07 março 2015

"Kingsman: Serviço Secreto" mescla muito bem ação e humor refinado

"Kingsman: Serviço Secreto" é adaptação da série de HQ criada por Mark Millar e Dave Gibbons (Fotos: Fox Film/Distribuição)

Maristela Bretas


Junte a elegância de 007, cenas violentas no estilo Quentin Tarantino e a agilidade dos heróis das Histórias em Quadrinhos e você terá "Kingsman: Serviço Secreto" ("Kingsman: The Secret Service"), em cartaz nos cinemas. O filme de espionagem é ação do início ao fim, com ótimos efeitos especiais, principalmente nas lutas, que lembram quase uma dança em câmera lenta, lembrando "Kill Bill".

Entre muita pancadaria, tiros e explosões, "Kingsman" não dá tempo para uma cochilada e mescla muito bem ação e humor refinado. Destaque para os diálogos entre dois veteranos: Colin Firth e Samuel L. Jackson, herói e vilão, que trocam ameaças sem perder a classe, além de Michael Caine, como o "big boss" da agência de espionagem.


O filme, adaptado da série de HQ criada por Mark Millar e Dave Gibbons, conta a história de Gary Unwin (Taron Egerton), conhecido como "Eggsy", um rapaz rebelde mas de futuro promissor. Após ser preso e liberado é convocado pelo agente Harry Hart (Firth) para participar de um programa de treinamento de uma super mega secreta agência de espionagem britânica.

Enquanto isso, o empresário da área de tecnologia, Richmond Valentine (Jackson), cria uma poderosa arma que poderá eliminar toda a vida no planeta. Ele que tem a seu lado Gazelle (Sofia Boutella), a lutadora de pernas mortíferas e páreo duro para o grupo de espiões.

Com roteiro e direção de Matthew Vaughn (de "Kick-Ass" e "X-Men Primeira Classe"), Kingsman agrada bem, mesmo quando abusa na violência de algumas cenas. E mostra uma nova faceta de Colin Firth, como um espião do tipo James Bond com perfil ainda mais britânico, mas bom de briga. 


O filme conta ainda com rápidas participações do quase irreconhecível Mark Hammil (o Luke Skywalker, de "Star Wars - IV, V e VI"), Lady Gaga e David Beckham. Vale a pena conferir, uma das melhores estreias da semana. O filme está em cartaz em 17 salas de shoppings de BH, Contagem e Betim, nas versões dublada e legendada.




Ficha técnica
Direção: Matthew Vaughn
Produção: Twentieth Century Fox / Marv Films
Distribuição: Fox Filmes
Duração: 2h09
País: Reino Unido
Gênero: Ação/ Espionagem
Classificação: 16 anos
Nota: 4,5 (0 a 5)

Tags: Kingsman; Serviço Secreto; Colin Firth; Samuel L. Jackson; Michael Caine; Taron Egerton; ação; espionagem; Fox Film; Cinema no Escurinho

04 março 2015

"Ida", discreto e sombrio,como convém a um filme polonês




Mirtes Helena Scalioni


Anna, uma noviça às vésperas de prestar seus votos, é orientada pela madre superiora a visitar uma tia, sua única parente viva. E é exatamente na relação da quase freirinha virtuosa com sua tia pecadora Wanda que reside o encanto de "Ida", ganhador do Oscar 2015 de Melhor Filme Estrangeiro. Ida é o nome real de Anna, que descobre ser, na verdade, judia. Assim que se encontram, as duas saem em busca da verdade que está no passado.

Agata Trzebuchowska, que vive a noviça, é estreante - na verdade, um achado meio por acaso do diretor Pawel Pawlikowski, que estava em busca de um rosto diferente para seu filme em preto e branco, cheio de nuances cinzas e muito sombrio. Pois o diretor encontrou. 


A protagonista de sobrenome impronunciável dá conta do recado como uma veterana, em interpretação intimista e contida, sem deixar nada a desejar, mesmo se comparada à sua xará Agata, de sobrenome Kulesza, que faz a Tia Wanda. Filmes sobre os horrores ou as consequências da guerra são sempre comoventes. Embora possa ser encaixado nessa, digamos, categoria, "Ida" tem lá suas diferenças. 

Enquadramentos que oprimem e uma trilha sonora quase inexistente levam o espectador a descobrir, em meio a muitos silêncios, o que ocorreu com a família judia de Ida e Wanda durante a guerra.

Enquanto tem reveladas suas raízes e convive com a tia, Ida descobre também um outro lado da vida. Há quem enxergue no filme uma convocação à reflexão sobre a castidade e outros sacrifícios da vida religiosa. Tudo discretamente, sem gritos ou histerias. Afinal, trata-se de um filme polonês. A produção está em cartaz em sessão única, às 14 horas, na sala 1 do Belas Artes Cinema. Classificação: 14 anos




Tags: Ida; polonês; Melhor Filme Estrangeiro; Agata Trzebuchowska; Agata Kulesza; Pavel Pawlikowski; drama; Cinema no Escurinho