Filme é divulgado como uma cinebiografia do pastor e ativista político e sua luta pelos afro-americanos (Fotos Disney-Buena Vista/Divulgação) |
Jean Piter
O título resume bem o filme: “Selma – Uma Luta pela Igualdade”. A história se passa no ano de 1965, na cidade de Selma, no Alabama, Estados Unidos. O pastor protestante e ativista social Martin Luther King Jr. (David Oyelowo) lidera um movimento que pede o direito de voto aos negros. Para isso, ele organiza uma marcha pacífica de Selma até a capital do estado, Montgomery.
O longa é divulgado como uma cinebiografia de Luther King. Não deixa de ser. Mas é apenas de parte de sua vida. Ou melhor, de um dos períodos mais importantes de sua trajetória. Quem for ao cinema esperando ouvir um enfático “I have a dream” sairá frustrado.
“Selma” é um filme burocrático. Se passa, em grande parte, em ambientes fechados; salas, igrejas e escritórios. As discussões são políticas e ideológicas. Boa parte delas entre Luther King e o presidente Lyndon B. Johnson (Tom Wilkinson). É também um longa cheio de sermões, forçados e com pouca capacidade de despertar emoções. Religiosos e políticos que, na maioria das vezes, se misturam. Os diálogos são cansativos, cheios de frases feitas, previsíveis, quase de autoajuda.
David Oyelowo faz um Luther King menos romantizado, mais humano e menos herói. Em vez do líder enérgico movido por emoções, ele encarna o ativista centrado, pragmático e com grandes habilidades políticas. Há vários bons coadjuvantes, como Oprah Winfrey, Cuba Gooding Jr., Tim Roth e Martin Sheen.
Eles têm papéis importantes que mostram que a luta era coletiva, que tinha mais gente engajada, inclusive com ideias e posicionamentos divergentes, embora todos tivessem o objetivo de conquistar direitos para os afro-americanos.
Corrida do Oscar
O filme é dirigido por Ava DuVernay e tem Oprah e Brad Pitt entre os produtores. Concorre ao Oscar de Melhor Filme, mas é o mais fraco entre os concorrentes. A indicação vem, certamente, do patriotismo dos americanos, que gostam de ver suas histórias na telona. E pelos temas racismo e segregação, que sempre atraem atenção. Entretanto, Selma não é um longa pra ser lembrado. É no máximo bom. Se vencer, será a zebra da premiação.
Ficha técnica:
Direção: Ava DuVernay
Produção: Celador Films / Harpo Films / Pathé / Plan B Entertainment / Cloud Eight Films
Distribuição: Disney / Buena Vista
Duração: 2h08
Gênero: Drama, Histórico, Biografia
País: EUA, Reino Unido
Classificação: 14 anos
Nota: 3,0 (0 a 5)
Tags: Selma; Oprah Winfrey; Martin Luther King Jr; David Oyelowo; Disney; Buena Vista; drama; biografia; Cinema no Escurinho