14 junho 2015

"Jurassic World" é a volta ao Mundo dos Dinossauros de Steven Spielberg

Parque temático Jurassic World permite que visitantes circulem entre animais pré-históricos que estavam extintos (Fotos Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Há 22 anos Steven Spielberg encantou o mundo ao produzir um filme que aproximou os seres humanos dos animais extintos, mas que sempre chamaram a atenção, principalmente das crianças. Nascia em 1993 "Jurassic Park - Parque dos Dinossauros", um dos maiores sucessos da carreira do famoso diretor e que nunca deixou de atrair novos fãs. Duas sequências depois, não tão bombásticas - "O Mundo Perdido - Jurassic Park" (1997) e Jurassic Park 3 (2001) - mas que também chamaram a atenção do público em busca de aventura e ação, Spielberg resolveu reunir uma equipe de velhos companheiros de grandes produções e dar sequência ao primeiro filme.

E atingiu seu objetivo ao produzir o quarto filme da franquia - "Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros", em cartaz nos cinemas de BH. Ele recupera o fio da meada e mostra o sonho do Dr. John Hammond (cientista do primeiro filme) realizado após sua morte, com a criação de um parque temático em que visitantes do mundo pudessem vivenciar a emoção de observar dinossauros de verdade.

Como não poderia deixar de ser, todos os ingredientes dos filmes de Spielberg estão presentes: aventura, ação, efeitos especiais excelentes, a exploração da ganância do ser humano e, principalmente, muitas cenas feitas pela perspectiva de um menino de 11 anos, como aconteceu em "ET - O Extraterrestre". Para fechar o "pacote" da produção era necessária a escolha de um diretor que soubesse contar a história que todos esperaram após 22 anos. O cargo foi entregue a Colin Trevorrow, que desempenhou bem o papel.

Mas nada disso seria possível se os atores não ajudassem. Difícil não comparar com o primeiro filme, quem assistiu "Jurassic Park - Parque dos Dinossauros" vai entender. O mocinho Sam Neill (não tão mocinho assim), não era bombado, mas garantiu seu lugar de herói ao lado da mocinha Laura Dern (também não tão jovem), do aventureiro Jeff Goldblum e das crianças, que não poderiam faltar. E os vilões eram enormes e as grandes estrelas da produção. 

E Chris Pratt não fez feio e garantiu sua estrela de herói do momento (como fez em "Guardiões da Galáxia"), interpretando Owen, um ex-militar especialista em comportamento animal que trabalha em uma base de pesquisa na mesma ilha do parque. Ele é bom de tiro, sabe como ganhar a mocinha com seu jeito rústico e ainda consegue controlar quatro velociraptores agressivos, sempre dispostos a atacar alguém.

Para formar o par nada romântico com Pratt a escolhida foi Bryce Dallas Howard (de "Histórias Cruzadas"), que vive a obstinada executiva Claire. Ela supervisiona todo o funcionamento do parque - desde a parte estrutural às atrações e desenvolvimento de novas espécies no laboratório, de forma que nada saia errado e os visitantes encontrem sempre uma novidade, de preferência mais exótica ou agressiva. Ela é o oposto de Owen, com que já teve um pequeno "affair". Nem mesmo a chegada de seus sobrinhos Zach (Nick Robinson), de 16 anos, e Gray (Ty Simpkins), de 11 anos, afasta Claire de sua rotina. 

Situado em Isla Nublar, uma ilha da Costa Rica (a mesma de Jurassic Park) e construído ao redor de uma rua principal das mais movimentadas, Jurassic World é um prodígio dos mais sofisticados, repleto de atrações impressionantes. As crianças montam em pequenos triceratops no jardim zoológico. O público vibra com os saltos que um mosassauro dá para fora d’água para pegar e comer um tubarão branco que fica pendurado como isca. As famílias ficam fascinadas ao ver dinossauros de todos os tipos e tamanhos caminhando novamente, tudo exibido com segurança para entretenimento dos visitantes.

Mas algo muito maior, com pelo menos 12 metros de altura vai mudar toda a rotina do parque temático. O novo dinossauro, criado nos laboratórios do Jurassic World sob a supervisão do Dr. Henry Wu (interpretado por BD Wong, o mesmo de "Jurassic Park") e patrocinado pelo bilionário Simon Masrani (Irrfan Khan, de "As Aventuras de Pi"). A nova espécie é uma mistura ultrassecreta de DNAs aplicada em um Tiranossauro Rex, que acaba tendo tamanho e força muito maiores e até inteligência. Ele recebe o nome de Indominus rex, sempre viveu no isolamento até que consegue escapar e vai fazer um estrago no parque e em seus visitantes e funcionários.

Mesmo sem abandonar os saltos altos, Claire precisará deixar seu protegido escritório e contar com a ajuda de Owen para tentar parar o gigante assassino. E ainda salvar seus sobrinhos que ficaram perdidos no parque junto com outros animais pré-históricos antes que Indominus rex os encontre. Para piorar o caos, dinossauros e aves pré-históricas também fogem por terra, sobre água e pelo ar, e atacam tudo que veem pela frente.

O filme conta também com a inesquecível música-tema da franquia composta pelo brilhante Michael Giacchino, autor de outros sucessos como "Jornada nas Estrelas", "Os Incríveis", "Ratatouille", "Planeta dos Macacos - O Confronto", "Up: Altas Aventuras", "Missão Impossível 3", "Star Trek - Além da Escuridão" e, mais recentemente, "Tomorrowland: Um Lugar Onde Nada é Impossível" (em cartaz) e "Divertida Mente" (que estreia dia 11 nos cinemas brasileiros).


Ou seja, "Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros" tem tudo para agradar ao público, como sempre acontece com os filmes de Steven Spielberg. E no final, ressurge um velho conhecido dos fãs de Jurassic Park, que vai fazer toda a diferença e deixar novamente sua marca. O filme é imperdível, uma das grandes estreias do ano, como já era esperado. Fica uns pontinhos atrás do primeiro, que ainda é o melhor de todos, mas vale a pena ser conferido.


Quase um parque de verdade

Para que o parque temático fosse ainda mais real, "Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros" ganhou um site com toda a programação de funcionamento, horário, mapas, tempo de espera das atrações e até valor dos ingressos. Como acontece com os parques da Universal (produtora do filme), em Orlando, na Flórida - o Universal Park e o Isle of Adventure. Boa sacada dos produtores. Clique aqui para ver.


GALERIA DE FOTOS


Ficha técnica:
Direção: Colin Trevorrow
Produção: Universal Pictures/ Legendary Pictures / Amblin Entertainment
Distribuição: Universal Pictures 
Duração: 2h05
Gêneros: Ação/ Aventura / Ficção científica
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 4,8 (0 a 5)

Tags: Jurassic_World_O_Mundo_dos_Dinossauros; Jurrassic_Park_Parque_dos_Dinossauros; Universal_Pictures; Steven_Spielberg; Colin_Trevorrow; Chris_Pratt; Bryce_Dallas_Howard; ação; aventura: ficção_científica; Cinema_no_Escurinho

11 junho 2015

“Qualquer Gato Vira-Lata 2” não deveria ter passado do primeiro

Conrado e Tati estão juntos e viajam para Cancun para o lançamento do livro do professor (Fotos Paris Filmes/Divulgação)


Maristela Bretas


Se o primeiro foi fraco, dificilmente a continuação de um filme pode ser melhor. E “Qualquer Gato Vira-Lata 2” não fugiu à regra. A produção não convence como comédia e a história manjada do romance do professor bobão com a aluna gata, que precisa disputar o amor da jovem com o garotão sarado nas praias de Cancun piora a situação. Não passa de mais um filme nacional ruim com muita divulgação, que aproveita atores de novela (não que sejam os melhores) para tentar atrair o público da telinha para a telona. 

É o caso de Cléo Pires, Malvino Salvador e Dudu Azevedo. Cléo, que interpreta Tati está mais madura, com boa voz e belo visual que vai atrair o público masculino. Mas ela ainda tem uma longa estrada até chegar aos pés da mãe, Glória Pires, que com menos idade já era sucesso garantido nas produções.

No filme, Tati (Cléo Pires) e Conrado (Malvino Salvador), que terminam juntos o primeiro, viajam a Cancún, onde ele participa de uma conferência para o lançamento de seu livro. Lá, ela aproveita a ocasião para pedi-lo em casamento, com transmissão via internet para todos os amigos no Brasil. Mas, Conrado responde apenas um “Posso pensar?” e a moça explode em fúria. O ex dela, Marcelo (Dudu Azevedo), aproveita para tentar reatar, enquanto Ângela (Rita Guedes), a ex de Conrado, está na mesma conferência tentando provar que o livro dele é uma furada.

Um momento no filme chama a atenção e chega a ser emocionante – o reencontro e as pazes entre Cléo e Fábio Jr., seu pai na vida real, e de quem a atriz se mantinha afastada há anos. As cenas ficaram bacanas, ele chega a cantar um de seus sucessos a pedido dela, como se fosse uma música para ninar. 

Já Malvino Salvador volta no papel do professor, agora namorado da aluna bonitona, mas continua com cara de bobão em um personagem muito fraco, sem carisma e nem um pouco engraçado. Na disputa pelo coração da jovem está Dudu Azevedo. De onde tiraram que esse menino é ator, só porque fica o tempo todo mostrando músculo? Fala sério, ele é muito ruim!  Desperdício de talento também para Rita Guedes.




Se há atores (de verdade) que provocam algum riso, eles estão no elenco secundário e alguns conhecidos de novelas e programas de TV: Letícia Novaes, como Paula, a amiga encalhada de Tati; Álamo Facó, como Magrão, o melhor amigo de Marcelo e com uma queda forte por Paula; a menininha Me Maia (essa sim tem futuro), que interpreta Júlia, a filha de mentira de Marcelo.

Stella Miranda ta,be´m segura o papel como Gláucia, a sogra de Tati que não vê a hora de transar com um amante latino; e Marcelo Saback, o amante latino que come todas e todos no filme. Sem esquecer do quarteto de mariachis cantando "Cucurucucú Paloma", muito bom.

Resumo da ópera: assistir "Qualquer Gato Vira-Lata 2" é desperdício de dinheiro, não vale o ingresso, a pipoca e o refrigerante.

Ficha técnica:
Direção: Roberto Santucci e Marcelo Antunez
Produção: Globo Filmes
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h44
Gênero: Comédia / Romance
País: Brasil
Classificação: 12 anos
Nota: 2 (0 a 5)

Tags: Qualquer Gato Vira-Lata 2; Cléo Pires; Malvino Salvador; Dudu Azevedo; comédia; romance; Paris Filmes; Globo Filmes; Cinema no Escurinho