25 janeiro 2015

A grandeza de um "Minúsculo" mundo


"Minúsculos" é uma encantadora forma de mostrar o invisível e nem sempre tranquilo mundo dos insetos (Fotos: Paris Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas


Poderia ser apenas mais uma animação sobre insetos, formiguinhas e joaninhas. Mas sem que haja necessidade de palavras, "Minúsculos - O Filme" ("Minuscule - La vallée des fourmis perdues") encanta e diverte. Se engana quem acha que é mais um filme na linha "Vida de Inseto".


Reunindo recursos gráficos e belas paisagens de montanhas e florestas francesas, o diretor extraiu uma história de coragem, amizade e confiança, envolvendo um filhote de joaninha (com direito a carapaça vermelha com bolinhas pretas e olhos grandes) e uma formiga também preta, com grandes antenas e olhos esbugalhados, bem mais divertidas que aquelas que a gente vê andando pelo jardim e nem liga.


Isolados eles são só mais alguns insetos, mas quando se juntam, a joaninha e a formiga com seu grupo podem viver grandes aventuras e enfrentar perigosos inimigos, cada um com seu estilo e um comportamento quase humano.

A história de "Minúsculos" (também em versão 3D) começa quando restos de um piquenique são abandonados na clareira de uma floresta e os invisíveis bichinhos passam a disputar cada migalha. E é nesse local que, ao tentar garantir sua parte na farra gastronômica, que joaninha conhece formiga e seu grupo. Nasce daí uma grande amizade.

Na dura e perigosa jornada de volta ao formigueiro, no entanto, elas terão de enfrentar colônias de formigas vermelhas rivais, obcecadas por um mesmo troféu: uma caixa de cubos de açúcar.

E este corajoso grupo terá agora de tentar salvar toda a colônia da invasão das terríveis guerreirasvermelhas. E a luta não deixa por menos, com direito a ataques semelhantes aos de filmes de cavaleiros medievaise explosões capazes de deixar "Os Mercenários" com inveja de tamanha organização. Coisa de formiga.

Após dois adiamentos - estava previsto para estrear em 13 de novembro, depois 25 de dezembro - finalmente "Minúsculos", dirigido por Thomas Szabo e Hélène Giraud, entrou em cartaz nesta quinta-feira (22) e merece ser visto por público de todas as idades. Encantador, com belas mensagens transmitidas por ações, sem a necessidade de palavras, apenas dos sons de nossos amiguinhos.

Ficha técnica:
Direção: Thomas Szabo e Hélène Giraud
Produção: Futurikon
Distribuição: Paris Films
Duração: 1h29
Gênero: Animação/Aventura/Família
País: França/ Bélgica
Classificação: Livre
Nota: 5 (0 a 5)



Tags: Minúsculos; Paris Filmes; Thomas Szabo; Hélène Giraud; Animação, Família, joaninha; formigas pretas; formigas vermelhas; França; Bélgica; Cinema no Escurinho

22 janeiro 2015

Uma breve história de superação

Eddie Redmayne dá um show de atuação como Stephen Hawking em "A Teoria de Tudo" (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Não será surpresa se algumas pessoas disserem que "A Teoria de Tudo" se resume à vida particular e afetiva do astrofísico Stephen Hawking, em detrimento de sua gloriosa carreira profissional da qual só não faz parte - ainda - um Prêmio Nobel. Mas é exatamente na intimidade da família e dos amigos que se revela a personalidade excêntrica do cientista, cujas descobertas mudaram o que se pensava até então sobre a origem do universo, o tempo, os buracos negros.

Histórias de superação resultam, em sua maioria, em filmes óbvios ou chatos. Não é o caso desse drama que retrata a vida de Hawking desde o seu tempo de estudante brilhante em Cambridge até sua maturidade, já numa cadeira de rodas, sem conseguir andar, falar ou comer sem ajuda. 

Acometido por uma doença motora degenerativa (Esclerose Lateral Amiotrófica - ELA) ainda na faculdade, aos 21 anos, quando vivia o auge de sua paixão por Jane Wide (Felicity Jones), ele superou todas as expectativas médicas e viveu o suficiente para assistir, inclusive, à filmagem de algumas cenas.




Dois aspectos da direção de James Marsh dão à "A Teoria de Tudo" os méritos e elogios que o filme tem recebido. O primeiro, a escolha de Eddie Redmayne como Hawking, que dá um show de atuação, ao mostrar um homem doente, alquebrado e dependente mas extremamente bem-humorado e mordaz.

O cientista consegue se manter produtivo e chega a escrever seu grande best seller, "Uma Breve História do Tempo - do big bang aos buracos negros". O bom-humor do personagem é, aliás, a segunda grande sacada de Marsh na condução da trama. Mesmo se tratando de uma história essencialmente triste, o filme tem uma leveza capaz de, em muitos momentos, enternecer e fazer rir o espectador.

Tags: A Teoria de Tudo; Eddie Redmayne; Felicity Jones; Stephen Hawking; astrofísico; James Marsh; biografia; drama; Esclerose Lateral Amiotrófica; Universal Pictures; Cinema no Escurinho