02 fevereiro 2015

"Grandes Olhos", ótimos atores para uma história mal explorada

Amy Adams interpreta a pintora Margaret Keane, que precisou brigar na justiça para ser reconhecida por sua obra (Fotos Paris Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas


Um filme que reúne dois grandes atores como Christoph Waltz e Amy Adams poderia render mais em termos de atuação. Mas o que se vê em "Grandes Olhos" ("Big Eyes") é só a narração de uma grande fraude dos anos 50/60.

Waltz, que interpreta o pintor Walter Keane se esforça para tentar dar mais vida a seu personagem, mas passa uma imagem de canastrão, coisa que definitivamente ele não é. Já Adams, como Margaret Keane, passa o filme como mosca morta e depois de ser enganada em todos os sentidos vira o jogo mas continua sem sal. 


Faltou criatividade para contar a história, que por si só já garantiria um excelente roteiro. Poderia ter sido mais bem explorada, como aconteceu com "Invencível" e "Foxcatcher", também biografias lançadas recentemente no cinema.

No final dos anos 1950 e início dos 1960, Walter Keane, um pintor medíocre e inescrupuloso, de repente desponta no meio artístico com obras que exploram enigmáticas crianças de rua com grandes olhos tristes. Do nada ele passa a ter quadros em várias partes do mundo enquanto mantém oculta, quase trancada em casa a mulher Margaret (Adams).

Na verdade, ela é a grande artista, que aceita passivamente que os "louros" das obras - dinheiro e sucesso - fiquem para o marido controlador. Quando ela resolve cair na real, entrega para o mundo inteiro a fraude, e vai para nos tribunais para brigar por seus direitos.

O filme é uma narrativa com poucos momentos de impacto e sem explorar o lado psicológico dos personagens, principalmente da pintora. E quando ela resolve assumir seu trabalho, começa a correria para dar desfecho à história. 


A verdadeira Margaret Keane fez uma ponta no filme
"Grandes Olhos" é uma distração mediana e mal explorada nesta investida do diretor Tim Burton (que tem um passado de direção invejável em histórias fantásticas) no cinema sério. Funciona quase como uma homenagem dele à pintora Margaret Keane, de quem é fã e tem inúmeros quadros.

O filme pode ser conferido em versão legendada nas salas Cineart dos shoppings Paragem (14h30, 16h40, 18h50 e 21 horas) e Boulevard (16, 19 e 21h10), Belas Artes Cinema (16h30 e 21h30) e Cinemark Pátio Savassi (14h30, 17h15 e 20h15).





Ficha técnica:
Direção: Tim Burton
Distribuição: Paris Filmes 
Produção: Tim Burton Productions/The Weinstein Company
Duração: 1h46
Gênero: Biografia // Drama
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

Tags: Grandes Olhos; Christoph Waltz; Amy Adams; Tim Burton; Paris Filmes; biografia; drama; Cinema no Escurinho

29 janeiro 2015

Um bom filme para encerrar uma trilogia de sucesso nas bilheterias

"Busca Implacável 3" garantiu a Liam Nesson um salário de U$ 20 milhões (Fotos: Fox Film/Divulgação)

Maristela Bretas


Uma trilogia de sucesso na categoria de filmes de ação e suspense. Assim pode ser definida a franquia "Busca Implacável", que estreou nos cinemas o último filme. Com um orçamento de US$ 43 milhões (já faturou mais de US$ 160 milhões nos dois primeiros finais de semana nos cinemas pelo mundo), "Busca Implacável 3" ("Taken 3") deve estourar nas bilheterias. Como aconteceu com seus antecessores - o primeiro (2008) custou US$ 25 milhões e rendeu US$ 226 milhões, e o segundo (2012), orçado em U$ 45 milhões, faturou US$ 376 milhões.




E todos saem ganhando - que o diga Liam Nesson, que só aceitou voltar ao papel do ex-agente da CIA, Bryan Mills, na terceira produção por um "módico" salário de U$ 20 milhões, colocando-o na lista dos mais bem pagos de Hollywood.

Para quem gosta de muita ação, tiros, explosões e cenas de perseguição com uma câmera insana que não para (algumas vezes fica até difícil de acompanhar), vale a pena assistir. Dá para sacar de cara quem é o vilão, mas nem por isso o filme é ruim ou fica desinteressante.


Desta vez, o ex-agente quer se dedicar à família, levar uma vida pacata e ser um pai mais presente. Mas a morte da ex-esposa Lenore (Famke Janssen) e a acusação de ser o assassino o coloca na mira de um delegado linha dura (papel de Forest Whitaker), que faz uma verdadeira caçada para pegá-lo. Mills se junta a velhos amigos (alguns do primeiro filme) para proteger a filha Kim (Maggie Grace) e provar sua inocência.



Outros filmes da franquia

Como nos outros dois filmes, o roteiro é de Luc Besson e Robert Mark Kamen e, novamente, a direção fica a cargo de Olivier Megaton, que cuidou do segundo. Recomendo assistir aos anteriores (o segundo é o melhor deles), disponíveis em DVD e Blu-Ray.

No primeiro, dirigido por Pierre Morel, Liam Nesson virou meio mundo para encontrar sua filha que passeava com uma amiga em Paris e foi levada por traficantes de jovens para serem vendidas como prostitutas no mercado negro. Ajudado por “velhos amigos" da CIA, ele usa toda sua experiência e armamento para descobrir onde era o cativeiro, salvar a filha e pegar cada um dos sequestradores albaneses.




Em "Busca Implacável 2", as famílias dos mortos do primeiro filme querem vingança e vão fazer de tudo para encontrar e acabar com Mills e sua família. E o palco desta batalha será Istambul, na Turquia, onde ele está a trabalho, como segurança de empresários, e aproveita ao final para tirar férias com a filha e retomar a relação com a ex-mulher. Desta vez, ele e Lenore são os sequestrados e ele precisará contar com a ajuda de Kim para salvá-los. A partir daí, Liam Nesson passou a estrelar outras boas produções do gênero.




Ficha técnica:
Direção: Olivier Megaton
Roteiro: Luc Besson e Robert Mark Kamen
Distribuição: Fox Films
Duração: 1h43
Gênero: Ação
País: França
Classificação: 14 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

Tags: Busca Implacável 3; Liam Nesson; Famke Janssen; Maggie Grace; Forest Whitaker; Olivier Megaton; Luc Besson; ação; Fox Films; Cinema no Escurinho