01 março 2015

Como no roteiro original, comédia "Superpai" esbanja palavrões e humor apelativo


Maristela Bretas



Não há muito o quê dizer sobre a comédia "Superpai", em cartaz nos cinemas. Com Danton Mello dividindo o grupo principal com Dani Calabresa, Antônio Tabet (este do "Porta dos Fundos") e Thogun Teixeira, o quarteto tem até um bom entrosamento e consegue levar bem o enredo. Mas o gênero "vou aprontar todas", cheio de palavrões e piadas pesadas e preconceituosas pode agradar mesmo quem está querendo ver um filme de humor apelativo. Ou seja, principalmente adolescentes.

Prova disso são outros dois nomes do elenco: Rafinha Bastos (que também trabalhou no roteiro) e Danilo Gentili. Mas o filme passar, se a expectativa não for grande. O roteiro foi adaptado de uma produção norte-americana ("Deadbeat Dad") que não chegou a acontecer e teria Jack Black no papel do pai. 

Acabou caindo em terras brasileiras e ganhou uma versão com menos roupa, muita bunda de fora, conversas cheias de sacanagem (nesta parte, semelhante ao texto original) e até Nicole Bahls fingindo que é atriz, com muitas caras e bocas e pouca cobertura e o mínimo de falas (ainda bem) . Vai ter muito marmanjo assistindo só para ver a representante do "Pânico".


O filme conta a história de Diogo (Danton Mello), casado e pai de um garoto de 8 anos. Irresponsável, ele ainda se comporta como se tivesse 18 anos e pudesse aprontar todas. Na noite da festa dos 20 anos de formatura, ele é obrigado a tomar conta do filho porque a mulher Mariana (Monica Iozzi) precisa ficar com a mãe no hospital. Daniel resolve deixar o menino numa creche noturna e se encontra com os amigos na festa.

Na hora de buscar o menino de volta, acaba levando uma criança coreana por engano. Diogo, Júlia (Calabresa), César (Tabet) e Nando (Thogun) saem pela cidade para tentar destrocar o filho e acabam se envolvendo em situações engraçadas, ao som de "Inútil", da banda "Ultraje a Rigor".

Dani e Tabet garantem bons (e escrachados) diálogos, e Danton segura bem o papel de pai irresponsável que não amadureceu. Eu só não sei o porquê dos roteiristas brasileiros fazerem histórias como essa, esculhambando com tudo e com todos e no final, acabarem com lições de moral e bons costumes - o mesmo aconteceu com "O Candidato Honesto". Nada a ver. O filme está em cartaz em salas de 15 cinemas de BH, Contagem e Betim.



Ficha técnica:
Direção: Pedro Amorim
Produção: Querosene Filmes
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 2h03
País: Brasil
Gênero: Comédia
Classificação: 14 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

Tags: Superpai; Danton Mello; Dani Calabresa; Antonio Tabet; Thogun Teixeira; Danilo Gentili; Rafinha Bastos; Universal Pictures; Querosene Filmes; comédia; Cinema no Escurinho



28 fevereiro 2015

Spock parte para sua fronteira final


O ator Leonard Nimoy morreu aos 83 anos de uma doença pulmonar obstrutiva crônica, provocada pelo cigarro (Fotos: Divulgação)


Maristela Bretas


Ele fez parte da minha juventude de séries de TV e cinema. Com cara de mau, um alienígena que quase nunca esboçava emoções, mas um fiel amigo de toda a tripulação, o sr. Spock era o braço direito do Capitão Kirk (William Shatner) e do Dr. McCoy (DeForest Kelley). E um dos destaques na franquia que marcou, não só a minha, mas a vida de muitos fãs da série "Star Trek" ("Jornada nas Estrelas").

Leonard Nimoy partiu para um lugar onde nenhum homem jamais esteve. Leva consigo parte de uma geração que acompanhou por anos as incríveis histórias da tripulação da USS Enterprise. 

Mas Spock deixa um legado que só quem curtiu sabe que poucos vão superar. Outras tripulações ocuparam os lugares da antiga equipe (a série foi ao ar de 1966 a 1969), mas nenhuma conseguiu superar a original.

Em seu último trabalho - "Star Trek - Além da Escuridão", Leonardo Nimoy voltou ao papel que lhe deu destaque e milhares de seguidores. Atuou ao lado de Zachary Quinto, sua versão jovem da nova geração de atores e mesmo já doente, mostrou a força de seu personagem.

"Vida longa e próspera" era sua saudação. E foi com essas palavras que ele se despediu dos fãs nas redes sociais. "A vida é como um jardim. Momentos perfeitos podem existir, mas só são presentes na memória". Que ele siga agora rumo ao espaço, a fronteira final. Para sempre será lembrado.




Tags: Leonard Nimoy; Spock; Star Trek; Jornada nas Estrelas; USS Enterprise; Cinema no Escurinho