15 abril 2015

"Cada Um Na Sua Casa", uma emocionante e divertida história sobre amizade e esperança


Rihanna e Jim Parsons formam a dupla de aventureiros diferente de "Cada Um Na Sua Casa" (Fotos: Fox Films do Brasil/Divulgação)

Maristela Bretas


Depois de várias pré-estreias na primeira semana de abril, a nova animação da DreamWorks distribuída pela Fox Films do Brasil, já pode ser conferida oficialmente nos cinemas de BH. E ela merece ser vista: "Cada Um Na Sua Casa" ("Home"), dirigida por Tim Johnson é ótima em tudo: enredo, trilha sonora e principalmente, os personagens são encanadores e muito divertidos.


A começar por "Oh", um ser extraterrestre baixinho, extremamente falante e curioso, que muda de cor a toda hora, conforme seus sentimentos. Ele é fofo, parece um bonequinho de borracha daqueles que a gente quer carregar para todo o lado ou usar de cofrinho (lembra o "Poupançudo", da Caixa). Oh (na voz original de Jim Parsons, de "The Big Band Theory") é a alma e a diversão do filme e divide as atenções com a jovem Tip (dublada pela sete vezes vencedora do prêmio Grammy, a cantora Rihanna). Juntos eles vão viver muitas aventuras e descobrir a importância da amizade sincera e de nunca perder a esperança. 


A dupla vive momentos de carinho, diversão, suspense e durante a busca por Lucy, mãe de Tip, dublada por ninguém menos que Jennifer Lopez, que dá sua contribuição com "Feel The Light", na minha opinião, a canção mais bonita do filme.



O longa conta com três músicas da Rihanna, entre elas "Towards The Sun". Além de interpretar Tip, a cantora pop ajudou na elaboração de toda a trilha sonora do filme, que mistura canções suas com as de outros artistas contemporâneos, como Kiesza, Charli XCX + Stargate, e Ester Dean na trilha sonora tradicional.




Em "Cada Um Na Sua Casa”, a Terra é invadida pelos medrosos Boovs - uma raça alienígena que está à procura de um novo planeta para ser seu lar. Como invasores, eles retiram os humanos de suas casas e os colocam em outra parte da Terra, e ajeitam o planeta da maneira deles. Os Boovs ignoram uns aos outros e não têm amigos, vizinhos nem família.

Mas Oh quer muito fazer amizades, dar festas com a casa cheia e se sentir amado. Estes sentimentos acabam trazendo problemas para ele. Depois de cometer um grave erro, ele coloca os Boovs em perigo, já que fugiam de seus terríveis inimigos, os Górgons. Ele é exilado do grupo pelo Líder prá lá de covarde Capitão Smek (Steve Martin).

Durante a fuga, Oh conhece a corajosa Tipolina Tucci, mais conhecida como “Tip”, uma menina de 12 anos, que teve sua mãe removida para outro ponto da Terra durante a ocupação dos ETs. Mas Tip é valente, inteligente e não tem medo de nada. Só confia em Oh quando ele promete ajudá-la a localizar a mãe. E a jornada fica ainda mais interessante no carro "tunado" de Tip, movido a suco.

Em entrevista, o diretor Tim Johnson explicou que "Cada Um na Sua Casa" é sobre dois personagens que não se encaixam em seus mundos, mas, juntos, aprendem o verdadeiro significado da aceitação e características em comum que nunca param de surpreender.



Tanto Rihanna quanto Jim Parsons estreiam em animação. Jennifer Lopez já havia trabalhado com Tim Johnson em outra animação, "FormiguinhaZ" de 1998.Outro personagem que chama atenção é o guarda de trânsito Kyle, na voz de Matt Jones (de "Breaking Bad"). Para Oh Jim Parsons criou sua própria maneira de falar, com palavras trocadas (a um aluno iniciante de inglês), usando expressões como ‘Fico 100% popular pra ser prendido’. E o estilo foi seguido na dublagem brasileira.

Baseado no conto “The True Meaning of Smekday” de Adam Rex, “Cada Um Na Sua Casa” está disponível nas versões 3D e 2D em 30 salas de 18 cinemas de BH, Contagem e Betim. Um ótimo programa em família para o fim de semana.

Ficha técnica:
Direção: Tim Johnson
Produção: DreamWorks Animation
Distribuição: Fox Films do Brasil
Duração: 1h34
Gêneros: Animação; Comédia; Aventura
País: EUA
Classificação: Livre
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: Cada Um Na Sua Casa; Rihanna; Jennifer Lopez; Steve Martin; Jim Parsons; animação; DreamWorks Animation; Fox Films do Brasil; Cinema no Escurinho

14 abril 2015

A grande diferença entre "Birdman" e "O Último Ato" chama-se Al Pacino

Em "O Último Ato", Al Pacino arrasa como Simon Axier, ator decadente e atormentado (Fotos California Filmes/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Não há como negar que "Birdman" e "O Último Ato" têm a mesma temática e chegaram às telas com pouquíssimo tempo de diferença. E isso poderia talvez enfraquecer o segundo, não apenas porque chegou depois, mas também porque o primeiro venceu o Oscar de Melhor Filme e Direção (para Alejandro Iñárritu) e foi, portanto, muito badalado, como costuma acontecer com os vencedores. O primeiro tem como ator principal Michael Keaton, enquanto o segundo é estrelado por Al Pacino. E talvez resida aí a grande diferença entre os dois.

Dirigido por Barry Levinson, Al Pacino arrasa como Simon Axier, ator decadente e atormentado que, aos 65 anos, decide deixar os palcos e telas. Interna-se primeiro em uma clínica de repouso onde mantém suas sessões de terapia via skype, e decide depois viver sozinho na casa que foi de sua família em Connecticut.

A partir daí, o filme ganha uma narrativa um pouco mais dinâmica, quando ele conhece a filha de um amigo de juventude e passa a ter com ela um romance. Além de lésbica assumida e comprometida, Pegeen (Greta Gerwing) é muito mais jovem do que ele. E o estranhamento dessa relação improvável está o tempo todo na interpretação de Al Pacino, no seu olhar de velho gagá, nos gestos cheios de dúvida e no andar trôpego.



Assim como em "Birdman", "O Último Ato" tem lá seus clichês como os extensos discursos e reflexões comparando a vida e a arte de representar e a confusão entre realidade e representação, além de longas conversas do personagem com sua imagem no espelho do camarim. Ou ainda, as inevitáveis citações de textos e autores clássicos. Coisas do teatro.

Também como "Birdman", "O Último Ato" faz rir embora a história não seja exatamente cômica. E, de novo, o riso é nervoso, incomoda, traz desconforto. Só que, no segundo caso, o espectador se aproxima mais do personagem como se se situasse em sua própria velhice e decadência. Mérito de Al Pacino. O filme pode ser visto sessão das 19 horas da sala 2 do Belas Artes Cinema. Classificação: 14 minutos

Tags: O Último Ato; Al Pacino; Birdman; Greta Gerwing; drama; California Filmes; Cinema no Escurinho