28 março 2015

"Cinderela" - A magia de um belo conto de fadas

Lily James interpreta a bela jovem que perde seu sapatinho de cristal e conquista o coração de um príncipe (Fotos: Walt Disney Studios/Divulgação)

Maristela Bretas


A Disney volta a mostrar o porquê de ser única quando se trata de fazer um filme perfeito de fantasia. "Cinderela" ("Cinderella") é bonito, cativante e faz a gente se sentir num verdadeiro conto de fadas. Como no desenho criado pela produtora em 1950. Desta vez, o live-action inspirado no clássico conto de fadas escrito por Charles Perrault em 1697, exibe belas imagens e um elenco que deu vida e graça aos famosos personagens.

Depois de perder a mãe e ter sua vida perfeita abalada, Ella vê o pai se casar com uma cruel mulher. A madrasta Lady Tremaine vem morar em sua casa com as duas filhas - Anastasia e Drisella -, que a tratam mal quando o pai não está perto. Tempos depois, o pai de Ella morre, a família fica sem dinheiro e o trio da crueldade faz de Cinderella sua serva.


Um dia, a jovem encontra na floresta o jovem e belo Kit e é amor à primeira vista, sem que um saiba a origem do outro. Um baile promovido pela família real pode ser a chance dela reencontrar seu amado. Mas Cinderella é impedida pela madrasta de ir à festa. Com a ajuda de sua fada madrinha ela chega arrasando num belo vestido azul e carruagem de ouro. E conquista de vez o jovem príncipe. No bater da meia-noite, ela foge do baile antes que o feitiço acabe e deixa para trás um sapatinho de cristal. Kit agora terá de percorrer o reino para reencontrar sua donzela.

Mais uma vez, uma grande estrela, vencedora de Oscar, brilha como a nova vilã dos contos de fada. Cate Blanchett ("O Aviador") está perfeita como a malvada madrasta Lady Tremaine, que faz da vida de Cinderela um inferno, juntamente com as filhas. Ela exibe elegância, soberba, bom gosto e crueldade na medida certa da personagem.

Lily James (da série de TV "Downton Abbey") foi uma ótima escolha para o papel da doce e jovem sonhadora Ella, que durante sua convivência com as irmãs postiças passa a ser chamada por elas de "Borralheira" e "Cinderella". O príncipe também saiu de uma série de TV de sucesso - "Game of Thrones". Richard Madden dá conta do recado e encanta por seu jeito doce e apaixonado.

Num elenco, que tem nas mulheres seus maiores destaques, Helena Bonham-Carter ("Alice no País das Maravilhas"), não deixa por menos como a espalhafatosa fada madrinha de Cinderela. Pena que sua aparição tenha sido rápida - mas essencial. Holliday Grainger e Sophie McShera fazem bem Anastasia e Drizella, as irmãs postiças de Cinderela.

O grupo também conta com Stellan Skarsgård ("Thor"), Nonso Anozie ("Game of Thrones") e Derek Jacobi ("Grace de Mônaco") que interpretam o Grão Duque, o fiel amigo do Príncipe e o Rei, respectivamente.

"Cinderela" arrasa no figurino, fotografia e cenários - as filmagens foram feitas na Inglaterra. Isso sem falar na trilha sonora - a música é a mesma que embalou os sonhos de muita meninas que assistiram o desenho. O diretor Kenneth Branagh ("Thor" e "Operação Sombra - Jack Ryan"), a partir de um roteiro de Chris Weitz, acerta na condução desta obra prima ao dar vida a um conto de fadas com seus palácios, riquezas, tramas e, principalmente, fantasia. Ele consegue trazer de volta a magia, a ingenuidade e o encantamento das histórias infantis eternizadas nos desenhos da Disney. Imperdível!


Na abertura, "Frozen: Febre Congelante"

Não chegue atrasado à sessão. Na abertura, que não pode ser perdida, o curta "Frozen: Febre Congelante", uma aposta da Disney até que a segunda animação da franquia chegue às telas. "Frozen - Uma Aventura Congelante" conquistou dois Oscar neste ano - Melhor longa de animação e Melhor canção original com “Let It Go”, além de um Globo de Ouro como Melhor longa-metragem de animação. 

O filme atingiu o quinto maior faturamento de todos os tempos e o maior faturamento bruto de um longa de animação, totalizando mais de U$ 1,27 bilhão em todo o mundo. Aproveitando o curta-metragem, alguns cinemas de BH estão exibindo novamente "Frozen - Uma Aventura Congelante" - salas Cinemark dos shoppings BH, Diamond Mall, Pátio Savassi e Metropolitan Betim.



No curta "Frozen: Febre Congelante", Elsa, Kristoff e o boneco de neve Olaf estão na correria para aprontar tudo para o aniversário de Anna. E eles querem dar a ela a melhor comemoração de todas. Só não contavam com a gripe de Elsa, que pode atrapalhar toda a festa (ou deixá-la mais divertida). Fábio Porchat foi escalado novamente para dublar a voz de Olaf. A animação é dirigida por Chris Buck e Jennifer Lee, com uma canção original inédita de Robert Lopez e Kristen Anderson-Lopez.


Ficha técnica de Cinderela:
Direção: Kenneth Branagh
Produção: Walt Disney Studios
Distribuição: Disney/Buena Vista
Duração: 1h44
Gêneros: Romance/Fantasia
País: EUA
Classificação: Livre
Nota: 4,5 (0 a 5)

Tags: Cinderela; Lily James; Richard Madden; Cate Blanchett; Kenneth Branagh; Walt Disney Studios; fantasia; romance; Cinema no Escurinho


27 março 2015

A sensibilidade por trás da lente de Sebastião Salgado

Sebastião Salgado apresenta seu trabalho fotográfico de 40 anos ao longo do documnetário (Fotos: Imovision/Divulgação)

Maristela Bretas


A ideia de contar a história de um dos mais renomados fotógrafos do mundo sob outro ângulo não poderia resultar em nada mais que um ótimo documentário. Merecedor de uma indicação ao Oscar, como foi. E é esta produção que estreia nesta quinta-feira nos cinemas de BH. "O Sal da Terra" ("The Salt of the Earth") conta um pouco da longa trajetória do brasileiro Sebastião Salgado e apresenta seus principais projetos fotográficos ao longo de 40 anos, até chegar ao mais recente - "Gênesis" - uma expedição que registrou civilizações e regiões do planeta pouco exploradas.

A produção começa em um de seus principais trabalhos fotográficos - Serra Pelada - para depois retornar a sua infância em Aimorés, no interior de Minas. Durante a faculdade de Economia no Espírito Santo, feita por exigência do pai que queria um filho formado, conheceu Lélia, sua mulher, companheira e parceira na divulgação dos trabalhos até hoje.


Com a Ditadura Militar, deixou o Brasil com a família e foi morar na França, país onde Salgado se encantou pela fotografia e fez dela seu trabalho e paixão, percorrendo os cantos mais remotos do planeta. O filho Juliano Ribeiro Salgado passava pouco tempo com o pai, mas já adulto, se uniu a ele para registrar as imagens de suas viagens.

E foram estas imagens e o trabalho de Sebastião Salgado que encantaram o não menos famoso cineasta Win Wenders ("Paris, Texas") que reuniu sua equipe e se juntou à família para filmar "O Sal da Terra". Da compra da primeira câmera para a esposa, que acabou ficando para ele e mudando sua vida a primeira foto tirada, Salgado, vai contanto com registros marcantes, em preto e branco, sua experiência como fotógrafo social.

São depoimentos em vídeo de familiares, inclusive do pai, da  equipe de filmagem e de personagens de diversos locais e etnias, mesclados com fotos de Salgado (algumas também do filho Juliano) que expõem tanto a beleza quanto a crueldade do ser humano, não importando o lugar do planeta. O fotógrafo deixa claro sua preocupação em expor a situação de miséria e conflitos de alguns locais na África, como Ruanda e Etiópia.

Natureza

A preocupação em dar sua contribuição ao meio ambiente o levou a "replantar" a fazenda onde viveu a infância com a família e transformá-la no que é hoje o Instituto da Terra, um modelo de trabalho ambiental reconhecido mundialmente. 


Além disso, Salgado mudou um pouco seu foco trabalho e resolveu mostrar que existem lugares e povos no Planeta ainda inexplorados (e assim deveriam ficar), dando origem ao projeto "Gênesis", como no início dos tempos.

"O Sal da Terra" é um belo documentário biográfico, principalmente pelas imagens capturadas por Salgado, mesmo as mais chocantes, e merece ser visto não só pela fotografia, mas pela forma como ele usa a lente de sua câmera para expor a dura realidade social. O filme pode ser conferido nas salas 3, do Ponteio Lar Shopping (14h10 e 18h40), e 10, do BH Shopping (17 horas e 22h20).




Ficha técnica:
Direção: Win Wenders e Juliano Ribeiro Salgado
Distribuição: Imovision
Duração: 1h50
Gêneros: Documentário/ Biografia
Países: Brasil/ França
Classificação: 12 anos
Nota: 4,5 (0 a 5)

Tags: O Sal da Terra; Sebastião Salgado; Win Wenders; documentário; biografia; Imovision; Cinema no Escurinho