02 maio 2015

"Uma Longa Jornada" é filme para quem gosta de ler romance na praia

Romance entre o caubói Luke e a estudante Sophia começa quando os dois se conhecem num rodeio (Fotos: Fox Film do Brasil)


Maristela Bretas


Adaptado do livro de mesmo nome, escrito por Nicholas Sparks (um dos produtores do filme), "Uma Longa Jornada" é um romance envolvente, que une duas histórias numa só. Apesar do jovem casal - Scott Eastwood (filho do ator e diretor Clint Eastwood, mas muito mais bonito que o pai quando novo) e Britt Robertson formarem o par principal no início, é Alan Alda, com sua experiência, quem dá as cartas em todas as aparições.

O quinteto é completado por outros dois atores pouco famosos - Jack Huston (neto de John Huston) e Oona Chaplin (neta de Charlie Chaplin), mas que conseguem passar a mensagem que a história propõe - o amor supera tempo tudo. E é a história de amor vivida por eles que faz o público se emocionar.

"Uma Longa Jornada" ("The Longest Ride") é a história do jovem caubói Luke Collins (Eastwood) que durante um rodeio conhece a estudante de Arte Sophia Danko (Robertson). A paixão é quase imediata - como acontece nos livros de Sparks - e tudo seria mais um romance de banca se o casal não salvasse um misterioso idoso, o judeu Ira Levinson (Alda), que vai mudar seus destinos. 

A partir daí, o filme ganha outra vida, com Sophia se envolvendo (e levando o público feminino a se emocionar junto) com cada carta que ela lê de Ira, contando sua vida desde jovem (Huston) e como conheceu e viveu com o grande amor de sua vida, Ruth (Chaplin). Um romance do tipo que não se vê mais hoje, sem apelação.

Eastwood vai provocar alguns suspiros no público feminino, ao contrário de Britt Robertson, que é uma garota comum, com mais cara de interior do que ele. Mas os dois também seguram seus papéis de casal dos dias de hoje com pitadas de namoro à moda antiga. Mas somente a histórias deles não seria o suficiente para sustentar um filme. A mistura deu o toque especial.

"Uma Longa Jornada" é um filme do tipo "água com açúcar", como o livro, ideal para quem gosta de ler romance na praia, com direito a final feliz. Quase uma sessão da tarde, mas bom de assistir. O filme pode ser conferido em salas dos shoppings Cidade, Diamond Mall, Cineart Contagem e Metropolitan Betim.

Ficha técnica
Direção: George Tillman Jr.
Produção: Fox 2000 Pictures/ Temple Hill Entertainment
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 2h19
Gênero: Drama/Romance
Classificação: 12 anos
País: EUA
Nota: 3 (0 a 5)



Tags: Uma Longa Jornada; Scott Eastwood; Britt Robertson; Alan Alda; Jack Huston; Oona Chaplin; Fox Film do Brasil; romance; drama; George Tillman Jr; Cinema no Escurinho

30 abril 2015

"Um Fim de Semana em Paris", comédia dramática ácida e amarga

O filme é uma lavagem de roupa suja entre os sexagenários Meg e Nick, que se agridem o tempo todo (Fotos Pandora Filmes/Divulgação)


Mirtes Helena Scalioni


Que ninguém se iluda. "Um fim de semana em Paris" não é uma comédia romântica como pode fazer parecer aos desavisados o título e até o cartaz. Estão lá a Torre Eiffel, as ruas charmosas, os restaurantes, os vinhos, champagnes e pratos saborosos, mas o caso é bem outro. A história do casal que, ao completar 30 anos de casamento, decide retornar à cidade onde passaram a lua de mel é ácida e amarga.

 
Dirigido por Roger Michell, o filme é uma lavagem de roupa suja entre Nick (Jim Broadbent) e Meg (Lindsay Duncan) e não há nada de agradável nem de engraçado na relação dos dois sexagenários que se agridem o tempo todo. Professores universitários na cidade de Birminghan, na Inglaterra, ambos - ela, principalmente - não medem palavras quando a intenção é humilhar o outro. Não é por acaso que o filme tem sido classificado como comédia dramática. 


Mais do que um filme sobre o desgaste de um casamento, "Um fim de semana em Paris", talvez se aproxime mais de uma reflexão sobre a maturidade. Embora a relação do casal esteja permanentemente em foco, é na desilusão, no cansaço e nas perguntas sem respostas de cada um que reside o problema. Essa ideia fica patente a partir do momento em que os dois encontram, por acaso, com o bem-sucedido Morgan, um ex-aluno de Nick, vivido por Jeff Goldblum, e que convida os dois para um jantar. A pergunta é: a forma de envelhecer é uma escolha? 

Os três - Nick, Meg e Morgan -  fazem com que "Um fim de semana em Paris" seja um filme de personagens. As esquisitices e exageros cometidos por eles são responsáveis pela estranheza e até pelo desconforto inicial causado pela película. Há momentos em que o espectador pode até colocar em dúvida a verossimilhança da história. E é esse detalhe exatamente que faz do filme uma peça da qual as pessoas não vão esquecer tão cedo.   




Tags: Um Fim de Semana em Paris; Jim Broadbent; Lindsay Duncan; Jeff Goldblum; Roger Michell; Pandora Filmes; comédia dramática; Cinema no Escurinho