26 janeiro 2015

Apesar de longo demais, "Foxcatcher" merece as cinco indicações para o Oscar

Filme narra a história do lutador Mark Schultz, sua relação com o multimilionário John du Pont e a morte do irmão (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Seria mais uma biografia de personagens famoso, desta vez do mundo dos esportes. No entanto, exceto pelo tempo de duração, "Foxcatcher - Uma História que Chocou o Mundo" ("Foxcatcher") é um ótimo filme e o diretor e produtor Bennett Miller soube explorar bem o enredo que inclui atletas olímpicos, a busca insana pelo ouro, a loucura de um milionário (cujas tendências sexuais não ficam muito explícitas) e um crime chocante.

Steve Carell e o John du Pont na época do crime
Steve Carell é um dos destaques do longa-metragem, com uma atuação surpreendente e uma maquiagem que o deixou irreconhecível. A semelhança física com o verdadeiro John du Pont pode ser percebida em algumas cenas. 

Mas o destaque fica para a reprodução do comportamento bizarro do milionário, que amava pássaros e armas, estudado a fundo por Carell, o que lhe valeu a indicação ao Oscar 2015 na categoria de Melhor Ator.




Baseado em fatos reais, o filme conta a história do campeão olímpico de luta greco-romana, Mark Schultz (Channing Tatum) e de seu irmão e treinador David (Mark Ruffalo), que é também uma lenda no esporte. Um dia, Mark recebe um convite para visitar a mansão do milionário John du Pont (Steve Carell), que lhe oferece a chance de entrar em sua equipe particular - a Foxcatcher - e se preparar em seu centro de treinamento de ponta para os Jogos Olímpicos de 1988, em Seul.

Mark aceita a proposta, mas a vida de glamour, regada a bebida, drogas e submissão aos caprichos do excêntrico milionário, afastam cada vez mais o atleta do esporte. Somente seu irmão Dave poderia reverter essa situação.

Atraído pelo salário e as condições de vida oferecidas, Dave se muda com a família para uma casa na propriedade do milionário. Mas ao contrário do caçula, ele não se dobra as vontades de du Pont, levando essa relação a um final trágico, com Dave morto a tiros por seu patrocinador, a seis meses dos Jogos de Atlanta em 1996.

No elenco, apesar do papel pequeno, mas de presença sempre marcante, está também Vanessa Redgrave como a mãe de du Pont, que rejeita o filho e o esporte que ele adotou.

Boas cenas de lutas e ótima atuação também de Mark Ruffalo, que engordou 13 quilos para o papel e, assim como Channing Tatum, passou por um exaustivo treinamento de luta livre na preparação para o filme. Os dois atores contaram inclusive com a consultoria do próprio Mark Schultz.


Mas um ponto negativo é a duração - 2h14, com cenas longas que deixaram o filme cansativo. Muitas poderiam ter sido cortadas sem prejudicar o enredo e o recado seria dado da mesma forma. Esticou demais durante o filme para correr no final e resumir tudo nos letreiros. Mesmo assim, o filme vale todas as cinco indicações para o Oscar - além da de Carell, está na disputa de Melhor Ator Coadjuvante (Mark Ruffalo), Melhor Diretor, Melhor Roteiro Original e Melhor Maquiagem e Cabelo.

Curiosidades

Mark Schultz ao lado de Channing Tatum
Quatro meses após a morte do irmão, Mark Schultz ganhou um combate de UFC 9 no estilo vale-tudo. E anos mais tarde, o lutador escreveu a história do assassinato de Dave no livro "Foxcatcher: The True Story of My Brother's Murder, John du Pont's Madness, and the Quest for Olympic Gold" ("Foxcatcher: a verdadeira história da morte de meu irmão, da loucura de John du Pont e da busca pelo ouro olímpico").


Ficha técnica:
Direção: Bennett Miller
Produção: Annapurna Pictures/Likely Story
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 2h14
Gênero: Drama/Biografia
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 4,5 (0 a 5)

Tags: Foxcatcher - Uma história Que Chocou o Mundo; Steve Carell; Mark Ruffalo; Channing Tatum; Vanessa Redgrave; Bennett Miller; Mark Schultz; Dave Schultz; John du Pont; Sony Pictures; drama; biografia; Cinema no Escurinho

25 janeiro 2015

A grandeza de um "Minúsculo" mundo


"Minúsculos" é uma encantadora forma de mostrar o invisível e nem sempre tranquilo mundo dos insetos (Fotos: Paris Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas


Poderia ser apenas mais uma animação sobre insetos, formiguinhas e joaninhas. Mas sem que haja necessidade de palavras, "Minúsculos - O Filme" ("Minuscule - La vallée des fourmis perdues") encanta e diverte. Se engana quem acha que é mais um filme na linha "Vida de Inseto".


Reunindo recursos gráficos e belas paisagens de montanhas e florestas francesas, o diretor extraiu uma história de coragem, amizade e confiança, envolvendo um filhote de joaninha (com direito a carapaça vermelha com bolinhas pretas e olhos grandes) e uma formiga também preta, com grandes antenas e olhos esbugalhados, bem mais divertidas que aquelas que a gente vê andando pelo jardim e nem liga.


Isolados eles são só mais alguns insetos, mas quando se juntam, a joaninha e a formiga com seu grupo podem viver grandes aventuras e enfrentar perigosos inimigos, cada um com seu estilo e um comportamento quase humano.

A história de "Minúsculos" (também em versão 3D) começa quando restos de um piquenique são abandonados na clareira de uma floresta e os invisíveis bichinhos passam a disputar cada migalha. E é nesse local que, ao tentar garantir sua parte na farra gastronômica, que joaninha conhece formiga e seu grupo. Nasce daí uma grande amizade.

Na dura e perigosa jornada de volta ao formigueiro, no entanto, elas terão de enfrentar colônias de formigas vermelhas rivais, obcecadas por um mesmo troféu: uma caixa de cubos de açúcar.

E este corajoso grupo terá agora de tentar salvar toda a colônia da invasão das terríveis guerreirasvermelhas. E a luta não deixa por menos, com direito a ataques semelhantes aos de filmes de cavaleiros medievaise explosões capazes de deixar "Os Mercenários" com inveja de tamanha organização. Coisa de formiga.

Após dois adiamentos - estava previsto para estrear em 13 de novembro, depois 25 de dezembro - finalmente "Minúsculos", dirigido por Thomas Szabo e Hélène Giraud, entrou em cartaz nesta quinta-feira (22) e merece ser visto por público de todas as idades. Encantador, com belas mensagens transmitidas por ações, sem a necessidade de palavras, apenas dos sons de nossos amiguinhos.

Ficha técnica:
Direção: Thomas Szabo e Hélène Giraud
Produção: Futurikon
Distribuição: Paris Films
Duração: 1h29
Gênero: Animação/Aventura/Família
País: França/ Bélgica
Classificação: Livre
Nota: 5 (0 a 5)



Tags: Minúsculos; Paris Filmes; Thomas Szabo; Hélène Giraud; Animação, Família, joaninha; formigas pretas; formigas vermelhas; França; Bélgica; Cinema no Escurinho