley no papel principal, filme lançado direto para a TV. A grande diferença de “Êxodo” é o realismo. 




O diretor Ridley Scott traz uma versão menos romantizada de Moisés; um herói mais humano em uma relação conflituosa com o deus dos hebreus. Os grandes acontecimentos bíblicos são mostrados de uma forma quase racional. O figurino e a maquiagem são bem acertados; soldados egípcios alinhados, escravos com roupas sujas, rostos queimados de sol, marcas de expressão, cabelos sujos e barbas compridas. Os efeitos especiais também são usados na medida certa. 

Christian Bale brilha mais uma vez no papel principal, guiando o povo hebreu rumo a Canaã, a Terra Prometida. Joel Edgerton segura bem no papel de “vilão”. A relação de amizade entre Moisés e Ramsés é um ponto que não deixa o filme ir ao extremo do bem contra o mal. 

Quase perfeito!

Depois que Mel Gibson fez “A Paixão de Cristo” (2004), os mais exigentes amantes do cinema nunca mais viram filmes épicos com os mesmos olhos. Ou melhor, com os mesmos ouvidos. Na produção, as falas são em latim e aramaico, línguas faladas na época. Sem falar que as cenas em que Cristo é chicoteado são de um realismo assustador. 

Em “Êxodo”, egípcios e hebreus falam inglês, o que é compreensível por se tratar de uma superprodução que tem ambição de se tornar um recordista de bilheteria. Também quase não há sangue nas batalhas, o que nem faz falta, já que a classificação é 14 anos. Esses dois pontos, porém, não tiram os méritos do filme. É grandioso e faltou pouco para ser perfeito. 

Ficha técnica:
Direção: Ridley Scott
Produção: Chernin Entertainment/Scott Free Productions
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 2h31
Gênero: Épico, Ação 
País: EUA/Reino Unido/Espanha
Classificação: 14 anos
Nota: 4,5 (0 a 5)