20 abril 2015

"Chappie" reúne um pouco de "Wall-E", "Robocop", "Eu, Robô" e "Gigantes de Aço"

 
Chappie é um doce robô que pensa, sente e sofre com a violência do ser humano (Fotos: Columbia Pictures/Divulgação)

 Maristela Bretas


Ele poderia ser somente um robô, seguidor de ordens e usado para conter a violência na futurista cidade sul-africana de Johannesburgo. Mas o australiano Neill Blomkamp (de "Distrito 9" e "Elysium") queria mais e apostou sua nova investida, como escritor, diretor e produtor em "Chappie". E fez um ótimo filme que mostra uma sociedade decadente, violenta, com pouca ética, cuja única esperança está exatamente naquele que não poderia ter consciência.

"Chappie" tem seus momentos de pureza conflitando com a extrema violência da cidade e consegue passar uma boa mensagem, apesar de desenhar um futuro sombrio, dominado pelas máquinas (algo semelhante a "O Exterminador do Futuro"). 

O filme de Blomkamp não chega a este estágio, mas deixa a entender que a Inteligência Artificial aplicada nos robôs pode levar a este destino. Está mais para uma mistura de "Wall-E", "Robocop", "Eu, Robô" e "Gigantes de Aço". Aproveitando todos os pontos bons, inclusive os conflitos de gangues e a doçura de uma mãe punk cuidando de seu filho robô.

Hugh Jackman está no elenco como o vilão Vincent Moore, contracenando com Sharlto Copley (que interpreta Chappie), Dev Patel (Deon Wilson, criador do robô), Sigourney Weaver (como Michelle Bradley, a CEO da empresa que constrói Chappie) e a dupla de rap-rave Ninja e Yo-Landi.

Em um futuro próximo, a força policial utiliza robôs para patrulhar as ruas e tentar controlar a criminalidade. Claro que isso iria desagradar principalmente às gangues e algumas pessoas que veem nas máquinas um grande perigo para o ser humano. Um desses guardas androides é sequestrado e reprogramado para se tornar o primeiro robô com capacidade de pensar e sentir por si mesmo.

O que Deon Wilson não contava era sua criação que poderia ser a última esperança para a humanidade, iria atrair o interesse das gangues que queriam usar a máquina na prática de crimes. E que seu maior adversário na indústria que fabrica os guardas, Vicent Moore, iria tentar sabotar seu projeto e conseguir que sua criação, o gigante Alce, ocupasse a tarefa de protetor da cidade. Nem que para isso precisasse provocar o caos e destruir boa parte dela.

Segundo o diretor, a ideia era pegar algo tão pouco humano quanto um robô da polícia e lhe dar qualidades completamente humanas, até o ponto de demonstrar emoções e qualidades mais morais, éticas e conscienciosas que as manifestadas pelos próprios seres humanos.

E Chappie vive um conflito de personalidade, sem saber ao certo a diferença do bem e do mal, uma vez que era orientado tanto por Deon quanto pelos gângsteres de segunda categoria - Ninja e Yo-Landi. Ela tem dois tipos de comportamento, passando de violenta criminosa a mãe carinhosa e superprotetora do doce Chappie, que não consegue perceber o mal nas pessoas.

Sharlto Copley dá vida ao personagem e diferentemente de outras produções do gênero, interpreta o papel diante das câmeras, atuando em todas as cenas lado a lado com os demais atores, o que os ajudou a tirarem o máximo proveito dos seus personagens. A Image Engine, assumiu a partir daí e fez um grande trabalho com os efeitos especiais.



Mais um ótimo trabalho para o currículo de Blomkamp, tanto no enredo quanto nos efeitos especiais, principalmente nas cenas de ação e lutas. Isso sem falar na trilha sonora, que tem o vencedor do Oscar, Hans Zimmer como responsável.

Curiosidades

Sharlto Copley usou uma placa no peito para manter as mesmas proporções do peito e das costas que o Chappie, o que permitiu saber em quais espaços ele cabia e como o robô se sentaria ou ficaria de pé em certas poses. Desta forma, quando um ator põe a mão no ombro ou no peito do Chappie, as mãos do ator estão no lugar certo quando o Copley é substituído pelo Chappie digital.

- Hugh Jackman afirmou que nunca se divertiu tanto interpretando um personagem como Vincent Moore, que é australiano e permitiu ao ator usar o próprio sotaque. Jackman também curtiu a oportunidade de interpretar um vilão realista com um ponto de vista justificável.

- Ninja e Yo-Landi Vi$$er usam no filme seus nomes verdadeiros e na vida real formam a dupla de rap-rave, Die Antwoord, da África do Sul.

GALERIA DE IMAGENS


Ficha técnica:
Direção: Neill Blomkamp
Produção: LStar Capital
Distribuição: Columbia Pictures e MRC
Duração: 1h54
Gêneros: Ficção / Ação
Países: EUA / México
Classificação: 16 anos
Nota: 4 (0 a 5)


Tags: Chappie; Hugh Jackman; Sharlto Copley; Dev Patel; Sigourney Weaver; Neill Blomkamp; Columbia Pictures; ficção; ação; robô; androide; futuro; Cinema no Escurinho

18 abril 2015

Cine 104 promove um Curso Livre com Adirley Queirós



O curso,  ministrado pelo diretor do longa “Branco Sai, Preto  Fica” e um dos mais renomados cineastas brasileiros dos últimos anos, será oferecido como parte do projeto “Encontros com Realizadores”.

A iniciativa é do Cine 104 e propõe a troca de conhecimento entre realizadores e estudantes e profissionais de cinema. Serão oferecidas 70 vagas, com inscrições ao custo de R$ 50,00 que podem ser feitas pelo Sympla (http://bit.ly/1IPAOUZ).

No dia 25 de abril, o diretor ainda participa de uma sessão comentada do filme “Branco sai, Preto fica”. O debate acontece no Café 104, às 19 horas (logo após a sessão das 17h15). A participação é aberta a todos os interessados (entrada franca).



O filme

Grande vencedor do Festival de Brasília em 2014, “Branco sai, Preto fica” vem sendo exibido em festivais por todo o mundo, como Vienna, Hamburgo e Torino. Foi escolhido o melhor filme no festival Mar Del Plata e no 33o Festival Cinematográfico do Uruguai. Lançado no circuito de cinema este ano, está sendo considerado por muitos o “filme brasileiro do ano”.